1000 resultados para Saúde pública Financiamento
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OBJETIVO: Estudar os tipos de partos de acordo com a categoria de internao da paciente, bem como as indicaes de cesarianas mais freqentemente referidas. MTODOS: A partir dos dados de um sistema de informaes hospitalares, foi feita uma anlise retrospectiva dos partos ocorridos no municpio de Ribeiro Preto, So Paulo, Brasil, no perodo de 1986-1995. Foram estudados: tipo de parto, categoria de admisso e diagnsticos referidos. RESULTADOS: Ocorreram 86.120 partos no perodo estudado, sendo 5,4% na categoria privada, 28,7% na categoria de pr-pagamento e 65,9% no sistema pblico (Sistema nico de Saúde -- SUS), observando-se uma diminuio nas categorias privada e SUS e aumento na categoria de pr-pagamento. A percentagem de cesreas aumentou de 68,3% para 81,8% na categoria privada e de 69,1% para 77,9% na categoria pr-pagamento e diminuiu de 38,7% para 32,1% na categoria SUS. As principais indicaes cesarianas referidas foram o sofrimento fetal, cujas incidncias foram 9,5%, 10,9% e 9,0%, respectivamente, nas categorias particular, pr-pagamento e SUS; e distcia cfalo-plvica cujas taxas foram 5,8%, 6,5% e 3,9%, respectivamente, nas mesmas categorias mencionadas. CONCLUSO: A incidncia de cesariana variou segundo a categoria de internao, observando-se um gradiente crescente medida que se elevou o padro social das gestantes, no havendo correspondncia com o risco obsttrico.
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OBJETIVO: Idosos usam a rede pública ou privada de atendimento de saúde de acordo com a sua situao econmica, social, demogrfica e epidemiolgica. Analisar como esses fatores influenciam a escolha do local de atendimento e comparar o impacto das rendas individual e familiar do idoso nessa deciso so os objetivos do estudo. MTODOS: Foram utilizados dados de um estudo realizado pelo Conselho Estadual do Idoso do Rio Grande do Sul, em 1995, com 7.920 idosos, com idade acima de 60 anos. A coleta de dados foi feito mediante questionrio que inclua questes sobre influncia do gnero, idade, escolaridade, renda individual e familiar, tamanho da famlia, participao na renda familiar e auto-avaliao da saúde do idoso. As chances de uso da rede privada de atendimento de saúde foi medida pela regresso logstica. RESULTADOS: No acesso rede privada de atendimento a renda familiar do idoso teve um impacto muito mais expressivo do que a individual. Com um aumento na renda familiar em um salrio mnimo, as chances do idoso utilizar a rede privada aumentam 20% contra um acrscimo de apenas 7% no mesmo aumento na renda individual. Tambm influenciaram positivamente: gnero feminino, idade, escolaridade e tamanho menor da famlia. CONCLUSES: As decises sobre onde o idoso recebe cuidados de saúde dependem das necessidades e recursos da famlia e no somente da situao individual do idoso. Conseqentemente, a saúde do idoso de famlia de renda baixa recebe prioridade menor e desproporcionalmente prejudicada pelo pouco recurso familiar e deficincias do sistema pblico de atendimento.
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OBJETIVO: O aumento verificado nas taxas de homicdios aponta para a necessidade de melhorar a compreenso do problema. O objetivo do presente trabalho foi conhecer as informaes adicionais acerca da mortalidade por homicdios provenientes de diferentes fontes de dados. MTODOS: Foram analisados os dados de homicdios entre residentes do Municpio de So Paulo, para o segundo semestre de 2001 obtidos nas declaraes de bito, laudos de necropsia e boletins de ocorrncia policial. As informaes foram analisadas sob a forma de nmeros absolutos, propores e coeficientes. Para a verificao de diferenas estatsticas foi utilizado o teste do qui-quadrado de Pearson. RESULTADOS: O coeficiente de homicdios foi 57,2/100.000, sendo que os valores mais altos foram encontrados entre os homens na faixa de 15 a 29 anos. O percentual do uso de armas de fogo foi 88,6%, mais alto entre homens que em mulheres. A localizao anatmica de leses mais freqentes foi a cabea (68,9%). Entre as vtimas que tiveram o exame toxicolgico realizado, 42,5% tinham feito uso de lcool (44% para os homens e 24% nas mulheres). H maior concentrao de ocorrncias nos finais de semana no horrio noturno. Em 74,6% dos bitos, as vtimas residiam prximas ou no mesmo local de ocorrncia do evento. CONCLUSES: Os achados do estudo apontam que a integrao de dados permite melhorar a qualidade da informao, contribuindo para a compreenso dos homicdios.
