999 resultados para Síndrome metabólica Mulheres
Resumo:
OBJETIVO: Categorizar e descrever as fontes de estresse cotidianas de mulheres portadoras do vrus da imunodeficincia humana (HIV). MTODOS: Foram realizadas entrevistas individuais, por meio de um questionrio semi-estruturado, com uma amostra consecutiva de 150 mulheres portadoras do HIV, de julho a dezembro de 1997, no Centro de Referncia e Tratamento de Doenas Sexualmente Transmissveis e Aids (CRT DST/Aids) (Secretaria de Estado da Sade, SP). As variveis investigadas foram: dados demogrficos, estrutura familiar, percepo de risco, sexualidade, acesso ao sistema de sade, adeso ao tratamento, uso de lcool e drogas, evento significativo e evento estressante, sendo este o foco de discusso do artigo. RESULTADOS: Apenas 14% dos eventos estressantes so diretamente resultados do tratamento ou do adoecimento. Os relatos das fontes de estresse foram distribudos nos seguintes assuntos: familiares (17%); relacionamento com o parceiro (12%); filhos (14%); enfermidade (14%); relacionamento com outras pessoas (9%); problemas financeiros (8%) e profissionais (7%); vivncias de discriminao (7%); outros (4%); e no responderam (8%). CONCLUSES: As fontes de estresse apresentam principalmente um contedo afetivo-relacional, derivadas muitas vezes do estigma associado ao HIV e, na maioria das vezes, a temas comuns a todas as mulheres. Os profissionais de sade deveriam oferecer cuidado integral s mulheres portadoras do HIV.
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OBJETIVO: Analisar a percepo do risco de infeco em mulheres infectadas pelo HIV, antes de elas receberem o resultado positivo para essa patologia. MTODOS: Estudo exploratrio com entrevistas em profundidade em amostra de convenincia constituda de 26 mulheres que freqentavam o ambulatrio de um centro regional de sade em Maring, PR. A entrevista foi semidirigida com um roteiro de perguntas fechadas e abertas sobre caractersticas sociodemogrficos, conhecimento sobre preveno primria e secundria, percepo de risco antes do teste positivo para HIV, impacto do resultado em suas vidas -- inclusive a sexual -- depois de saberem ser portadoras do vrus. Os resultados foram analisados pela metodologia de anlise de contedo. RESULTADOS: Apesar de ter conscincia de que essa doena pode atingir qualquer um, nenhuma das 26 mulheres estudadas acreditava estar infectada pelo HIV/Aids. Os mecanismos psicolgicos, "negao", "evitao", "onipotncia do pensamento" e "projeo" foram os que puderam ser identificados como aqueles que as mulheres mais utilizaram para lidar com as dificuldades e as ansiedades decorrentes da percepo de risco e das normas e relaes de gneros hegemnicas presentes na cultura brasileira. Verificou-se que, se o uso desses mecanismos alivia a angstia, por outro lado aumenta a vulnerabilidade das mulheres. Elas se sentem incapazes de atuar, e muitas mantm relaes sexuais desprotegidas com os parceiros, expondo-se gravidez indesejada e reinfeco. CONCLUSES: Os programas de preveno do HIV devem considerar tambm aspectos psicolgicos, socioeconmicos e culturais que interferem na vulnerabilidade das mulheres, antes e depois da infeco. Para haver maior alcance de suas aes, os programas devem ir alm da distribuio massiva de informaes e usar abordagens psicoeducativas em pequenos grupos que estimulem a conscientizao das mulheres para alm das informaes biomdicas.
