999 resultados para Especificidades da docência na infância


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Este estudo sobre os primeiros anos de atividades da Sociedade das Casas de Asilo da Infância Desvalida firmou-se na exploração do arquivo da instituição, denominada desde há poucos anos Fundação D. Pedro IV. Ela orientou-se pela filantropia, seguindo as tendências manifestadas pelas classes hegemônicas européias, sobretudo em França, tendo à sua frente o ex-Imperador do Brasil, que regressou a Lisboa após a derrota dos absolutistas. As Casas de Asilo tinham uma fisionomia própria que se distinguia das salles d'asile. No intuito de acharem um rumo ajustado às necessidades da sociedade portuguesa, os animadores da iniciativa começaram por criar uma "escola de ensino". Colhidos os primeiros frutos da experiência, o movimento das Casas de Asilo começou a difundir-se pelo país e a diversificar as suas intervenções. Embora destinadas a um público de crianças provenientes de famílias muito pobres ou indigentes, em idade pré-escolar, essas instituições configuravam as escolas de Primeiras Letras, mas incluíam no currículo atividades educativas, manuais ou artísticas, e de educação social, visando à integração de seu público. Apesar disso, essa experiência de educação infantil não logrou desprender-se da tradição escolarizante que a marcava.

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Este é um artigo introdutório ao debate sobre a emergência de uma sociologia da infância, que procura contemplar a evolução do objeto e das perspectivas de análise registradas nos anos 90, focalizando, sobretudo, a produção em língua francesa. O texto apresenta e discute os diferentes elementos e principais questões que resultam da emergência do campo, buscando colocá-los em sinergia pela retomada de proposições de autores convidados a participar dos números 2 e 3 da revista Éducation et Societés, dedicados ao tema.

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Este artigo faz um balanço retrospectivo das publicações sobre a infância na área da sociologia, examinando os textos em língua inglesa produzidos não apenas nos países anglo-saxônicos e escandinavos, mas também contribuições provenientes de países e regiões como a Alemanha, África do Sul, Austrália, Europa do Leste e do Sul. Aponta para a emergência de um novo campo de estudos: a sociologia da infância, que a toma como uma construção social específica, que tem uma cultura própria e merece ser considerada nos seus traços peculiares.

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Este artigo examina a visão do Banco Mundial sobre a primeira infância como exemplo da globalização da infância. Argumenta que a globalização é caracterizada por um ponto de vista econômico neoliberal que exacerba a desigualdade entre nações ricas e pobres e entre ricos e pobres, dentro de cada país, bem como por um otimismo tecnológico-científico que enfatiza os benefícios das intervenções tecnológicas. O artigo mostra como esses dois aspectos da globalização influenciaram as políticas para crianças pequenas que o Banco Mundial vem promovendo ativamente. Recorre aos indícios apresentados pelo Banco Mundial para exemplificar as contradições inerentes a essa abordagem.

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Este estudo tem como foco principal a relação estabelecida entre criança e publicidade televisiva. A perspectiva teórica e metodológica é baseada nas idéias de Walter Benjamin, Mikhail Bakhtin e Oliviero Toscani. O objetivo é entender o contexto social e cultural mais amplo no qual essa questão é mantida sob permanente tensão, em especial em razão de algumas mudanças que o marcam acentuadamente: a emergência de novos agrupamentos familiares que, por diferirem dos arranjos nucleares tradicionais, demandam um reordenamento das relações criança-adulto; a desterritorialização do capitalismo e sua concentração no consumo; a fragmentação da vida cotidiana; a construção de uma política de vídeo e a inversão sofrida nos âmbitos públicos e privados; o lugar central hoje ocupado pela mídia e a constatação de que há uma hegemonia das tecnologias eletrônicas e virtuais nos processos de comunicação, bem como a pulverização dos espaços de saber. Nesse contexto, os meios audiovisuais- entre eles a televisão - têm compartilhado cada vez mais com a família e com a escola sua função educativa, ocasionando para ambas um grande desconforto: faz-se necessário, mais do que nunca, repensar o lugar social que ocupam.