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OBJETIVO: Analisar as organizaes sociais de saúde luz do controle pblico e da garantia da eqidade no acesso aos servios de saúde. MTODOS: Utilizou-se a tcnica de estudo de caso e foram selecionadas duas organizaes sociais de saúde na regio metropolitana de So Paulo. As categorias analticas foram eqidade no acesso e controle pblico, baseando-se em entrevistas com informantes-chave e relatrios tcnico-administrativos. RESULTADOS: Observou-se que financiamento global e o controle administrativo das organizaes sociais de saúde so atribuies do gestor estadual. A presena do gestor local importante para a garantia da eqidade no acesso, sendo que o controle pblico se expressa por aes fiscalizadoras mediante procedimentos contbil-financeiros. CONCLUSES: A eqidade no acesso e o controle pblico no so contemplados na gesto dessas organizaes. A questo central encontra-se na capacidade do poder pblico se fazer presente na implementao dessa modalidade no mbito local, garantido a eqidade no acesso e contemplando o controle pblico.
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OBJETIVO: Analisar os sentidos do cuidado para com o usurio atendido no mbito da assistncia em saúde mental, a partir de percepes de psiclogos atuando no cotidiano de servios pblicos de saúde. PROCEDIMENTOS METODOLGICOS: Estudo exploratrio qualitativo realizado na cidade de Fortaleza, CE, no ano de 2006. A amostra foi composta por oito informantes do sexo feminino, psiclogas, pertencentes ao quadro funcional da rede estadual de saúde. Para apreenso e construo das informaes, foram realizadas entrevistas no-diretivas, gravadas e transcritas. A categorizao dos discursos a partir de enfoque hermenutico possibilitou a construo de rede interpretativa. ANLISE DOS RESULTADOS: A rede interpretativa evidenciou que o psiclogo reconhece sua insero no campo da saúde pública como um desafio, distinto do campo de sua formao. As concepes de cuidado predominantes foram circunscritas dimenso tcnica, embora tambm tenham sido identificadas outras mais prximas abertura tica e de respeito alteridade. CONCLUSES: No cotidiano da assistncia na rede pública, percebe-se uma atitude de cuidado como tcnica, controle e anulao da diferena mais comprometida com os modelos tradicionais da biomedicina e da psicologia clnica. Foram observadas prticas que ultrapassam essa atitude e assumem uma configurao direcionada ao encontro intersubjetivo, ao dilogo, afetao, escuta tica, ao compartilhamento de responsabilidades e ao compromisso tico em sua perspectiva sociocultural e poltica.
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OBJETIVO: Descrever um ndice para reconhecimento das desigualdades de condies de vida e saúde e sua relao com o planejamento em saúde. MTODOS: Foram selecionadas variveis e indicadores que refletissem os processos demogrficos, econmicos, ambientais e de educao, bem como oferta e produo de servios de saúde. Esses indicadores foram utilizados no escalonamento adimensional dos indicadores e agrupamento dos 5.507 municpios brasileiros. As fontes de dados foram o censo de 2000 e os sistemas de informaes do Ministrio da Saúde. Para anlise dos dados foram aplicados os testes z-score e cluster analysis. Com base nesses testes foram definidos quatro grupos de municpios segundo condies de vida. RESULTADOS: Existe uma polarizao entre o grupo de melhores condies de vida e saúde (grupo 1) e o de piores condies (grupo 4). O grupo 1 caracterizado pelos municpios de maior porte populacional e no grupo 4 esto principalmente os menores municpios. Quanto macrorregio do Pas, os municpios do grupo 1 concentram-se no Sul e Sudeste e no grupo 4 esto os municpios do Nordeste. CONCLUSES: Por incorporar dimenses da realidade como habitao, meio ambiente e saúde, o ndice de condies de vida e saúde permitiu identificar municpios mais vulnerveis, embasando a definio de prioridades, critrios para financiamento e repasse de recursos de forma mais eqitativa.