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OBJETIVOS: Estudar as prticas sexuais de risco para a infeco pelo HIV de estudantes adultos jovens (18 a 25 anos) de escolas pblicas noturnas e avaliar as diferenas de gnero e o impacto de um programa de preveno de Aids. MTODOS: Estudo longitudinal de interveno, em quatro escolas da regio central do Municpio de So Paulo, SP, divididas aleatoriamente em dois grupos: interveno e controle. Uma amostra de 394 estudantes participou do estudo, e 77% completaram o questionrio ps-interveno. Realizaram-se "Oficinas de Sexo Mais Seguro" para discutir simbolismo da Aids, percepo de risco, influncias das normas de gnero nas atitudes, informaes sobre Aids, corpo ertico e reprodutivo, prazer sexual e negociao do uso do preservativo. Para a anlise estatstica, foram empregados os testes qui-quadrado de Pearson e a anlise de co-varincia. RESULTADOS: A freqncia do uso consistente de preservativo foi baixa (33%), e existiam diferenas significativas entre homens e mulheres com referncia sexualidade e preveno de Aids. Ao avaliar os efeitos das oficinas, as mudanas foram estatisticamente significativas entre as mulheres, que relataram maior proporo de sexo protegido entre outros aspectos relacionados preveno da Aids. As mudanas no foram significativas entre os homens. CONCLUSES: O risco para a infeco pelo HIV pode ser diminudo, mas resultados mais expressivos podem ser encontrados se forem consideradas as diferenas de gnero e de papis sexuais por meio de programas comunitrios especficos de longa durao.
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OBJETIVOS: Com o aumento do nmero de casos notificados de Aids em mulheres, as intervenes comunitrias, que so fundamentais nesse contexto, so poucas e raramente avaliadas. Assim, objetivou-se realizar um estudo-interveno de base comunitria, buscando desenvolver e avaliar um conjunto de aes de preveno das DST e da Aids voltadas a atingir a vulnerabilidade da populao feminina de baixa renda. MTODOS: O estudo foi realizado na favela Monte Azul, na cidade de So Paulo, SP, no perodo de um ano (1998-1999). Foram desenvolvidas as seguintes aes: treinamento de profissionais de sade do ambulatrio local, disponibilidade de recursos preventivos (camisinha masculina e feminina), realizao de grupos educativos, distribuio de materiais educativos e realizao de programas na rdio comunitria. Para avaliar a interveno, foram analisados dados provenientes de quatro diferentes instrumentos de investigao: pr e ps-teste sobre capacitao de profissionais de sade para o trabalho preventivo, monitoramento de retirada de preservativos, observao participante das atividades comunitrias e registro de depoimentos espontneos dos profissionais de sade e populao-alvo durante as atividades. RESULTADOS: Entre os achados do estudo, destacam-se o aumento da demanda pela camisinha masculina e o interesse pela camisinha feminina; diferenas relevantes relacionadas a gnero e idade e adeso s atividades propostas; e bons resultados na sensibilizao e capacitao dos profissionais de sade, embora com limites na manuteno de seu envolvimento com as atividades preventivas. CONCLUSES: As estratgias que corresponderam aos cdigos, s demandas e aos interesses especficos da cultura local, principalmente em relao a papis de gnero, tiveram sucesso como aes preventivas. A sobrecarga dos profissionais de sade do ambulatrio local mostrou-se um limite importante para uma ao preventiva sustentada.
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OBJETIVO: Investigar comportamentos de risco e autopercepo de vulnerabilidade s doenas sexualmente transmissveis (DST) e Síndrome de imunodeficincia adquirida (Aids) em mulheres. MTODOS: Dos 281 setores censitrios existentes na cidade de Pelotas, RS, foram selecionados 48 a partir de amostragem sistemtica. Foi entrevistada uma amostra de 1.543 mulheres, de 15 a 49 anos, por meio de questionrio composto de trs partes (informaes socioeconmicas, perguntas aplicadas em entrevista, questionrio auto-aplicado). Para tabulao dos dados, foi utilizado o programa Epi-Info, verso 6.0. Para anlise estatstica dos dados foram usados o teste de Kappa e a razo de odds. RESULTADOS: Na amostra, 64% das mulheres achavam impossvel ou quase impossvel adquirir DST/Aids. Os principais comportamentos de risco foram o no uso de preservativo na ltima relao antes do depoimento (72%); incio das relaes sexuais com menos de 18 anos (47%); uso de lcool ou drogas pelo parceiro (14%) ou pela mulher (7%) antes da ltima relao; dois ou mais parceiros nos trs meses que antecederam o depoimento (7%) e sexo anal na ltima relao (3%); 44% das mulheres apresentaram dois ou mais comportamentos de risco. A sensibilidade da autopercepo, usando como padro o escore de risco igual ou superior a dois, foi de 41 %. Sua especificidade de 67%. CONCLUSES: A autopercepo de vulnerabilidade no um bom indicador, pois as mulheres no identificam corretamente seu nvel de risco.
