1000 resultados para Parque Estadual do Pau Furado (Uberlândia, MG)
Resumo:
O presente trabalho trata do estudo florístico da vegetação arbórea que ocorre ao longo de um trecho das margens do rio da Fazenda, localizado no Parque Estadual da Serra do Mar, Núcleo de Picinguaba, no litoral norte do estado de São Paulo, município de Ubatuba (44°48' W e 23°22' S). Para a realização do levantamento, foram alocadas 40 parcelas de 10 m x 10 m, ao longo de um trecho do rio, sendo amostrados todos indivíduos com perímetro à altura do peito maior ou igual a 20 cm (DAP = 6,36 cm). Os 673 indivíduos amostrados distribuíram-se entre 120 espécies, 83 gêneros e 37 famílias. Myrtaceae foi a família de maior riqueza, com 28 espécies, seguida por Fabaceae (11), Rubiaceae e Lauraceae (8 cada uma). Euterpe edulis Mart. (Arecaceae), Chrysophyllum flexuosum Mart. (Sapotaceae), Coussarea nodosa Müll. Arg. (Rubiaceae) e Sloanea guianensis Benth. (Elaeocarpaceae) foram as populações com maior número de indivíduos. O índice de diversidade de Shannon encontrado foi H' = 4,07 nats/indivíduo, mostrando a grande diversidade da vegetação na área de estudo. As informações obtidas neste trabalho ressaltam a alta complexidade da Floresta Pluvial Tropical da Encosta Atlântica ao longo de sua extensão e fornecem dados para estudos comparativos com outros trechos de Mata Atlântica ou mesmo com outras formações florestais.
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Hortia brasiliana Vand. (Rutaceae) é um arbusto comum em áreas de cerrado na região de Uberlândia, MG. Os indivíduos atingem de 0,5 a 2,0 m de altura e possuem flores de cor rósea e consistência coriácea, reunidas em densas inflorescências umbeliformes, terminais, com eixos resistentes. A antese ocorre ao longo do dia ou da noite e pode durar de 25 minutos a 3 horas, dependendo da temperatura. A flor é protândrica e produz ca. de 60 µl de néctar, cuja concentração de açúcares varia de 24 a 32%. A espécie é autocompatível. As flores são visitadas por seis espécies de aves Passeriformes das famílias Fringillidae, Thraupidae e Mimidae, que foram consideradas polinizadores efetivos. Este tipo de polinização por pássaros pousadores é inédita para o cerrado. Os pássaros visitavam as flores receptivas de 04:30h até 08:30 h, em busca de néctar, e após este horário eram expulsos pelas abelhas Trigona spinipes (Apidae). Os pássaros utilizavam a inflorescência como plataforma de pouso, visitando de 15 a 25 flores sem incursionar vôo, sendo que o tempo de permanência em dada planta dependia da chegada de outros indivíduos. Todas as espécies de aves apresentaram comportamento agonístico quando outros pássaros pousavam na mesma planta. Efetuavam a polinização ao contactarem o estigma com as partes do corpo em que estava aderido o pólen pegajoso. Entre as abelhas, Trigona spinipes, a mais freqüente, iniciava suas visitas às 08:30 h, permanecendo até 17:00 h. Estas abelhas permaneciam muito tempo numa inflorescência possibilitando, principalmente geitonogamia. Xylocopa aff. hirsutissima foi menos freqüente que Trigona spinipes, mas em razão do seu comportamento ao visitar a flor, contactando o estigma e a antera, e ao seu maior tamanho em relação a Trigona, foi considerada como polinizador adicional. Os demais grupos de visitantes (vespas, borboletas, moscas e formigas) foram considerados como pilhadores de néctar ou pólen, podendo ocasionalmente efetuar polinizações.
