999 resultados para Orientação Profissional. Cartografia. Produção de Subjetividades
Resumo:
Este trabalho procura analisar a produção e a apropriao de significaes socioculturais ao longo da trajetria social dos produtores familiares modernos de laranja no Estado de So Paulo, municpio de Bebedouro. A pesquisa emprica realizada centrou-se no universo dos pequenos proprietrios de terra (com at 50 ha) devido s grandes transformaes pelas quais eles passaram no que diz respeito s formas sociais de produção, num perodo de duas ou trs geraes. Suas experincias vivenciadas no tempo e no espao social, ao fazerem, dinamicamente, parte do campo conflitual na citricultura em torno da terra, trabalho, tcnicas de produção e mercado, estruturam referncias significativas e particulares da identidade scioprofissional de empresrio rural, face aos outros grupos sociais presentes na esfera da produção agrcola. Estas referncias os articulam com o contexto atual de competitividade na citricultura, influenciando a direo das estratgias de desenvolvimento do setor. Os produtores familiares modernos apresentam uma grande adaptao lgica agroindustrial de produção e comercializao e revelam modos de insero estrutural, funcional ou cultural, a partir dos conflitos sociais. Trata-se, portanto, de compreender sua constituio social atravs da gnese e afirmao de seus princpios identitrios, levando em conta os fatores de ordem objetiva (complexidade estrutural), mas dando uma importncia particular anlise de suas representaes sociais e ao dos mediadores polticos a partir destas representaes.
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Trata-se de uma pesquisa realizada em uma Associao Trabalhadores da Unidade de Triagem (ATUT), localizada no Hospital Psiquitrico So Pedro, composta por um misto de usurios do hospital e de moradores de uma vila adjacente ao hospital, Vila So Pedro. Inserida no contexto da Reforma Psiquitrica e nos novos modos de tratar a loucura, implicados com a rede de servios substitutivos ao manicmio, a ATUT , aqui, concebida como um dispositivo de subjetivao, produto de modos de trabalhar cooperativos e associativos que tomam os afetos como matria-prima do processo de produção. Ao mesmo tempo, promove condies de sustentabilidade e auto-subsistncia a sujeitos precarizados e vulnerabilizados, que denominei modo ATUT de trabalho, ampliando patamares de sociabilidade e compondo novos territrios existenciais. A cartografia realizada traou movimentos, acontecimentos, conexes mltiplas e, muitas vezes, inesperadas, expressas nas vozes dos sujeitos e nos relatos observados e anotados em dirio de campo. Os autores utilizados foram tomados como intercessores e como base de pensamento e argumentao desta pesquisa, entre eles destaco Gilles Deleuze e Felix Guattari, Michel Foucault, Giorgio Agamben, Franco Basaglia, Franco Rosetti, Toni Negri e Michael Hardt. Palavras Chaves: Trabalho Imaterial, Subjetivao, Reforma Psiquitrica, Dispositivo, Empresa Social, Empreendedor Biopoltico.
