999 resultados para Síndrome metabólica Mulheres
Resumo:
A síndrome de Smith-Lemli-Opitz (SLOS) uma síndrome polimalformativa de transmisso autossmica recessiva causada por um dfice metablico da biossntese do colesterol, que se caracteriza por dismorfias craniofaciais, anomalias congnitas de vrios rgos (salientando-se as do esqueleto e do aparelho urogenital), restrio de crescimento intra-uterino (RCIU), alteraes comportamentais e atraso mental. causada por mutaes no gene DHCR7, que codifica para a enzima 7-dehidrocolesterol reductase, responsvel pelo ltimo passo da via metabólica da sntese do colesterol. A SLOS caracteriza-se por nveis diminudos de colesterol e concentraes altas do seu precursor, 7-dehidrocolesterol, no sangue e tecidos. Procedeu-se a uma anlise comparativa dos fentipo e gentipo de quinze casos de SLOS de origem portuguesa, e so tecidas consideraes quanto s dificuldades e limitaes inerentes ao diagnstico, e ao facto de esta doena hereditria do metabolismo dever ser considerada no diagnstico diferencial das situaes de (i) hipocolesterolmia, (ii) RCIU e (iii) síndromes polimalformativas,(especialmente quando crianas com atraso de crescimento apresentam simultaneamente sindactilia do segundo e terceiro dedos do p e microcefalia e/ou narinas antevertidas entre outras anomalias).
Resumo:
RESUMO: pela contraco involuntria de grupos musculares de extenso varivel, originando movimentos involuntrios e posturas anmalas, por vezes dolorosas. O tratamento convencional consiste em injeces localizadas de toxina botulnica, podendo, em casos refractrios, estar indicado o tratamento por estimulao cerebral profunda. A neurobiologia da distonia focal primria permanece incompletamente compreendida. Os estudos de neuro-imagem estrutural e funcional revelam alteraes subtis da anatomia e funcionamento do estriado e das vias cortico-basais, com destaque para o aumento do volume, da actividade metabólica e da neuroplasticidade do putamen e de reas corticais motoras, pr-motoras e sensitivas. O conjunto destas alteraes aponta para uma disrupo da regulao inibitria de programas motores automticos sustentados pelo estriado e pelas vias ortico-subcorticais. Nos ltimos anos tem crescido o interesse pelas manifestaes psiquitricas e cognitivas da distonia (estas ltimas muito pouco estudadas). Tem despertado particular interesse a possvel associao entre distonia focal primria e perturbao obsessivo-compulsiva (POC), cuja neurobiologia parece notavelmente sobreponvel da distonia primria. Com efeito, os estudos de neuro-imagem estrutural e funcional na POC revelam consistentemente aumento do volume e actividade do estriado e do crtex rbito-frontal, apontando mais uma vez para uma disfuno do controlo inibitrio, no estriado, de programas comportamentais e cognitivos automticos. Objectivos: 1. Explorar a prevalncia e intensidade de psicopatologia em geral, e de psicopatologia obsessivo-compulsiva em particular, numa amostra de indivduos com distonia focal primria; 2. Explorar a ocorrncia, natureza e intensidade de alteraes do funcionamento cognitivo numa amostra de indivduos com distonia focal primria; 3. Investigar a associao entre a gravidade da distonia focal, a intensidade da psicopatologia, e a intensidade das alteraes cognitivas. Metodologia: Estudo de tipo transversal, caso-controlo, observacional e descritivo, com objectivos puramente exploratrios. Casos: 45 indivduos com distonia focal primria (15 casos de blefaroespasmo, 15 de cibra do escrivo, 15 de distonia cervical espasmdica), recrutados atravs da Associao Portuguesa de Distonia. Critrios de incluso: idade = 18; distonia focal primria pura (excluindo casos de distonia psicognica possvel ou provvel de acordo com os critrios de Fahn e Williams); Metabolismo do cobre e Ressonncia Magntica Nuclear sem alteraes. Controlos doentes: 46 casos consecutivos recrutados a partir da consulta externa do Hospital Egas Moniz: 15 doentes com espasmo hemifacial, 14 com espondilartropatia cervical, 17 com síndrome do canal crpico. Controlos saudveis: 30 voluntrios. Critrios de excluso para todos os grupos: Mini-Mental State Examination patolgico, tratamento actual com anti-colinrgicos, antipsicticos, inibidores selectivos da recaptao da serotonina, antidepressivos tri- ou tetracclicos. Avaliao: Avaliao neurolgica: histria e exame mdico e neurolgico completos. Cotao da gravidade da distonia com a Unified Dystonia Rating Scale. Avaliao psicopatolgica: Symptom Check-List-90-Revised; entrevista psiquitrica de 60 minutos incluindo a Mini-International Neuropsychiatric Interview (MINI), verso 4.4 (validada em Portugus), complementada com os mdulos da MINI Plus verso 5.0.0 para depresso ao longo da vida e dependncia/ abuso do lcool e outras substncias ao longo da vida; Yale-Brown Obsessive-Compulsive Symptom Checklist e a Yale-Brown Obsessive-Compulsive Scale (Y-BOCS). Avaliao neuropsicolgica: Wisconsin Card Sorting Test (WCST; flexibilidade cognitiva); Teste de Stroop (inibio de resposta); Block Assembly Test (capacidade visuo-construtiva); Teste de Reteno Visual de Benton (memria de trabalho visuo-espacial). Anlise estatstica:os dados foram analisados com a aplicao informtica SPSS for Windows, verso 13. Para a comparao de propores utilizaram-se o teste do Chi-quadrado e o teste de Fisher. Para a comparao de variveis quantitativas entre dois grupos utilizou-se o teste t de Student ou o teste U de Mann-Whitney (teste de Wilcoxon no caso de amostras emparelhadas). Para comparaes de mdias entre trs grupos recorreu-se Anlise de Varincia a um factor (variveis de intervalo e de rcio), ou ao teste de Kruskal-Wallis (variveis ordinais). Para o estudo da associao entre variveis foram utilizados os coeficientes de correlao de Pearson ou de Spearman, a anlise de correlaes cannicas, a anlise de trajectrias e a regresso logstica. Adoptou-se um Alpha de 0.05. Resultados: Os doentes com distonia focal primria apresentaram uma pontuao