933 resultados para Psicologia social - Subjetividade


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A família representa uma forte instituição social, responsável em larga medida, pela estruturação de valores e comportamentos dos membros que a compõem. Neste sentido, o estudo da vinculação parental em adolescentes, contribui fortemente para a compreensão da origem e dos efeitos no desenvolvimento, dos padrões de relacionamento que se estabelecem ao longo da trajectória desenvolvimental do indivíduo, que em paralelo com a escola, se torna determinante numa etapa tão importante da vida como é a adolescência. A presente investigação teve como finalidade estudar as relações que na escola se podem estabelecer entre professores, pais e alunos (adolescentes), analisando a influência da interacção do vínculo parental no desenvolvimento pessoal e escolar destes últimos. Pretende-se também deste modo, verificar como se correlacionam as variáveis estatuto sócio-económico familiar, faixa etária dos alunos e resultados escolares, com a variável vinculação parental no percurso educativo do adolescente (período neste estudo, compreendido entre os Segundo e Terceiro Ciclos). A investigação efectuada procurou acentuar a pertinência e a necessidade de uma postura interpretativa dos comportamentos e fenómenos sociais, tendo como um dos seus princípios, reforçar a intencionalidade em identificar a forma como as pessoas experienciam e interpretam o mundo social no qual acabam por participar e construir interactivamente. Com este propósito, foram recolhidas opiniões em cinco escolas dos Segundo e Terceiro Ciclos do Ensino Básico do Distrito de Aveiro, através de dois questionários dirigidos a adolescentes, a Escala de Avaliação da Vinculação em Adolescentes, adaptada por Ribeiro, J. e Sousa, M. (2002) e a Escala do Inventário de Percepções Adolescentes adaptada, por Fleming, M. (1993), tendo ainda sido recolhidos dados nos processos individuais dos alunos. Os resultados descritos na última parte, de uma maneira geral, salientam que o vínculo parental influencia significativamente o processo e os resultados escolares dos adolescentes, assinalando no entanto, algumas discrepâncias quanto à frequência, à forma e à importância que os mesmos atribuem à vinculação parental, tendo em conta o estatuto sócio-económico e a idade em questão. Os pais revelaram ainda, diferentes formas de percepcionar a escola e de entender o seu código, realçando-se assim, a importância e a necessidade do diálogo entre a escola e a família, de forma a inferir mudança de atitudes e práticas, impondo-se nesta perspectiva a necessidade de regularização da comunicação entre estas duas entidades.

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O volume reúne um conjunto de textos de autores consagrados no campo da psicologia social e neles o leitor encontrará alguns dos aprofundamentos mais recentes da teoria iniciada em 1961 por Serge Moscovici. “Dada sua variedade e abrangência intelectual, as conferências se debruçam sobre o marco conceitual e empírico da teoria das representações sociais, expressando não apenas aquilo que lhe é distinto enquanto abordagem psicossocial, mas também a produtividade de suas linhas de comunicação com as sociedades vivas. Surpreendentes e inspiradoras, estas vozes nos revelam o marco e a marca da teoria das representações sociais: a dinamicidade dos saberes sociais, sua diversidade interna, e, sobretudo, sua conexão profunda com as condições socioculturais dos lugares e tempos que lhes produzem. Para os que já conhecem e trabalham com a teoria, o livro oferece uma oportunidade única de escutar grandes mestres delineando e avançando seu arcabouço teórico e sua aplicação empírica. Para os que a encontrarão aqui pela primeira vez, será evidente a conexão entre representações sociais e sentido, o problema da significação e variabilidade da ordem simbólica, a importância dos saberes do cotidiano e do senso comum e a atenção empírica aos grandes problemas da contemporaneidade”.

