854 resultados para Língua portuguesa Contexto Teses
Resumo:
Os textos de carter instrucional apresentam como fator comum a estipulao de procedimentos, feitos por um locutor com vistas a levar os interlocutores a determinado objetivo relacionado ao seu uso. A execuo de tarefas, por parte dos indivduos, fator condicional para o atingimento das finalidades de uso dos mesmos. Entretanto, ao predispor os procedimentos, na superfcie textual, ocorrem discrepncias acerca da forma como as tarefas so informadas, de modo a evidenciar uma maior ou menor rigidez quanto ao nvel impositivo dos procedimentos. A fim de analisar como essas especificidades afetaro a produo dos sentidos na leitura, escolheram-se quatro gneros de carter instrucional, a saber: a receita, a bula, o manual tcnico e o contrato para verificar como se d a predisposio dos procedimentos feitos, essencialmente, por meio de frases imperativas e declarativas. A pesquisa se prope a cotejar as marcas lingusticas de cada um dos textos, inerentes s frases de procedimentos com fatores interlocutivos pressupostos pela teoria dos atos de fala. Para tanto, verifica-se o enfoque terico dado, sobretudo pelos seguintes autores: Austin (1962), Searle (2002), Said Ali(1964), Bechara (1977), Cunha (1978), Rocha Lima(1976) e Azeredo (2011), de modo a mostrar uma anlise dos elementos textuais e interlocutivos na composio discursiva dos enunciados escolhidos. A pesquisa mostrou a existncia da relao entre a forma como sentidos so assumidos e as atitudes de instruir e acatar dos indivduos, a partir das frases usadas nos textos para instruir
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O estudo ora desenvolvido parte do pressuposto segundo o qual o texto entendido como o lugar de constituio e de interao de sujeitos sociais, como um evento no qual convergem aes lingusticas, cognitivas e sociais, segundo uma concepo dialgica do texto (BAKHTIN, 1992). Nos dias atuais, os livros didticos continuam, em muitas das salas de aula brasileiras, a ditar os procedimentos de ensino (MESERANI, 2001 e MARCUSCHI apud DIONSIO; BEZERRA, 2005) e entende-se que a articulao das atividades de trabalho com textos, encontradas em tais materiais para o Ensino Fundamental (EF), a recursos como a intertextualidade e a interdiscursividade, importantes para a construo da textualidade e para a produo de sentidos, configura-se como um tema de pesquisa relevante. Assim, nessa investigao analisam-se a) as instrues metodolgicas presentes no Manual do Professor e b) as atividades de produo e recepo textual retiradas de duas colees de livro didtico de Ensino Fundamental (6 ao 9 anos). Tal investigao prioriza o aspecto qualitativo, a natureza analtico-descritiva e o carter interpretativista de pesquisa e visa a trazer novas referncias para pesquisas em Língua Portuguesa no nvel estudado, estabelecendo um dilogo com as prticas de ensino de leitura e escrita na escola, alm de permitir uma anlise crtica da forma como o livro didtico utilizado em sala. A anlise apoia-se, principalmente, na Semiolingustica, uma vertente da Anlise de Discurso Francesa (ADF), que constitui um olhar sobre o discurso, entendido como um processo interativo em uma determinada situao, resultante de um contrato (CHARAUDEAU, 2008) atribudo por um determinado grupo social, em uma dada situao sociointerativa. Considerando-se a anlise dos LDP, observa-se a pouca nfase que os autores do ao papel da intertextualidade como recurso coesivo, tendo em vista a coerncia textual, e como modo de manifestao da argumentatividade inerente a qualquer texto; da mesma forma, em relao interdiscursividade, ressalta-se a falta de meno aos pressupostos discursivos e aos outros ndices de polifonia, assim como ironia, nas atividades de leitura e de produo escrita
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A presente pesquisa pretende mostrar os desafios que os professores em geral e, em especial, por conta da proposta desta dissertao, os professores do Ensino Fundamental II enfrentam para que seus alunos sejam produtores proficientes de textos orais e escritos. Com base na concepo dos fatores de textualidade desenvolvidos por Beaugrand e Dressler (2002), sustentamos a hiptese de que o texto argumentativo, produzido na escola em condies tradicionais de ensino, sofre de baixo grau de informatividade, entre outros motivos, principalmente por carecerem de um projeto de ensino desta disciplina. A grande questo que se apresenta como atingir esse