1000 resultados para Enfermagem em saúde comunitária
Resumo:
O artigo traz a evolução e a contribuição da produção científica relacionada ao conceito de vulnerabilidade e sua potencialidade em estudos das doenças transmissíveis. Apresenta-se o conceito de Vulnerabilidade e a produção do conhecimento em Enfermagem, particularmente desenvolvida no Grupo Pesquisa Vulnerabilidade, Adesão e Necessidades em Saúde, do CNPq. Tem como finalidade ampliar a compreensão de agravos de saúde, com base neste conceito, além de possibilitar a proposição de intervenções para o seu enfrentamento, que extrapolem o âmbito do indivíduo, mas contemple a organização do trabalho nos serviços de saúde e a determinação social do processo saúde-doença.
Resumo:
Objetivou-se avaliar a esperança na vida de mulheres infectadas pelo HIV mediante uso da Escala de Esperança de Herth (EEH). Participaram 111 mulheres portadoras de HIV atendidas em ambulatório de referência em Fortaleza-CE. De janeiro a maio de 2009, foram conduzidas entrevistas que captaram variáveis biopsicossociais e aplicou-se a EEH. Os dados analisados pelo programa SPSS-8.0 revelaram índice médio de esperança de 34,86, apontando que as mulheres possuem moderada esperança na vida diante da vigência do HIV, cujo item da escala com maior pontuação relacionou-se à fé (3,57). Isto provavelmente decorre do fato de a AIDS não ter cura, ser transmissível e produzir estigma, estando ainda relacionada à ideia de morte iminente. Conclui-se que a medida da esperança entre portadores de HIV, mediante o uso de um instrumento, possibilita avaliar e planejar intervenções, promovendo ajuda e motivação para viverem melhor e manterem a esperança na vida.
Resumo:
Há evidências crescentes de que o curso Transtorno Afetivo Bipolar (TAB) pode ser modificado por abordagens psicoterápicas, tais como a Psicoeducação. Assim, o objetivo deste trabalho foi identificar as implicações do grupo de Psicoeducação no cotidiano dos portadores. Para tanto, optou-se pelo estudo qualitativo, do tipo Estudo de Caso. Foram incluídos doze portadores de TAB que tiveram pelo menos seis participações no Grupo de Psicoeducação desenvolvido na Faculdade de Medicina de São José do Rio Preto (FAMERP). Foram realizadas entrevistas semi-estruturadas, gravadas, transcritas e trabalhadas por meio da Análise Temática. Este estudo demonstrou que tal experiência grupal favoreceu a aquisição de conhecimento; a conscientização da doença e adesão ao tratamento; a realização de mudanças positivas na vida; a possibilidade de ajudar outros portadores a se beneficiarem do aprendizado construído no grupo; a descoberta de outras realidades e estratégias de enfrentamento, obtidas por meio da troca de experiências entre os participantes.
Resumo:
A tuberculose persiste como desafio para a saúde pública. Inúmeros esforços são empreendidos para o controle da doença, sendo o tratamento e o acesso do doente aos serviços de saúde entraves para a sua cura. Este artigo tem como objetivo analisar a satisfação dos doentes de tuberculose com relação aos serviços que atuam no controle da tuberculose. Trata-se de um estudo epidemiológico, do tipo inquérito prospectivo, com abordagem quantitativa e qualitativa. Os dados foram coletados por meio de um questionário semi-estruturado. Participaram do estudo 77 doentes. Os dados quantitativos apresentaram avaliação positiva e os qualitativos permitiram compreender a vivência dos doentes quanto ao acesso e tratamento. Aspectos como critérios para a realização do Tratamento Diretamente Observado e proximidade do serviço à moradia do doente influenciam na satisfação, o que leva à necessidade de reorganização dos serviços de saúde para que eles propiciem uma atenção adequada aos doentes de TB.
Resumo:
Este estudo descritivo, transversal, censitário, identificou Burnout e alguns fatores associados entre enfermeiros da assistência pediátrica e tocoginecológica de hospital geral do nível terciário de atenção do Recife (PE). Participaram 63 profissionais (98,4% do total) que responderam a um questionário auto-aplicável (aspectos sócio-demográficos, condições laborais e Maslach Burnout Inventory). Na análise utilizou-se qui-quadrado, com nível de confiança de 95%. Predominou o gênero feminino (92,1%), com até cinco anos de profissão (68,2%), sendo 52,5% da área pediátrica. Constataram-se altos níveis de exaustão emocional (49,2%) e despersonalização (27,0%) e baixo nível de realização profissional (4,8%), estando 4,7% com Burnout. Mostraram associação: alto nível de exaustão emocional e realizar frequentemente/sempre tarefas com muita rapidez (p=0,039) e receber salário incompatível com o esforço empregado (p=0,016); altos níveis de despersonalização e ter até cinco anos de profissão (p=0,010) e efetuar frequentemente/sempre tarefas com muita rapidez (p=0,009). Para 19,0% pelo menos duas das três dimensões apontavam alta propensão à síndrome.
