973 resultados para Hepatic neoplasia
Resumo:
O câncer do colo uterino é hoje doença passível de prevenção secundária. Os métodos de detecção das lesões precursoras e da infecção pelo papilomavírus humano, tais como a citologia oncológica e biologia molecular, são de uso mundialmente difundido. Entretanto, ainda há muita controvérsia em relação à aplicação destes métodos na prática ginecológica. Qual o melhor exame ou a melhor associação de exames que podem ser utilizados, com que intervalo e em quais mulheres permanecem questões que com freqüência geram ansiedade nos consultórios ou nas unidades de saúde. Por outro lado, uma vez detectada a infecção viral ou a neoplasia intra-epitelial cervical, o tratamento dessas mulheres ainda não é consensual e muitos fatores interferem na definição da conduta ótima. O tipo de infecção, gravidade da neoplasia intra-epitelial, tipo histológico encontrado, todos estes aspectos tendem a dificultar o planejamento terapêutico. Esta revisão tem como objetivo abordar, dentro do conhecimento atual e baseado nos consensos vigentes no país, vários aspectos relacionados ao rastreamento das lesões cervicais e as possíveis condutas terapêuticas vigentes.
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OBJETIVO: avaliar a prevalência de alterações citológicas, colposcópicas e histopatológicas observadas no colo uterino de adolescentes com suspeita de neoplasia cervical e as correlações epidemiológicas, compararando com mulheres adultas jovens. MÉTODOS: estudo transversal, retrospectivo de revisão de 366 prontuários de mulheres encaminhadas para esclarecimento diagnóstico com suspeita de neoplasia cervical. As pacientes foram classificadas em dois grupos definidos por idade. O grupo Adolescente foi composto por 129 mulheres de 13 a 19 anos e o grupo Adulta foi composto por 237 mulheres de 20 a 24 anos. Foram calculados razão de prevalência (RP), respectivos intervalos de confiança (IC) a 95% para cada variável, teste chi2 ou teste exato de Fisher quando aplicável para comparação das proporções. RESULTADOS: a sexarca ocorreu em média aos 15,0 anos no grupo Adolescente e 16,6 anos no grupo Adulta. A chance de diagnóstico de alterações citológicas no primeiro exame realizado (RP=2,61; IC 95%: 2,0-3,4), a condição neoplasia intra-epitelial cervical (NIC) a esclarecer (RP=1,78; IC 95%: 1,26-2,52) e a colposcopia de baixo grau (RP=1,42; IC 95%: 1,08-1,86) foram estatisticamente significantes no grupo Adolescente. A análise histopatológica não mostrou diferenças para qualquer grau de NIC. Entretanto, foram identificados dois casos de carcinoma microinvasor, sendo um em cada grupo, e três casos de carcinoma invasor no grupo Adulta. CONCLUSÃO: nosso estudo sugere que o câncer de colo uterino é raro na adolescência, mas verificamos que alterações a ele associadas aconteceram em mulheres muito jovens. A investigação da neoplasia intra-epitelial cervical com a aplicação criteriosa dos mesmos métodos utilizados para a mulher adulta foi apropriada também na adolescência.
