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OBJETIVO Analisar o padrão de atividade física de gestantes de baixo risco e os fatores associados. MÉTODOS Estudo transversal com 256 gestantes adultas no segundo trimestre gestacional, sorteadas dentre as assistidas pelas unidades de atenção primária à saúde do município de Botucatu, SP, em 2010. As atividades físicas foram investigadas por meio do “pregnancy physical activity questionnaire”, verificando-se tempo e intensidade de atividades ocupacionais, de deslocamento, domésticas e de lazer, expressos em equivalentes metabólicos dia. As gestantes foram classificadas segundo nível de atividade e em relação a atingir 150 min/semana de atividades físicas de lazer, variáveis dependentes do estudo. A associação entre essas variáveis e as socioeconômicas, características maternas, fatores comportamentais e modelo de atenção da unidade de saúde foi avaliada mediante modelos de regressão de Poisson com variância robusta, adotando-se modelo hierárquico. RESULTADOS A maior parte das gestantes era insuficientemente ativa (77,7%), 12,5% moderadamente ativa e 9,8% vigorosamente ativa. Os maiores gastos diários de energia foram com atividades domésticas, seguidas pelas atividades de locomoção; 10,2% atingiram a recomendação de 150 min semanais de atividades físicas de lazer. Trabalho fora de casa reduziu a chance de atingir essa recomendação (RP = 0,39, IC95% 0,16;0,93). Ter tido pelo menos um parto anterior (RP = 0,87, IC95% 0,77;0,99) e excesso ponderal pré-gestacional (RP = 0,85, IC95% 0,731;0,99) reduziram a chance de ser insuficientemente ativa, enquanto consumir menos alimentos saudáveis teve aumento discreto (RP = 1,18, IC95% 1,02;1,36). CONCLUSÕES Gestantes assistidas na atenção primária à saúde são insuficientemente ativas. Ter tido pelo menos um parto e apresentar sobrepeso pré-gestacional foram identificados como fatores protetores contra tal situação, enquanto consumo menos frequente de alimentos saudáveis foi fator de risco, sugerindo aglomeração de fatores de risco à saúde.
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OBJETIVO Compreender características da organização, das condições de trabalho e das vivências subjetivas relacionadas ao trabalhar de dois núcleos de apoio à saúde da família. MÉTODOS Estudo de caso realizado entre 2011 e 2012 em dois núcleos de apoio à saúde da família de São Paulo, SP. Para coleta e análise dos dados, utilizaram-se referenciais teórico-metodológicos da ergonomia e da psicodinâmica do trabalho pautados, respectivamente, na análise ergonômica do trabalho, desenvolvida a partir de observações abertas de diversas tarefas e de entrevistas e na ação em Psicodinâmica do Trabalho, realizada por meio de grupos de reflexão sobre o trabalho. RESULTADOS O trabalho dos Núcleos de Apoio à Saúde da Família estudados era constituído a partir de ações diversificadas e complexas devendo ser compartilhado entre profissionais e equipes envolvidas. Eram utilizadas ferramentas tecnológicas inovadoras, pouco adotadas pelos profissionais da atenção primária em saúde, e os parâmetros e instrumentos de produtividade não davam conta da especificidade e complexidade do trabalho realizado. Tais situações exigiam rearranjos organizacionais constantes, sobretudo entre os Núcleos de Apoio e as Equipes de Saúde da Família, provocando dificuldades na realização do trabalho e na própria constituição identitária dos profissionais estudados. CONCLUSÕES Procurou-se dar maior visibilidade aos processos de trabalho do Núcleo de Apoio à Saúde da Família de forma a contribuir para avanços da política pública de atenção primária à saúde. A introdução de mudanças no trabalho é antes de tudo um compromisso que deve ser permanente e contemplar todos os atores envolvidos.