Resumo:
O estudo da contratransferncia (CT) tem servido aos psicanalistas e psicoterapeutas como um instrumento til na pesquisa do inconsciente do paciente. No caso de terapeutas que tratam pacientes severamente traumatizados, como as vtimas de violncia sexual, as reaes contratransferenciais se manifestam de forma intensa e diversa, incluindo resistncia de conluio, identificao com a vtima ou com o agressor, entre outras. As emoes despertadas no tratamento destes pacientes, no sendo bem compreendidas e elaboradas, podem originar psicopatologias no terapeuta, como o transtorno de stress traumtico secundrio, a traumatizao vicria e o burnout. Objetivo: O objetivo do presente estudo foi investigar os estados mentais dos psicoterapeutas estando frente a uma vinheta de caso de estupro e frente a uma de luto por morte sbita de pessoa significativa. Alm disto, foram comparadas as diferenas entre gneros e nveis de experincia dos psicoterapeutas. Para avaliao do constructo contratransferncia, foram selecionadas na literatura e traduzidas para o portugus brasileiro, duas escalas de avaliao de CT: o Mental States Rating System (MSRS) e o Inventory of Countertransference Behavior (ICB). O MSRS trata-se de uma escala de anlise de contedo do discurso, seja ele falado, descrito ou filmado, que abrange de modo amplo os tipos CT, que esto previa e detalhadamente descritas na escala O ICB constitui-se de uma escala de 21 itens, que buscam avaliar o comportamento contratransferencial, a ser preenchida pelo supervisor, aps uma sesso de superviso. A escala avalia a CT classificando-a em duas dimenses: positiva e negativa. Mtodos: Para cada um dos 2 instrumentos foram realizadas duas tradues para o portugus, por tradutores independentes, bilnges e profissionais. As duas tradues foram unificadas. Depois os instrumentos foram apresentados a 5 psicoterapeutas, sendo avaliada a sua compreenso das escalas e realizados os ajustes finais. Aps foi realizada a retro-traduo por tradutor profissional comparadas as verses originais com as verses em portugus falado no Brasil e as verses retro-traduzidas atravs de processo de anlise de equivalncia semntica. Os autores das escalas participaram do processo de adaptao transcultural e o uso da verso final foi aprovado pelos mesmos. Foi ento, realizado treinamento de juzes para utilizao das duas escalas e a escala ICB foi adaptada para ser aplicada por juzes em material escrito. Posteriormente, a pesquisa da contratransferncia foi realizada frente a duas vinhetas clnicas de trauma com uma amostra de 92 psicoterapeutas. Resultados: Os achados com o MSRS mostraram que houve um uso significativamente maior da atividade mental reflexiva dos terapeutas em relao vinheta de luto, do que em relao vinheta de trauma por estupro As mulheres mostraram uma atividade mental significativamente mais reflexiva, e os homens o uso de defesas mais primitivas. Os terapeutas mais experientes e menos experientes no diferiram entre si. Os achados com o ICB demonstraram que a vinheta de estupro provocou significativamente mais reaes contratransferenciais negativas no total dos terapeutas e que a vinheta de luto provocou reaes positivas de modo significativo; que os homens apresentaram, em relao s duas vinhetas, significativamente mais reaes contratransferenciais negativas do que as mulheres, e que, em relao ao luto, os mais experientes apresentaram mais reaes contratransferenciais negativas do que os menos experientes. Concluses: Os achados deste estudo sugerem que o impacto sobre o terapeuta, ao tratar pacientes traumatizados, desperta um espectro variado de sentimentos. O conhecimento destes afetos pode trazer informaes cruciais para o desenvolvimento da melhor forma de tratar e aliviar o sofrimento destes pacientes. Novas pesquisas devem ser realizadas para aprofundar o entendimento deste processo complexo.
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Partindo do pressuposto de que a formao docente em arte (de professoras de Educao Infantil, Ensino Fundamental e Mdio) bastante precria, e que as relaes de gnero esto implicadas na definio do discurso sobre arte e na constituio da docente em arte, pergunto pela possibilidade da constituio de uma docncia artista. Na pesquisa, relaciona-se a docncia artista com as prticas da escrita de si e das relaes de amizade, como formas possveis de resistncia e de subverso aos poderes subjetivantes (principalmente aqueles que envolvem relaes de poder e gnero), a partir da anlise de um trabalho de formao docente em arte, que vem sendo desenvolvido h cinco anos com um grupo de professoras na Universidade de Santa Cruz do Sul (Santa Cruz do Sul, RS). Este um trabalho profundamente marcado pelas teorizaes de Michel Foucault, pela escuta atenta s reverberaes nietzscheanas e s produes tericas dos Estudos Feministas, ligadas arte e educao. A tese procura estabelecer uma relao entre gnero, artes visuais e ensino de arte, a partir de uma problematizao que se faz em trs tempos: o mito da genialidade artstica e do sujeito criador, arte e imagens de mulheres e uma esttica da intimidade presente nas artes domsticas femininas -- procurando articul-los com a produção da docncia em arte. A partir das teorizaes de Michel Foucault sobre esttica da existncia, tica, escrita de si e relaes de amizade, problematiza-se a possibilidade de uma docncia artista. Os eixos de anlise para o material emprico (textos diversos, cartas, memoriais, portflios, dirios de campo) emergem da produção terica do filsofo: escritas de si; jogos de desaparecimento; amizades, arte e docncia e uma etopotica docente. A docncia artista em debate nesta tese contrape-se a uma docncia pasteurizada, ou a modelos feitos para vestir, marcada por rtulos de manuais didticos, endereados a supostas professoras criativas.