propsito. Em geral, redao escolar no considerada pelas direes, equipes pedaggicas e, algumas vezes, pelos prprios professores como uma disciplina que possa ser ensinada, pois acreditam que o conhecimento gramatical da língua materna e a leitura de textos literrios e no literrios constituam instrumentos suficientes para que o aluno por si s seja capaz de produzir bons textos. O objetivo maior desta dissertao refletir acerca dos aspectos relacionados informatividade nos textos argumentativos produzidos por alunos do nono ano do EF II de uma escola particular do Municpio do Rio de Janeiro, pertencentes classe mdia alta. O corpus da presente pesquisa constitudo de quinze redaes com seguintes condies de produo: sete delas foram produzidas com a motivao de um texto apresentado pelo professor, e oito com apenas a apresentao do tema escolhido, tambm, pelo professor. A partir da anlise do corpus e confirmando a hiptese de que possvel e necessrio ensinar o aluno a produzir textos, sugere-se uma sequncia didtica que d conta do passo a passo pertinente ao aprimoramento da progresso das ideias do tipo textual referido
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A presente tese revisita uma velha questo: como a língua refere o mundo? Para tanto, apresenta um percurso terico que vai da referncia referenciao, do referente ao objeto-do-discurso. Trata, assim, de questes relativas a lxico, semntica, sintaxe, pragmtica, cognio, para analisar aspectos da textualidade, notadamente a coeso referencial, passeando principalmente por teorias funcionalistas e da Lingustica Textual. Buscando um aproveitamento prtico das questes tericas levantadas, prope-se a leitura e a interpretao de textos literrios e no literrios cujos modos de organizao do discurso variam entre argumentativo, narrativo, descritivo, expositivo, injuntivo atravs do acompanhamento das cadeias referenciais e do fluxo de informao do texto. Acompanhar as categorizaes e recategorizaes das expresses referenciais (presentes nos sintagmas nominais), a introduo e reintroduo dos tpicos discursivos possibilita analisar como ocorre, na interao autor-leitor, a construo dos sentidos e do mundo de nossos discursos
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Embora Hans Kelsen tenha desenvolvido suas ideias sobre a justia em diversos artigos e captulos de livros, o jusfilsofo nunca edificou uma obra mais profunda, monogrfica ou sistemtica sobre a questo do justo. Suas consideraes, o mais das vezes proferidas incidentalmente quando da anlise e crtica das teorias do direito natural, se encontram, a bem dizer, dispersas por diversas produes. A leitura integral e conjunta de seus estudos, entretanto, permite a identificao da mesma e coerente concepo de filosofia moral que perpassa todos os seus escritos, concepo esta que sugere a relatividade, subjetividade e irracionalidade da questo do justo. Sem o propsito de ser uma biografia intelectual ou uma psicanlise do conhecimento das concluses kelsenianas sobre o problema da justia, o objetivo da presente dissertao, alm da tentativa de realizar uma exposio sistemtica da prpria teoria da justia de Kelsen  dispersa por uma multiplicidade de trabalhos, nem todos disponveis ou publicados em língua portuguesa , consiste na anlise dos pressupostos e justificativas terico-filosficos que, utilizados pelo jusfilsofo como embasamento de suas inferncias sobre o tema, o conduzem a afirmar a incognoscibilidade de qualquer conceito absoluto, objetivo e universal de justia, ou a viabilidade de uma razo prtica. A meta maior desta dissertao, portanto, o estabelecimento e elucidao das premissas extradas por Kelsen do pensamento terico-filosfico de Max Weber, Immanuel Kant (alm dos neokantismos de Marburgo e Baden), Wittgenstein, e dos neopositivistas do Crculo de Viena, para rejeitar lgico-gnosiologicamente as concepes absolutistas do justo, bem como a possibilidade de discutir ou definir racionalmente a justia e as normas morais dela decorrentes. A partir de elementos colhidos dessas diferentes correntes intelectuais, Kelsen desacredita, com base na distino entre enunciados sobre fatos (racionais e verificveis) e proposies relativas a valores (irracionais e no verificveis), a capacidade humana de cognio dos valores em geral e, mais ainda, a existncia e cognoscibilidade de valores absolutos  em sua tica, requisitos imprescindveis para a exequibilidade de qualquer sistema objetivo de moralidade ou para especulaes racionais sobre a justia.