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O propósito do presente estudo foi o de examinar o impacto da implementação de um programa de desenvolvimento de habilidades sociais no bem-estar psicológico (BEP) e no rendimento escolar numa amostra de estudantes adolescentes portugueses. Para aferir o BEP, foi utilizada a versão portuguesa de 30 itens para adolescentes das escalas de Ryff; o rendimento escolar foi aferido com recurso às avaliações finais de cada período letivo. O programa utilizado baseou-se no desenvolvimento das habilidades sociais de comunicação, assertividade e resolução de problemas, durante o ano letivo numa frequência semanal de 45 minutos nas aulas de Formação Cívica, em estudantes do 7º e 8º anos de escolaridade. Os dados longitudinais foram analisados através da estatística não paramétrica, recorrendo aos testes Wilcoxon-Mann-Whitney correlação de Spearman do programa SPSS®, versão 20.0. Os resultados mostram impacto do programa de desenvolvimento de habilidades sociais nas dimensões do BEP – autoaceitação, relações positivas com os outros, domínio do meio, crescimento pessoal, objetivos na vida e no BEP global em um ou mais momentos do pós teste. Os resultados demonstram igualmente correlações positivas entre as dimensões do BEP – autonomia, autoaceitação, domínio do meio, objetivos na vida e do BEP global e o rendimento escolar, em três ou mais momentos observados.

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A temática da violência (e do bullying) nas escolas em Portugal tem vindo, nos anos mais recentes, a assumir uma crescente visibilidade fruto de variados fatores, entre os quais podemos destacar o aparente aumento no número de incidentes reportados envolvendo alunos, professores e pessoal não docente ou, ainda, como resultado da maior atenção dispensada ao(s) fenómeno(s) pela comunicação social. Na relação que se estabelece entre alunos, o bullying (e ultimamente o cyberbullying) tem igualmente ocupado um maior espaço de discussão no contexto português pela elevada complexidade que o carateriza e pelas diversas consequências negativas e irreversíveis que acarreta para vítimas, agressores, famílias e escolas. Para que sejam encontradas estratégias e soluções eficazes na abordagem ao(s) fenómeno(s), torna-se necessário aprofundar – e partilhar – o(s) conhecimento(s) em torno dos fatores e das dinâmicas que caraterizam o fenómeno e que contribuem para a sua (re)ocorrência. Procurámos, portanto, refletir sobre o papel que a escola, enquanto organização com uma missão muito própria ‒ e todos os demais elementos que a integram (diretores, docentes, assistentes operacionais, alunos e respetivas famílias) ‒ devem efetivamente desempenhar no sentido de serem promovidas e implementadas políticas e medidas que possam acautelar e solucionar quaisquer manifestações de violência, com especial incidência nos episódios de bullying. Sobressai, em primeira instância, a necessidade de sensibilizar e de mobilizar toda a comunidade escolar, prestando especial atenção ao papel vital que cada sujeito desempenha. Destaque-se, por outro lado, a aposta que deve ser feita na vertente da (in)formação de professores, não docentes, alunos e pais com o claro propósito de serem criados climas de escola positivos e seguros. Dividimos o trabalho empírico da nossa investigação em dois momentos. Do estudo comparativo (resultante da recolha de informação baseada na pesquisa e análise documental) que levámos a cabo na primeira parte a um conjunto de doze programas de prevenção e de intervenção de bullying implementados (e igualmente avaliados) em países anglo-saxónicos, procurámos identificar os seus componentes fundamentais (princípios teóricos subjacentes às intervenções, objetivos pretendidos, destinatários, níveis/fases de ação, componentes/estratégias de atuação e materiais de apoio disponibilizados). Pudemos verificar que essas iniciativas assentaram numa perspetiva sistémica da problemática do bullying que sublinha a necessidade de mudanças persistentes e contibuadas ao nível da sensibilização, da consciencialização e de transformações nas atitudes da população escolar no seu todo. Este exercício possibilitou, por outro lado, a identificação e a assimiliação de algumas das boas práticas experimentadas com esses programas. Na segunda parte, desenvolvemos um projeto-piloto numa escola Secundária com o 3.º Ciclo do Ensino Básico ao longo do ano letivo de 2010/2011 (envolvendo diretamente na iniciativa duas turmas ‒ uma do 7.º e outra do 10.º ano ‒ e os respetivos professores), sendo de destacar que a temática se tornou mais familiar para a maior parte dos participantes (por via da mobilização, da sensibilização e da formação desses atores). Na sequência da aplicação de dois questionários a 190 alunos no âmbito do projeto-piloto, foi ainda possível apurar que as percentagens de vitimação de bullying presencial moderado se situam abaixo dos 10%, sendo que para as ofensas sofridas de modo mais intenso esses níveis não ultrapassam os 5% para qualquer uma das formas de agressão apresentadas. Os dados indicaram igualmente as ofensas diretas verbais e indiretas como sendo as mais frequentes entre os inquiridos, surgindo em terceiro lugar as de pendor direto físico. Os índices de vitimação apresentam valores superiores junto dos alunos mais novos, independentemente do seu género. Perto de 45% dos sujeitos objeto de agressão admitiu não ter reportado o sucedido a uma terceira pessoa. Cerca de 27% dos jovens confessou assumir uma atitude passiva ou de indiferença perante uma agressão testemunhada. Foi, por outro lado, possível constatar que um conjunto significativo de jovens admitiu conhecer um colega da escola que tenha sido já gozado ou ameaçado no ciberespaço.