mdia na Y- -BOCS significativamente superior dos dois grupos de controlo. Em 24.4% dos doentes com distonia a pontuao na Y-BOCS foi superior a 16. Estes doentes eram predominantemente mulheres, tinham uma maior durao mdia da doena e referiam predominantemente sintomas obsessivo-compulsivos (SOC) de contaminao e lavagem. Os dois grupos com doena crnica apresentaram pontuaes mdias superiores s dos indivduos saudveis nas escalas de ansiedade, somatizao e psicopatologia geral. Os doentes com distonia tratados com toxina botulnica apresentaram pontuaes inferiores s dos doentes no tratados nas escalas de ansiedade generalizada, fobia, somatizao e depresso, mas no na Y-BOCS. Sessenta por cento dos doentes com distonia apresentavam pelo menos um diagnstico psiquitrico actual ou pregresso. O risco de apresentar um diagnstico psiquitrico actual era menor nos doentes tratados com toxina botulnica, aumentando com a gravidade da doena. A prevalncia de POC foi 8,3% e a de depresso major 37,7%. No WCST e na Prova de Benton, os doentes com distonia focal primria demonstraram um desempenho inferior ao de ambos os grupos de controlo, cometendo sobretudo erros perseverativos. Os doentes com distonia e pontuao na Y-BOCS > 16 cometeram mais erros e respostas perseverativas no WCST do que os restantes doentes com distonia. As anlises de correlaes e de trajectrias revelaram que nos doentes com distonia a gravidade da distonia foi, juntamente com a idade e a escolaridade, o factor que mais interagiu com o desempenho cognitivo. Discusso: o nosso estudo o primeiro a descrever, nos mesmos doentes com distonia focal primria, SOC significativos e alteraes cognitivas. Os nossos resultados confirmam a hiptese de uma associao clnica especfica entre distonia focal primria e psicopatologia obsessivo-compulsiva. Confirmam igualmente que a distonia focal primria est associada a um maior risco de desenvolver morbilidade psiquitrica ansiosa e depressiva. O tratamento com toxina botulnica reduz este risco, mas no influencia os SOC. Entre os doentes com distonia, os que tm SOC significativos podero diconstituir um grupo particular com maior durao da doena (mas no uma maior gravidade), predomnio do sexo feminino e predomnio de SOC de contaminao e limpeza. Em termos cognitivos, os indivduos com distonia focal primria apresentam dfices significativos de flexibilidade cognitiva (particularmente acentuados nos doentes com SOC significativos) e de memria de trabalho visuo-espacial. Estes ltimos devem-se essencialmente a um dfice executivo e no a uma incapacidade visuo-construtiva ou visuo-perceptiva. A disfuno cognitiva no explicvel pela psicopatologia depressiva nem pela incapacidade motora, j que os controlos com doena perifrica crnica tiveram um desempenho superior ao dos doentes com distonia. No seu conjunto os nossos resultados sugerem que os SOC que ocorrem na distonia focal primria constituem uma das manifestaes clnicas da neurobiologia desta doena do movimento. O predomnio de sintomas relacionados com higiene e o perfil disexecutivo de alteraes cognitivasperseverao e dificuldades executivas de memria de trabalho visuo-espacial apontam para a via cortico-basal dorso-lateral e para as reas corticais que lhe esto associadas como estando implicadas na tripla associao entre sintomas motores, obsessivo-compulsivos e cognitivos. Concluses: A distonia focal primria um síndrome neuropsiquitrico complexo com importantes manifestaes no motoras, nomeadamente compromisso cognitivo do tipo disexecutivo e sintomas obsessivo-compulsivos. Clinicamente estas manifestaes representam necessidades de tratamento que vo muito para alm da simples incapacidade motora, devendo ser activamente exploradas e tratadas.-------------- ABSTRACT: Introduction: primary focal dystonia is an idiopathic movement disorder that manifests as involuntary, sustained contraction of muscular groups, leading to abnormal and often painful postures of the affected body part. Treatment is symptomatic, usually with local intramuscular injections of botulinum toxin. The neurobiology of primary focal dystonia remains unclear. Structural and functional neuroimaging studies have revealed subtle changes in striatal and cortical-basal pathway anatomy and function. The most consistent findings involve increased volume and metabolic activity of the putamen and of motor, pre-motor and somato-sensitive cortical areas. As a whole, these changes have been interpreted as reflecting a failure of striatal inhibitory control over automatic motor programs sustained by cortical-basal pathways. The last years have witnessed an increasing interest for the possible non-motor mainly psychiatric and cognitive manifestations of primary focal dystonia. The possible association of primary focal dystonia with obsessive-compulsive disorder (OCD) has raised particular interest. The neurobiology of the two disorders has indeed remarkable similarities: structural and functional neuroimaging studies in OCD have revealed increased volume and metabolic activity of the striatum and orbital-frontal cortex, again pointing to a disruption of inhibitory control of automatic cognitive and behavioural programs by the striatum. Objectives: 1. To explore the prevalence and severity of psychopathology with a special emphasis on obsessive-compulsive symptoms (OCS) in a sample of patients with primary focal dystonia;2. To explore the nature and severity of possible cognitive dysfunction in a sample of patients with primary focal dystonia; 3. To explore the possible association between dystonia severity, psychiatric symptom severity, and cognitive performance, in a sample of patients with primary focal dystonia. Methods: cross-sectional, case-control, descriptive study. Cases: forty-five consecutive, primary pure focal dystonia patients recruited from the Portuguese Dystonia Association case register (fifteen patients with blepharospasm, 15 with cervical dystonia