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OBJETIVO: Avaliar o impacto da reforma de financiamento na produtividade de hospitais de ensino. MTODOS: A partir do Sistema de Informaes dos Hospitais Universitrios Federais, foram construdas fronteiras de eficincia e produtividade em 2003 e 2006 com tcnicas de programao linear, por meio de anlise envoltria de dados, considerando retornos variveis de escala e orientao a input. Calculou-se o ndice de Malmquist para identificar mudanas de desempenho ao longo dos anos quanto eficincia tcnica (razo entre os escores de eficincia em tempos distintos) e eficincia tecnolgica (deslocamento da fronteira no perodo considerado). RESULTADOS: Houve aumento do aporte financeiro em 51% e da eficincia tcnica dos hospitais de ensino (de 11, passaram a ser 17 na fronteira emprica de eficincia), o mesmo no ocorrendo com a fronteira tecnolgica. O uso de anlise envoltria de dados estabeleceu os benchmarks para as unidades ineficientes (antes e depois da reforma) e os escores de eficincia mostraram uma possvel correlao entre a eficincia tcnica encontrada e a intensidade e dedicao de ensino. CONCLUSES: A reforma permitiu o desenvolvimento de melhorias gerenciais, mas necessrio maior tempo de acompanhamento para observar mudanas mais efetivas do modelo de financiamento.
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OBJETIVO: Analisar a evoluo de estimativas do gasto federal com o Programa de Saúde Mental desde a promulgao da lei nacional de saúde mental. MTODOS: O gasto federal total do Programa de Saúde Mental e seus componentes de gastos hospitalares e extra-hospitalares foi estimado a partir de 21 categorias de gastos de 2001 a 2009. Os valores dos gastos foram atualizados para valores em reais de 2009 por meio da aplicao do ndice de Preos ao Consumidor Amplo. Foi calculado o valor per capita/ano do gasto federal em saúde mental. RESULTADOS: Observou-se o crescimento real de 51,3% do gasto em saúde mental no perodo. A desagregao do gasto revelou aumento expressivo do valor extra-hospitalar (404,2%) e decrscimo do hospitalar (-39,5%). O gasto per capita teve crescimento real menor, embora expressivo (36,2%). A srie histrica do gasto per capita desagregado mostrou que em 2006, pela primeira vez, o gasto extra-hospitalar foi maior que o hospitalar. O valor per capita extra-hospitalar teve o crescimento real de 354,0%; o valor per capita hospitalar decresceu 45,5%. CONCLUSES: Houve crescimento real dos recursos federais investidos em saúde mental entre 2001 e 2009 e investimento expressivo nas aes extra-hospitalares. Houve inverso no direcionamento dos recursos, a partir de 2006, na direo dos servios comunitrios. O componente do financiamento teve papel crucial como indutor da mudana de modelo de ateno em saúde mental. O desafio para os prximos anos sustentar e aumentar os recursos para a saúde mental num contexto de desfinanciamento do Sistema nico de Saúde.