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A partir de 2009, a Prefeitura Municipal do Rio de Janeiro inicia a aplicao sistemtica de provas bimestrais de Língua Portuguesa e Matemtica formuladas Por rgos especializados em avaliaes padronizadas. Tais avaliaes, com efeito, materializam camadas de um discurso educacional que vincula qualidade mensurao de conhecimento em determinados componentes curriculares. Assumindo um modelo de reproduo das avaliaes em Larga Escala, a prefeitura enfatiza os resultados mensurveis nas avaliaes sistemticas, legitimando-os como verdadeiros paradigmas metonmicos da qualidade da educao carioca, enfatizados pela SME em seu discurso virtual disponvel em sua pgina oficial na internet. A partir da constatao de que o discurso uma prtica social, ancorado nas contribuies de Teun A. Van Dijk, Norman Fairclough, Boaventura Sousa de santos entre outros, traado nesta pesquisa um percurso de investigao que dialoga com a Anlise Crtica do Discurso na busca por elementos discursivos nos textos de professores e alunos acerca dessa cultura de testes padronizados que possam apontar a fluidez dos discursos de protestos que atravessam o cotidiano escolar.
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Este estudo tem como objetivo reconhecer os mecanismos verbais utilizados por alunos da EJA no IFMA de Imperatriz MA, inicialmente excludos da escola formal, presentes nas produes do gnero de texto narrativo relatos da experincia de vida (fragmentos de vida) da ordem do relatar. Os procedimentos adotados basearam-se nas pesquisas de campo e documental, com enfoque quanti-qualitativo, a partir de textos produzidos por alunos do 2 ano do Ensino Mdio de Jovens e Adultos, do turno noturno. Analisaram-se os textos, levando em conta a estruturao das sequncias tipolgicas do gnero narrativo na ordem do relatar e do ponto de vista do funcionamento dos constituintes verbais pertencente ao texto. Os resultados apontam para uma necessidade do ensino da escrita relacionado variedade de gneros textuais/discursivos escritos, para que possam usar adequadamente, os verbos pertinentes s diferentes situaes de comunicao
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Este trabalho uma anlise da organizao do texto luz da articulao dos tempos do verbo. O corpus constitudo por dez crnicas de Rubem Braga. Procede-se inicialmente a uma breve explanao comparativa dos conceitos de verbo, tempo e modo segundo a forma de ver da gramtica tradicional, aqui representada por obras da autoria de Rocha Lima, Celso Cunha e Evanildo Bechara. Para uma viso atual, usa-se a gramtica de Jos Carlos de Azeredo (2010). Tendo em vista a flexibilidade formal do gnero crnica, especialmente quando tratada como obra literria, foram selecionados textos com caractersticas bem variadas para mostrar os diferentes usos do tempo verbal. Os conceitos de discurso e histria, segundo Benveniste, e de mundo comentado e mundo narrado, conforme a terminologia de H. Weinrich, foram levados em considerao, j que a crnica de Rubem Braga combina com frequncia episdios e reflexes do enunciador
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O objetivo do presente estudo analisar o processo de criao e manuteno de fanfics escritas em língua portuguesa da saga Harry Potter e identificar razes pelas quais os usurios leitores e colaboradores optam, ou preferem, certas fics em detrimento de outras. O trabalho agrega, em seu corpo, um apanhado sobre a saga, desde sua autora, passando por seus personagens e enredo, at uma contextualizao da relao de sucesso dessas Obras com a prtica de publicaes e manutenes de fanfictions, sendo abordados e registrados aspectos relevantes sobre essa atividade. So trazidos tona os principais entendimentos