and 15 with writers cramp). Inclusion criteria were: age = 18; primary pure focal, late-onset dystonia (excluding possible or probable psychogenic dystonia according to the Fahn & Williams criteria); normal copper metabolism and Magnetic Resonance Imaging. Diseased controls: forty-six consecutive subjects from our hospital case register (15 patients with hemi-facial spasm; 14 with cervical spondilarthropathy and cervical spinal root compression; 17 with carpal tunnel syndrome). Healthy controls were 30 volunteers.Exclusion criteria for all groups: Mini-Mental State Examination score below the validated cut-off for the Portuguese population (<23 for education between 1 and 11 years; <28 for education >11 years); use of anti-cholinergics, neuroleptics, selective serotonin reuptake inhibitors, triciclic or tetraciclic antidepressants. Assessment: neurological assessment: complete medical and neurological history and physical examination; dystonia severity scoring with the Unified Dystonia Rating Scale. Psychiatric assessment:Symptom Check-List-90-Revised; 60 minute-long psychiatric interview, including Mini-International Neuropsychiatric Interview (MINI), version 4.4 (validated Portuguese version), extended with the sections for life-time major depressive disorder and life-time alcohol and substance abuse disorder from MINI-Plus version 5.0.0; Yale-Brown Obsessive-Compulsive Symptom Checklist and Yale-Brown Obsessive-Compulsive Scale (Y-BOCS). Cognitive assessment: Wisconsin Card Sorting Test (WCST; cognitive set-shifting ability); Stroop Test (response inhibition); Block Assembly Test(visual-constructive ability); Bentons Visual Retention Test (visual-spatial working memory). Statistic analysis: Data were analyzed with SPSS for Windows version 13. Proportions were compared using Chi-Square test, or Fishers exact test when appropriate. Students t-test or Mann-Whitneys U test (or Wilcoxons teste in the case of matched samples) were used for two-group comparisons. P-values were corrected for multiple comparisons. One-way ANOVA with Bonferroni post-hoc analysis (interval data), or the Kruskal-Wallis Test (ordinal data), were used for three-group comparisons. Associations were analysed with Pearsons or Spearmans correlation coefficients, canonical correlations, path analysis and logistic regression analysis. Alpha was set at 0.05. Results: Dystonia patients had higher Yale-Brown Obsessive-Compulsive Symptom scores than both control groups. 24.4% of primary dystonia patients had a Y-BOCS score > 16. These patients were predominantly women; they had longer disease duration, and showed a predominance of hygiene-related OCS. The two groups with chronic disease had higher anxiety, somatization and global psychopathology scores than healthy subjects. Primary dystonia patients undergoing treatment with botulinum toxin had lower anxiety, phobia, somatization and depression scores than their untreated counterparts, but similar Y-BOCS scores. Sixty percent of primary dystonia patients had at least one lifetime psychiatric diagnosis. The odds of having a currently active psychiatric diagnosis were lower in botulinum toxin treated patients, and increased with dystonia severity. The prevalence of OCD was 6.7%, and the lifetime prevalence of major depression was 37.7%. Primary dystonia patients had a lower performance than the two control groups in both the WCST and Bentons Visual Retention Test, mainly due to an excess of perseveration errors. Primary dystonia patients with Y-BOCS score > 16 had much higher perseveration error and perseveration response scores than dystonia patients with Y-BOCS = 16. Correlation and path analysis showed that, in the primary dystonia group, dystonia severity, along with age and education, was the main factor influencing cognitive performance. Discussion: our study is the first description ever of concomitant significant OCS and cognitive impairment in primary dystonia patients. Our results confirm that primary dystonia is specifically associated with obsessive-compulsive psychopathology. They also confirm that primary focal dystonia patients are at a higher risk of developing anxious and depressive psychiatric morbidity. Treatment with botulinum toxin decreases this risk, but does not influence OCS. Primary focal dystonia patients with significant OCS may constitute a particular subgroup. They are predominantly women, with higher disease duration (but not severity) and a predominance of hygiene related OCS.In terms of cognitive performance, primary focal dystonia patients have significant deficits involving set-shifting ability and visual-spatial working memory. The latter result from an essentially executive deficit, rather than from a primary visual-constructive apraxia or perceptual deficit. Furthermore, cognitive flexibility difficulties were more prominent in the subset of primary dystonia patients with significant OCS. The cognitive dysfunction found in dystonia patients is not attributable to depressive psychopathology or motor disability, as their performance was significantly lower than that of similarly impaired diseased controls. Our results suggest that OCS in primary focal dystonia are a direct, primary manifestation of the motor disorders neurobiology. The predominance of hygiene-related symptoms and the disexecutive pattern of cognitive impairment set-shifting and visual-spatial working memory deficits suggest that the dorsal-lateral cortical-basal pathway may play a decisive role in the triple association of motor dysfunction, OCS and cognitive impairment. Conclusions: primary focal dystonia is a complex neuropsychiatric syndrome with significant non- -motor manifestations, namely cognitive executive deficits and obsessive-compulsive symptoms.Clinically, our results show that PFD patients may have needs for care that extend far beyond a merely motor disability and must be actively searched for and treated.