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OBJETIVO: Analisar o uso de servios de saúde segundo posio socioeconmica em trabalhadores de uma universidade pública. MTODOS: Estudo transversal com 759 funcionrios de uma universidade pública brasileira que referiram restrio das atividades habituais por motivo de saúde nos ltimos 14 dias. Foram utilizados dados de 2001 provenientes da coorte "Estudo Pr-Saúde", realizado no Rio de Janeiro, RJ. O uso de servios de saúde foi avaliado pela proxy busca por assistncia de saúde e tipo de servio. A presena de variaes adicionais na morbidade foi verificada pelo tempo de restrio. Foram analisados os marcadores de escolaridade, renda e ocupao e calculadas razes de propores brutas e ajustadas do uso e por tipo de servio. RESULTADOS: Nvel ocupacional foi o indicador de maior desigualdade no uso de servios de saúde. Aps o ajuste por sexo, idade e demais marcadores de posio socioeconmica, a razo de proporo de uso de assistncia de saúde entre trabalhadores de rotina manual foi 1,31 (IC95% 1,11;1,55) e entre trabalhadores de rotina no-manual foi 1,21 (IC95% 1,06;1,37), comparados aos profissionais, considerada a categoria de referncia. CONCLUSES: Padro de desigualdade social foi observado no uso de servios de saúde em favor dos indivduos de menor posio socioeconmica, mesmo aps o controle por necessidade, com destaque para o marcador de ocupao. As diferenas remanescentes na morbidade dos indivduos parecem no ser suficientes para explicar o achado e fatores ocupacionais podem exercer maior influncia no uso de servios de saúde dessa populao.
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OBJETIVO : Identificar os avanços e desafios para a promoção da saúde em práticas exitosas nas áreas da saúde, educação, cultura, assistência social e esporte-lazer. MÉTODOS : Estudo qualitativo com dados obtidos da análise em profundidade que incluiu observação participante e entrevista com gestores, coordenadores, profissionais e participantes de 29 práticas indicadas como exitosas para a promoção da saúde, em seis municípios da Região Metropolitana de Belo Horizonte, MG, 2011. As variáveis de estudo foram concepção, dimensão, disseminação e oportunidade de acesso identificadas nas práticas, orientada pela análise de conteúdo temática. RESULTADOS : Observou-se indefinição conceitual e metodológica a respeito da promoção da saúde apresentada por objetos e finalidades contraditórios. As práticas se diferiram quanto à dimensão, disseminação e oportunidade de acesso, determinadas pela articulação intersetorial e investimento político e financeiro. CONCLUSÕES : A focalização das práticas em públicos vulneráveis, limites do financiamento e parceiras intersetoriais foram identificados como desafios para a promoção da saúde.
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RESUMO - A temtica da contratualizao no contexto da reforma dos cuidados de saúde primrios tem suscitado grande controvrsia, sendo certo, porm, que se tornou tambm uma questo incontornvel na organizao dos servios de saúde. Por outro lado, o aperfeioamento dos processos de contratualizao e o desenvolvimento de ferramentas adequadas ao bom desempenho das unidades prestadoras constituem, nos dias de hoje, um assunto prioritrio nas organizaes de saúde de todo o mundo. Atravs de uma reviso bibliogrfica extensiva, pretendeu-se conhecer as experincias de contratualizao, em contexto de cuidados de saúde primrios, desenvolvidas e/ou em curso em alguns pases, tendo em vista, em ltima anlise, contribuir para uma reflexo sobre os modelos implementados ou sustentar a adopo de novas abordagens para este nvel de cuidados em Portugal, tendo por base a evidncia internacional. ------------- -------------ABSTRACT The contracting of health services in the context of primary health care reform has aroused heated debate, however, it became definitively a key element in the organization of health services. Furthermore, the continuous improvement of the contracting process and development of suitable tools to develop the performance of health care providers are considered, today, a matter of the highest importance in healthcare organizations throughout the world. Following an extensive bibliographic review, we identified and characterized some contracting experiences in the primary health care context, which were developed and/or are still going on in some countries, in order to contribute to the reflection on the current models and eventually support the adoption of new approaches in Por