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Foram descritos aspectos morfológicos de plântulas de Cryptocarya moschata Nees, Ocotea catharinensis Mez e Endlicheria paniculata (Spreng.) MacBride em desenvolvimento, em condições naturais e em casa de vegetação, de material coletado no Parque Estadual de Carlos Botelho-SP (24º44' - 24º03'S e 47º46' - 48º10'W). C. moschata apresentou um padrão de desenvolvimento de plântulas diferente das demais, com pecíolos cotiledonares alongados e soldados na região hipocotilar, ausência de catáfilos, torção na região do hipocótilo, e emissão de um par de eófilos simultâneos. O. catharinensis e E. paniculata apresentaram plântulas com emissão simultânea de três a cinco eófilos espiralados, em média. Na natureza, as plântulas de C. moschata caracterizaram-se por permanecer latentes por períodos longos, até o surgimento de clareiras ou incidência maior de luz, evidenciado pela ausência de indivíduos jovens em condições de sub-bosque da mata. As plântulas de O. catharinensis se estabeleceram na sombra, independentemente da formação de clareiras para o seu desenvolvimento, apresentando inúmeros juvenis no sub-bosque. Para E. paniculata, houve indicações de que a espécie apresenta plasticidade alta, desenvolvendo-se tanto em condições sombreadas como a pleno sol, em áreas perturbadas de borda ou de grandes clareiras, podendo ser colonizadora de áreas degradadas.
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O presente estudo visou determinar os padrões fenológicos reprodutivos e vegetativos para espécies arbóreas da floresta superúmida de planície litorânea e relacionar os padrões observados com os fatores próximos (abióticos) e os evolutivos (bióticos). O estudo foi realizado no Parque Estadual da Serra do Mar, Núcleo Picinguaba, Ubatuba, SP (23°22'30"S; 44°46'-44°51'45"W). O clima da região é tropical chuvoso, com precipitação alta e bem distribuída ao longo do ano todo. Observações fenológicas foram realizadas mensalmente, de julho de 1993 a junho de 1994 em 290 indivíduos pertencentes a 46 espécies arbóreas. A fenofase queda de folhas não foi sazonal (teste Rayleigh não significativo), enquanto as demais fenofases foram pouco sazonais (teste Rayleigh significativo, mas com valores baixos de r). A floração e o brotamento foram mais intensos nos meses mais úmidos, de novembro a fevereiro, enquanto a frutificação ocorreu ao longo do ano todo. Cerca de 90% das espécies não são decíduas, com predomínio da dispersão por animais (87%). A floresta de planície mostrou padrões fenológicos pouco sazonais, bastante distintos dos observados para as florestas semidecíduas do interior do estado de São Paulo.
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Este estudo revisou as exsicatas depositadas no Herbário BHCB coletadas em dois fragmentos de Mata Atlântica de interior no Estado de Minas Gerais, Estação Biológica de Caratinga (EBC), município de Caratinga e Parque Estadual do Rio Doce (PERD), nos municípios de Marliéria, Timóteo e Dionísio. Foram encontradas 3366 exsicatas de 1048 espécies, agrupadas em 538 gêneros e 123 famílias. Na EBC há 513 espécies que não ocorrem no PERD, onde há 242 espécies que não ocorrem na EBC; 293 espécies ocorrem em ambas as áreas, com um coeficiente de similaridade de 64%. As cinco famílias com maior número de espécies foram Leguminosae (125), Rubiaceae (69), Asteraceae (51), Bignoniaceae (49) e Myrtaceae (39). A riqueza em espécies destes remanescentes de Mata Atlântica é superior às obtidas em estudos tanto em outras áreas da Mata Atlântica quanto na região amazônica.
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A study of the floral biology and the breeding system of Ferdinandusa speciosa Pohl (Rubiaceae) was carried out from March to September 1996 in Uberlândia, MG, central Brazil. This species is a shrub or small tree that occurs in swampy edges of gallery forests. The two studied populations flowered somewhat asynchronously from March to July. The tubular flowers are red, approximately 4.7 cm long and last for two days. They are protandrous and the pollen is available one day before the stigma becomes receptive. The beginning of anthesis and the opening of the stigmatic lips occur at dusk. The nectar is secreted during both the male and the female phases, with concentration of sugars greater in the male phase. The flowers are pollinated by two hummingbird species, Chlorostilbon aureoventris and Phaethornis pretrei. Ferdinandusa speciosa is a self-compatible, non-apomictic species, with low fruit production under natural conditions in the populations studied. No differences were found between fruit set of self- and cross-pollinated flowers, nor in the pollen tube growth rate in the pistils of these flowers. The seeds formed by cross-pollination are larger, heavier and show a higher percentage of germination than those formed by self-pollination, which indicates inbreeding depression. This result suggests that, although the species is self-compatible, cross-pollination may be advantageous.