Resumo:
O Síndrome de Turner foi descrito pela primeira vez em 1938 por Henry Turner e tem uma incidncia de 1:3000 mulheres nascidas. Os autores apresentam um caso raro de uma mulher de 48 anos com Síndrome de Turner, cujo caritipo era (46, X, i (Xq)), tardiamente diagnosticado, associado a enfisema pulmonar e hipertenso pulmonar. O caso e os mtodos de estudo so apresentados. Alguns aspectos deste caso, nomeadamente a hiptese do enfisema pulmonar se relacionar com Síndrome de Turner, so discutidos.
Resumo:
Introduo: A diabetes mellitus tipo 1 (DM1) uma doena metabólica crnica cuja incidncia anual tem vindo a aumentar. Pode cursar com alteraes sistmicas, como a hepatomegalia e o atraso de crescimento, decorrentes de controlo glicmico inadequado. Caso clnico: Adolescente de 14 anos com o diagnstico de DM1 desdeos trs anos de idade e com mau controlo glicmico, internada numa Unidade de Cuidados Intensivos por cetoacidose grave. Do exame objectivo destacavam-se baixa estatura, hepatomegalia no dolorosa e estadio pubertrio P1, M2 de Tanner. Analiticamente apresentava aumento das transaminases, hipercolestorolemia e hipertrigliceridemia. Discusso: A síndrome de Mauriac, caracteriza -se por: DM tipo 1 mal controlada, baixa estatura, atraso pubertrio, hipercolesterolmia, aumento das transaminases e hepatomegalia por depsito heptico de glicognio. O mecanismo fi siopatolgico no est totalmente esclarecido, sendo provavelmente a combinao de vrios factores etiolgicos. uma situao rara, cujo diagnstico, essencialmente clnico, assume extrema importncia dada a reversibilidade do quadro com a optimizao teraputica.
Resumo:
Factores de prognstico do resultado do tratamento de doentes com Síndrome de Dependncia do lcool: estudo coorte prospectivo de 6 meses Introduo: Uma das questes fundamentais para as polticas de sade relacionadas com o tratamento e reabilitao de doentes com dependncia de lcool, identificar factores de prognstico num curto prazo de tratamento ambulatrio, de modo a se poderem optimizar as decises de tratamento dos doentes. Assim, este estudo teve como objectivo identificar factores de prognstico na admisso ao tratamento e factores de prognstico durante o perodo de tratamento ambulatrio. Materiais e mtodos: Estudo observacional coorte de doentes com dependncia de lcool observados num perodo de 6 meses de tratamento ambulatrio. O estudo consistiu numa amostra de 209 doentes includos no estudo de acordo com os critrios do Diagnostic and Statistical Manual of Mental Disorders verso IV, tendo sido recolhida no Centro de Alcoologia do Sul (n=194) e no Hospital Nossa Senhora do Rosrio (n=15). 8 mdicos psiquiatras destes dois centros de tratamento foram responsveis pelo tratamento dos doentes. O doente ter um co-responsvel que acompanhasse a sua reabilitao e fizesse a superviso da medicao para controlo do consumo de lcool era condio absolutamente necessria para incluso do doente no estudo. Como factores de prognstico foram medidos na admisso ao tratamento factores scio demogrficos, a histria de uso de outras substncias e indicadores de gravidade associados histria de consumo excessivo de lcool. Durante os 6 meses de tratamento foram medidos factores de prognstico que respeitam os frmacos para controlo do consumo incluindo Dissulfiram e Acamprosato, os factores associados aos aspectos no farmacolgicos do tratamento incluindo o nmero de consultas, os factores associados s caractersticas do mdico e finalmente os frmacos para tratamento de depresso e ansiedade. As variveis de resultado medidas no estudo envolveram o tempo at primeira recada pesada (varivel de interesse primrio para o estudo), a abstinncia de consumo pesado, a abstinncia de qualquer quantidade de lcool, o tempo cumulativo de abstinncia acima da mdia dos doentes, o tempo mximo de recada superior a 1 dia e o doente ter pelo menos um problema relacionado com o lcool aos 6 meses. Todas as variveis resultado foram medidas atravs do calendrio auto-reportado pelos doentes e seus co-responsveis no que respeita os consumos dirios Timeline Followback, excepo da varivel ter pelo menos 1 problema relacionado com o lcool aos 6 meses em que foi aplicado o instrumento Alcohol Related Problems Questionnaire. Foi estabelecido uma unidade padro de consumo de lcool como uma garrafa de cerveja, um copo de vinho ou um clice de bebida fortificada ou destilada que teriam aproximadamente 10 gramas de lcool, sendo considerado um consumo excessivo pesado de pelo menos 5 destas unidades padro num dia tpico de consumo, ou seja, pelo menos 50 gramas de lcool. Os dados recolhidos e validados foram analisados em Statistical Package for Social Sciences, tendo-se utilizado usuais mtodos de estatstica descritiva envolvendo tabulao de frequncias e tabulao de medidas de tendncia central e disperso. Foram utilizados na anlise bivarivel entre os factores de prognstico e as variveis resultado o teste do Qui quadrado ou exacto de Fisher, o teste de Mann Whitney, o teste Kruskal Wallis, o coeficiente de correlao de Spearman e o coeficiente de concordncia Kappa de Cohen. Foi ainda utilizado na anlise bivarivel a anlise de sobrevivncia de Kaplan Meier com teste log rank e a anlise da rea sob a curva ROC. Na anlise multivarivel foi utilizado a anlise de regresso de Cox mltipla com razo de riscos medida pelo Hazard Ratio (HR) e a anlise de regresso logstica mltipla com razo de riscos medida pelo odds ratio (OR). O nvel de significncia foi estabelecido em 5%. Resultados: Dos doentes admitidos a tratamento, 84% eram homens, a idade mediana era 41 anos, o consumo mediano de lcool era 192 gramas/dia e a durao mediana de consumo excessivo pesado era 13 anos. Os anos completos de escolaridade em tendncia situaram-se abaixo do 9 ano de escolaridade com uma mediana de 6 anos. 61% dos doentes pertenciam a classes sociais mdia/baixa e baixa. A taxa de Kaplan Meier de recada em consumo pesado foi de 23% sendo a taxa de recada em qualquer quantidade de lcool de 54%. O