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RESUMO - Contexto: O sistema de financiamento do internamento hospitalar pblico Portugus de natureza prospectiva, atravs de um oramento global baseado no casemix para os doentes do Servio Nacional de Saúde (SNS) e de um pagamento por episdio para os doentes dos subsistemas. Em ambos os casos, o financiamento baseia-se principalmente nos Grupos de Diagnstico Homogneos (GDH) correspondentes a cada episdio, seja para atribuir um preo por doente sado no caso dos doentes dos subsistemas, seja para calcular o casemix do hospital no caso dos doentes do SNS. Atendendo heterogeneidade de utilizao de recursos intra GDH, resultante das caractersticas e necessidades individuais de cada doente, expectvel que o hospital, tendo em vista a garantia da sustentabilidade econmica e financeira e/ou a obteno de mais-valias, procure que o custo de produo fique aqum do preo mdio pago, o que pode resultar na seleco de doentes. Por outro lado, ao no ser tida em conta no financiamento, e na ausncia de seleco, a heterogeneidade intra GDH pode resultar na injusta recompensa/penalizao de uns hospitais em detrimento de outros, tendo em conta as caractersticas e necessidades da populao que servem e pelas quais no so compensados. Objectivos: O presente estudo props-se, por isso, avaliar o impacte que as caractersticas inerentes aos doentes tm no consumo de recursos hospitalares, tendo em vista inferir se as mesmas criam incentivos seleco de doentes ou so fonte de penalizaes ou recompensas injustas para os hospitais. Metodologia: Foi utilizada a amostra completa dos doentes internados no ano 2007 por doenas e perturbaes do aparelho circulatrio (Grande Categoria de Diagnstico 5) nos 76 hospitais pblicos Portugueses (69.905 episdios). Assumiu-se como proxy dos custos a varivel tempo de internamento, e avaliou-se, mediante a realizao de uma regresso linear multivariada, a relao existente entre a variao no tempo de internamento e as caractersticas sexo, idade, severidade, comorbilidades e estatuto econmico dos doentes, tendo-se concludo que todas, menos o sexo, tm impacte significativo no tempo de internamento. Uma anlise preliminar da distribuio das caractersticas identificadas como indutoras de custos pelos hospitais em estudo, conforme o resultado financeiro alcanado por estes fosse positivo ou negativo, sugeriu que as mesmas podem ter impacte nos resultados financeiros alcanados pelos hospitais. Concluso: Concluiu-se que a actual metodologia de financiamento dos hospitais pblicos portugueses possui incentivos seleco de doentes, visto possibilitar a identificao de doentes que pelas suas caractersticas se tornam menos rentveis para os hospitais, o que se pode traduzir numa perda de qualidade assistencial e de acessibilidade para os mesmos e beneficia/penaliza uns hospitais em detrimento de outros, de acordo com as caractersticas da populao que servem.
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Durante sculos o papel do Estado na vida econmica e social das naes foi crescendo, atingindo um desenvolvimento assinalvel a partir da segunga guerra mundial, em execuo do novo paradigma que dela resultou. Desenvolvimento que conheceu fortes crticas com paragem e posterior inverso de sentido durante a dcada de 80 em que se gerou alguma diluio da interveno do Estado, criando-se um movimento de relativo cepticismo relativamente bondade, eficincia e aos custos daquela interveno. Foi nesse contexto e paralelamente com o aumento da vontade de intervir do sector privado que surgiram as chamadas trs vagas de interveno privada, sucessivamente dirigidas s actividades públicas (i) em sectores industriais, comerciais ou de servios no estratgicos, (ii) no domnio das infra-estruturas e, finalmente, (iii) na rea social, recorrendo com diferentes nveis de sucesso, a diversos processos, da privatizao s parcerias pblico-privadas (PPP), passando pela empresarializao. O movimento de reforma nascido de reservas quanto eficincia do sector pblico no passou ao lado da saúde, particularmente do hospital pblico, em que assumiu objectivos e modos especficos, das reformas de gesto s reformas de financiamento e s reformas organizacionais , para, na sequncia do movimento anteriormente ocorrido noutros domnios, tambm recorrer s parcerias pblico-privadas. Depois de situar estas iniciativas no contexto do movimento que rodeou o aumento da interveno privada na produo e na prestao pública, o artigo procura identificar os requisitos de compatibilidade das parcerias pblico-privadas com sistemas de saúde organizados e que perseguem a universalidade da cobertura, a acessibilidade e compreensividade dos cuidados e a equidade do acesso, com especial ateno ao facto de (designadamente em Portugal) a partilha de riscos e tarefas poder atribuir ao sector privado a gesto das dimenses clnicas da prestao.
