999 resultados para morfologia da semente
Resumo:
O presente trabalho descreveu a ontogenia da semente de T. ochracea através de análises histológicas com especial referência a endospermogênese. Os óvulos são anátropos unitegumentados e tenuinucelados; hipóstase, rota de passagem de nutrientes e endotélio estão presentes. O endosperma é celular com desenvolvimento posterior do tipo Catalpa. O haustório calazal do endosperma é primário, bicelular e apresenta-se totalmente degenerado durante a maturidade da semente; já o micropilar é secundário, multicelular, diferencia-se tardiamente e está ativo até a maturidade da semente. Foi observado um endosperma diferenciado tardiamente formando, juntamente com o endotélio, um envoltório membranáceo dos embriões. A endospermogênese corresponde ao encontrado para outras espécies do gênero. Além disso, a diferenciação do haustório micropilar e a origem do envoltório membranáceo são elucidadas e, a última, provavelmente é a mesma nas espécies que apresentam essa estrutura.
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Nos campos rupestres da Serra do Cipó, MG, é possível distinguir morfotipos de M. taxifolia com intenso polimorfismo. Os objetivos deste estudo foram caracterizar e interpretar comparativamente a morfologia e a anatomia foliar de três morfotipos em condições de campo e cultivados, relacionando os fenótipos com variações ambientais. Os morfotipos foram denominados "Rosa", "Branco" e "Rosa Cristal" devido à cor das flores e ao aspecto do solo. Foram medidos no campo: altura da planta, área da copa, diâmetro da base caulinar e número de eixos caulinares. Em casa de vegetação, sementes de cada morfotipo germinaram em seu solo de origem e no dos outros dois morfotipos. Lâminas histológicas permanentes e temporárias de folha foram feitas para estudo anatômico. Os parâmetros mais significativos foram altura das plantas, número de caules e área foliar, que nas plantas do campo apresentaram-se maior no morfotipo "Branco" e menores no "Rosa Cristal". O número de eixos caulinares foi significativamente maior em "Rosa Cristal". Marcetia taxifolia apresenta grande plasticidade fenotípica, evidenciada pela heterogeneidade encontrada nos três morfotipos estudados, no campo e em casa de vegetação. A maior divergência ocorreu entre os morfotipos "Rosa Cristal" e "Branco". A plasticidade da espécie é pouco refletida em nível anatômico, sendo as variações encontradas, insuficientes para diferenciar os morfotipos. Fatores ambientais, como a composição química do solo, especialmente as concentrações de ferro e alumínio, e a disponibilidade hídrica foram os principais fatores que influenciaram as divergências relatadas.
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Enterolobium schomburgkii Benth. (orelha-de-macaco) é uma árvore de interesse madeireiro que possui potencial para plantios florestais em áreas degradadas, por ser heliófila e nodulífera. Os objetivos deste trabalho foram caracterizar morfologicamente os frutos, sementes e plântulas e definir o estádio de desenvolvimento da "plântula normal" de E. schomburgkii, visando fornecer informações valiosas para a padronização dos estudos de propagação da espécie na área de tecnologia de sementes. O fruto é um legume nucóide, sublenhoso, polispérmico, auriculiforme e circular, com as dimensões de 21,2 × 3,2 cm para o legume estendido; e 6,2 ×5,9 ×0,5 cm para o fruto na forma original. O peso fresco de um fruto foi de 6,7 g, com 16,1 sementes sadias por fruto, sendo necessários 62 frutos para obter 1.000 sementes sadias. O número de sementes por quilograma foi de 18.749 e o peso de mil sementes foi de 53,6 g. A semente é elipsóide, de superfície lisa, brilhosa, marrom-amarelo escuro, com as dimensões de 8,0 ×3,9 ×2,6 mm e peso de 0,054 g. O eixo embrionário é reto e visível, com plúmula bem desenvolvida. Observou-se que a germinação é do tipo epígea fanerocotiledonar, com cotilédones foliáceos. A protrusão da raiz primária foi de 95,7%, e para a formação de plântulas normais foi de 80,2%. A "plântula normal" foi formada entre 7 e 15 dias após a semeadura, possuindo raiz primária bem desenvolvida, raízes secundárias curtas, hipocótilo alongado, cotilédones semi-abertos e primeiros eofilos visíveis, com o mesmo comprimento dos cotilédones.