tempo mdio cumulativo de abstinncia foi 131 dias. Relativamente aos factores de prognstico que se revelaram estatisticamente significativos aps anlise de regresso mltipla foram; na admisso ao tratamento, o sexo feminino associado a pior prognstico de tempo mximo de recada superior a 1 dia (OR=4,55; p<0,05), o nvel scio econmico de graffar mdio baixo e baixo associado a piores prognsticos relativamente abstinncia de consumo pesado (OR=0,32; p<0,05), abstinncia de qualquer quantidade (OR=0,41; p<0,05) e tempo cumulativo de abstinncia acima da mdia (OR=0,05; p<0,01), a situao profissional de emprego a tempo inteiro e vnculo associado a melhor prognstico relativamente a menos problemas ligados ao lcool aos 6 meses (OR=0,37; p<0,05), a histria de uso de cocana associado a pior prognstico relativamente abstinncia de consumo pesado (OR=0,11; 6 p<0,01) e abstinncia de qualquer quantidade (OR=0,05; p<0,001), ter mais de 20 anos de consumo excessivo pesado associado a pior prognstico relativamente abstinncia de qualquer quantidade (OR=0,20; p<0,05), tempo cumulativo de abstinncia acima da mdia (OR=0,05; p<0,05), tempo mximo de recada superior a 1 dia (OR=8,36; p<0,01) e ter pelo menos 1 problema ligado ao lcool aos 6 meses (OR=7,32; p<0,01), entrar em tratamento com menos tempo de abstinncia, digamos at 7 dias sem beber, revelou-se associado a melhor prognstico nomeadamente no tempo at primeira recada em consumo pesado (HR=0,32; p<0,05), mais gravidade da histria de consumo indicada pelo doente consumir lcool de manh e/ou antes do almoo revelou-se associado a melhor prognstico, nomeadamente na abstinncia de qualquer quantidade de lcool (OR=3,01; p<0,05), os doentes com valor de avaliao heptica GGT aumentada face ao limite normal revelaram pior prognstico ao nvel do tempo at primeira recada em consumo pesado (HR=2,48; p<0,05), os doentes com pelo menos 5 dos 11 problemas ligados ao lcool questionados no Alcohol Related Problems Questionnaire na admisso, revelaram pior prognstico nomeadamente no tempo cumulativo de abstinncia acima da mdia dos doentes (OR=0,04; p<0,01). Durante os 6 meses de tratamento, os factores de prognstico que se revelaram estatisticamente significativos aps anlise de regresso mltipla foram; a toma de Dissulfiram por um perodo de pelo menos 120 dias, que se revelou associado a melhor prognstico relativamente ao tempo cumulativo de abstinncia acima da mdia dos doentes (OR=18,88; p<0,01) e o doente ter pelo menos 1 problema ligado ao lcool aos 6 meses (OR=0,16; p<0,001), o doente ter tomado Dissulfiram por um perodo inferior a 120 dias, que se revelou associado a pior prognstico em todas as variveis de resultado, ou sejam, o tempo at primeira recada em consumo pesado (HR=15,00; p<0,001), a abstinncia de consumo pesado (OR=0,062; p<0,001), a abstinncia de qualquer quantidade (OR=0,05; p<0,001), o tempo cumulativo de abstinncia acima da mdia dos doentes (OR=0,08; p<0,05), o tempo mximo de recada superior a 1 dia (OR=15,60; p<0,01) e ter pelo menos 1 problema ligado ao lcool aos 6 meses (OR=5,25; p<0,05), os doentes com indicao para Acamprosato tiveram pior prognstico ao nvel do tempo at primeira recada em consumo pesado (HR=2,60; p<0,05), os doentes que realizaram pelo menos 4 das 7 consultas previstas para os 6 meses tiveram melhor prognstico relativamente abstinncia em consumo pesado (OR=9,10; p<0,001), abstinncia de qualquer quantidade (OR=5,56; p<0,001), tempo cumulativo de abstinncia acima da mdia (OR=177,50; p<0,001) e o doente ter pelo menos 1 problema ligado ao lcool aos 6 meses (OR=0,07; p<0,001), o doente ter pelo menos 2,5 de mdia nas fases da sua consulta (podendo variar as fases entre 1 e 4) tm melhor prognstico ao nvel do tempo at primeira recada em consumo pesado (HR=0,28; p<0,01), abstinncia de consumo pesado (OR= 2,80; p<0,05), abstinncia de qualquer quantidade (OR=3,24; p<0,05) e tempo mximo de recada superior a 1 dia (OR=0,21; p<0,01), os doentes com indicao para ansiolticos sejam eles Benzodiazepinas ou Buspirona tiveram pior prognstico no tempo at primeira recada em consumo pesado (HR=2,12; p<0,05). Concluses: em termos de polticas de sade, este estudo permite concluir que durante o tratamento ambulatrio devem ser valorizados o recurso farmacolgico Dissulfiram com tempo de toma nunca inferior a 120 dias, a realizao de um maior nmero de consultas previsto para o doente e a utilizao de mais de duas fases nas consultas. Este estudo tambm revela que os prestadores de tratamento devem ter ateno aos doentes com indicao para a toma de ansiolticos. Relativamente aos factores relevantes na admisso ao tratamento ambulatrio, este estudo permite-nos concluir que deve haver maior preocupao dos prestadores de tratamento relativamente s mulheres alcolicas, aos doentes com nvel socioeconmico mais baixo e doentes sem emprego a tempo inteiro nem vnculo, pois so factores que se revelaram associados a pior prognstico. Tambm, os prestadores de tratamento devem ter em especial ateno a histria de consumo de outras substncias, nomeadamente o consumo de cocana, pois revelou-se associado a pior prognstico. Em relao s variveis da gravidade do consumo de lcool, os prestadores de tratamento devem tomar especial ateno que o prognstico piora para os doentes que consomem lcool de modo excessivo pesado mais de 20 anos, que tenham a avaliao laboratorial do GGT aumentada em relao ao normal e que revelem mais problemas ligados ao lcool no questionrio Alcohol Related Problems Questionnaire. Este estudo tambm prova que se deve motivar o doente a iniciar o tratamento temporalmente o mais perto possvel do incio da abstinncia. Mais concretamente, os doentes que iniciaram o tratamento at uma semana desde o incio da abstinncia tiveram melhor prognstico. Curiosamente ainda uma informao til para os prestadores de tratamento que os doentes que consomem lcool pela manh e/ou antes do almoo parecem estar mais motivados para recuperarem, tendo-se revelado um factor de bom prognstico.