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RESUMO - Inseridos num contexto onde as unidades prestadoras de cuidados de saúde no possuem autonomia para fixar os seus prprios preos, estuda-se atravs do presente documento o processo de definio de preos do internamento hospitalar portugus entre 1993 e 2001, no sentido de aferir o grau de sinalizao proporcionado ao mercado, uma vez que, na sua essncia, um sistema de preos constitui um sistema de incentivos influenciador de comportamentos produtivos ao nvel prestador. Utilizou-se a base de dados nacionais do sistema de classificao de doentes Grupos de Diagnstico Homogneos e foi caracterizada a evoluo e tendncia dos pesos relativos dos produtos do internamento hospitalar portugus. Foi tambm avaliada a relao da estrutura de preos com a quantidade produzida, a eficincia tcnica e as necessidades em saúde da populao portuguesa durante o perodo considerado. Apesar de existir alguma instabilidade durante o perodo analisado, o ponto de partida e de chegada no diferiu significativamente. No foi encontrado nenhum padro de variao que explicasse a instabilidade encontrada entre os produtos mais complexos, mais produzidos ou os que apresentaram maior/menor variao ao longo da dcada de 90. A hiptese relativa correlao entre a evoluo de preos e as variveis quantidade, eficincia e necessidades tambm foi infirmada. Conclui-se que a utilizao do sistema de preos constituiu na sua essncia um sistema de incentivos neutro, no foi sinalizador para os prestadores e possuiu uma forte correlao com o nvel de reposio de custos histricos dos hospitais portugueses.
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Neste estudo adota-se o modelo de anlise compreensiva de poltica de saúde para investigar a reforma do sistema de saúde de Cabo Verde, no perodo de 1991-2009, e identificar as perspectivas de futuro da reforma na opinio dos seus principais atores. Trata-se de uma pesquisa qualitativa do tipo estudo de caso baseada no modelo de Walt e Gilson (1994) para anlise de poltica, operacionalizado por Arajo Jnior e Maciel Filho (2001). A reforma do sistema de saúde de Cabo Verde examinada com base em quatro categorias: o macro contexto geogrfico, histrico, poltico e socio-econmico em que a poltica de saúde caboverdiana desenvolvida; o micro contexto enfocando a estrutura e caractersticas do sistema de saúde do pas; o contedo da reforma desse sistema de saúde; o processo da sua formulao e implementao; e uma anlise dos principais atores envolvidos no tocante a sua opinio sobre as perspectivas futuras. Durante o seu percurso o sistema de saúde de Cabo Verde tem sofrido importantes modificaes que decorrem das mudanas no macro contexto observadas em escala mundial. A trajetria interna do sistema de saúde evidenciada aponta para inmeros desafios para cumprir seu papel na sociedade, principalmente sob aspectos relevantes apontados pelo estudo que afetam na atualidade todos os sistemas nacionais de saúde. O estudo identifica a opinio dos principais atores sobre o futuro que consideram haver necessidade de aprofundamento da reforma do sistema de saúde cabo-verdiano. Em que pese a necessidade de investigao mais detalhada sobre essa questo, por se tratar de uma pesquisa de opinio considerando a diversidade dos atores da poltica, pode-se dizer que eles apontam para fatores cruciais para o Sistema de Saúde de Cabo Verde. Entre eles destaca-se a redefinio da forma de financiamento e da poltica de recursos humanos. Assim como, observa-se tendncia para nova diretriz da saúde pública no sentido de reestruturao dos programas existentes. Evidencia-se ainda opinies que apontam para descentralizao e regionalizao com atribuio de mais poderes, competncias, e alocao de recursos financeiros e materiais aos municpios para a prestao de cuidados de saúde. A introduo do programa de saúde de famlia e uma melhor articulao entre os setores pblico e privado no setor saúde, com a introduo de prtica de avaliao e regulao no sistema so temas recorrentes na opinio dos entrevistados. O estudo conclui que repensar o modelo de sistema de saúde cabo-verdiano, encarando como fragilidades, a qualidade dos cuidados de saúde prestados, a segurana dos pacientes e o combate ao desperdcio, na base de responsabilidade partilhada por profissionais de saúde, gestores, polticos, setor privado, sociedade civil, usurios e agencias internacionais afigura-se como um debate oportuno para contribuir de alguma forma para melhorar o desempenho do sistema universal de saúde daquele pais.