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A implementao de tcnicas estatsticas, como modelos de regresso, permite conhecer os efeitos dos fatores sobre a caracterstica de qualidade de um produto, contribuindo na melhoria da qualidade de produtos e processos. O objetivo desta dissertao consiste em elaborar um mtodo que oriente modelagem de dados mensurados em proporo, levando em considerao a classificao das variveis dependentes e independentes, com enfoque no Modelo de Regresso Beta e no Modelo de Quaseverossimilhana. O mtodo ilustrado com um estudo em uma empresa curtidora da regio do Vale do Rio dos Sinos no Rio Grande do Sul. A modelagem realizada neste estudo referiuse a proporo de produtos refugados no processo de produção por erro de classificao. Os Modelos de Regresso Beta e de Quase-verossimilhana apresentaram bom ajuste e mostraram-se adequados na modelagem da proporo de produtos por erros de classificao. Esses modelos podem ser estendidos a todos os processos industriais que envolvam a produção de produtos no conformes s especificaes de fabricao (defeituosos). O mtodo elaborado apresentou facilidade de entendimento e clareza dos passos para a escolha dos modelos de regresso usados na modelagem de dados mensurados em proporo.
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A atividade bsica do designer a concepao, em parte ou totalmente, de uma mercadoria industrializada que envolva manuseio e/ou percepo visual por parte do homem. Como outros profissionais contemporneos, o designer um tcnico nascido com a indstria, e se adequa a ela em nveis: dois - a) h uma funcionalidade entre indstria e design como conhecimento tcnico; b) e tambm h uma funcionalidade entre a superioridade que o designer sente, devida a seu conhecimento acadmico, e a hierarquia disciplinar da organizao da produção capitalista. Exprimindo esta ligao orgnica com o capitalismo industrial, o discurso que apresenta o conhecimento que define o design no apenas um recurso prtico para a sinalizao da prtica profissional. Os seus termos tcnicos, supostamente s tcnicos, convem organizao social da produção capitalista, reforando a ideologia que esconde a dominao do capital.
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Este trabalho consiste em reflexao e anlise do papel do orientador educacional na escola pblica brasileira que atende aos alunos das classes populares. Para isso apresenta anlise dos mecanismos de seletividade da atual escola pblica e sua relao com a crise social do pas. Neste quadro, avalia a importncia e necessidade da presena do orientador educacional na escola, a partir do estudo das opes terico-prticas que fundamentam o seu trabalho, debatidas em congressos de orientadores e que definem a posio assumida por essa categoria profissional frente s questes que impedem as classes populares de usufruir da escola. Distingue as duas concepes de orientação educacional presentes na escola hoje evidenciando aspectos fundamentais da prtica de orientadores que atuam na rede municipal de ensino do Rio de Janeiro. Afirma a importncia poltico-pedaggica da orientação educacional na escola, introduzindo experincias que apresentam caminhos para o redimensionamento da prtica educativa atravs do resgate do cotidiano extra-escolar do aluno.
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As Teorias da Orientação Educacional, quando no consideram a ligao necessria entre Educao e Sociedade, podem no dar conta da prtica que pretendem orientar. Assim, faz-se necessria uma abordagem terica que explicite as determinaes tanto da teoria como da prtica da Orientação Educacional que, como as demais teorias cientficas, so determinadas pela estrutura social. Nas sociedades, cuja existncia baseada no modo de produção capitalista, esta estrutura fun da-se em relaes de explorao econmica e dominao poltica da burguesia sobre o proletariado. Desse modo, a produção intelectual origina-se de idias da classe dominante e orienta prticas que legitimam esse domnio. Se, pois, a Orientação Educacional destina-se realizao de potencialidades humanas, deve, necessariamente, ver suas teorias e sua prtica libertadas das ingerncias da ideologia dominante que, baseadas no interesse de uma classe, no permite uma prtica que se realize no interesse da totalidade da sociedade, pois essa constituda de classes antagnicas. Assim, tambm a prtica da Orientação Educacional que se quer orientada por uma nova Teoria deve transformar-se por inteiro, a comear da negaao do Orientador, enquanto autoridade, o que s possvel atravs da tomada de conscincia do papel poltico que o orientador desempenha enquanto intelectual. Essa tomada de conscincia permitir-lhe- , transformar sua prtica e, colocando-se ao lado de interesses dominados, integr-la em um projeto poltico mais amplo que vise transformao social.