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OBJETIVO: identificar os fatores de risco para neoplasia intra-epitelial cervical (NIC) e os tipos de papilomavírus humano (HPV) em mulheres com NIC, e comparar com os tipos de HPV entre as que apresentam colo normal. MÉTODOS: foram estudadas 228 pacientes, sendo 132 portadoras de NIC (casos) e 96 mulheres com colo normal (controles). Nos dois grupos, formados por pacientes selecionadas entre aquelas que procuraram atendimento no mesmo hospital e residiam em área próxima ao local da pesquisa, a média etária foi semelhante (34,0±8,3 anos), com predomínio de casadas. Os possíveis fatores de risco para NIC foram investigados com aplicação de questionário, pesquisando: idade, estado civil, grau de escolaridade, idade do primeiro coito, número de gestações, número de parceiros sexuais, método contraceptivo utilizado, referência de doenças sexualmente transmissíveis (DST) anteriores e tabagismo, comparados entre os grupos estudados. Foram coletadas amostras para colpocitologia oncótica e, a seguir, para pesquisa de HPV por reação em cadeia de polimerase (PCR), utilizando iniciadores (primers) MY09 e MY11, procedendo-se então ao exame colposcópico e exame histopatológico. Para análise estatística de associação de NIC com fatores de risco, utilizaram-se odds ratio com intervalo de confiança e os testes chi2 e Fisher, ao nível de significância de 0,05. Empregou-se ainda o método de regressão logística testado com significância expressa pelo valor de p com grau de máxima verossimilhança. RESULTADOS: no modelo de regressão logística permaneceram as variáveis: infecção por HPV de alto risco oncogênico (OR=12,32; IC 95%: 3,79-40,08), referência à DST anterior (OR=8,23; IC 95%: 2,82-24,04), idade precoce do primeiro coito (OR=4,00; IC 95%: 1,70-9,39) e tabagismo (OR=3,94; IC 95%: 1,73-8,98). A PCR foi positiva em 48,5% e 14,6% nos grupos caso e controle, respectivamente. CONCLUSÕES: o fator de risco principal para NIC foi infecção por HPV oncogênico, com os tipos 16, 18, 33, 35, 51, 52, 58 e 83. Dentre as portadoras de lesões de alto grau, houve predomínio de HPV-16 ou variante 16. Nas pacientes com colo morfologicamente normal, também foram identificados os tipos oncogênicos 51, 58 e variante 51.
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OBJETIVO: avaliar a associação entre a contagem de linfócitos T CD4+ e a gravidade da neoplasia intra-epitelial cervical em pacientes HIV positivas. MÉTODOS: estudo transversal no qual foram incluídas 87 pacientes infectadas pelo HIV, confirmado por testes sorológicos prévios. Todas eram portadoras do HPV cervical, diagnosticado por meio da reação em cadeia da polimerase. Foram realizados anamnese, exame físico e colposcopia de todas em pacientes. A biópsia do colo uterino foi realizada quando indicada pelo exame colposcópico. Os resultados histopatológicos foram classificados com neoplasia intra-epitelial de baixo grau (NIC I) ou de alto grau (NIC II e II). A associação entre a contagem de linfócitos T CD4+ e a gravidade da lesão foi verificada por meio da comparação de médias utilizando a análise da variância (ANOVA). RESULTADOS: entre as 60 pacientes biopsiadas foram encontrados 24 casos (40,0%) com NIC I, oito (13,3%) NIC II, três (5%) NIC III, 14 (23,3%) pacientes somente com cervicite crônica e 11 (18,3%) apresentando efeito citopático produzido pelo HPV, mas sem perda da polaridade celular. Isso equivale a 35 mulheres com lesão intra-epitelial de baixo grau (NIC I + HPV) (58,3%) e 11 (18,3%) com lesão intra-epitelial de alto grau (NIC II + NIC III). A associação entre a média da contagem de linfócitos T CD4+ e a gravidade da lesão intra-epitelial cervical não foi significativa (p=0,901). CONCLUSÕES: não houve associação entre a contagem de linfócitos T CD4+ e a gravidade da lesão intra-epitelial do colo uterino, diagnosticada pelo exame histopatológico.
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OBJETIVO: avaliar a utilidade da curva de regressão normal da gonadotrofina coriônica humana (hCG) no diagnóstico precoce de neoplasia trofoblástica gestacional pós-molar (NTG). MÉTODOS: estudo longitudinal, incluindo 105 pacientes com mola hidatiforme completa (MHC) acompanhadas no Centro de Doenças Trofoblásticas de Botucatu, entre 1998 e 2005. Os títulos da hCG sérica foram mensurados quinzenalmente em todas as pacientes. Curvas individuais de regressão da hCG das 105 pacientes foram estabelecidas. A comparação entre a curva de regressão normal estabelecida em nosso serviço com as curvas individuais da hCG foi usada no rastreamento e diagnóstico (platô/ascensão) de NTG. O número de semanas pós-esvaziamento quando a hCG excedeu o limite normal foi comparado com o número semanas em que a hCG apresentou platô/ascensão. RESULTADOS: das 105 pacientes com MHC, 80 apresentaram remissão espontânea (RE) e 25 desenvolveram NTG. Das 80 pacientes com RE, 7 (8,7%) apresentaram, inicialmente, dosagem da hCG acima do normal, mas, no devido tempo, alcançaram a remissão. Todas as 25 pacientes com NTG apresentaram desvio da curva normal da hCG em 3,8±2,5 semanas e mostraram platô ou ascensão em 8,4±2,9 semanas (p<0,001). CONCLUSÕES: a curva de regressão normal da hCG pós-molar pode ser útil para diagnóstico de NTG.