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OBJETIVO Estimar a prevalência de nascimentos pré-termo por faixas de peso ao nascer e obter uma equação para correção de estimativas. MÉTODOS Revisão sistemática da literatura nacional, de 1990 a 2012, para identificar estudos com coleta primária de informações sobre peso ao nascer e idade gestacional. Foram selecionados 12 que contribuíram com tabulações da prevalência de nascimentos pré-termo para faixas de 100 g de peso ao nascer. Os resultados desses estudos foram combinados pelo método de polinômios fracionais, sendo obtidas curvas separadas para meninos e meninas, comparadas com os resultados do Sistema de Informações sobre Nascidos Vivos para os anos 2000, 2005, 2010 e 2011. RESULTADOS As estimativas da prevalência de nascimentos pré-termo, obtidas a partir dos estudos primários, foram superiores às do Sistema de Informações sobre Nascidos Vivos para praticamente todas as faixas de peso ao nascer. A prevalência relatada pelo Sistema de Informações sobre Nascidos Vivos foi de 7,1% em 2010, cerca de 38% menor do que a estimativa de 11,7% obtida com a equação de correção. CONCLUSÕES Os dados do Sistema de Informações sobre Nascidos Vivos quanto à prevalência de nascimento pré-termo não refletem a verdadeira dimensão da prematuridade no Brasil. Assim sendo, para sua utilização, será necessária a aplicação do fator de correção, conforme proposto.
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OBJETIVO : Analisar a adesão ao Guia Alimentar para População Brasileira. MÉTODOS : Amostra composta por participantes do Inquérito de Saúde de São Paulo (n = 1.661) que preencheram dois recordatórios de 24 horas. Foi utilizado modelo bivariado de efeito misto para a razão entre o consumo de energia do grupo de alimentos e o consumo calórico total. A razão estimada foi utilizada para calcular o percentual de indivíduos com consumo abaixo ou acima da recomendação. RESULTADOS : Pelo menos 80,0% da população consome abaixo do recomendado para: leite e derivados; frutas e sucos de frutas; e cereais, tubérculos e raízes; aproximadamente 60,0% para legumes e verduras; 30,0% para feijões; e 8,0% para carnes e ovos. Adolescentes apresentaram a maior inadequação para legumes e verduras (90,0%), e o estrato de maior renda foi associado à menor inadequação para óleos, gorduras e sementes oleaginosas (57,0%). CONCLUSÕES : Foi observado consumo inadequado dos grupos de alimentos relacionados com aumento do risco de doenças crônicas.
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OBJETIVO : Estimar a prevalência de dificuldade de adultos na mastigação, segundo sexo, e analisar os fatores associados. MÉTODOS : Estudo transversal de base populacional com adultos de 20 a 59 anos de idade (n = 2.016), de Florianópolis, SC, em 2009, por meio de amostragem em dois estágios, setores censitários e domicílios. A dificuldade na mastigação foi investigada por meio de pergunta sobre dificuldade de mastigação devida a problemas com os dentes ou dentadura. Analisaram-se os fatores demográficos, socioeconômicos, utilização dos serviços de saúde para consulta odontológica e condição bucal autorreferida. Foi realizada regressão logística multivariável, estratificada por sexo. RESULTADOS : A taxa de resposta foi de 85,3% (n = 1.720). A prevalência de dificuldade na mastigação foi de 13,0% (IC95% 10,3;15,8) e 18,0% (IC95% 14,6;21,3) em homens e em mulheres, respectivamente. Mulheres e homens com 50 anos ou mais, aqueles com dez dentes naturais ou menos e os que manifestaram dor dentária tiveram mais chance de apresentar dificuldade na mastigação. O efeito conjunto da perda e da dor na dificuldade na mastigação foi cerca de quatro vezes maior entre as mulheres. CONCLUSÕES : A magnitude das associações entre variáveis socioeconômicas, demográficas e de condição bucal autorreferidas foi diferente para homens e mulheres, em geral maiores para as mulheres, destacando-se a dor dentária. Os resultados sugerem que o impacto das condições bucais varia segundo o sexo.