Resumo:
A síndrome pulmonar e cardiovascular por hantavrus doena causada pela aspirao de aerossis dos dejetos de roedores silvestres contaminados por vrus da famlia Bunyaviridae. Estudamos manifestaes clnicas e laboratoriais de 70 casos ocorridos de 1998 a 2007 na regio de Ribeiro Preto, SP. A freqncia de sintomas foi dispnia (87%), febre (81%), tosse (44%), cefalia (34%), taquicardia (81%), hipotenso arterial (56%), hipxia (49%), acidose metabólica (57%), linfocitopenia (51%), hematcrito >45% (70%), leucocitose com desvio esquerda (67%), creatinina (51%) e uria (42%) sricas elevadas. A letalidade (54,3%) ocorreu principalmente no 4o dia. Insuficincia respiratria, hipotenso arterial e choque ocorreu 24-48 horas; o hematcrito elevado e a plaquetopenia so sinais fortemente sugestivos da doena. A hiptese diagnstica de pneumonia atpica associada a bom prognstico (p:0,0136); a infuso hdrica >2.000ml e hipotenso arterial associadas a mau prognstico (p:0,0286 e p:0,0453).
Resumo:
INTRODUO: Tm sido relatadas alteraes negativas no estado de humor em algumas mulheres durante o ciclo menstrual, sobretudo naquelas que apresentam síndrome pr-menstrual (SPM). No entanto, existe uma lacuna na literatura a respeito das alteraes no estado de humor durante o ciclo menstrual em atletas com SPM. OBJETIVO: Investigar o impacto da SPM no estado de humor de atletas ao longo do ciclo menstrual. MTODOS: Fizeram parte da amostra 57 atletas de diferentes esportes, de uma cidade do noroeste do Paran. Utilizou-se um dirio de sintomas, baseado nos critrios do American College of Obstetricians and Gynecologist (ACOG), 2000, e o questionrio Profile of Mood States (POMS). As atletas utilizaram o dirio e responderam ao questionrio ao longo de dois ciclos menstruais. Para anlise dos dados foram usados os testes de Shapiro Wilk, de Friedman, de Wilcoxon e o teste U de Mann-Whitney, adotando-se P < 0,05. RESULTADOS: Verificou-se que apenas atletas com SPM apresentaram aumento na alterao total de humor da ltima semana para o ltimo dia, sendo a diferena significativa no primeiro ciclo menstrual (p = 0,019). CONCLUSO: A presena de SPM pode afetar o estado de humor de atletas, gerando alteraes negativas no perodo pr-menstrual, especialmente no ltimo dia antes da menstruao.
Resumo:
OBJETIVO: Avaliar o resultado clnico e econmico de um Programa de Reabilitao Cardiopulmonar e Metabólica (PRCM) criado por um plano de sade. MTODOS: A amostra foi constituda por 96 clientes, divididos em dois grupos de 48 indivduos (grupo tratamento - GT, indivduos que participavam do programa de RCPM; e grupo controle - GC, indivduos que no participavam do programa), de ambos os sexos, idade entre 54 e 79 anos. O tempo de treinamento do GT foi de 22 (3) meses. Para avaliao do resultado clnico antes e aps a PRCM, foram determinadas as tolerncias ao esforo fsico, perfil lipoprotico plasmtico (CT, LDL-C, HDL-C, CT/HDL-C e triglicrides); presso arterial sistmica (PAS) de repouso e composio corporal (ndice de massa corporal - IMC e relao cintura/quadril - RC/Q). RESULTADOS: O GT apresentou, respectivamente na avaliao pr e ps-PRCM: CT (mg/dl) 242,5 (48,32) e 189,47(39,83); LDL-C (mg/dl) 162(37,72) e 116,3(33,28); HDL-C (mg/dl) 46,5(8,59) e 57,8(10,36); Tg (mg/dl) 165,15(90,24) e 113,29(54,92); CT/HDL-C 5,42 (1,10) e 3,35 (0,81); VO2 pico (ml/kg/min) 26,927 e 32,645,92; IMC 29,35 (3,93) e 28,12 (3,55) para mulheres e 29,17 (5,14) e 27,88 (4,83) para homens; RC/Q 0,93(0,05) e 0,94(0,04) para mulheres e 0,93(0,07) e 0,92(0,06) para homens; PAS (mmHg) 151(13,89) e 132(9,56); PAD (mmHg) 83(8,07) e 77(5,92); despesas mensais GC (R$) 8.840,05 (5.656,58) e 8.978,32 (5.500,78); despesas mensais GT (R$) 2.016,98 (2.861,69) e 1.470,73 (1.333,25). CONCLUSO: No grupo submetido ao programa de PRCM foram observadas modificaes clnicas favorveis em relao a perfil lipoprotico plasmtico, PAS e tolerncia ao esforo fsico, sem relao com modificao de medicamentos.