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O artigo trata de pesquisa realizada com um grupo de professores inovadores da Universidade de São Paulo tendo como objetivo procurar subsídios para a formação do professor universitário. Esses docentes foram entrevistados, solicitando que detalhassem melhor suas experiências inovadoras; explicassem as razões pelas quais haviam introduzido modificações em sua forma de trabalho; explicitassem as relações entre sua atividade de docência e de pesquisa, expressassem o papel que atribuíam ao ensino na universidade, bem como a forma pela qual sua trajetória acadêmica havia se cumprido até então. A diversidade de experiências relatadas e, ao mesmo tempo, a convergência de visões a respeito de suas funções de ensino e de pesquisa na universidade permitem-nos afirmar que, mais do que uma formação pedagógica específica, a sensibilização para as dificuldades do ensino e a valorização institucional dessa atividade consistiriam em grande avanço para a formação do professor.

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Es presenta un projecte d'innovació docent, la recerca desevolupada del qual va incorporar aspectes relacionats amb la seguretat i la sostenibilitat dels procediments realitzats als tallers i laboratoris de les Facultats de Belles Arts, aplicant criteris de gestió de qualitat. Els resultats d'aquestes investigacions tenen una extensió social en l'àmbit de les Belles Arts en general. El projecte d'innovació docent va aplicar criteris de gestió de qualitat. La recerca desenvolupada va incorporar aspectes relacionats amb la seguretat i la sostenibilitat dels procediments als tallers i laboratoris de les Facultats de Belles Arts. Els resultats d¿aquestes investigacions tenen una extensió social en l'àmbit de les Belles Arts en general. Amb aquest projecte es va redissenyar un model de procediment normalitzat de treball (PNT) que 11 tallers diferents de les Facultats de BBAA de Barcelona, Conca i València van utilitzar per a elaborar 14 PNT i 3 vídeos de suport. Aquests es van aplicar durant una experiència pilot (curs 2009-2010). El nombre de participants en l¿experiència va ser de 211 alumnes, 15 professors, 10 tècnics de taller, majoritàriament de BBAA de la Universitat de Barcelona. L'experiència pilot va demostrar satisfactòriament la viabilitat de l'aplicació del model de PNT adoptat i els beneficis, de la seva aplicació, orientats a la millora continuada de la qualitat docent i de la investigació. Per concloure el projecte es va elaborar el procediment general (PG) que determina les pautes per a redactar un PNT. Aquest PG va ser aprovat recentment per la CSSMA del Centre2 i es podrà aplicar en el futur en la Facultat de BBAA de Barcelona. Sobre l'experiència s'han realitzat les publicacions pertinents (un llibre i un DVD) i s'ha participat també en dos congressos.

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A amizade como um tema filosófico importante aparece de forma pontual nos últimos textos de Foucault, em especial no curso A hermenêutica do sujeito e em entrevistas. Pensar nos dias de hoje em conceitos como ascese ou amizade é um dos grandes desafios legados por Foucault. Para o filósofo, a amizade seria a reabilitação da estética da existência para o presente. Esse tema ainda é pouco explorado pelos estudos da obra foucaultiana, e menos ainda no campo da educação. Neste artigo, trago essas questões para o debate sobre formação docente, apresentando algumas das discussões desenvolvidas em pesquisa com um grupo de professoras de Arte na educação básica da região de Santa Cruz do Sul (RS). Problematizo a possibilidade de invenção-artista no processo de formação docente, vendo-a como uma ação necessariamente compartilhada, que ocorre na relação com os outros. Recupero para essa discussão a teorização de Michel Foucault sobre as práticas de si, que não se dissociam das relações intersubjetivas. Algumas perguntas, inspiradas pelas problematizações foucaultianas, são preocupações deste trabalho: O que podemos esperar da escola como locus de formação, ou da universidade como propulsora da formação docente? Que docência pode emergir de grupos de formação, de redes de amizade?