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O trabalho de investigação que desenvolvemos situa-se no âmbito das representações sociais dos valores dos estudantes universitários em Portugal. Os estudantes universitários espelham os valores e as representações sociais da sociedade a que pertencem mas de uma forma filtrada por valores individuais próprios de indivíduos com um nível educacional mais elevado, a autonomia de pensamento em detrimento da conformidade, e a flexibilidade intelectual. E no caso português, são a primeira geração que nasceu e cresceu num período de prosperidade económica fruto da entrada na União Europeia. Considerando que procurámos situar-nos nos níveis de análise posicional e ideológico, ou seja, partir de um grupo concreto e definido e estudar as atitudes e valores desse grupo, procurámos seguir uma metodologia com referenciais teóricos no âmbito da investigação em Ciências Sociais, utilizando instrumentos típicos da abordagem sociológica e da psicologia social, pois procurámos caraterizar uma realidade de cariz sociocultural, a questão das representações sociais dos valores. Nesse sentido, procedemos à preparação de um questionário, baseado no European Values Survey (EVS), que visava revelar quais os valores dos estudantes universitários em Portugal onde procurámos saber como se posicionam os jovens universitários nas questões relacionadas com a família, o trabalho, a politica, a sociedade e a religião, verificando se as variações valorativas no interior da amostra dependem de determinadas variáveis sociodemográficas (género, estrato social, etc.) e utilizando os resultados da amostra portuguesa da vaga do EVS 2008 para identificar possíveis variações entre os estudantes e a população portuguesa em geral. As entrevistas que realizámos complementarmente forneceram informações interessantes sobre as representações sociais dos estudantes sobre esta problemática.

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Este estudo procurou encontrar em primeiro qual o efeito da Inteligência emocional e do sentimento de presença sobre a identificação avatar em ambiente virtual, e em segundo se a identificação avatar estava associada a uma mudança de Self. O ambiente virtual foi simulado através de um jogo em 3ª pessoa (SOCOM4), onde os participantes tinham de jogar com um soldado de guerra americano. Os participantes (N = 82) preencheram uma escala de Inteligência emocional previamente à prova e posteriormente medidas de identificação, de stress e de atitudes face aos soldados. Os resultados demonstraram que o fator atenção e clareza (inteligência emocional) estão relacionados com a identificação. Foi encontrado também que a identificação ao avatar estava associada a uma mudança de Self. A identificação foi ainda associada a uma avaliação mais positiva dos soldados e da aceitação do uso dos mesmos. Foram ainda encontrados resultados para um possível modelo de mediação sobre os tipos de identificação com o prazer no jogo, dificuldades cognitivas e valoração de soldados pela variável traços estereotipicamente de soldados.

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O presente estudo teve como objetivo identificar a relação existente entre a Saúde Organizacional e o Mal-Estar. A amostra é constituída por 437 colaboradores de várias categorias sociodemográficas e socioprofissionais de duas instituições públicas - uma universidade e um hospital - e várias instituições do setor privado, sendo 71,2% do sexo feminino.