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FUNDAMENTO: A obesidade abdominal apresenta elevada prevalncia em mulheres com síndrome dos ovrios policsticos (SOP) e est associada a um aumento do risco cardiovascular. OBJETIVO: Verificar a acurcia da circunferncia da cintura (CC), da relao cintura-quadril (RCQ), da relao cintura-estatura (RCEST) e do ndice de conicidade (ndice C), no que se refere deteco de fatores de risco cardiovascular (FRCV) em mulheres com SOP. MTODOS: Por meio de estudo transversal, foram alocadas 102 mulheres (26,5 5 anos) com diagnstico de SOP, de acordo com o consenso de Rotterdam. O colesterol total (CT), os triglicerdeos (TG), o LDL-colesterol (LDL-C), o HDL-colesterol (HDL-C), a glicemia de jejum, a glicemia aps teste oral de tolerncia glicose (TOTG) e a presso arterial (PA) foram avaliados em todas as pacientes, alm das variveis antropomtricas. RESULTADOS: A relao cintura-estatura foi o marcador que apresentou correlaes positivas significativas com o maior nmero de FRCV (PA, TG e glicemia aps TOTG), destacando-se ainda a correlao negativa com HDL-C. Todos os marcadores antropomtricos avaliados se correlacionaram positivamente com PA, enquanto CC e RCQ apresentaram correlao positiva tambm com TG. No tocante acurcia para deteco de FRCV, os indicadores antropomtricos considerados apresentaram taxas de sensibilidade superiores a 60%, com destaque para a RCEST, que apresentou sensibilidade superior a 70%. CONCLUSO: A RCEST demonstrou ser o indicador antropomtrico com a melhor acurcia para a predio de FRCV. Nesse sentido, prope-se a incluso desse parmetro de fcil mensurao na avaliao clnica para o rastreamento de mulheres com SOP e FRCV.
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FUNDAMENTO: Participantes dos programas de reabilitao cardiopulmonar e metabólica (RCPM) podem apresentar alteraes locomotoras que prejudiquem a aderncia e a efetividade do tratamento. OBJETIVO: Desenvolver instrumento para avaliar o sistema locomotor e identificar problemas, principalmente aqueles relacionados com o exerccio, possibilitando a triagem dos pacientes, ou seja, liberao sem restries, liberao com restries e no liberao antes de aval especializado. MTODOS: Construo e validao (segundo o alfa de Cronbach) de inventrio de avaliao do sistema locomotor (IASL), para subsequente aplicao em participantes da RCPM. RESULTADOS: Por meio do IASL, cuja avaliao interna apresentou parmetros de validade e confiabilidade satisfatrios, foram avaliados 103 indivduos participantes de programas de RCPM, sendo 33 homens (32%) e 70 mulheres (68%), com idades entre 36 e 84 anos, dos quais 47 (45,6%) j haviam recebido diagnstico de problema do sistema locomotor, 39 (37,9%) j haviam recebido tratamento especfico para o sistema locomotor, 33 (32%) costumavam usar frmacos para alvio de sintomas do sistema locomotor, e 10 (9,7%) haviam recebido proibio mdica para algum tipo de exerccio. Ressalte-se que 48 indivduos (46,6%) relataram sentir dor no sistema locomotor que, em 14 (13,6%) deles, piorava com o exerccio, o que deveria impedir a participao em programa de exerccios antes de aval de especialista. CONCLUSO: O IASL, que apresentou parmetros de validade e confiabilidade satisfatrios, evidenciou que, para praticamente metade dos participantes de programas de RCPM, existia alguma restrio para a prtica de exerccios e que alguns no deveriam ter sido liberados sem o aval de especialista.
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FUNDAMENTO: O Brasil carece de registros multicntricos publicados de síndrome coronariana aguda. OBJETIVO: O Registro Brasileiro de Síndrome Coronariana Aguda um estudo multicntrico nacional com objetivo de apresentar dados representativos das caractersticas clnicas, e manejo e evoluo hospitalares dessa síndrome. MTODOS: Participaram 23 hospitais de 14 cidades. Foram elegveis pacientes que se apresentaram com suspeita de síndrome coronariana aguda nas primeiras 24 horas, com quadro clnico sugestivo, associado a alteraes eletrocardiogrficas compatveis e/ou marcadores de necrose. O seguimento foi realizado at o bito ou a alta hospitalar. RESULTADOS: Entre os anos de 2003 e 2008, foram includos 2.693 pacientes com diagnstico de síndrome coronariana aguda, sendo 864 (32,1%) mulheres. O diagnstico final foi de angina instvel para 1.141 (42,4%) pacientes, com mortalidade de 3,06% deles; de infarto agudo do miocrdio sem supradesnvel de ST para 529 (19,6%) pacientes, com mortalidade de 6,8% deles; e de infarto agudo do miocrdio com supradesnvel de ST para 950 (35,3%) pacientes, com mortalidade de 8,1% deles; tiveram diagnstico no confirmado 73 (2,7%) pacientes, com mortalidade de 1,36% deles. A mortalidade global foi de 5,53%. O modelo de regresso logstica mltipla identificou o gnero feminino (OR=1,45), o diabetes melito (OR=1,59), o ndice de massa corporal (OR=1,27) e a interveno coronariana percutnea (OR=0,70) como fatores de risco de bito, para demografia e intervenes. Um modelo para bito por complicaes maiores identificou choque cardiognico/Edema Agudo de Pulmo (OR=4,57), reinfarto (OR=3,48), acidente vascular cerebral (OR=21,56), sangramento grave (OR=3,33), parada cardiorrespiratria (OR=40,27) e classe funcional de Killip (OR=3,37). CONCLUSO: Os dados do Registro Brasileiro de Síndrome Coronariana Aguda no diferem de outros coletados fora do pas. Seus achados podero ajudar a promover um melhor planejamento e manejo do atendimento da síndrome coronariana aguda a nvel pblico e privado.
