1000 resultados para violência psicológica conjugal
Resumo:
INTRODUO: A Organizao Mundial da Sade (OMS) e o Ministrio da Sade (MS) brasileiro definem violência como fenmeno multicausal, de mltiplas manifestaes, cujas consequncias afetam tambm o setor da sade. OBJETIVOS: Identificar concepes dos profissionais de uma Unidade Bsica de Sade (UBS) sobre violência. MTODOS: A metodologia desenvolvida foi qualitativa, identificando-se as representaes sociais sobre violência. Realizaram-se 17 entrevistas semiestruturadas, audiogravadas, cujo contedo foi analisado pela identificao de ncleos recorrentes nas falas dos sujeitos. RESULTADOS: Independentemente da formao, os profissionais reconheceram a pluralidade da violência, destacando suas manifestaes, revelando, porm, despreparo para sua abordagem, reflexo da formao fundamentalmente biomdica. A violência, nessa comunidade, subnotificada, pois a populao intimidada pelo problema, e o profissional no consegue abord-lo. CONCLUSO: A violência subnotificada nessa localidade representa um microcosmo das fragilidades do sistema de sade na capacitao de profissionais e assistncia multidisciplinar, justificando a insero da temtica da violência na agenda da sade pblica.
Resumo:
A violência entre parceiros ntimos um problema de sade pblica, mas, em geral, a integrao da ateno a esta complexa problemtica social insatisfatria na formao e na ateno em sade. Essa situao examinada neste artigo, com base em evidncias e questes levantadas na literatura. Nas experincias internacionais, constatou-se que a busca ativa dos casos nos servios priorizada, porm encontra dificuldades na institucionalizao das rotinas e sistematizao da capacitao desde a educao inicial. No contexto brasileiro, o pouco conhecimento sobre o assunto entre estudantes e profissionais de sade foi sinalizado, sendo que a incorporao da normatizao da assistncia violência sexual d visibilidade ao despreparo das equipes. As concluses ratificam limites da formao em sade baseada no modelo biomdico e do processo de trabalho centrado na figura do mdico. Recomenda-se a "problematizao" da VPI via processos de ensino-aprendizagem que valorizem saberes e experincias dos educandos e garantam espaos coletivos de discusso, com apoio da incorporao dos referenciais das Cincias Humanas e Sociais nos currculos mdicos e de mudanas na educao mdica orientadas pela integralidade e intersetorialidade das aes.
Resumo:
Durante a formao em Medicina, os alunos se deparam com casos de violência contra crianas, porm, quando no recebem orientao adequada, pode haver graves consequncias. O objetivo deste trabalho foi fazer um levantamento sobre a abordagem do tema Violência contra Crianas na graduao em Medicina da Universidade Federal Fluminense (UFF) e anlise da percepo dos alunos, mdicos e professores quanto a sua capacidade de lidar com o tema. Relatamos ainda a produo de recursos pedaggicos para disciplinas do curso a fim de contribuir para aperfeioar a formao mdica. Foram aplicados questionrios autoavaliativos a 120 estudantes, 10 residentes e 10 docentes. A anlise mostrou que os alunos declaram a abordagem do tema durante a formao, mas permanecem inseguros. Verificou-se tambm que alunos dos primeiros anos acreditam que at o final do curso estaro preparados para lidar com o tema, o que parece no ocorrer. Docentes de Pediatria relataram abordar o tema em aula, e somente residentes desta rea tiveram contato com casos e se consideraram seguros para agir. Os resultados indicam a necessidade de novas estratgias pedaggicas para formar mdicos capacitados para lidar com violência contra crianas.
Resumo:
A violência contra a mulher reconhecida como um problema de sade pblica pela magnitude de consequncias que provoca na vida e na sade das mulheres. Entretanto, a ateno dada ao problema no setor ineficaz em decorrncia da invisibilidade da violência nos servios de sade. preciso desvelar o problema nos servios e capacitar os profissionais por meio de novas tcnicas e novos saberes. Este estudo destaca o uso dos Serious Games (SG) para contribuir com a qualificao das prticas profissionais. Esses jogos so aplicaes digitais amplamente utilizadas em diferentes reas (sade, militar, educao) e que apresentam contedos pedaggicos de forma ldica e interativa. Um SG pode contribuir com a educao permanente de profissionais de sade quanto ateno violência de gnero com base na abordagem de conceitos tericos associados ao problema e sistematizados em um mapa conceitual. Observou-se que aes de capacitao quanto violência de gnero, alm de aspectos cognitivos da aprendizagem, abrangem aspectos afetivos, uma vez que envolvem mudana de concepes e prticas.