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A criatividade e a motivação dos colaboradores são características fundamentais para a inovação e para o empreendedorismo. No entanto, não têm sido realizados estudos empíricos que esclareçam as relações que se estabelecem entre a criatividade e a saúde mental no domínio organizacional. De uma forma geral, a literatura parece sugerir que os profissionais que trabalham no meio artístico apresentam uma maior criatividade, mas também que revelam uma maior vulnerabilidade em termos de saúde mental. O presente trabalho tem como objetivo principal compreender se a criatividade e a motivação de profissionais do mundo artístico podem ajudar a prever a sua saúde mental, sendo esta avaliada através de três indicadores de mal-estar (stress, ansiedade e depressão). Foram utilizados instrumentos já existentes para avaliar a criatividade (EPC), a motivação intrínseca (IMQ) e os três indicadores de mal-estar – stresse, ansiedade e depressão (DASS-21). A amostra era constituída por 50 profissionais do meio artístico em Portugal. Foi possível verificar a existência de uma relação significativa entre a criatividade e a motivação profissional. Verificou-se ainda que a relação entre os três indicadores de mal-estar e a criatividade, por um lado, e a motivação intrínseca, por outro, é sempre negativa, embora na análise dos efeitos conjuntos da criatividade, da motivação e das variáveis sócio-demográficas, apenas a criatividade contribua de forma significativa para menores níveis de ansiedade. A criatividade parece poder ser protetora em relação à saúde mental dos colaboradores, contribuindo para a prevenção de situações de mal-estar no trabalho.

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Cada vez mais a experiência dos utilizadores num ambiente virtual deve ser alvo de novas investigações. A crescente evolução da tecnologia, a modernização da forma como comunicamos e recebemos informações, bem como realizamos as nossas compras em novos ambientes online, constituem um novo espaço de pesquisa. A Experiência de Fluxo online, descrita como um estado em que o utilizador se sente cognitivamente eficiente, motivado e feliz, parece contribuir para a navegação dos utilizadores num site, maximizando a eficácia comercial de um produto apresentado nesse mesmo site. Nós acreditamos que no mundo virtual da internet, a experiência de fluxo dos utilizadores pode ser potenciada através da melhor interação humano-computador, nos sites em que o utilizador navega, oferecendo aos utilizadores experiências virtuais mais envolventes com um produto. Esta pesquisa tem como objetivo verificar em que modelo de site, conteúdo versus contexto, os visitantes experienciam níveis mais elevadores de fluxo online, com implicações a nível da sua experiência de consumo, aceitação do próprio produto, experiência virtual e intenção comportamental de uso para com o produto. Características individuais dos utilizadores, como a sua inovação na disponibilidade para a tecnologia também serão alvo de estudo. O produto tecnológico utilizado foram os Óculos da Google. Foram utilizados estudantes em laboratório, de ambos os géneros, num plano experimental 2 (site conteúdo versus site contexto) que foram solicitados a responder a um questionário após a navegação num destes sites, sempre imersos num ambiente virtual. Os resultados mostram que no site de contexto, os participantes experienciaram maiores níveis de fluxo online, sentimentos mais agradáveis durante a sua navegação, uma maior utilidade percebida do produto, avaliaram mais positivamente os Óculos da Google, manifestaram uma atitude ao uso do produto tendencialmente maior e navegaram durante mais tempo neste site em detrimento do site de conteúdo. Os resultados revelaram ainda existir um efeito de interação entre a inovação na disponibilidade para a tecnologia e o tipo de site para com a intenção de uso do produto, com aplicações a nível do marketing e publicidade online.

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Cada vez mais as organizações encetam a dar valor ao funcionamento ótimo do indivíduo, uma vez que acarreta vantagens, tanto para o indivíduo, como para a própria organização. Partindo deste pressuposto, surge o engagement como o conceito em estudo na presente investigação. O objetivo desta investigação, a partir do modelo demandas-recursos laborais (Job Demand-Resources), é analisar as relações entre o empowerment psicológico e o engagement no trabalho, bem como o seu impacto sobre a satisfação no trabalho e no bem-estar dos trabalhadores. Participaram 306 sujeitos empregados de ambos os géneros, com idades compreendidas entre os 18 e 72 anos (M = 35.59, DP = 10.66), através de um questionário online. Os resultados indicam que o empowerment psicológico prediz significativamente o engagement, e o engagement prediz positivamente a satisfação profissional e o bemestar positivo no trabalho. Os resultados demonstram ainda, através da realização de uma path analysis que o engagement medeia a relação entre o empowerment psicológico e a satisfação profissional e o bem-estar positivo no trabalho. Constata-se assim a importância do engagement para a melhoria de qualidade de vida no trabalho. Futuras investigações deverão analisar profundamente as relações entre estas variáveis, com diferentes amostras e instituições.