tericos relacionados ao universo das fics, tais como a preservao do tradicional sobre o novo (seguir o cnone), assim como presena de alguns padres comunicacionais e textuais (periodicidade e qualidade no texto), como fatores de relevncia para a popularidade de uma histria. Finalmente, so analisados dados de questionrios encaminhados parte mais significativa da amostra escolhida, com o objetivo de investigar quais fatores so preponderantes para que uma fanfiction se torne popular, uma vez que esta atividade est inserida num espao tecnolgico, no qual a inovao fora motriz
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Neste trabalho, pretende-se identificar o funcionamento do adjetivo qualificador como elemento capaz de estabelecer e modificar comportamento (s). Nossa hiptese inicial a de que Nelson Rodrigues (2007) explora a capacidade que apresenta a subclasse qualificador para estabelecer o dilogo com o interlocutor. Constataremos, a partir da anlise de sintagmas nominais compostos, em sua maioria, por substantivo abstratoadjetivo, que o adjetivo no s desfaz a abstrao presente no substantivo, como tambm influencia no encaminhamento da proposta a ser compartilhada entre os sujeitos do discurso. Observaremos a relevncia do nome para o projeto de argumentao, visto que Nelson Rodrigues estrutura enunciados em que a alternncia entre substantivos e adjetivos do mesmo campo lexical recorrente. Analisaremos a seleo dos adjetivos como recurso utilizado pelo comunicador com vistas mudana comportamental do interlocutor. Percorreremos a teoria da argumentao a partir de Aristteles no que se refere preocupao com a elaborao da forma para construir significado. Constataremos, com base na anlise dos sintagmas organizados por Rodrigues, que a seleo lexical, a inverso de estruturas, o rompimento com a norma, todo recurso vlido para a concretizao do projeto de fala do escritor
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Esta dissertao se prope a analisar e a dimensionar a relevncia que as propostas de produo de texto oral recebem nos livros didticos do 6 ao 9 ano do Ensino Fundamental selecionados e indicados pelo Ministrio da Educao, em seu Guia do Programa Nacional do Livro Didtico (PNLD), em contraste com as de produo escrita. Tambm analisa a adequao dos gneros textuais trabalhados em tais propostas, tendo em vista a preparao do aluno para o exerccio da cidadania e a participao no mercado de trabalho por meio do domnio da linguagem oral, conforme orientao dos Parmetros Curriculares Nacionais (PCN). Na impossibilidade de se analisarem todas as colees indicadas no referido documento, optou-se por selecionar as duas mais frequentemente adotadas nas escolas pblicas em todo o territrio nacional. Cumpre ressaltar que os PCN, documento oficial que apresenta um conjunto de orientaes tericas e metodolgicas para o ensino de Língua Portuguesa, colocam em evidncia o estudo dos gneros textuais como um dos eixos do trabalho com a língua materna e tm abrangncia nacional naquilo que recomendam. O PNLD, por seu turno, garante a quase trinta milhes de alunos brasileiros do 6 ao 9 anos do Ensino Fundamental o acesso a livros didticos de seis componentes curriculares, incluindo a Língua Portuguesa, da a relevncia da pesquisa. Os resultados da investigao apontam para uma menor relevncia atribuda oralidade nas colees analisadas, apesar da consonncia das obras com as orientaes dos PCN, as quais recomendam que sejam priorizados os gneros textuais da comunicao pblica. O presente trabalho ainda sugere linhas de ao no ensino da língua materna, de modo a reforar, no aluno, o uso de variedades lingusticas orais publicamente adequadas, visando participao social mais ampla e legtima, s exigncias do mercado de trabalho e realizao plena do indivduo que pensa e tem necessidade prtica de exprimir seus anseios