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OBJETIVO: Estudar a prevalncia de sintomas climatricos, urogeniatais e sexuais em populao de mulheres do Brasil. MTODOS: Estudo descritivo de corte transversal, de base populacional. Selecionaram-se, por meio de processo de amostragem, 456 mulheres, residentes no municpio de Campinas, SP, na faixa etria de 45-60 anos de idade, em 1997, segundo informaes da agncia local do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatstica. Os dados foram coletados por meio de entrevistas domiciliares, com questionrios estruturados e pr-testados. A anlise dos dados foi realizada pelo teste do qui-quadrado, teste no paramtrico de Kruskal-Wallis, com nvel de significncia estatstica menor que 0,05. A intensidade dos sintomas climatricos foi analisada pelos ndices circulatrio e psicolgico. A anlise de componentes principais foi utilizada para determinar a inter-relao dos sintomas climatricos. RESULTADOS: Os sintomas climatricos mais prevalentes foram: nervosismo (82%), fogachos (70%), cefalia (68%), irritabilidade (67%) e sudorese (59%). Os fogachos, a sudorese e a insnia foram significativamente mais prevalentes na peri e ps-menopausa. A freqncia (intensidade) dos sintomas vasomotores e psicolgicos no variou segundo o estado menopausal. A prevalncia de incontinncia urinria foi de 27,4%. A queixa de dispareunia e secura vaginal foi pouco freqente. Em relao s queixas sexuais, a diminuio do interesse sexual foi a mais freqente. Constatou-se que algumas queixas climatricas so inter-relacionadas. O primeiro aglomerado incluiu as ondas de calor e a sudorese (aglomerado vasomotor). O segundo, depresso, nervosismo e irritabilidade (aglomerado psicolgico) e o terceiro, tontura e palpitao (aglomerado atpico). CONCLUSES: A prevalncia de sintomas climatricos na populao estudada foi elevada e semelhante descrita em pases ocidentais desenvolvidos.
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OBJETIVO: Atualmente, entre as mulheres, a relao sexual a forma de transmisso que mais tem contribudo para a feminizao da epidemia de HIV/Aids. Na busca constante de se estabelecer padres mais adequados de orientao para sade, investigou-se o uso de medidas contraceptivas, que tambm sirvam de proteo da transmisso do HIV, entre mulheres portadoras de HIV/Aids. MTODOS: Estudo exploratrio desenvolvido em um servio pblico ambulatorial de um hospital universitrio, referncia aos portadores de HIV/Aids da regio centro-sul do Estado de So Paulo, no perodo de cinco meses (2000 a 2001). Foram estudadas 73 mulheres portadoras da infeco pelo HIV, ou com Aids. Os dados foram obtidos por meio de um formulrio que investigava a caracterizao sociodemogrfica, as formas de anticoncepo utilizada e a situao sorolgica do parceiro sexual. Os dados foram analisados descritivamente e os contedos das respostas abertas, agrupados em temas. Foi aplicado o teste exato de Fisher para anlise de algumas variveis, em nvel de 5%. Para a anlise de contedo utilizou-se a proposta de Bardin. RESULTADOS: A maioria das mulheres estava em fase de vida reprodutiva, eram casadas e foram contaminadas quase exclusivamente por meio da relao heterossexual. Entre elas, 35,4% referiam parceiro sexual discordante quanto sorologia anti-HIV, e 13,7% utilizavam formas inadequadas de anticoncepo que tambm no protegiam da transmisso do HIV. CONCLUSES: Os resultados alertam para a necessidade de aes educativas continuadas quanto a experincias sexuais mais seguras entre portadoras de HIV/Aids, para que elas possam discutir com seus parceiros outras formas de exercerem sua sexualidade, sendo capazes de estabelecer opo contraceptiva mais consciente, de maneira a zelar pela sua sade, do parceiro e at do concepto.