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Cada vez mais somos julgados pela aparência, maneira de estar e interagir, originando a formação de impressões. Neste sentido, esta investigação procura analisar o efeito de um estímulo social obeso vs. não obeso na formação de impressões e na interpretação de um conflito/interação social, com base numa imagem que transmitia uma situação laboral entre um chefe e uma secretária. Para o efeito foi desenvolvido um estudo quantitativo com um design bifatorial (figura: obeso vs. não obeso) x 2 (género: homem vs. mulher). A amostra é constituida por 155 participantes de ambos os géneros com idade superior aos 20 anos, que avaliam os atributos sociabilidade e competência e os comportamentos sedução e amizade. Os resultados obtidos mostraram que existe um efeito significativo da variável figura obesa na sociabilidade e na avaliação das competências, ou seja, a mulher obesa foi avaliada como mais sociável e mais competente. A variável da figura não obesa revelou efeitos significativos na interpretação de comportamentos de amizade e de sedução, o que significa que a mulher não obesa é considerada mais sedutora e amiga, tendo sido o género homem que evidenciou mais a imagem como de sedução.

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A literatura mostra que a empatia se relaciona com o reconhecimento de emoções (e.g., Dimberg, Andréasson, & Thunberg, 2011) e é influenciada pelo alvo percecionado (Rueckert, Branch, & Doan, 2011). Uma das justificações para o efeito do alvo parece dever-se ao self-construto interdependente (Davis, 2004). As diferenças de género são relevantes, uma vez que as mulheres demonstram ser superiores aos homens na capacidade empática (e.g., Davis, 1980), no reconhecimento de emoções (e.g., Hall & Matsumoto, 2004), no grau de empatia sentida face a relações próximas (Rueckert et al., 2011) e na tendência para ser interdependente (e.g., Gore & Cross, 2011). O objetivo deste estudo foi observar a relação da empatia com a capacidade de reconhecer emoções e com o alvo de empatia, tendo em consideração as diferenças de género do observador. Para a realização do estudo utilizou-se uma amostra de conveniência, constituída por 150 participantes (50% mulheres), com idades compreendidas entre os 18 e os 63 anos. Os resultados mostram que a empatia não se relaciona, no global, com a capacidade de reconhecer expressões faciais emocionais. Observou-se também que existe um efeito do alvo no grau de empatia sentida pelo participante. Os participantes empatizam mais quando o alvo é um amigo do que quando é um indivíduo desconhecido ou com o qual não se identificam. Ambas as escalas de empatia se correlacionaram positivamente com a Escala de Self-Construto Interdependente. As diferenças de género foram observadas na capacidade empática e limitadas a algumas emoções no reconhecimento de expressões faciais. Não se observaram diferenças no grau de empatia sentida pelo alvo de empatia nem no índice de interdependência dos participantes. Quanto ao reconhecimento de emoções, a alegria, a surpresa e a raiva foram as mais facilmente reconhecidas, sendo a alegria e a raiva as mais rápidas. O medo foi a emoção com um índice de acertos mais baixo e um maior tempo despendido com o seu reconhecimento. Os resultados foram discutidos com base na literatura já existente.

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Tese de doutoramento, Psicologia, Faculdade de Ciências Humanas e Sociais, Universidade do Algarve, 2015

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Dissertação de mestrado, Psicologia (Psicologia Social e das Organizações), Faculdade de Ciências Humanas e Sociais, Universidade do Algarve, 2013

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Dissertação de mestrado, Psicologia Social e das Organizações, Faculdade de Economia, Universidade do Algarve, 2015