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A necessidade de basear as aulas de Língua Portuguesa na gramtica normativa muito defendida no ambiente escolar. As universidades, por outro lado, aceitam a ideia de que os princpios da Sociolingustica laboviana devem ser introduzidos na educao bsica. Dessa maneira, h uma lacuna entre o que se aprende na teoria pedaggica e o que, de fato, ocorre em sala de aula. Buscando encurtar a distncia existente entre a teoria lingustica e a prtica pedaggica, esta pesquisa teve como objetivo apresentar um roteiro de atividades que se relacionam reflexo por parte dos alunos no que tange a suas crenas lingusticas, principalmente as que apresentam uma vertente preconceituosa. Para isso, foi aplicado um teste de crenas lingusticas com alunos do sexto ano do ensino fundamental de uma escola pblica, localizada no municpio de Paracambi, RJ. Depois foram ministradas quatro aulas a fim de demonstrar aos alunos que a norma popular apresenta uma regularidade, portanto, no linguisticamente inferior norma de prestgio. Para finalizar, o mesmo teste de crenas lingusticas foi aplicado nos mesmos alunos. Essa pesquisa, baseada em Cyranka (2007), verificou a viabilidade de um trabalho com a Sociolingustica na escola, procurando avaliar a capacidade de os alunos refletirem sociolinguisticamente
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O propsito deste trabalho analisar os conetivos, ferramentas lingusticas que se propem nos enunciados a estabelecer ligao, do ponto de vista funcional, em seus usos, e que representam valores semnticos importantes discursivamente. Para isso, ser vlido utilizarmos fundamentaes tericas da Lingustica Textual e do Funcionalismo. O corpus de anlise baseia-se em textos cuja tipologia argumentativa, mais especificamente o gnero editorial. Dessa forma, procuraremos analisar como esses conectivos (conjunes, preposies, advrbios...) revelam marcas semnticas importantes que se constituem como verdadeiras estratgias argumentativas por parte dos autores em sua proposta temtica e que precisam ser reconhecidas pelo leitor para uma compreenso textual mais abrangente. Essa forma de abordagem implicar anlises de coeso e de coerncia textuais e, por isso, tambm uma proposta de avaliao de como os textos so constitudos em sua tessitura, resultando na produo de sentido. Os textos em anlise sero os correspondentes aos editoriais da revista Veja, cujo titulo da seo chama-se Carta ao leitor. As abordagens colocaro em relevo os elementos conectores tanto do ponto de vista sinttico-semntico bem como em relao s implicaes pragmtico-discursivas, fatores que serviro de base para compreenso/interpretao dos textos. Espera-se com isso proporcionar anlises contundentes, levando em considerao a descrio, estruturao e o funcionamento da Língua portuguesa, com o objetivo de colaborar para o desenvolvimento cientfico das abordagens lingusticas
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Esta tese de doutorado parte da perspectiva inicial de que a gramaticalizao se restringe a tratado sobre itens lexicais ou discursivos que se tornam itens gramaticais (o que a enquadraria dentro da Teoria da Variao, inserta esta dentro da Pesquisa Sociolingustica), mas segue em direo a um salto epistemolgico que remodele aquela perspectiva, ampliando-a a patamar do qual ela pode ser observada como teoria autnoma, investigativa de fenmenos limtrofes e nem sempre discretos entre linguagem e língua, discurso e texto, descrio e prescrio, oralidade e escrita, lxico e gramtica. Desse modo, propugna-se pela viso epistemolgica do tema, conduzido, at aqui, de modo puramente ontolgico, circunscrito a um (e