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OBJETIVO: Estudar a prevalncia e fatores associados síndrome pr-menstrual, comparando a freqncia encontrada com a auto-referida. MTODOS: Foi realizado um estudo transversal, de base populacional, com 1.395 mulheres de 15 a 49 anos no municpio de Pelotas, Rio Grande do Sul, em 2003. Foram aplicados questionrios para medir a prevalncia da síndrome pr menstrual por meio de um escore, construdo a partir de cinco sintomas pr-menstruais que interferiam na vida familiar ou levavam falta ao trabalho ou escola. Foram investigadas associaes entre alguns fatores socioeconmicos, demogrficos e comportamentais. A síndrome auto-referida foi investigada quanto sua sensibilidade e especificidade, considerando o escore como padro-ouro. As anlises estatsticas utilizadas foram chi2 de Pearson, Mantel Haenszel e regresso de Poisson, alm do coeficiente de Kappa para verificar concordncia de respostas. RESULTADOS: A prevalncia encontrada foi de 25,2% (IC 95%: 22,5-27,9) e auto-referida 60,3% (IC 95%: 57,4-63,3). Os principais sintomas pr-menstruais foram: irritabilidade, desconforto abdominal, nervosismo, cefalia, cansao e mastalgia, todos acima de 50% de prevalncia. Mulheres de melhor nvel econmico, maior escolaridade, menores de 30 anos e com pele branca apresentaram risco mais elevado. As usurias de psicofrmacos e as que no usavam anticoncepo hormonal apresentaram maior prevalncia. A sensibilidade do teste foi de 94%, a especificidade 51% e a acurcia 62%. CONCLUSES: Foi alta a prevalncia da síndrome pr-menstrual encontrada. Embora a percepo das mulheres seja maior do que aquela medida com o escore, ainda assim, um quarto das mulheres apresentou esse problema de sade.
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OBJETIVO: Analisar elementos da vulnerabilidade infeco pelo HIV entre mulheres usurias de drogas injetveis. MTODOS: Foram realizadas 13 entrevistas semi-estruturadas com mulheres usurias (ou ex-usurias) de drogas injetveis, moradoras da Zona Leste do municpio de So Paulo, no ano de 2002. O roteiro das entrevistas abordou quatro eixos temticos: contexto socioeconmico e relaes afetivas, uso de drogas, preveno contra a infeco pelo HIV e cuidados com a sade. As entrevistas foram analisadas por meio de anlise de contedo. RESULTADOS: A pobreza, ausncia de vnculos afetivos slidos e continuados, expulso da casa da famlia de origem e da escola, exposio violncia, institucionalizao, uso de drogas, criminalidade e discriminao foram constantes nos relatos das entrevistadas. Esses elementos dificultaram a adoo de prticas de preveno ao HIV como o uso de preservativos, seringas e agulhas descartveis, e a busca de servios de sade. CONCLUSES: A vulnerabilidade ao HIV evidencia a fragilidade da vivncia efetiva dos direitos sociais, econmicos e culturais, o que demanda polticas voltadas para o bem-estar social de segmentos populacionais especficos como mulheres (crianas e adolescentes), de baixa renda, moradores da periferia, com pouco acesso a recursos educacionais, culturais e de sade. Este acesso dificultado especialmente quelas que so discriminadas por condutas como o uso de drogas.