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A neoplasia intraepitelial da vulva (VIN) é uma denominação que foi introduzida incialmente pela International Society for Study of Vulvo-vaginal Diseases (ISSVD) e reconhecida posteriormente pela International Society of Gynaecological Pathology (ISGYP) e Organização Mundial da Saúde. É uma entidade patológica a que correspondem as VIN de tipo usual (verrucoso, basalióide e misto) e as VIN de tipo diferenciado. A incidência das lesões de VIN tem aumentado progressivamente, principalmente em mulheres jovens. A infecção pelo papilomavírus humano (HPV) de alto risco, pelo vírus da imunodeficiência humana (HIV), o tabagismo e a neoplasia intraepitelial do colo do útero, da vagina e região anal são factores de risco estabelecidos para as VIN. Não existem sintomas e sinais característicos das VIN, mas a doença se traduz sempre por lesões clinicamente identificáveis. A biópsia com o auxílio do colposcópio permite o diagnóstico. O tratamento da doença está sempre justificado pelo elevado risco de progressão para cancro invasivo. A excisão alargada das lesões ou a sua destruição com laser CO2 têm sido os métodos mais populares de tratamento. Independentemente do método terapêutico utilizado, as taxas de recidiva são elevadas, pelo que está aconselhada a vigilância apertada das doentes após tratamento. A terapêutica tópica com imiquimod se afigura promissora no tratamento das VIN. As vacinas profiláticas contra os tipos de HPV de alto risco prometem se tornar armas poderosas na prevenção primária da doença.
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OBJETIVO: avaliar o tratamento instituído a portadoras de neoplasia intraepitelial cervical de alto grau e o seguimento destas pacientes durante a gestação. MÉTODOS: estudo retrospectivo baseado na revisão dos prontuários de 30 pacientes atendidas no período de 1990 a 2002 no Hospital Erasto Gaertner, com diagnóstico de neoplasia intraepitelial cervical de alto grau durante a gestação. O diagnóstico foi realizado por colposcopia e biópsia, e a colposcopia foi realizada novamente durante o período gestacional e após o parto. Foram avaliados os diagnósticos de regressão e progressão das lesões. RESULTADOS: das 30 pacientes, 3 foram excluídas por não-confirmação do diagnóstico de lesão intraepitelial escamosa de alto grau (LEAG) pela colposcopia com biópsia. Quatro pacientes foram submetidas ao tratamento durante a gestação, e uma delas apresentou parto pré-termo na 32ª semana de gestação. Vinte e três pacientes foram submetidas a tratamento expectante, realizando-se nova colposcopia e biópsia, sendo então submetidas à conização ou cirurgia de alta frequência em média na 11ª semana de gestação. Em 7,4% dos casos houve regressão da lesão na peça cirúrgica, embora a biópsia evidenciasse lesão de alto grau após o término da gestação. CONCLUSÕES: toda paciente com diagnóstico de lesão intraepitelial escamosa de alto grau (LEAG) deve ser submetida à colposcopia e biópsia para excluir lesão invasiva. A conduta expectante para as lesões intraepiteliais é o tratamento de escolha e mais seguro pela possibilidade de regressão destas lesões no período pós-parto.