Resumo:
Objetivou-se caracterizar as práticas de promoção ao aleitamento materno desenvolvidas pelos profissionais de enfermagem da Estratégia de Saúde da Família e analisar a correlação entre seu conhecimento sobre aleitamento materno e a frequência com que realizavam orientações sobre o tema nesses momentos. Trata-se de estudo observacional, transversal, descritivo e exploratório desenvolvido nas unidades de saúde da família do município de Uberaba-MG, com 85 profissionais de enfermagem, por meio de dois questionários. Na análise, utilizaram-se distribuição de frequências e análise de correlação de Spearman. A maioria dos profissionais afirmou que, frequentemente, abordava o aleitamento materno nas atividades práticas investigadas. Entretanto, houve uma fraca correlação entre a frequência dessa abordagem e a média de acertos no teste de conhecimento. As declarações dos profissionais de enfermagem indicam que as orientações sobre aleitamento materno eram feitas independentemente do conhecimento que possuíam sobre o tema.
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Este estudo teve como objetivo descrever a população de profissionais do sexo, considerando características sociodemográficas, antecedentes gineco-obstétricos e comportamentais, e verificar a associação com a presença de doença sexualmente transmissível. Trata-se de estudo epidemiológico e transversal, realizado com 102 mulheres profissionais do sexo. Os dados foram obtidos por meio de entrevista e exames padrão-ouro para diagnóstico das doenças de interesse. A média de idade das mulheres foi de 26,1 anos, sendo que a maioria tinha nove ou mais anos de aprovação escolar, era solteira e teve coitarca antes dos 15 anos. A prática de sexo oral nos parceiros foi citada por 90,2% das mulheres, 99% delas relataram fazer uso de preservativo no trabalho, apenas 26,3% com parceiros fixos e 42,2% usavam drogas ilícitas. Não houve associação entre fatores sociodemográficos, antecedentes gineco-obstétricos e fatores comportamentais com presença de doença sexualmente transmissível e isso pode ser decorrente da escolaridade e do fato da população estudada possuir características muito semelhantes, dificultando o aparecimento de tais associações.
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Pesquisa fundamentada na fenomenologia de Martin Heidegger que objetivou compreender as necessidades de cuidados das mulheres infectadas pelo Papilomavírus Humanos. Participaram catorze mulheres que haviam recebido o diagnóstico dessa infecção. As questões norteadoras foram: como é, para você, estar com este diagnóstico? Conte-me sua experiência, desde que soube do diagnóstico até hoje. Como está sendo a assistência que você tem recebido? O desvelamento do tema - buscando o cuidado como solicitude - mostrou a importância do suporte dos familiares e de amigos. A presença da infecção como motivo de conflitos e separação conjugal foi outro aspecto ressaltado. Os depoimentos deixam em evidência a resignação após a tentativa frustrada de busca por informações precisas e esclarecedoras para a tomada de decisões assertivas. As ações de saúde à mulher infectada necessitam ultrapassar os modelos tradicionais de cuidado, incluindo ações de promoção e prevenção à saúde, com profissionais capacitados, sensíveis à dimensão subjetiva.
Resumo:
Este estudo objetivou avaliar o acesso ao tratamento das pessoas com tuberculose tanto coinfectadas ou não pelo Vírus da Imunodeficiência Humana (HIV). Trata-se de estudo transversal - com utilização do instrumento Primary Care Assessment Tool aplicado a 95 pessoas - que abordou questões sobre o acesso ao tratamento em município do interior paulista. Para avaliação do acesso ao tratamento, utilizou-se o teste t de Student. Os escores médios das variáveis foram analisados individualmente e comparados entre os dois grupos (pessoas com TB e coinfectadas com HIV e pessoas com TB não coinfectadas pelo HIV). Os escores médios mostraram que as coinfectadas pelo HIV apresentaram maiores dificuldades na obtenção do acesso do que as não coinfectadas. Os profissionais visitavam mais vezes as coinfectadas quando comparadas às não coinfectadas; as coinfectadas quase nunca realizavam o tratamento da doença em posto de saúde perto de sua residência. Há, portanto, necessidade de maior integração e comunicação entre os Programas de Tuberculose e DST/aids.
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Este estudo teve como objetivo identificar e comparar a prevalência da síndrome metabólica entre hipertensos e normotensos. Os aspectos adotados para a definição de síndrome metabólica foram os definidos pelo National Cholesterol Education Program/Adults Treatment Painel (NCEP-ATP III). Os dados referentes aos perfis clínicos e bioquímicos foram processados no programa SPSS para cálculo de frequências absolutas e porcentagens. Utilizou-se o teste t de Student para comparações das médias, sendo as diferenças consideradas estatisticamente significantes para p<0,05. A amostra foi composta por 93 participantes normotensos e 168 hipertensos. Identificou-se a presença de síndrome metabólica em 60,7% dos hipertensos e 18,3% dos normotensos. Os portadores de hipertensão arterial apresentam diferença significante nos valores de pressão arterial (p<0,001), circunferência abdominal (p<0,001), glicemia (p<0,05) e triglicérides plasmáticos (p<0,05). A frequência dos riscos cardiometabólicos associados à síndrome metabólica é maior na presença de doença hipertensiva.