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OBJETIVO: Analisar as percepes de risco, as estratgias de preveno, sua prpria relao com o uso de drogas e do parceiro e suas expectativas quanto ao futuro relatadas por mulheres vivendo com HIV/Aids parceiras de usurios de drogas. MTODOS: Estudo qualitativo sobre mulheres vivendo com HIV/Aids, atendidas em servio especializado no Municpio de So Paulo. Foram aplicadas entrevistas semi-estruturadas a 15 mulheres, cuja via de infeco auto-referida foram as relaes heterossexuais com parceiro usurio de drogas injetveis. O roteiro das entrevistas compreendia: infncia, histria dos relacionamentos amorosos, uso de drogas, impacto da soropositividade no cotidiano, compreenso sobre preveno de infeces sexualmente transmissveis, e viso do futuro. A interpretao das entrevistas foi realizada por meio de anlise de contedo. RESULTADOS: O estudo indicou diversidade da convivncia das mulheres com o uso de drogas prprio e do parceiro. O uso de drogas injetveis pelo parceiro no foi, prioritariamente, associado ao risco de infeco por HIV/Aids, seja por estratgias de ocultamento do fato, seja por considerarem que a trade monogamia-fidelidade-confiana teria primazia como forma de proteo. CONCLUSES: A diversidade da convivncia das mulheres com o uso de drogas deve ser considerada e oportunidades de fala e escuta sobre a questo podem ser importantes para a adoo de estratgias mais efetivas de preveno e cuidado.
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OBJETIVO: Analisar caractersticas relacionadas vulnerabilidade individual de mulheres com sorologia positiva para o HIV segundo cor da pele. MTODOS: Pesquisa multicntrica realizada em 1999-2000, em servios de sade especializados em DST/Aids no Estado de So Paulo, envolvendo 1.068 mulheres maiores de 18 anos, vivendo com HIV. Informaes sociodemogrficas e caractersticas relacionadas infeco e aos cuidados em sade foram obtidas em entrevistas individuais com questionrio padronizado. A varivel raa/cor foi auto-referida, tendo sido agrupadas como negras as mulheres pretas e pardas. A descrio das variveis segundo raa/cor foi feita por medidas de tendncia central e propores, e o estudo de associao pelo teste chi2 Pearson. RESULTADOS: As diferenas entre negras e no-negras foram estatisticamente significantivas em relao a: escolaridade; renda mensal, individual e familiar per capita; nmero de dependentes diretos; oportunidades de ser atendida por nutricionista, ginecologista ou outro profissional mdico; de compreender o que o infectologista diz; de falar com o infectologista ou com o ginecologista sobre sua vida sexual; de ter conhecimento correto sobre os exames de CD4 e carga viral; a via sexual de exposio. CONCLUSES: O uso de raa/cor como categoria analtica indica caminhos para melhor compreender como as interaes sociais, na interseco gnero e condies socioeconmicas, produzem e reproduzem desvantagens na exposio das mulheres negras aos riscos sua sade, assim como impem restries quanto ao uso de recursos adequados para o seu cuidado.