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Dentre os jardins criados pelo homem, destaca-se o jardim botânico, que possui diversas funções: científica, educacional, social, estética, histórica e ecológica. O atual Jardim Botânico de São Paulo, fundado oficialmente em 1938, apresenta todas essas funções, mas o registro de sua história carecia de revisão e atualização. A história do Jardim Botânico está repleta de tentativas frustradas de implantação e de mudanças de local de instalação, sendo os dois mais importantes na sua história: o local que abrigou o primeiro Jardim Botânico de São Paulo, entre 1799 e 1838, onde está atualmente o Parque da Luz, e o local onde está desde 1928, no Parque Estadual das Fontes do Ipiranga (PEFI). Outros jardins botânicos de São Paulo no período de 1896 a 1928 foram: Horto Botânico da Cantareira, Horto Botânico Oswaldo Cruz e Horto Botânico do Museu Paulista. A história do Jardim Botânico de São Paulo está ligada à história do Instituto de Botânica, responsável por sua administração desde sua criação.
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Foi desenvolvido um estudo comparativo do comportamento fenológico de nove espécies arbóreas no Parque Estadual da Serra do Mar, Núcleo Picinguaba, Ubatuba, SP, em três formações florestais contíguas: floresta de restinga, floresta de planície e floresta de encosta. As observações foram realizadas de novembro/1994 a abril/1996. A intensidade dos eventos fenológicos foi estimada para cada indivíduo, utilizando uma escala de 0 a 4 com um intervalo de 25% entre cada classe. As espécies mantiveram os mesmos padrões fenológicos, independente da floresta, exceto duas delas (Guatteria australis St.Hill. e Didymopanax calvum Decne. & Planch.). A heterogeneidade dos padrões individuais, exibida por estas espécies, pode estar relacionada a diferenças estruturais entre as formações florestais amostradas, tais como a altura do dossel e umidade do solo.
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Copaifera langsdorffii Desf. é uma espécie da família Leguminosae, subfamília Caesalpinioideae, de ampla distribuição no Brasil. O estudo da biologia reprodutiva desta espécie foi realizado numa área de cerradão aberto para pastagem da Fazenda Capim Branco, Uberlândia, MG. A espécie floresce durante o período das chuvas e dispersa suas sementes na época seca. As flores são branco-esverdeadas, com cerca de 0,5 cm de diâmetro, fracamente zigomorfas e estão reunidas em inflorescência paniculada. Apresentam um forte odor adocicado e duram apenas um dia. A antese inicia-se por volta das 5:00 h. Os recursos oferecidos aos visitantes são pólen e néctar. Produzem pouco néctar (0,2 ml) com concentração média de 49% de equivalentes de sacarose. Os visitantes mais freqüentes foram as abelhas Apis mellifera, Scaptotrigona cf. depiles e Trigona spinipes. Os resultados das polinizações manuais e o índice de incompatibilidade (ISI) indicam que a espécie é auto-incompatível e não apomítica. No entanto, foram observados tubos polínicos crescendo até o ovário e penetrando os óvulos em flores autopolinizadas, sugerindo a ocorrência de fenômenos de auto-esterilidade de ação tardia ou depressão endogâmica. A baixa produção de frutos está relacionada à pequena conversão de flores em frutos e também à predação dos frutos.