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Objetivos: Avaliar a Dimenso Psicológica da Qualidade de Vida (DPQV) dos estudantes de Medicina da Universidade Federal da Bahia, caracterizar a populao segundo variveis sociodemogrficas e epidemiolgicas, e identificar possveis fatores associados. Mtodo: Estudo transversal baseado em questionrio autoaplicvel com questes da DPQV propostas pela OMS, aplicado aos estudantes do primeiro ao oitavo semestre. Resultados: Os fatores relevantes de aumento da prevalncia de baixa DPQV foram: estar cursando o segundo ano; ser do sexo feminino; ser casado(a); morar com os pais versus morar sozinho ou com outras pessoas; renda familiar menor que 15 salrios mnimos ou no saber a renda familiar versus renda de mais de 15 salrios mnimos; ter escolhido cursar Medicina por motivos no relacionados aptido; no dispor de dinheiro suficiente para as necessidades cotidianas; no ter atividades extra-acadmicas prazerosas; insatisfao com o custo das refeies, a qualidade dos livros na biblioteca e a segurana no ambiente da faculdade; alimentao no saudvel; ingerir lcool versus nenhuma ingesto; e fazer ou ter feito uso de drogas ilcitas. Concluso: Os resultados sugerem influncia do curso de Medicina na DPQV.
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Objetivo: avaliar, numa populao brasileira, a possvel associao entre histria de violência sexual e algumas das queixas ginecolgicas referidas com maior freqncia pelas mulheres. Mtodos: anlise secundria de dados de um estudo do tipo transversal retrospectivo em que foram entrevistadas, em seus domiclios, 1.838 mulheres com 15 a 49 anos de idade, residentes em Campinas e Sumar, no Estado de So Paulo. Utilizou-se um questionrio estruturado e pr-testado, que permitiu caracterizar a histria de violência sexual das mulheres, a existncia de disfunes sexuais e a presena de sintomas ginecolgicos no ano anterior entrevista. As diferenas estatsticas foram avaliadas com o teste chi. Resultados: pouco mais de um tero (38,1%) das mulheres no relatou histria de violência sexual; 54,8% referiram que, alguma vez, tiveram relaes sexuais contra sua vontade, sem terem sido foradas a isto, embora 23% mencionaram algum tipo de constrangimento; 7,1% relataram j terem sido foradas a manter relaes. Verificou-se associao estatstica entre histria de violência sexual e a referncia a queixas ginecolgicas e a disfunes sexuais. Concluses: evidenciou-se que at formas menos agressivas de imposio da vontade masculina na vida sexual do casal associaram-se a uma maior prevalncia das queixas ginecolgicas mais freqentes. O ginecologista deve, portanto, ter em conta este fator etiolgico, excepcionalmente considerado no presente momento.
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Objetivo: analisar o seguimento de mulheres arrependidas que buscaram reverso da laqueadura tubrea em servio pblico. Mtodos: foi realizado estudo retrospectivo das causas do arrependimento e dos resultados do tratamento em cima da populao de mulheres com laqueadura tubrea atendida em Ambulatrio de Esterilidade Conjugal, no perodo de junho de 1983 a junho de 1998. A anlise dos dados foi descritiva. Resultados: entre as 147 mulheres que procuraram o servio, a maioria tinha idade entre 20 e 30 anos e 60% delas havia sido submetida laqueadura tubrea antes dos 25 anos de idade. Durante o acompanhamento, 54,4% das mulheres desistiram do tratamento, 15% foram desaconselhadas a seguir a investigao e somente 31 mulheres (21%) foram submetidas reanastomose tubrea. Quatorze mulheres engravidaram, e destas, nove (6,1%) tiveram gestaes a termo. Concluso: as mulheres que requerem laqueadura devem ser aconselhadas e esclarecidas sobre o carter definitivo do mtodo, tentando-se diminuir o arrependimento aps o procedimento.
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Objetivos: analisar as caractersticas sociodemogrficas das mulheres vtimas de violência sexual, avaliar a experincia sexual prvia, pesquisar a utilizao de mtodos anticoncepcionais por ocasio da violência e observar o perodo de tempo desde a agresso at o atendimento hospitalar. Mtodos: foram analisados os dados de 117 fichas pr-codificadas, de um total de 134 atendimentos. As fichas foram utilizadas no atendimento de mulheres vtimas de violência sexual na Maternidade do Hospital de Clnicas de Curitiba no perodo de agosto de 1998 at junho de 2000. Resultados: a idade das mulheres variou de 5 a 49 anos, sendo que a metade era de jovens, com at 19 anos. A maioria tinha segundo grau completo ou incompleto, 41 (41,0%) eram estudantes e 82 (82,0%) eram solteiras. Na anlise da experincia sexual prvia, constatou-se que cerca de um tero (32,4%) era virgem. Das mulheres que referiam ter vida sexual prvia, 35 (47,9%) usavam algum mtodo anticoncepcional quando da agresso. Houve variao de 2 horas a 2 meses em relao ao tempo decorrido desde a violência sexual at a procura por atendimento. Concluses: o nmero de mulheres vtimas de violência sexual evidencia a importncia de um atendimento especializado a estas pacientes. H tambm necessidade de este atendimento ser multidisciplinar, j que dentre as vtimas existem grupos que necessitam de ateno diferenciada, como por exemplo as crianas. O intervalo entre a violência sexual e a procura do servio pode ser considerado como indcio de que a populao deve ter acesso a mais informaes em relao preveno de gravidez e doenas sexualmente transmissveis, inclusive a infeco pelo HIV.