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Inicio com a argumentao dicotmica entre sujeito e objeto para compreender o gesto de interpretao das professoras no relato terico de suas experincias estudantil e profissional, explcito nas duas formas de registros tecnolgicos: o Memorial de Formao e o Forchat (Ambiente telemtico). Ambos so tecnologias intelectuais de escrita, potenciadores da relao cognitiva entre sujeito/instituio no processo de construo do conhecimento. O percurso analtico da argumentao tem como pressuposto terico a anlise de discurso francesa que trabalha o acontecimento no entrecruzamento discursivo: parfrase e polissemia, objetivando compreender o movimento de tenso das professoras em relao s teorias que se apropriam e identificar as conseqncias tericas dessa apropriao no relato da prtica pedaggica refletidas no Memorial e no Forchat. No jogo tenso entre parfrase (repetio do mesmo) e polissemia (o diferente), expe-se o olhar/leitor a presena de trs acontecimentos discursivos: a sistematizao escrita do memorial, a auto-excluso discursiva e o discurso outro. Assim, na interseo, entre eles, torna visveis os seguintes pontos conclusivos de anlise: a compreenso do gesto leitor/escritor das professoras e seus efeitos de sentidos, bem como, suas implicaes na vida prtica, levando a reflexo de que as conseqncias tericas na experincia discursiva no acontecem numa interlocuo ideologicamente institucionalizada, cujos sentidos sempre l, estabilizados, esvaziando a possibilidade do sujeito criar um espao pessoal de mltiplas interpretaes.
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O objetivo deste trabalho foi o de estudar o currculo do Curso de Pedagogia (habilitao em Administrao Escolar e Orientação Educacional) da Faculdade de Educao da Universidade do Amazonas. Procurou-se examinar tambm a relao existente entre a formao e as condies de desempenho de Administradores Escolares e Orientadores Educacionais atuando nas Escolas Estaduais de 1 e 2 graus, na cidade de Manaus, Estado do Amazonas. O trabalho consta de duas etapas: a primeira contm a importncia do estudo, as hipteses que fundamentaram o mesmo e a fundamentao terica, onde nos detivemos principalmente nas figuras dos dois especialistas: o Adm.Esc. e o O.E., em seus aspectos tericos e atribuies legais; a segunda constitue-se de uma Pesquisa de campo, onde foram utilizados trs instrumentos, abrangendo as seguites reas: avaliao dos cursos; metodologia; estgio supervisionado; avaliao do rendimento; realidade social e condies de atuao. A populao estudada consta de 80 elementos exercendo as funes de Diretores, Administradores Escolares e Orientadores Educacionais. Os resultados obtidos evidenciaram um hiato entre a formao oferecida pela Faculdade de Educao da Universidade do Amazonas, e as condies de atuaao dos profissionais em estudo. Os Adm. Esc. (em funo de Assessor) esto exercendo funes para as quais no necessitam formao em nvel superior; os O.E. no dispem de condies para uma atuao efetiva, dentro do que preconizado pelos tericos da Orientação Educacional; os profissionais estudados apontam como principal ponto de estrangulamento em seu desempenho o distanciamento entre a teoria e a prtica oferecidas nos cursos de graduao; notou-se que os O.E. mostraram-se mais crticos quanto formao recebida, do que os Adm. Esc. Sugere-se no final do trabalho, pesquisas que visem aprofundar o conhecimento da realidade educacional pesquisada.