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OBJETIVO: Descrever o comportamento bissexual masculino quanto identidade sexual, uso de preservativo, freqncia de relaes sexuais e tipos de parceria e verificar diferenas entre prticas protegidas nas suas relaes com homens e mulheres. MTODOS: Estudo transversal aninhado em coorte de homossexuais e bissexuais HIV negativos implantada em 1994 em Belo Horizonte (Projeto Horizonte). Dos 1.025 voluntrios recrutados entre 1994 e 2005, foram selecionados 195 que relataram, na admisso, ter tido relaes sexuais com homens e mulheres nos seis meses anteriores entrevista. Foi criado ndice de risco comportamental, designado ndice de Risco Horizonte, que incorpora uma constante para cada prtica sexual no protegida, ajustada segundo o nmero de encontros sexuais. RESULTADOS: Houve predomnio de atividade sexual com homens; a maioria se auto-referiu como bissexual (55%) e homossexual (26%). A mediana do nmero de parceiros homens ocasionais nos ltimos seis meses (4) foi superior ao de parceiras ocasionais (2) e de parceiros fixos de ambos os sexos (1). No sexo vaginal com parceira fixa, o uso inconsistente do preservativo foi de 55%, comparado com 35% e 55% no sexo anal insertivo e receptivo com parceiros fixos. O ndice foi maior para os que relataram terem tido sexo com homens e mulheres comparado com os que tiveram sexo exclusivamente com mulheres ou homens. CONCLUSES: As situaes de risco para HIV foram mais freqentes entre os homens que relataram atividade sexual com homens e mulheres. Os comportamentos sexuais e de proteo dos bissexuais diferem conforme gnero e estabilidade da parceria, havendo maior desproteo com parceiras fixas mulheres.
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RESUMO: A síndrome de apneia hipopneia obstrutiva do sono (SAHOS), pela sua prevalncia e consequncias clnicas, nomeadamente as de natureza cardiovascular, actualmente considerada um problema de sade pblica. A patognese da doena cardiovascular na SAHOS no est ainda completamente estabelecida, mas parece ser multifactorial, envolvendo diversos mecanismos que incluem a hiperactividade do sistema nervoso simptico, a disfuno endotelial, a activao selectiva de vias inflamatrias, o stress oxidativo vascular e a disfuno metabólica. A teraputica com CPAP diminui grandemente o risco de eventos cardiovasculares fatais e no fatais. O CPAP est inequivocamente indicado para o tratamento da SAHOS grave, no entanto, no consensual a sua utilizao nos doentes com SAHOS ligeira/moderada sem hipersonolncia diurna associada. Tendo em conta este facto, fundamental que as indicaes teraputicas do CPAP nestes doentes tenham uma relao custo-eficcia favorvel. Assim, dado o posicionamento do estado da arte relativamente ao estudo da disfuno endotelial e da activao do sistema nervoso simptico estar centrada maioritariamente nos doentes com SAHOS grave, desenvolvemos este estudo com o objectivo de comparar os nveis plasmticos de nitratos, os nveis de catecolaminas urinrias e os valores de presso arterial nos doentes com SAHOS ligeira/moderada e grave e avaliar a resposta destes parmetros ao tratamento com CPAP durante um ms. Realizmos um estudo prospectivo, incidindo sobre uma populao de 67 doentes do sexo masculino com o diagnstico de SAHOS (36 com SAHOS ligeira/moderada e 31com SAHOS grave). O protocolo consistia em 3 visitas: antes da teraputica com CPAP (visita 1), uma semana aps CPAP (visita 2) e um ms aps CPAP (visita 3). Nas visitas 1 e 3, eram submetidos a trs colheitas de sangue s 11 pm, 4 am e 7 am para doseamento dos nitratos plasmticos e na visita 2 apenas s 7 am. Nas visitas 1 e 3 era tambm efectuada uma colheita de urina de 24 horas para o doseamento das catecolaminas urinrias e eram submetidos a uma monitorizao ambulatria da presso arterial de 24 horas (MAPA). Foi ainda estudado um grupo controlo de 30 indivduos do sexo masculino no fumadores sem patologia conhecida e sem evidncia de SAHOS. Antes da teraputica