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A biologia reprodutiva de Senna sylvestris foi estudada na Estação Ecológica do Panga (EEP), Uberlândia-MG e no distrito de Macaúbas, Patrocínio-MG. S. sylvestris é um arbusto com altura máxima de 5m e período de floração entre Janeiro e Abril. As flores são hermafroditas, zigomorfas, com corola de cor amarelo intenso, dispostas em inflorescências do tipo panícula. O estigma é do tipo úmido não papiloso e crateriforme, possuindo pêlos ao seu redor. As anteras são poricidas e o androceu é heterântero, com três estaminódios, quatro estames menores na porção superior da flor, dois estames maiores na porção inferior e entre eles um estame central com antera mais delgada. S. sylvestris é auto-estéril e não agamospérmica, com auto-esterilidade envolvendo fenômenos de ação tardia. Tubos polínicos de autopolinizações e polinizações cruzadas crescem e penetram os óvulos, mas frutos e sementes só se desenvolvem após polinizações cruzadas com anteras grandes. Os estames menores e o central de antera mais delgada, produzem pólen inviável. Estes estames servem apenas como pontos de fixação durante as visitas das abelhas. O pólen das anteras pequenas pode formar tubos polínicos, mas nenhum fruto resultou das polinizações com este tipo de pólen. Os principais visitantes e polinizadores são abelhas grandes Xylocopa brasilianorum, Oxaea flavescens, Bombus morio e espécies do gênero Centris que coletam pólen por vibração das anteras. Foram observadas diferenças na riqueza de espécies de abelhas entre as áreas e entre os anos de estudo. Menor número de polinizadores em Macaúbas pode ser explicado pelo maior grau de perturbação da vegetação. Entretanto diferenças na riqueza e no número de polinizadores não parecem explicar a produção natural de frutos, que foi baixa nas espécies estudadas.
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O gênero Palicourea Aubl. (Rubiaceae) é restrito aos neotrópicos e inclui aproximadamente 200 espécies de arbustos ou pequenas árvores, que produzem flores tubulares, coloridas e sem odor, dispostas em inflorescências paniculadas e polinizadas por beija-flores, sendo quase todas as espécies distílicas. Homostilia é uma condição rara no gênero. O objetivo do estudo foi caracterizar a biologia reprodutiva de Palicourea macrobotrys Ruiz & Pavon e sua biologia de polinização, avaliando o sistema reprodutivo. O estudo foi desenvolvido na Estação Ecológica do Panga, município de Uberlândia, MG (19°11'10" S e 48°24'35" W), entre os meses de maio de 2000 e maio de 2001. A espécie floresceu de dezembro a junho, e frutificou a partir de março; apresenta inflorescências com cerca de 60 flores hermafroditas, pentâmeras, isostêmones e homostílicas. A flor abre entre 5:00 e 7:00 h e dura cerca de 14 horas. O volume de néctar produzido é de 6,86 µL, com concentração média de açúcares de 18%. Os visitantes florais observados foram formigas, uma espécie de abelha, borboletas e beija-flores, principalmente no período da manhã, entre 7:00 e 12:00 h. O beija-flor Thalurania furcata foi considerado o principal polinizador devido ao seu comportamento na flor e freqüência de visitas. A espécie é autocompatível, sendo que os tubos polínicos atingem o ovário quatro horas após as autopolinizações e as polinizações cruzadas.
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Durante levantamento de Hyphomycetes decompositores do folhedo de Caesalpinia echinata Lam., plantadas na sede do Instituto de Botânica, Parque Estadual das Fontes do Ipiranga, município de São Paulo, SP, quatro espécies nunca antes isoladas no Brasil foram encontradas: Chaetendophragmia fasciata Castañeda, Henicospora minor P.M. Kirk & B. Sutton, Pseudodictyosporium wauense Matsushima e Sporidesmium filiferum Pirozynski. O presente trabalho contém descrição taxonômica, distribuição geográfica e comentários para cada uma delas.