apenas um) dos muitos espectros que se podem alcanar com a aludida ampliao quele que vem sendo perquirido como tratado, porm que, segundo se pretende demonstrar, pode e deve ser expandido malha de uma teoria geral, qual seja a Teoria Geral da Gramaticalizao: trata-se, aqui, de seu objetivo geral. Para esse propsito, vale-se a tese de filsofos da linguagem que atuaram sobre essa faculdade ou capacidade humana de forma direta ou indireta desde os seus primrdios ocidentais (como Scrates, Plato e Aristteles), passando pelos pensadores mais incisivamente preocupados com os aspectos cognitivos e interativos da linguagem e da língua (como Hegel, Husserl, Saussure, Sapir, Bloomfield, Wittgenstein, Derrida, Chomsky, Labov, Charaudeau, Maingueneau, Ducrot, Coseriu), alm de ser necessria a incurso Gramaticografia mais estrita (como a empreendida por Dionsio da Trcia, Varro, Arnault e Lancelot, Nebrija, Jernimo Soares Barbosa, Eduardo Carlos Pereira, Said Ali, Bechara), e, naturalmente, a contribuio filosfica dos pesquisadores sobre a gramaticalizao (como Meillet, Vendrys, Bral, Kurilowicz, Traugott, Heine, Hopper, Lehmann). Uma vez que se tenha mostrado ser verossmil aceitar-se a gramaticalizao como teoria autnoma, esta tese pretende legar-lhe o papel instrumental de metodologia auxiliar a muitas entre as que ora se empreendem quando se trata de pesquisas em campos cuja ocupao a linguagem e a língua: trata-se, aqui, de seu objetivo especfico. Para essa duplicidade de metas ou objetivos, ser necessrio compreender conceitos, categorias e prottipos oriundos da Filosofia da Cincia (Epistemologia), do contraste entre cincias da linguagem e outros ramos do saber, da imerso em Gramaticologia e Gramaticografia (e, em alguns aspectos, em Gramatizao e Gramatologia) referentes Língua Portuguesa, da defesa, enfim, de que o ensino da Gramtica Formal (ou Normativa) do idioma privilegia a acepo reflexiva e ativa (plena) dos usos ou atos a que a linguagem s pode chegar por meio do domnio da língua em toda a sua tessitura epistemolgica, que gera comunicao e expressividade, raciocnio e emotividade, indo da concretude do discurso ou da oralidade abstrao da entidade pouco ou nada material, que, por sua vez, mais nitidamente representada pela escrita, seu estgio por assim dizer de forma ainda mais pura, conquanto no excludente da substancialidade com que dialoga de modo incessante no seu constante e dialtico passado-futuro ou diversidade-homogeneidade (tese e anttese) de onde emerge o seu presente ou a sua unidade (sntese)
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O objeto de estudo deste trabalho so as estruturas em língua portuguesa padro em que ocorre a chamada indeterminao do sujeito. A partir da anlise de textos do gnero entrevista, publicados na Revista Veja (seo 'pginas amarelas'), analisam-se as principais caractersticas sintticas, semnticas, pragmticas e discursivas do sujeito indeterminado. Admitindo que a linguagem permite ao homem interpretar o mundo em que vive, busca-se apresentar os mecanismos de indeterminao do sujeito como uma forma de referenciao indeterminada. Para tanto, foram investigadas, criticamente, as principais noes de sujeito e de sua indeterminao, em diversos estudiosos da língua portuguesa, desde pocas remotas at os dias atuais, comparando-se os critrios (sintticos, semnticos, mrficos e discursivos) apresentados nesses estudos. A partir da anlise do corpus, verifica-se que os diversos mecanismos de indeterminao possuem graus especficos e que se podem permutar. Alm disso, fica patente que h tipos verbais afins a certas estruturas de sujeito indeterminado. Desse modo, a referenciao indeterminada construda a partir do lugar sinttico sujeito caracteriza-se como poderosa estratgia discursiva