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OBJETIVO : Analisar a associação entre ser beneficiário do Programa Bolsa Família e condições de saúde bucal entre escolares. MÉTODOS : Estudo transversal com 1.107 escolares entre oito e 12 anos de idade, provenientes de 20 escolas públicas e particulares da cidade de Pelotas, RS, em 2010. Os beneficiários do Programa Bolsa Família foram verificados por meio de lista fornecida pelas escolas participantes do estudo. Informações demográficas, socioeconômicas, de uso de serviço odontológico e de higiene bucal foram obtidas por meio de questionários respondidos pelos escolares e por seus pais. O exame clínico avaliou a presença de placa dental e experiência de cárie. Os dados foram analisados por meio dos testes do Qui-quadrado e Qui-quadrado de tendência linear e por regressão de Poisson (razão de prevalência; intervalo de confiança de 95%). RESULTADOS : Crianças de família não nuclear, que apresentavam CPOD ≥ 1 e que nunca haviam feito uso de serviço odontológico na vida estiveram associadas ao recebimento do Programa Bolsa Família. O modelo final mostrou que a prevalência de cárie foi duas vezes maior (RP 2,00; IC95% 1,47;2,69) em alunos beneficiários do Programa que também apresentaram maior severidade da doença, quando comparados aos alunos de escolas particulares (RM 1,53; IC95% 1,18;2,00). A prevalência de escolares que nunca haviam ido ao dentista foi mais de seis vezes maior em beneficiários do Programa Bolsa Família (RP 6,18; IC95% 3,07;12,45), em comparação com aqueles das escolas privadas, após ajustes. CONCLUSÕES : Escolares beneficiários do Programa Bolsa Família possuem maior carga de cárie e são os que menos acessam os serviços odontológicos. Esses achados sugerem a necessidade de incorporação da saúde bucal nas condicionalidades do Programa Bolsa Família.
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OBJETIVO : Analisar fatores associados à baixa adesão ao tratamento medicamentoso em idosos. MÉTODOS : Estudo transversal de base populacional, com amostra representativa de 1.593 indivíduos com 60 anos ou mais, residentes na região urbana de Bagé, RS, em 2008. A amostragem foi realizada em múltiplos estágios. Os dados foram coletados em entrevistas individuais nos domicílios. Analisou-se a associação entre a baixa adesão referida ao tratamento medicamentoso mensurado pelo Brief Medication Questionnaire (BMQ) e fatores demográficos, socioeconômicos, comportamentais e de saúde, assistência e prescrição. Foi utilizado modelo de regressão de Poisson para estimar as razões de prevalência bruta e ajustada, os respectivos intervalos de confiança de 95% e p-valor (teste de Wald). RESULTADOS : Cerca de 78,0% dos indivíduos referiram ter usado algum medicamento nos sete dias precedentes à entrevista. Desses, cerca de 1 / 3 foram considerados com baixa adesão ao tratamento. Os fatores significativamente associados à baixa adesão foram: idade (65 a 74 anos), não ter plano de saúde, ter que comprar (totalmente ou em parte) os seus medicamentos, ter três ou mais morbidades, possuir incapacidade instrumental para a vida diária e usar três ou mais medicamentos. CONCLUSÕES : A utilização elevada de medicamentos, decorrente da alta prevalência de doenças crônico-degenerativas em idosos, e o acesso ao tratamento devem ser considerados pelos profissionais de saúde para adoção de estratégias que visem diminuir a baixa adesão ao tratamento, aumentando a resolutividade terapêutica e a qualidade de vida desses pacientes.
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Dissertação apresentada à Escola Superior de Comunicação Social como parte dos requisitos para obtenção de grau de mestre em Gestão Estratégica das Relações Públicas.