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A morfologia dos esporos é descrita para todos os seis gêneros de Polytrichaceae ocorrentes no Brasil baseando-se no estudo, em microscopia de luz e eletrônica de varredura, de 13 das aproximadamente 30 espécies da família nativas para o país. Também é apresentada a discussão sobre sua importância taxonômica. Os esporos foram estudados antes e após o método da acetólise. Os resultados indicam Polytrichaceae como euripalinológica. A superfície dos esporos de Atrichum androgynum (Müll. Hal.) A. Jaeger é formada por grânulos regulares, com gemas isoladas. Os esporos de Itatiella ulei P. Beauv. e das espécies de Oligotrichum Lam. & DC. são de tamanho pequeno a médio, com báculos, processos alongados, clavas e pilos na superfície. Espécies de Pogonatum P. Beauv. possuem esporos de tamanho muito pequeno a pequeno, com superfície granulada. Os esporos de Polytrichadelphus pseudopolytrichum (Raddi) G. L. Sm. são de tamanho muito pequeno a pequeno, com ornamentação formada por diminutos espinhos lisos. Nas espécies de Polytrichum Hedw., os esporos são de tamanho pequeno e a ornamentação é formada por processos espinhosos ornamentados a grânulos.
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O desenvolvimento de óvulo, fruto e semente de Olyra humilis Nees e Sucrea monophylla Soderstr. (Bambusoideae), Axonopus aureus P. Beauv. e Paspalum polyphyllum Nees ex Trin. (Panicoideae), Chloris elata Desv. e Eragrostis solida Nees (Chloridoideae) foram estudados visando à caracterização embriológica dessas subfamílias de Poaceae. As espécies apresentam óvulo bitegumentado, micrópila formada pelo tegumento interno, megagametófito tipo Polygonum, endosperma nuclear e amiláceo, embrião lateral e desenvolvido, caracteres comuns às demais espécies de Poaceae já estudadas. Destacam-se diferenças como: óvulo hemianátropo e pseudocrassinucelado nas espécies de Bambusoideae e Panicoideae, campilótropo e tenuinucelado, nas de Chloridoideae; tegumento externo restrito à base do óvulo em Bambusoideae, até um terço do nucelo em Panicoideae e próximo à região micropilar em Chloridoideae. O. humilis e S. monophylla (Bambusoideae) apresentam maior desenvolvimento do nucelo do que as demais espécies. A variação no tipo de cariopse separa as subfamílias de Poaceae estudadas, pois Bambusoideae apresenta endocarpo fenólico e semente ategumentada; Panicoideae apresenta pericarpo comprimido e adnato ao tégmen; e Chloridoideae apresenta exocarpo livre e endotégmen fenólico. Esses caracteres são diagnósticos para as subfamílias de Poaceae estudadas.
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No presente trabalho foram analisados os esporos de sete espécies da família Sematophyllaceae Broth. (Bryophyta) ocorrentes em três áreas de Mata Atlântica. Para análise da morfologia externa dos esporos, utilizou-se o método direto em gelatina glicerinada e para as medidas foi utilizado o método de acetólise. Foram medidos os diâmetros maior e menor (em vista polar) e a espessura da parede. As análises foram realizadas sob microscópio de luz e microscópio eletrônico de varredura. Após a realização das medidas, realizou-se a análise estatística e estas foram apresentadas em tabelas. Os esporos são isomórficos, de tamanho pequeno a médio, heteropolares, de amb subcircular, com região apertural proximal e superfície granulada. A região apertural é irregular. As variações encontradas entre os esporos das diferentes espécies estão relacionadas ao tamanho dos esporos e à distribuição dos elementos de ornamentação.