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Com a crise do modelo de produção fordista e o advento da ltima revoluo industrial, mudaram a base tcnica da produção e a organizao do trabalho. Atualmente so outros os requerimentos que compem o perfil do trabalhador. H um privilegiamento da capacidade de abstrao, do trabalho em equipe, do esprit de corps. A nfase na preparao profissional passou a ser na formao geral. A pesar de alguns autores falarem de convergncia de interesses com a classe trabalhadora, a tica dessa formao continua sendo a do capital: no chega a questionar realmente a diviso entre trabalho manual e intelectual, por no estar inserida em projeto de mudana das relaes sociais de excluso e de alienao. Os trabalhadores, mergulhados no mundo da necessidade, da "preocupao", formulam representaes sobre o trabalho, a educao e a preparao profissional baseando-se, sobretudo, no complexo fenomnico. Apesar de seus ncleos de bom senso, portanto, no alcanam uma compreenso concreta do real. Por isso, muitas vezes, buscam uma qualificao profissional que, no mnimo, a mdio prazo, no servir a seus interesses como cidados-trabalhadores. Na tica do trabalho, necessrio pensar-se a formao escolar profissional com slida base cientfica, com vistas aquisio, por parte do trabalhador, de instrumental analtico, para a leitura do mundo e para a compreenso de sua insero na produção e na trama de relaes sociais.
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Segundo o Cdigo de Processo Penal brasileiro, a Percia imprescindvel, e no pode ser substituda pela confisso do acusado, nos crimes que deixem vestgios. Esta pesquisa inicia um estudo acerca da construo da identidade profissional do Perito Criminal Federal, o Perito que atua no mbito da Polcia Federal no Brasil. A abordagem acadmica foi adotada no sentido de serem identificadas as principais questes que contribuem na construo da identidade desse profissional. O objetivo principal do trabalho o reconhecimento pelo Perito Criminal Federal do seu papel para a sociedade, de modo que se vislumbrem iniciativas que possam incentivar a busca de melhorias, de aprimoramento na formao e evoluo dos profissionais, beneficiando no apenas a motivao e satisfao profissional, mas, sobretudo, a resposta que este produz para a sociedade. O resultado da pesquisa revelou que sua identidade, como a de qualquer profissional, est em constante metamorfose, e sofre a influncia de sua histria e verdades individuais e das influncias do ambiente social e profissional. O estudo demonstrou que existem lacunas a serem preenchidas na viso do prprio profissional com relao ao retorno quanto ao resultado efetivo do seu trabalho, alm da preocupao com o equilbrio entre quantidade e qualidade na produção de Laudos Periciais Criminais. Observou-se ainda a existncia de um ambiente organizacional desfavorvel quanto ao cumprimento de leis e recomendaes, internacionais e nacionais, que preconizam a necessidade de autonomia para a realizao do trabalho pericial, de forma a garantir a prova isenta e neutra em busca da justia. Tambm ficou ntida a necessidade de maior comunicao e discusso interna acerca da viso de futuro da profisso. primordial para a efetivao de uma sociedade democrtica, que respeita os direitos humanos e zela pela segurana pblica, uma Percia Criminal Federal consciente de sua identidade, efetiva, que possa atuar com motivao, celeridade e qualidade em prol da justia para os cidados brasileiros.
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Este trabalho examina a possibilidade de existncia de uma crise social na agricultura familiar, na medida em que os filhos dos agricultores no podem ou no querem exercer a mesma profisso de seus pais. Procura-se identificar as caractersticas sociais e econmicas que influenciam as aspiraes educacionais e ocupacionais dos jovens, assim como suas opes de local de moradia (rural ou urbana). A pesquisa foi desenvolvida no municpio de Santo Cristo, localizado na regio Fronteira Oeste, e no municpio de Candelria, localizado na regio Vale do Rio Pardo, ambos no Estado do Rio Grande do Sul. Foram aplicados questionrios padronizados e realizadas entrevistas com jovens rurais, alunos de escolas estaduais do ensino mdio, na faixa etria de 14 a 25 anos. Levando-se em considerao que muitos jovens decidiram cursar o ensino mdio na cidade aps terem optado por uma escolha profissional no-agrcola, a freqncia a este tipo de escola tende a reforar ou incentivar esta opo. Observam-se diferenas entre os jovens, pois as moas mostram maior inclinao a deixar a agricultura e o meio rural do que os rapazes. Embora as regies pesquisadas tenham perfil socioeconmico diferente, o comportamento dos jovens em relao atividade agrcola praticamente o mesmo, pois, nas duas regies, em sua maioria, eles formulam criticas semelhantes ao trabalho agrcola e descartam a possibilidade de suceder os pais como produtores rurais, pois recusam seu estilo de vida.