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OBJETIVO: Analisar problemas éticos no desenvolvimento das atividades da Pesquisa Nacional de Saúde Bucal – SBBrasil 2010. MÉTODOS: Realizou-se estudo descritivo, qualitativo, na modalidade estudo de caso, sob a perspectiva da ética da responsabilidade. Foram entrevistados, individualmente, mediante roteiro semiestruturado, informantes-chave (n = 14), no Distrito Federal e em 11 estados. Os participantes desta pesquisa integraram o Grupo Gestor ou o Comitê Técnico Assessor do Ministério da Saúde, incumbidos do planejamento e execução do SBBrasil 2010, e dois coordenadores, um estadual, outro municipal. Os resultados estão expressos como discurso do sujeito coletivo. Informação complementar sobre conteúdos de entrevistas para esclarecer menções e compreender fatos e contextos foi obtida dos participantes. RESULTADOS: Foram identificadas as seguintes ideias centrais: as equipes precisavam se sentir responsáveis pelo SBBrasil 2010; a fabricação de dados comprometeu o CPOD (dentes permanentes cariados, perdidos e restaurados) de alguns locais; a não adesão ao protocolo para o trabalho de campo como problema moral. Na apuração dos dados do SBBrasil 2010 verificou-se que uma capital apresentava o índice de cárie aos 12 anos com média muito acima da expectativa para o local. A decomposição do banco de dados permitiu detectar indícios sólidos de erro de registro para dois examinadores, indicando que houve falha na etapa de treinamento e calibração, ou fabricação de dados, ou ambos. CONCLUSÕES: A conduta anômala desses examinadores foi detectada oportunamente e o trabalho de campo refeito. Porém, sob o prisma da ética da responsabilidade, houve infração, na dimensão da responsabilidade individual, cujos efeitos atingiram todos os pesquisadores envolvidos, colocando em risco a credibilidade da pesquisa.
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OBJETIVO: Estimar a prevalência e gravidade de cárie em crianças brasileiras e sua associação com fatores individuais e contextuais. MÉTODOS: Foram utilizados os dados da Pesquisa Nacional de Saúde Bucal (SBBrasil 2010), em uma amostra de 7.247 crianças de 12 anos. Os dados foram coletados por meio de exames clínicos e entrevistas. As variáveis dependentes foram as prevalências de cárie (dentes permanentes cariados, perdidos ou obturados [CPOD] ≥ 1 e CPOD ≥ 4). Foram realizadas análises bivariadas (teste de Rao-Scott) e multinível (regressão de Poisson). As variáveis individuais foram sociodemográficas, condição periodontal e relato de incômodo ao escovar os dentes. Os fatores contextuais foram a presença de água fluoretada, a porcentagem de domicílios ligados à rede de abastecimento de água e a renda mediana do município. RESULTADOS: A prevalência de CPOD ≥ 1 foi 56,0%. O CPOD médio foi igual a 2,04 (IC95% 1,76;2,31) e 22,2% das crianças tinham CPOD ≥ 4. A experiência de cárie foi significantemente mais elevada em crianças de cor de pele preta, parda e amarela; em famílias com renda mais baixa; em crianças com cálculo dentário ou sangramento gengival; e naquelas que relataram incômodo ao escovar. Viver em cidades sem água fluoretada, com menor cobertura da rede de abastecimento de água e com renda mediana baixa foram fatores contextuais associados à doença. CONCLUSÕES: A prevalência de cárie em crianças brasileiras de 12 anos foi baixa, de acordo com os critérios da Organização Mundial da Saúde. Houve significantes desigualdades geográficas e socioeconômicas nos níveis da doença.
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OBJETIVO: Estimar a prevalência de cárie dentária e necessidades de tratamento em crianças de 12 anos e adolescentes. MÉTODOS: Estudo transversal com base nos resultados dos levantamentos epidemiológicos Condições de Saúde Bucal no Estado de São Paulo em 2002 e Pesquisa Nacional de Saúde Bucal (SBBrasil) 2010. Foram analisados os dados secundários de 5.782 crianças (2002) de 12 anos e outras 369 (2010); e para a faixa de 15 a 19 anos foram analisados 880 jovens (2002) e 300 jovens em 2010. A experiência de cárie foi avaliada pelo índice CPOD (dentes cariados, perdidos e obturados) e foram verificadas as necessidades de tratamento odontológico segundo os critérios propostos pela Organização Mundial da Saúde. O índice Significant Caries Index foi empregado para medir a severidade da cárie no terço do grupo que apresentou maior prevalência da doença. Para a análise dos resultados utilizaram-se os testes de Qui-quadrado e Mann-Whitney, com nível de 5% de significância. RESULTADOS: Houve diminuição de 39,3 pontos percentuais no índice CPOD aos 12 anos (p < 0,001) e de 41,1 pontos percentuais nos adolescentes (p < 0,001) entre 2002 e 2010, e aumento de aproximadamente 161,0 pontos percentuais e 303,0 pontos percentuais no grupo livres de cárie, respectivamente. A porcentagem de dentes restaurados diminuiu nos dois grupos etários, mas a prevalência de dentes cariados não se alterou para o grupo de alta experiência de cárie. No grupo de baixa experiência de cárie ocorreu diminuição do componente perdido para os adolescentes e aumento do componente cariado aos 12 anos e adolescentes. Houve aumento da necessidade de tratamento endodôntico no grupo total e no de alta experiência de cárie aos 12 anos; e entre os adolescentes a necessidade de restauração de duas ou mais faces diminuiu no grupo todo e também no de baixa experiência. CONCLUSÕES: A diminuição da necessidade de tratamento de baixa complexidade entre adolescentes sugere que as ações de promoção e prevenção estão afetando positivamente esse grupo. Além disso, os dois levantamentos epidemiológicos no estado de São Paulo mostram melhorias na condição de saúde bucal dos grupos etários estudados e que se faz necessário o monitoramento direcionado também para o grupo de baixa experiência de cárie.