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Brosimum gaudichaudii Trécul, popularmente conhecida como "mama-cadela", é uma espécie arbórea comum nos cerrados brasileiros, de grande importância na alimentação e na medicina popular. A polpa amarela dos frutos é muito apreciada pelas crianças por ser semelhante à goma de mascar. Neste trabalho é apresentada a caracterização morfoanatômica e histoquímica da inflorescência, fruto e semente de B. gaudichaudii. O material foi processado segundo técnicas usuais para estudos anatômicos e ultra-estruturais. As inflorescências são captadas, globosas, pedunculadas, pendentes, predominantemente aos pares nas axilas foliares e recobertas por brácteas peltadas densamente pilosas. Cada inflorescência é composta por várias flores masculinas e uma flor feminina. As flores masculinas são constituídas por um estame envolvido por bractéolas. A flor feminina é constituída por um pistilo com ovário ínfero penta-carpelar, entretanto um só lóculo se desenvolve. É comum a presença de dois óvulos no lóculo desenvolvido; entretanto somente um óvulo se desenvolve em semente. O óvulo é pêndulo, hemianátropo e bitegumentado apenas na região micropilar. No fruto maduro, identificam-se: a polpa, correspondente a parte comestível, e endocarpo; na semente, o tegumento é membranáceo e o embrião não apresenta endosperma secundário. O tecido parenquimático da polpa apresenta muitos espaços intercelulares, repletos de conteúdo aquoso. O endocarpo é esclerificado e encontra-se bem diferenciado no fruto maduro. Os laticíferos são do tipo não-articulado ramificado, com paredes espessas e ocorrem no receptáculo da inflorescência, são abundantes no pedúnculo e na polpa do fruto maduro e no embrião. Os idioblastos fenólicos estão distribuídos na inflorescência e no fruto.
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Este trabalho teve como objetivo a caracterização química parcial da semente de jatobá-do-cerrado (Hymenaea stigonocarpa Mart.), a fim de avaliar o potencial de aproveitamento desta espécie e contribuir para a preservação de espécies nativas do cerrado, através da valorização de seus recursos naturais. A semente apresentou alto teor de fibras (85,31%), 9,05% de proteínas e 5,30% de lipídios (base seca). A análise de aminoácidos mostrou que a proteína, como outras leguminosas, tem os aminoácidos sulfurados e a treonina como aminoácidos limitantes. A fração lipídica apresentou 75% de ácidos graxos insaturados, sendo o ácido linoléico dominante (46,9%). Dentre os fatores antinutricionais estudados, os compostos fenólicos, com 48mg/g de farinha de jatobá desengordurada (base seca), mostraram teor acima do encontrado em outras leguminosas. A semente de jatobá mostrou-se pobre em macronutrinentes quando comparada a leguminosas utilizadas na alimentação, mas o alto teor de fibras, possivelmente constituídas de xiloglucanas e galactomananas, pode levar ao aproveitamento rentável destas sementes.
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Este estudo teve como objetivo avaliar a composição centesimal dos camarões alimentados com dieta complementada com semente de linhaça. Foram utilizados 800 camarões pós-larvas, divididos em 2 tratamentos: 1) grupo teste à base de caseína complementada com linhaça; e 2) grupo caseína. Os valores médios de umidade (79,8 ± 0,82; 78,9 ± 1,68), cinzas (0,62 ± 0,07; 0,68 ± 0,2), carboidratos (2,63 ± 0,13; 1,58 ± 0,7) e proteínas (15,6 ± 1,02; 16,0 ± 0,58) dos grupos controle e teste, respectivamente, não apresentaram diferença significativa ao final do experimento. Entretanto, a concentração de lipídio total sofreu uma redução significativa (p < 0,05) ao longo do estudo, em ambos os grupos, sendo mais pronunciada no grupo controle (74%), estando ao final do experimento o teor de lipídio mais elevado ( < 0,05) no grupo teste (1,87 ± 0,03) do que no grupo controle (1,12 ± 0,021). Contudo, o teor de colesterol no grupo teste (0,115 ± 0,004) apresentou-se inferior ao do grupo controle (0,1306 ± 0,001), embora sem diferença estatística significativa. Conclui-se que a semente de linhaça na ração parece aumentar o lipídio dos camarões, sugerindo que esse aumento não implica em elevação do colesterol. Havendo, ainda, a possibilidade de ser devido à maior incorporação dos ácidos graxos poliinsaturados.