com CPAP, verificou-se uma diminuio significativa dos nveis de nitratos ao longo da noite quer nos doentes com SAHOS ligeira/moderada, quer nos doentes com SAHOS grave. No entanto, esta reduo diferia nos 2 grupos de doentes, sendo significativamente superior nos doentes com SAHOS grave (27,620,1% vs 16,518,5%; p<0,05). Aps um ms de tratamento com CPAP, verificou-se um aumento significativo dos valores de nitratos plasmticos apenas nos doentes com SAHOS grave, mantendo-se os nveis de nitratos elevados ao longo da noite, j no existindo o decrscimo desses valores ao longo da mesma. Os valores de noradrenalina basais eram significativamente superiores nos doentes com SAHOS grave comparativamente com os doentes com SAHOS ligeira/moderada (73,930,1g/24h vs 48,519,91g/24h; p<0,05). Aps um ms de teraputica com CPAP, apenas se verificou uma reduo significativa nos valores da noradrenalina nos doentes com SAHOS grave (73,930,1g/24h para 55,421,8 g/24h; p<0,05). Os doentes com SAHOS grave apresentaram valores de presso arterial mais elevados do que os doentes com SAHOS ligeira/moderada, nomeadamente no que diz respeito aos valores de presso arterial mdia, sistlica mdia de 24 horas, diurna e nocturna e diastlica mdia de 24 horas, diurna e nocturna. Aps um ms de teraputica com CPAP, verificou-se uma reduo significativa dos valores tensionais apenas nos doentescom SAHOS grave, para a presso mdia (-2,32+5,0; p=0,005), para a sistlica mdia de 24 horas (-4,0+7,9mmHg; p=0,009), para a presso sistlica diurna (-4,3+8,8mmHg; p=0,01), para a presso sistlica nocturna (-5,1+9,0mmHg; p=0,005), para a presso diastlica mdia de 24 horas (-2,7+5,8mmHg; p=0,016), para a presso diastlica diurna (-3,2+6,3mmHg; p=0,009) e para a presso diastlica nocturna (-2,5+7,0mmHg; p=0,04). Os nveis tensionais dos doentes com SAHOS grave aps CPAP atingiram valores semelhantes aos dos doentes com SAHOS ligeira/moderada, relativamente a todos os parmetros avaliados no MAPA. Este estudo demonstrou que antes do tratamento com CPAP, existe uma reduo dos nveis de nitratos ao longo da noite no s nos doentes com SAHOS grave mas tambm nos doentes com SAHOS ligeira/moderada. No entanto, a teraputica com CPAP leva a um aumento significativo dos valores de nitratos plasmticos apenas nos doentes com SAHOS grave, mantendo-se os nveis de nitratos elevados ao longo da noite, j no existindo o decrscimo desses valores ao longo da mesma. O tratamento com CPAP durante um ms, apenas reduz os nveis de noradrenalina urinria e os valores de presso arterial nos doentes com SAHOS grave.------------ ABSTRACT: In severe obstructive sleep apnea (OSA) reduced circulating nitrate, increased levels of urinary norepinephrine (U-NE) and changes in systemic blood pressure (BP) have been described and are reverted by Continuous Positive Airway Pressure (CPAP). However, the consequences of mild/moderate OSA on these parameters and the CPAP effect upon them are not well known. We aimed to: 1) compare the levels of plasma nitrate (NOx) and U-NE of mild/moderate and severe male OSA patients 2) compare BP in these patient groups; and 3) determine whether CPAP improves sympathetic dysfunction, nitrate deficiency and BP in these patients. This prospective study was carried out in 67 consecutive OSA patients (36 mild/moderate and 31 severe patients) and NOx (11 pm, 4 am, 7 am), 24-h U-NE and ambulatory blood pressure monitoring were obtained before and after 4 weeks of CPAP. Baseline: NOx levels showed a significant decrease (p<0.001) during the night in both groups of patients. The U-NE and BP were significantly higher in the severe group. Post CPAP: After one month of CPAP, there was a significant increase of NOx, a reduction of U-NE and BP only in severe patients. This study shows that in contrast to severe OSA patients, those with mild/moderate OSA, which have lower values of BP and U-NE at baseline, do not benefit from a 4 weeks CPAP treatment as measured by plasma nitrate, 24-h U-NE levels and BP.