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Fundamento: A doença cardiovascular subclínica é prevalente em pacientes com síndrome metabólica (SM). O strain circunferencial (εCC) e o strain longitudinal (εLL) do ventriculo esquerdo (VE), avaliados pelo ecocardiograma com speckle tracking (STE), são índices de função sistólica: o encurtamento das fibras circunferenciais e longitudinais do VE é indicado por um valor negativo do strain. Portanto, quanto mais negativo o strain, melhor a função sistólica do VE. O εCC e o εLL têm sido usados para demonstrar disfunção ventricular subclínica em vários distúrbios clínicos. Objetivo: Levantamos a hipótese de que a SM está associada com comprometimento da função miocárdica, quando avaliada pelo STE. Métodos: Este estudo analisou participantes do Multi-Ethnic Study of Atherosclerosis (MESA) que realizaram o STE e foram avaliados para todos os componentes da SM. Resultados: Entre os 133 participantes incluídos (mulheres: 63%; idade: 65 ± 9 anos), a prevalência de SM foi de 31% (41/133). Indivíduos com SM apresentaram valores menores do εCC e do εLL que aqueles sem SM (-16,3% ± 3,5% vs. -18,4% ± 3,7%, p < 0,01; e -12,1% ± 2,5% vs. -13,9% ± 2,3%, p < 0,01, respectivamente). A fração de ejeção do VE (FEVE) foi semelhante nos dois grupos (p = 0,09). Na análise multivariada, a SM associou-se a um valor mais baixo do strain circunferencial (B = 2,1%, IC 95%: 0,6-3,5; p < 0,01), mesmo após ajuste para idade, etnia, massa VE e FEVE. De maneira semelhante, a presença de SM (B = 1,3%, IC 95%: 0,3-2,2; p < 0,01) e a massa do VE (B = 0,02%, IC 95%: 0,01 0,03; p = 0,02) associaram-se a um valor menor do strain longitudinal após ajuste para etnia, FEVE e creatinina. Conclusão: O εCC e o εLL do VE, marcadores de doença cardiovascular subclínica, estão comprometidos em indivíduos assintomáticos com SM e sem história prévia de infarto miocárdico, insuficiência cardíaca e/ou de FEVE < 50%.
Resumo:
A AIDS/SIDA tem atemorizado a populao mundial nas ltimas dcadas. Preocupadas com a alta incidncia de portadoras do HIV admitidas numa maternidade pblica do Municpio do Rio de Janeiro, as autoras interessaramse em investigar o fenmeno traando o perfil das gestantes no perodo de 1987-1996. Atravs de um estudo retrospectivo, em abordagem quantitativa, foram analisados os registros de 102 pronturios. Os resultados evidenciaram que a populao estudada era composta, em sua maioria, por solteiras com idades entre 19 e 33 anos, com baixa escolaridade e ocupao principal de "prendas do lar"; tendo sido contaminadas atravs de contato sexual. Verificou-se a falta de conhecimento do grupo afetado quanto s formas de exposio ao vrus e a importncia da adoo de medidas voltadas para preveno da contaminao e educao para a sade.
Resumo:
Este estudo objetivou apreender como as mulheres com aids enfrentam o cotidiano aps o conhecimento do seu diagnstico. Trata-se de estudo exploratrio, descritivo, com abordagem qualitativa, utilizando a Histria Oral Temtica para coleta e anlise de dados. Foram entrevistadas dez mulheres com aids em um Hospital de referncia em Fortaleza-CE, de dezembro de 2004 a maro de 2005. Para coleta de dados utilizou-se roteiro semi-estruturado, cujos dados foram categorizados. Os resultados revelam diferentes formas de enfrentamentos relacionados fragilidade da descoberta do diagnstico, necessidade de ocultar a infeco decorrente da discriminao e preconceito que vivenciam, e constante percepo da morte; alm de emitirem sentimentos, como vergonha, preocupao com a famlia, abandono, solido, tristeza, medo da morte, ansiedade. Concluiu-se que, apesar de mais de duas dcadas de epidemia, fica evidente as dificuldades enfrentadas pelas mulheres ao vivenciarem sua infeco.
Resumo:
Trata-se de um estudo qualitativo realizado com mulheres infectadas pelo HIV/aids atendidas por um servio especializado em DST/aids e matriculadas por uma equipe do Programa Sade da Famlia. Teve como objetivo identificar quais as motivaes para abrir a privacidade de suas informaes para a equipe de PSF das mulheres soropositivas ao HIV/aids. Foi realizado por meio de entrevistas semi-estruturadas, analisadas com o referencial terico da biotica. Verificou-se que as mulheres revelam o diagnstico equipe de PSF quando: o diagnstico de soropositividade foi feito na unidade; sentem que so melhor atendidas por serem soropositivas ao HIV; tm vnculo como se fossem familiares; confiam; e sentem que no sentem pena. E no revelam quando: a atitude do profissional gerou medo e insegurana; acham que o PSF cuida de pessoas acamadas; no confiam por medo de quebra do sigilo; e j possuem toda assistncia que precisam no SAE.