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Isolados protéicos (IPs) foram obtidos a partir da farinha da semente de goiaba (Psidium guajava) por extração a diferentes pHs seguido de precipitação isoelétrica (pI 4,5). As condições para o preparo do IP foram definidas a partir da curva de solubilidade, em pH 10,0 e 11,5, na ausência de NaCl e em temperatura de 25 ± 3 ºC. Essas condições levaram a um rendimento na extração de 45,19 e 66,23%, e teor protéico de 96,4 e 93,5% para IP 10,0 e 11,5, respectivamente. Capacidade de absorção de água e óleo de 1,05 ± 0,07 e 2,30 ± 0,01 mL.g-1 proteína e 1,65 ± 0,07 e 1,70 ± 0,07 mL.g-1 proteína foram obtidos, respectivamente, para IP 10,0 e IP 11,5. Não foram observadas diferenças entre os IPs quanto à atividade e estabilidade de emulsão, atingindo valores similares e superiores ao IP de outras sementes. Formação de gel, em pH neutro e ausência de sal, exigiram concentrações de 8 e 10% para IP 10,0 e IP 11,5, respectivamente. Maior capacidade de formação de espuma foi obtida para IP 10,0 em pH neutro e alcalino, apresentando valores de até 90% do volume inicial, por outro lado, para estabilidade de espuma, ambos IPs apresentaram boas propriedades até duas horas após a formação da espuma.
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O cupuaçu (Theobroma grandiflorum Schum) é um fruto típico da região Norte do Brasil, com grande potencial econômico. Atualmente, é a polpa que mobiliza e sustenta a produção, a industrialização e a comercialização deste fruto. A semente, um subproduto da industrialização da polpa, apresenta teor considerável de proteínas. Entretanto, muito pouco ou nada se conhece acerca de seu perfil eletroforético, de aminoácidos e de principais frações, uma vez que ocorrem alterações protéicas devidas aos processos de fermentação e torração. O objetivo deste estudo consiste em caracterizar as alterações da proteína da semente, da amêndoa fermentada e da amêndoa torrada de cupuaçu, mediante a análise dos perfis eletroforéticos, dos aminogramas característicos e do fracionamento da proteína em diferentes solubilidades. A fermentação e a torração provocaram uma ligeira redução nos teores de proteína total e aminoácidos totais, quando comparados aos teores das sementes não submetidas a essas etapas do processamento. Observou-se, para a semente e a amêndoa fermentada, a presença de quatro bandas protéicas principais de 20,4, 33,6 e 38,7 kDa. Para as amêndoas que foram submetidas ao processo de fermentação e, em seguida, à torração, observou-se a presença de uma única banda protéica forte, com peso molecular aparente de 21,0 kDa. As extrações para fracionamento das proteínas em diferentes solubilidades não resultaram em frações protéicas puras. Observou-se a presença de quatro bandas principais em todas as frações protéicas isoladas, sendo a banda de peso molecular próximo a 21,1 kDa a mais abundante em todos os casos. Esta banda é aparentemente muito semelhante à fração albumina do cacau, que apresenta peso molecular aparente de 21,3 kDa.
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O presente trabalho teve por objetivo avaliar o efeito fisiológico da Farinha de Semente de Abóbora (FSA) no trato intestinal de ratos Wistar machos recém desmamados, submetidos a dietas experimentais contendo Farinhas de Semente de Abóbora (FSAs) integral, peneirada e residual, por 10 dias. As dietas experimentais foram obtidas substituindo-se 30% do valor total de amido e dextrina, da ração controle, pela FSA correspondente. As farinhas e rações controle e experimentais foram caracterizadas quimicamente. Os animais divididos em grupos foram avaliados quanto ao crescimento, consumo, material fecal e pH cecal. As FSAs e rações experimentais apresentaram relevantes teores de fibras alimentares, proteínas e lipídios. Dietas contendo FSAs integral, peneirada e residual levaram a um ganho ponderal e ingestão similar entre todos os grupos. Em relação ao grupo controle, os animais experimentais submetidos a dietas contendo FSAs apresentaram maior volume e peso fecais (p < 0,05), além de significativa excreção de fibra insolúvel, em especial o grupo FSA residual. Apenas a FSA residual proporcionou queda (p < 0,05) do pH cecal. Os resultados obtidos indicam o potencial da FSA como fonte de fibra e sua capacidade em atuar aumentando peso e volume fecal, promovendo laxação.