Resumo:
OBJETIVOS: determinar a prevalncia de violência fsica domstica sofrida por mulheres que tiveram o parto assistido em uma maternidade terciria do Nordeste do Brasil, estudar os principais fatores de risco associados e determinar os resultados perinatais. MTODOS: realizou-se estudo descritivo, tipo corte transversal, incluindo 420 mulheres que tiveram o parto assistido em maternidade terciria no Recife (Brasil), com fetos pesando mais que 500 gramas. Todas estas foram submetidas a entrevistas com questes abertas e fechadas. Determinou-se a prevalncia de violência fsica domstica. Realizou-se anlise estatstica usando os testes c de associao e exato de Fisher, considerando-se o nvel de significncia de 5%. A razo de prevalncia foi determinada como medida do risco relativo de violência. Realizou-se anlise de regresso logstica para clculo do risco ajustado de violência fsica. RESULTADOS: a prevalncia de violência fsica domstica foi de 13,1% (IC 95% = 10,1-16,6) e 7,4% (IC 95% = 5,2-10,2) antes e durante a gestao, respectivamente. O padro de violência alterou-se durante a gravidez, tendo cessado em 43,6%, diminudo em 27,3% e aumentado em 11% dos casos. Depois da anlise multivariada, as variveis que persistiram fortemente associadas com violência foram baixa escolaridade e histria familiar de violência da mulher, consumo de lcool e desemprego do parceiro. Entre os resultados perinatais, encontrou-se elevada freqncia de morte neonatal entre as vtimas de violência. CONCLUSES: encontrou-se elevada prevalncia de violência fsica domstica (cerca de 13%) entre as mulheres que tiveram o parto assistido em maternidade terciria do Nordeste do Brasil. Os principais fatores de risco associados foram baixa escolaridade e histria de violência na famlia da mulher, consumo de lcool e desemprego dos parceiros. A mortalidade neonatal foi elevada entre as vtimas de violência.
Resumo:
OBJETIVO: avaliar as caractersticas da violência sexual contra mulheres, os tipos de crimes sexuais e as leses corporais resultantes. METODOS: estudo descritivo baseado nas informaes de 102 pronturios de vtimas de violência sexual atendidas no Projeto Maria-Maria, de maro de 2002 a maro de 2003, que atendiam aos critrios de elegibilidade. Foram descritos as caractersticas da violência, os tipos de crime e as leses corporais sofridas. Para tabulao e anlise dos dados utilizou-se o programa Epi-Info, verso 6.04, para percentual simples e distribuio de freqncia. RESULTADOS: a idade das vtimas variou de 1 a 68 anos; 65,7% eram menores de 20 anos e uma em cada quatro tinham at nove anos de idade. A maioria era solteira (78,3%) e com baixa escolaridade (74,2%). O crime predominou no perodo noturno (64,7%), em local ermo com maior freqncia (39,2%), seguido da residncia da vtima (34,3%), e no local da abordagem (67,6%). Entre as vtimas adolescentes predominou perpetrador desconhecido, ao passo que as crianas foram vtimas exclusivamente de homens conhecidos. No caso de crianas menores de dez anos o atentado ao pudor foi o crime mais freqente (73,8%) e para as adolescentes, o estupro (66,4%). Os traumas corporais ocorreram em 76,7% dos casos, destacando-se os hematomas, edema vulvar e escoriaes. CONCLUSES: a violência sexual predominou em crianas e adolescentes, solteiras e com baixa escolaridade. A agresso ocorreu mais noite, por desconhecidos, em local ermo nas adolescentes e por conhecidos (vizinhos principalmente), nos domiclios, nas crianas. O estupro prevaleceu em maiores de dez anos e o atentado violento ao pudor nas crianas de um a nove anos, habitualmente associados a traumas genitais e corporais.
Resumo:
Violência sexual contra a mulher uma das expresses da violência baseada no gnero, que tem como origem o desequilbrio de poder existente entre homens e mulheres, com maior ou menor intensidade, em todos os pases do mundo. Atualmente reconhecida como um problema de direitos humanos pela ONU, incluindo a violência emocional, fsica e sexual. A prevalncia de violência sexual muito difcil de determinar, mas provavelmente afeta pelo menos um tero das mulheres alguma vez na vida. Tem variadas conseqncias sobre a sade fsica, mental e ginecolgica da mulher, as que dependem em grande parte do atendimento recebido logo aps a violência. Infelizmente, a maior parte dos servios de emergncia no esto preparados para prestar atendimento adequado. O atendimento deve ser multidisciplinar e incluir anamnese e exame clnico cuidadosos utilizando exames laboratoriais, tratamento das leses fsicas e da crise emocional, preveno da gravidez e de doenas de transmisso sexual, includos HIV/AIDS e com seguimento de pelo menos seis meses.