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O propósito deste artigo é analisar o ato de pesquisar com crianças e elaborar uma perspectiva crítica da produção da subjetividade na relação entre adultos e crianças na contemporaneidade. A teoria da linguagem de Mikhail Bakhtin serviu de base para discutir o complexo tema da alteridade no âmbito da relação pesquisador-criança. A ampliação do debate sobre a relação entre adultos e crianças em face dos desafios da cultura do consumo e da sociedade da informação foi considerada uma alternativa metodológica promissora na busca de soluções coletivas para as questões que se colocam no campo educacional no mundo de hoje.

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Apesar do forte desenvolvimento e da alta produtividade nos últimos anos, a Sociologia da Infância parece estar sem rumo atualmente. Este artigo explora o problema, indicando possíveis causas e apontando algumas soluções. Argumenta-se que a construção de uma Sociologia da Infância implicou uma dupla tarefa: criar um espaço para a infância no discurso sociológico e enfrentar a crescente complexidade e ambiguidade da infância como um fenômeno contemporâneo e instável. Sustenta-se que, embora se tenha criado um espaço para a infância, isto se deu, em grande medida, nos termos de sociologia moderna, que se mostrava cada vez mais incapaz de lidar adequadamente com o mundo instável da modernidade tardia. Um aspecto importante desse problema revela-se pela reprodução, na Sociologia da Infância, das oposições dicotomizadas que caracterizaram a sociologia moderna. Três dessas oposições (ação e estrutura, natureza e cultura, ser e devir) são exploradas. Sugere-se que para libertar a Sociologia da Infância do controle desse pensamento moderno é preciso desenvolver uma estratégia para incluir o terceiro excluído. Entre outras coisas, isso pode exigir maior atenção à interdisciplinaridade, ao hibridismo do mundo social, às suas redes e mediações, à mobilidade e à relação entre gerações.

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As atitudes da nossa cultura em relação às crianças são ambíguas, o que se observa também na relação entre crianças e política. O modo protetor a que vêm sendo submetidas as crianças nos últimos dois séculos acaba por afastá-las dos adultos - e dos assuntos sérios da economia e da política. Como resolver esse dilema, que tem como consequência dificultar um discurso sobre crianças e política? Este artigo faz algumas reflexões sobre o tema e sugere que, em princípio, quando se trata de política, pode-se falar de: crianças como sujeitos; crianças/infância como objeto não visado (em termos do impacto de forças estruturais); crianças/infância como objetos visados (iniciativas políticas voltadas às crianças) e, finalmente, como objetos instrumentalizados. A grande questão que se coloca em cada caso é saber em que medida as crianças são beneficiadas e se isso não ocorre como um efeito colateral dos ganhos para os adultos/sociedade adulta. Será que haveria investimentos públicos em crianças nas dimensões que alcançam hoje se não houvesse expectativas de um retorno lucrativo?

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O artigo apresenta um recorte de pesquisas realizadas sobre as conexões entre escola e cultura contemporânea. Nele procuramos mostrar, interpretar e problematizar modos de ser de crianças pobres que frequentam escolas públicas da periferia de uma capital brasileira. O estudo se inscreve em uma matriz de inteligibilidade que considera a infância como uma construção cultural, social e histórica, sujeita a mudanças, e vê a contemporaneidade marcada por condições imbricadas no que se conhece amplamente como cultura pós-moderna. Considera-se que esse estado da cultura, com implicações contundentes da mídia e do consumo, tem produzido tipos peculiares de sujeitos infantis, consoantes às configurações culturais do mundo contemporâneo, em que visibilidade, efemeridade, ambivalência, descartabilidade, superficialidade fazem parte da vida. São crianças que buscam infatigavelmente a fruição e o prazer; que procuram de modo incansável inscrever-se na cultura globalmente reconhecida. São crianças que se tornam o que são vivendo sob a condição pós-moderna.