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OBJETIVO: Analisar a perda dentária com base em estimativas do número médio de dentes perdidos, prevalência de ausência de dentição funcional e edentulismo em adolescentes, adultos e idosos brasileiros, comparando-a com resultados de 2003. MÉTODOS: Os dados referem-se à Pesquisa Nacional de Saúde Bucal (SBBrasil 2010): adolescentes de 15 a 19 anos (n = 5.445), adultos entre 35 e 44 anos (n = 9.779) e idosos entre 65 e 74 anos (n = 7.619). O número de dentes perdidos, a prevalência de indivíduos sem dentição funcional (< 21 dentes naturais) e de edentulismo (perda total dos dentes) foram estimados para cada grupo etário, capitais e macrorregiões brasileiras. Foram realizadas análises de regressão logística (perdas dentárias) e de Poisson (ausência de dentição funcional e edentulismo) multivariáveis para identificar fatores socioeconômicos e demográficos associados a cada desfecho. RESULTADOS: A prevalência de perdas dentárias entre adolescentes foi de 17,4% (38,9% em 2002-3), variando de 8,1% entre os estratos de maior renda a quase 30% entre os menos escolarizados. Entre adolescentes, as mulheres, pardos e pretos, os de menor renda e escolaridade apresentaram maiores prevalências de perdas. Ausência de dentição funcional ocorreu em aproximadamente ¼ dos adultos, sendo superior nas mulheres, nos pretos e pardos, nos de menor renda e escolaridade. A média de dentes perdidos em adultos declinou de 13,5 em 2002-3 para 7,4 em 2010. Mais da metade da população idosa é edêntula (similar em 2002-3); maiores prevalências de edentulismo em idosos foram observadas em mulheres, nos de menores renda e escolaridade. A média de dentes perdidos em adolescentes variou de 0,1 (Curitiba e Vitória) a 1,2 (interior da região Norte). Entre adultos, a menor média encontrada foi 4,2 (Vitória) e a maior 13,6 (Rio Branco). CONCLUSÕES: Houve importante redução nas perdas dentárias em adolescentes e adultos em comparação com dados de 2003, mas não entre os idosos. As perdas dentárias apresentam marcadas desigualdades sociais e regionais.
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OBJETIVO: Avaliar a associação entre a utilização recente de serviços odontológicos, fatores socioeconômicos e condições de saúde bucal entre idosos no Brasil. MÉTODOS: A amostra foi composta pelos indivíduos de 65-74 anos (n = 6.702) que participaram da Pesquisa Nacional de Saúde Bucal em 2010 (SBBrasil 2010). A variável dependente foi a utilização recente de serviços odontológicos (última consulta há dois anos ou menos). As variáveis independentes foram: fatores sociodemográficos, medidas clínicas de saúde bucal e medida subjetiva de saúde bucal. A análise estatística foi feita por meio da descrição das medidas de frequência, análise bivariada e múltipla utilizando-se regressão de Poisson. RESULTADOS: Observou-se que 46,5% dos idosos foram ao dentista há dois anos ou menos. A partir da análise múltipla observou-se que a escolaridade, a renda e a macrorregião foram independentemente associadas ao desfecho. Indivíduos com zero a 20 dentes e necessidade de prótese apresentaram menor prevalência de consulta odontológica recente. Maiores prevalências de consulta recente foram observadas entre os indivíduos com necessidade de tratamento odontológico e usuários de prótese. CONCLUSÕES: A utilização recente de serviços odontológicos foi associada a fatores socioeconômicos (escolaridade, renda e macrorregião do País) e a medidas clínicas de saúde bucal (número de dentes, uso e necessidade de prótese e necessidade de tratamento).