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Introduo: Nos doentes admitidos com síndrome coronria aguda (SCA), a presena de anemia um fator predizente de prognstico. Contudo, os diversos scores de risco aps SCA no incluem este fator. Objetivos: Avaliar se a presena de anemia na admisso em doentes com SCA tem valor acrescido relativamente ao score GRACE na predio de mortalidade a curto e mdio prazo. Mtodos: Entre janeiro 2005 e dezembro 2008, avaliaram-se os doentes admitidos consecutivamente na nossa Unidade de Cuidados Intensivos por SCA e includos no registo de SCA do centro. Em todos os doentes foram colhidos dados demogrficos, antropomtricos, fatores de risco para doena coronria, dados clnicos e laboratoriais da admisso, incluindo hemoglobina. Foram identificados os doentes com anemia (hemoglobina < 12 g/dL nas mulheres e < 13 g/dL nos homens). Os doentes foram divididos em risco baixo, intermdio e alto: < 126, 126-154 e > 154 para o score GRACE, respetivamente. Analisou-se a ocorrncia de morte intra-hospitalar, aos 30 dias e ao primeiro ano de seguimento. Resultados: Incluram-se 1423 doentes, com idade mdia de 64 13 anos, 69% do sexo masculino,identificando-se a presenca de anemia na admisso em 27,7% dos doentes. Estes doentes eram mais idosos, com predomnio do sexo feminino, mais hipertensos e diabticos, maior nmero com histria prvia de enfarte, com pior classe de Killip na admisso e score GRACE mais alto. Pelo contrrio, eram menos fumadores, com menor apresentao como enfarte com supradesnivelamento ST e receberam menos bloqueadores beta, estatinas e angioplastia coronria. Tiveram tambm mais complicaes hemorrgicas durante o internamento. A mortalidade intra-hospitalar (10 versus 4%), aos 30 dias (12 versus 5%) e ao primeiro ano (15 versus 6%) foram superiores no grupo com anemia (p < 0,001). Na anlise bivariada, a presena de anemia fator predizente de mortalidade intra-hospitalar (OR 2,46, IC 95% 1,57-3,85, p < 0,001), aos 30 dias (OR 2,47, IC 95% 1,65-3,69, p < 0,001) e ao primeiro ano (OR 2,66, IC 95% 1,83-3,86, p < 0,001), no se mantendo, contudo, esta associao aps ajuste para outras variveis. Associando a presena de anemia ao score GRACE, diferencia apenas para a mortalidade ao primeiro ano(com maior mortalidade) os grupos de risco intermdio e alto do score GRACE (6,7 versus 2,3%, p = 0,024; 23,4 versus 15,6%, p = 0,022, respetivamente), com uma tendncia para diferenciar a mortalidade aos 30 dias no grupo de risco alto de score (19,6 versus 13,5%, p = 0,056). Concluso: Os nossos dados confirmam que a anemia um fator predizente importante de mortalidade a curto e mdio prazo aps SCA, contudo, no significativo quando ajustado ou includo no score GRACE. Contudo, a sua combinao com o score GRACE pode melhorar a estratificao de risco, em particular no alto risco.
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A Síndrome de Bartter uma tubulopatia hereditria perdedora de sal, rara (cerca de 1,2 novos casos por 100 000 nados vivos por ano1), caracterizada por alcalose metabólica, hipocalimia, hiperreninmia e hiperaldosterolmia de gravidade varivel. A indometacina e elevadas doses de potssio oral tm sido at hoje as estratgias teraputicas usadas, com elevado risco de leso gastrointestinal. Desde Abril de 2009, o aliscireno inibidor da renina tem sido utilizado em casos pontuais de Síndrome de Bartter no adulto, desconhecendo-se a sua utilizao em Pediatria. Os autores apresentam o caso clnico de uma criana de oito anos com Síndrome de Bartter, medicada com cloreto de potssio e indometacina oral, a quem foi diagnosticada uma lcera gstrica gigante. De modo a permitir a reduo da quantidade de potssio administrado, optou-se por iniciar o aliscireno.