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O estudo foi desenvolvido no Parque Estadual de Dois Irmãos, um fragmento de Floresta Atlântica, em Recife - PE, no período de maio/1998 a dezembro/2000. Sabicea cinerea é uma espécie lianescente encontrada na borda da mata, que produz flores por todo ano, com pico de floração na estação seca (setembro a fevereiro). Apresenta flores distílicas, actinomorfas, tubulosas, com pétalas brancas e antese iniciando por volta das 5:00 h, quando o néctar já está disponível; a produção de néctar estende-se até às 16:00 h. O volume médio diário de néctar foi de 8,0 µL e a concentração média de açúcares, de 24%, em ambos os morfos florais. As flores brevistilas possuem a corola e os grãos de pólen maiores em relação às flores longistilas, não havendo, entretanto, diferenças na quantidade dos grãos produzidos entre os dois morfos. Como visitantes florais, foram observados Phaethornis ruber, um dos principais polinizadores, e Amazilia sp., um pilhador. Além desses beija-flores, várias espécies de abelhas Apidae, Anthophoridae e Halictidae, borboletas Hesperiidae e Nymphalidae e moscas Syrphidae, visitavam as flores. A auto-incompatibilidade foi constatada através dos testes de polinização controlada, que resultaram na formação de frutos apenas nos cruzamentos intermorfo. A análise do crescimento dos tubos polínicos confirmou a ocorrência da auto-incompatibilidade esporofítica. A eficiência no transporte de pólen entre os morfos florais é a principal e mais importante função desempenhada pelos polinizadores para que ocorra a manutenção dos agrupamentos de indivíduos de S. cinerea, principalmente por esta espécie apresentar um sistema reprodutivo do tipo xenógamo obrigatório.
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Pela análise de seis sistemas enzimáticos (ACP, ALP, CAT, GOT, PPO e PO), com 18 locos polimórficos, foram calculadas as freqüências alélicas de 24 alelos referentes a 141 indivíduos adultos de uma população natural de Cryptocarya moschata (noz-moscada-do-Brasil) do Parque Estadual Carlos Botelho (24º03'21" S, 47º59'36" W), São Miguel Arcanjo, SP, amostrados em uma área de cerca de 647 ha. A estrutura genética espacial foi investigada através do método de autocorrelação espacial, utilizando-se coeficientes I de Moran estimados para 10 classes de distância. Adicionalmente, para as mesmas classes de distância, estimaram-se os coeficientes r através de uma análise multivariada. Ambas as abordagens mostraram-se similares qualitativamente, sendo que 15 correlogramas de coeficientes I foram significativos ao nível de 95% de probabilidade. O correlograma total gerado pelos coeficientes r indicou estruturação espacial significativa para a classe de distância de 0 a 150 m. Pela subdivisão desta classe em intervalos de 10 m, detectou-se autocorrelação espacial positiva na maioria das classes, indicando que os agrupamentos de árvores de C. moschata, que se encontram separadas a distâncias menores que 50 m, são constituídos por indivíduos semelhantes geneticamente e provavelmente aparentados. Contudo, a maior similaridade genética ocorreu entre indivíduos distanciados em torno de 105 m, podendo estar associada à dispersão de sementes promovida por Brachyteles arachnoides (Primates - Cebidae). Pela análise dos resultados, conclui-se que para uma amostragem adequada, visando a detecção de diversidade genética, a coleta de indivíduos distanciados acima de 750 m seria recomendável.
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O estudo da fenologia reprodutiva de A. angustifolia tem aplicação na coleta de sementes destinadas à conservação de germoplasma, à obtenção de sementes para fins comerciais e ao entendimento da dinâmica de regeneração das populações naturais. Este trabalho teve como objetivo investigar a fenologia reprodutiva em uma população natural de A. angustifolia localizada no Parque Estadual Campos do Jordão, SP, procurando entender: (i) Qual é o seu ciclo reprodutivo e o comportamento fenológico? (ii) Como varia e qual o potencial de produção de sementes desta espécie? Para o acompanhamento da fenologia reprodutiva foram marcados 60 indivíduos (30 masculinos e 30 femininos), observados de novembro de1999 a agosto de 2002. A produção de sementes foi estimada com base na contagem do número de plantas femininas, número de estróbilos por planta, número de sementes por estróbilo e peso de sementes. O ciclo reprodutivo da A. angustifolia foi de 20 a 24 meses, do aparecimento dos estróbilos até a queda das sementes. A polinização ocorreu entre setembro e outubro e a maturação e queda das sementes de março a junho. A produção de sementes mostrou diferença significativa entre os anos (117 kg.ha-1 em 2001 e 160 kg.ha-1 em 2002) e a duração da oferta foi distinta entre anos. As variações na quantidade e duração da oferta de sementes sugerem que observações do comportamento reprodutivo são indispensáveis para a conservação e manejo adequado deste recurso.