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No item dedicado s Atividades Espaciais, o III Plano Bsico de Desenvolvimento Cientifico e Tecnolgico 1980/1985 menciona, como um dos objetivos, o "desenvolvimento de metodologias de utilizao das imagens obtidas pelos satlites de sensoriamento remoto, no levantamento e monitoramento de recursos naturais e flagelos, anlise do meio ambiente, uso da terra e cartografia ". O estudo centrado no programa de produção de imagens implementado pelo INPE descrevendo-o e comentando-o e, ao final, permitindo-nos fazer algumas sugestes para o seu aprimoramento.
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Dada a crescente estruturao das organizaes permanentes em organizaes temporrias, aqui representadas como projetos, h uma demanda proporcional por profissionais qualificados que atuem como os maestros dessas empreitadas os gerentes de projetos (GPs). Esta pesquisa de dissertao de mestrado tem por objetivo estudar como diferentes traos psicodemogrficos, saber: gnero, etnia, orientação sexual e aparncia fsica, impactam na vida e na progresso profissional do GP que os detenha, pela perspectiva deste profissional. Na busca por possveis respostas para essa questo, percorremos a teoria procurando os subsdios necessrios ao GP para exercer satisfatoriamente sua atividade e ascender na carreira. Vimos que as hard skills desses profissionais so desenhadas e enriquecidas por meio das metodologias e boas prticas trazidas pelas diversas associaes internacionais de gesto de projetos. Todavia, as aes prescritivas dessas metodologias apenas delineiam os contornos mais amplos das soft skills. Este conjunto de habilidades se mostrou fundamental para o GP em seu trabalho, sendo empiricamente apreendido e enriquecido pela experincia prtica. Ademais, a progresso na carreira de GP percebida frente crescente complexidade dos projetos ele subordinados, como tambm percebida ao enveredar por caminhos mais estratgicos e menos operacionais. Calamos a pesquisa sobre a cultura brasileira, usada como arcabouo para entender como tais profissionais exercem suas relaes de liderana, comunicao, respeito e colaborao para com seus stakeholders, ou seja, suas soft skills, e orquestram as atividades necessrias para a concluso satisfatria de um projeto. Sobre tal base, buscamos entender possveis preconceitos e barreiras impostas s diferentes psicodemografias para, em sequncia, observar quais impactos so percebidos pelos GPs no exerccio de suas atividades, bem como na progresso de suas carreiras. Trouxemos do campo entrevistas com vrios GPs de diferentes psicodemografias. A anlise do discurso nos emprestou o ferramental para estudar os dados de campo, e abarcar concluses sustentadas pela base terica. Como resultado, percebemos que a cultura brasileira ainda apresenta mecanismos de dominao encarnados por um grupo androcntrico, etnicamente branco e heterossexual, com prescries e normas sobre a aparncia fsica. Vimos tambm que as soft skills so influenciadas pela cultura local, principalmente quando so exercidas por minorias rejeitadas pelo grupo dominante. Percebemos a existncia de portas e tetos de vidro na vida profissional de um GP que encarne determinados traos psicodemogrficos, bem como uma introjeo de tal lgica androcntrica. Tais profissionais exercem suas funes com um custo maior do que aquele realizado por homens, brancos, heterossexuais e de boa aparncia, bem como precisam se mostrar resilientes tal dominao. As barreiras para o gnero feminino tambm se erguem quando a GP mulher, mesmo em um contexto de liderana de uma organizao temporria, exerce a maternidade.