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A soja contém fatores antinutricionais proteicos, inibidores de proteases e lectinas, que limitam o seu uso na alimentação humana e animal. Com a finalidade de reduzir os teores destes antinutricionais na semente de soja, foi desenvolvida uma linhagem sem Inibidor de Tripsina Kunitz (KTI) e Lectina (LEC), pelo Programa de Melhoramento da Qualidade da Soja do BIOAGRO, da Universidade Federal de Viçosa. O presente trabalho teve como objetivo principal a caracterização bioquímico-nutricional dessa linhagem. Foram avaliadas a qualidade nutricional da proteína e as alterações morfológicas no intestino de ratos Wistar alimentados com dietas à base de soja e de caseína. A atividade de inibição de tripsina nos genótipos KTI+LEC+ (Variedade de soja comercial Monarca) foi cerca de 2,8 vezes a do genótipo KTI-LEC- (Isolinha de Monarca livre de KTI e LEC). Os resultados dos valores de PER, NPR e NPU foram melhores na variedade comercial após processamento térmico. A digestibilidade proteica da soja KTI-LEC- foi superior à da variedade comercial. Os valores de digestibilidade para os animais alimentados com dieta à base de farinha de soja KTI-LEC- processada termicamente foram próximos aos observados para animais alimentados com dieta à base de caseína. Verificou-se, também, que os animais alimentados com a soja KTI+LEC+ apresentaram maior nível de alterações na morfologia das microvilosidades intestinais, quando comparados àqueles alimentados com a soja KTI-LEC-. A retirada genética do KTI e LEC teve um impacto positivo na digestibilidade das proteínas da soja, no entanto não melhorou a sua qualidade nutricional.
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Em pacientes com doença renal crônica (DRC) em hemodiálise (HD), a hipertrofia ventricular esquerda (HVE) está relacionada ao aumento do índice de resistência vascular periférica (IRVP) total e à sobrecarga de volume. A presença da diurese residual (DR) nesses pacientes possibilita maior controle volêmico. Avaliamos as modificações morfofuncionais do ventrículo esquerdo (VE) em pacientes com DRC em HD com e sem diurese residual. Trinta e um pacientes não diabéticos foram divididos em dois grupos: com diurese residual (DR+) (n = 17) e sem diurese residual (DR-) (n = 14). Em ambos os grupos, DR+ vs. DR-, ocorreram diferenças no índice cardíaco (3,9 ± 0,20 vs. 3,0 ± 0,21 L/min/m²; p = 0,0056), no índice sistólico (54 ± 2,9 vs. 45 ± 3,3 mL/b/m²; p = 0,04), no volume diastólico final (141 ± 6,7 vs. 112 ± 7,6 mL; p = 0,008), no diâmetro diastólico final (52 ± 0,79 vs. 48 ± 1,12 mm; p = 0,0072) e no IRVP total (1.121 ± 56 vs. 1.529 ± 111 dina.seg.cm-5; p = 0,001). O grupo DR+ apresentou menor espessamento relativo de parede (ERP) do que o DR- (0,38 ± 0,01 vs. 0,45 ± 0,01; p = 0,0008). A fração de ejeção (66,00 ± 1,24 vs. 66,0 ± 1,46%; p = 0,873) e o índice de massa ventricular esquerda (132 ± 6,0 vs. 130 ± 8,3 g/m; p = 0,798) foram similares em ambos os grupos. O volume de diurese residual correlacionou-se com o espessamento da parede ventricular (r = 0,42; p = 0,0186) e com o índice de resistência vascular periférica (r = -0,48; p = 0,0059). Em conclusão, a presença ou não da diurese residual, em pacientes com doença renal crônica e em hemodiálise, pode ser responsável por modificações na função cardíaca sistólica.
Resumo:
O envolvimento cardíaco é muito frequente nos portadores de doença renal crônica em diálise. O transplante renal resulta em redução da morbidade e mortalidade em relação aos pacientes em diálise. O objetivo desta revisão foi abordar o efeito do transplante renal na estrutura e função cardíaca avaliada pela ecodopplercardiografia. Desde a década de 1980, os estudos já demonstravam tendência à melhora nos parâmetros cardíacos após o transplante renal. Com a melhora dos métodos de imagens ao ecodopplercardiograma, os estudos, apesar de alguns resultados conflitantes, demonstravam melhora na função sistólica e diastólica e redução da massa ventricular esquerda, principalmente nos primeiros dois anos após o transplante renal com estabilização dos parâmetros nos anos subsequentes. De forma geral, o corpo das evidências tem demonstrado impacto importante do transplante renal na hipertrofia ventricular esquerda, função sistólica e diastólica, porém os resultados não são uniformes.