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Esta reflexão teve como objetivo compreender a Epidemiologia como referencial teórico-metodológico para a prática da Enfermagem em Saúde Coletiva. O método de pesquisa foi uma investigação bibliográfica, com a análise de artigos e livros de estudiosos que apontam as possibilidades e limites das Epidemiologias clássica, social e crítica, com intuito de aproximar suas concepções à prática do enfermeiro. Discute-se que a articulação dos conhecimentos advindos das supracitadas visões de Epidemiologia possibilita a construção de intervenções de Enfermagem para a transformação de realidades de saúde. A Epidemiologia Crítica ampara-se no reconhecimento dos processos protetores e de desgastes determinantes do processo saúde-doença vividos por grupos de classes sociais distintas. Assim, cabe ao enfermeiro planejar a intervenção em saúde para além do adoecimento identificado, propondo intervenções comprometidas com a mudança de processos históricos e sociais, nas dimensões singular, particular ou estrutural, que acabam por determinar o processo saúde-doença em indivíduos ou grupos.
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Estudo qualitativo com abordagem da fenomenologia social que objetivou a compreensão da vivência da mulher idosa, suas necessidades de cuidado e expectativas nesse período da vida. Participaram nove mulheres, cujos depoimentos foram obtidos de fevereiro a maio de 2011, por meio de entrevista semiestruturada. A mulher idosa refere limitações de ordem física, mental e social, e valoriza a preservação de sua autonomia nas atividades diárias e no cuidado consigo mesma. Refere a família como suporte fundamental e tem expectativas e necessidades de se manter saudável, da busca pelo lazer e de ter melhor acesso aos serviços de saúde para receber informações e atendimento qualificado. Nessa fase, a ausência de perspectivas relaciona-se à perda de pessoas significativas e da saúde. Este estudo revelou facetas da vivência da mulher idosa, suscitando novas investigações e a adequação do ensino, prática e gestão às reais necessidades dessa mulher.
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Estudo descritivo, de corte transversal e correlacional, que objetivou avaliar as competências de idosos com diabetes para o autocuidado, por meio da utilização da Escala para Identificação da Competência do Diabético para o Autocuidado, e os fatores pessoais associados ao resultado. A população do estudo foi composta por idosos cadastrados nas unidades básicas de saúde de Fortaleza, CE, Brasil. Da amostra, apenas 6% dos idosos foram considerados competentes para o autocuidado em diabetes e os fatores que se destacaram como influenciadores de baixa pontuação foram a baixa escolaridade e a diminuição da acuidade visual. Conforme os resultados, devido ao reduzido número de idosos considerados competentes para a prática do autocuidado, verifica-se a importância do desenvolvimento de ações de promoção da saúde direcionados para essa parcela da população, devendo-se estimular a prática do autocuidado, bem como avaliar as competências para execução da mesma, de modo a facilitar o direcionamento de ações de saúde.
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Este estudo objetivou desvelar a forma da comunicação do coordenador de grupos socioeducativos na Saúde da Família. Pesquisa qualitativa, descritiva e exploratória desenvolvida com 25 coordenadores de grupos distribuídos em oito unidades básicas de saúde de Belo Horizonte, Brasil. Para coleta de dados, utilizou-se a observação não participante e a entrevista semiestruturada com os coordenadores. O estudo teve como marco teórico as concepções de Bakhtin e referenciais sobre comunicação e saúde. As informações coletadas mostram que a tríade corpo, saúde e doença é comunicada nos grupos por diferentes canais e em níveis diversificados de discurso. Conclui-se que há necessidade do coordenador valer-se de uma abordagem que valoriza a expressão do participante, não estritamente da saúde em sua dimensão física, mas da vida de cada um, buscando diferentes formas de comunicação para efetivar a ação educativa dialógica e os espaços de interação nos grupos.
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Estudo exploratório, descritivo, comparativo, com abordagem quantitativa, cujo objetivo foi comparar o conhecimento de estudantes do ensino médio de duas escolas estaduais públicas de Peruíbe, SP, Brasil, sobre o Vírus da Imunodeficiência Humana (HIV) e da Síndrome da Imunodeficiência Adquirida (aids), nos anos de 1999 e 2010. Nos dois anos, na população estudada predominaram estudantes do sexo feminino, menores de 18 anos, solteiros e de cor branca. Foi encontrada diferença estatisticamente significativa quanto ao conhecimento sobre HIV/aids entre os grupos estudados. Verificou-se que mesmo havendo intervalo de dez anos entre os estudos, os dois grupos de estudantes não se consideraram vulneráveis ao HIV e apresentaram dúvidas quanto ao conhecimento correto sobre o tema, o que indica a necessidade de sua abordagem contínua com adolescentes jovens.