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OBJETIVO: Identificar a autopercepção da saúde bucal por adultos e variáveis associadas. MÉTODOS: Estudo realizado com os dados da Pesquisa Nacional de Saúde Bucal SBBrasil 2010 relativos a 2.456 adultos de 35 a 44 anos da região Nordeste. A variável dependente foi a autopercepção da saúde bucal. As variáveis independentes foram agrupadas em: demográficas, predisposição/facilitação, condição de saúde bucal e relacionadas à autopercepção da necessidade de tratamento. O teste de Rao e Scott foi utilizado para avaliar a associação entre essas variáveis. O efeito das variáveis independentes sobre o desfecho foi avaliado pelo modelo de regressão logística multinominal segundo modelo hierarquizado, em duas etapas: análise simples e análise múltipla hierarquizada. RESULTADOS: A autopercepção positiva da saúde bucal foi observada em 37% dos participantes. No modelo final, as características diretamente associadas a essa autopercepção foram: ser branco, ter renda familiar superior a R$ 500,00, possuir número de bens acima da mediana, ter maior número de dentes hígidos, não apresentar sangramento, não necessitar de prótese, Oral Impacts on Daily Performances = 0, não necessitar de tratamento e ter ido ao dentista há menos de três anos. CONCLUSÕES: Os resultados mostram que a autopercepção da saúde bucal dos adultos residentes no Nordeste brasileiro está diretamente associada a uma estrutura multidimensional de fatores. As baixas condições econômicas associadas às condições clínicas deficientes dessa população causam grande impacto na sua autopercepção da saúde bucal.
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OBJETIVO: Descrever o padrão de distribuição das oclusopatias em adolescentes brasileiros e identificar fatores associados a esse agravo bucal. MÉTODOS: Foram analisados dados de 7.328 e 5.445 adolescentes de 12 e 15-19 anos, respectivamente, participantes da Pesquisa Nacional de Saúde Bucal (SBBrasil 2010). O desfecho foi oclusopatia muito grave segundo o índice de estética dental. As variáveis de exposição foram sexo, cor da pele, renda familiar mensal, número de bens, aglomeração no domicílio, cárie não tratada, perda dentária, uso, frequência e motivo da consulta odontológica. Foram conduzidas análises de regressão logística considerando a complexidade do desenho amostral, com base em modelo hierarquizado. RESULTADOS: Prevalência de oclusopatia muito grave foi observada em 6,5% e 9,1% nos jovens de 12 e 15-19 anos, respectivamente. Após análise ajustada, a chance do desfecho foi 1,59 (IC95% 1,08;2,34) vez maior nos pardos e pretos em relação aos brancos e 2,66 (IC95% 1,26;5,63) vezes maior dentre aqueles com perda de pelo menos um primeiro molar aos 12 anos. Jovens de 15-19 anos cuja renda familiar mensal foi de até R$ 1.500,00 (OR 2,69 [IC95% 1,62;4,47]) e aqueles que consultaram o dentista para tratamento (OR 2,59 [IC95% 2,55;4,34]) apresentaram maior chance de oclusopatia muito grave quando comparados aos de maior renda e que procuraram o dentista para prevenção. CONCLUSÕES: A distribuição das oclusopatias em adolescentes brasileiros segue o padrão de iniquidade social de outros agravos à saúde. Essas informações são úteis para a formulação de critérios relacionados tanto com a distribuição e provisão de recursos quanto com as prioridades de tratamento ortodôntico fundamentados no princípio da equidade da atenção à saúde bucal.