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Dissertação apresentada ao Curso de Mestrado Profissional em Saúde Materno-Infantil da Universidade Federal Fluminense, como requisito para obtenção do grau de Mestre em Saúde Materno-Infantil. Área de Concentração: Saúde da Mulher e da Criança, em 16 de maio de 2014.OBJETIVO: avaliar o risco da ocorrência de neoplasia trofoblástica gestacional (NTG) após a normalização da gonadotrofina coriônica humana (hCG) no seguimento pós-molar. PACIENTES E MÉTODOS: trata-se de estudo retrospectivo, tipo coorte não concorrente, colaborativo interinstitucional, realizado nos Centros de Referência em Doença Trofoblástica Gestacional da SCMRJ, HUAP-UFF, ME-UFRJ, HC-UNESP e HC-UFG. Foram analisados dos prontuários médicos de pacientes acompanhadas nesses Serviços, entre os anos de 2002 e 2013. Esse projeto foi aprovado pelo Comitê de Ética em Pesquisa. RESULTADOS: entre as pacientes que cursaram com remissão espontânea, 10 (0,4% - 1 em cada 201 casos de MH) evoluíram com NTG após a normalização de hCG (p<0,0001; IC95% 0,2–0,7). Quando se analisa o risco de NTG após a normalização de hCG nos diferentes tipos de gravidez molar, observou-se sua ocorrência em 9/2016 (0,4% - 1 em cada 224 casos) dentre as pacientes com mola hidatiforme completa - MHC (p<0,0001; IC95% 0,2–0,7), de 1/982 (0,1% - 1 em cada 985 casos) dentre as pacientes com mola hidatiforme parcial - MHP (p<0,0001; IC95% 0,02–0,5) e em nenhuma das pacientes com gravidez molar gemelar - GMG. Consoante o tempo de normalização de hCG, a ocorrência de NTG foi observada em 1/1595 (0,06% - 1 em cada 1595 casos de MH) das pacientes cujo hCG normalizou com menos de 56 dias (p<0,0001; IC95% 0,01–0,3), enquanto que entre aquelas cujo hCG normalizou com mais de 56 dias a NTG ocorreu em 9/1416 (0,6% - 1 em cada 157 casos de MH) das pacientes (p<0,0001; IC95% 0,3–1,1), exibindo um OR de 10,19 (p=0,02; IC95% 1,29–80,58). CONCLUSÕES: o risco de NTG após a normalização de hCG é ínfimo. Parece-nos razoável que seja dada alta para a paciente com MHP após a primeira dosagem normal de hCG. Nos casos de MHC e GMG, esse seguimento deve ser mantido por 6 meses.
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Gestational trophoblastic neoplasia (GTN) is the term to describe a set of malignant placental diseases, including invasive mole, choriocarcinoma, placental site trophoblastic tumor and epithelioid trophoblastic tumor. Both invasive mole and choriocarcinoma respond well to chemotherapy, and cure rates are greater than 90%. Since the advent of chemotherapy, low-risk GTN has been treated with a single agent, usually methotrexate or actinomycin D. Cases of high-risk GTN, however, should be treated with multiagent chemotherapy, and the regimen usually selected is EMA-CO, which combines etoposide, methotrexate, actinomycin D, cyclophosphamide and vincristine. This study reviews the literature about GTN to discuss current knowledge about its diagnosis and treatment.
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OBJETIVO: Realizar estudo comparativo entre mulheres positivas e negativas para o vírus da imunodeficiência humana (HIV), analisando: prevalência de neoplasia intraepitelial cervical (NIC) e infecção cervical pelo papilomavírus humano (HPV); risco viral e relação com desenvolvimento de NIC; parâmetros sociodemográficos e de comportamento que influenciaram na presença de infecção cervical por HPV e NIC.MÉTODOS: Estudo comparativo entre mulheres positivas e negativas para o HIV, sendo analisadas, respectivamente, 202 e 171 mulheres para avaliar a prevalência de NIC e 164 e 100 mulheres para avaliar a prevalência de infecção cervical pelo HPV. Em todas as consultas foram realizados: coleta de amostras cervicais para realização de citologia oncótica e reação em cadeia da polimerase (PCR) para detecção do DNA-HPV; colposcopia; questionário padronizado para coleta de dados demográficos/comportamentais; biópsia de todas as alterações colposcópicas. O exame histopatológico foi o padrão-ouro para o diagnóstico de NIC.RESULTADOS: A prevalência de NIC foi de 2,4 e 15,3% (p<0,001) e de infecção cervical pelo HPV foi de 37,1 e 55,5% (p=0,002), respectivamente, nas negativas e positivas para o HIV. As soropositivas tiveram mais infecção por HPV de alto risco (35,7 e 23,6%; p=0,02) e por múltiplos tipos (6,2 e 0%). O HPV 16 foi o tipo prevalente, ocorrendo em 11,3 e 10,2% das positivas e negativas para o HIV e também nas mulheres que tiveram NIC nos dois grupos. Os fatores associados ao desenvolvimento de NIC foram: infecção pelo HIV (HT=4,64; IC95% 2,23-9,65), idade (HT=0,95; IC95% 0,93-0,98 para cada ano de vida) e estado civil (HT=0,49; IC95% 0,30-0,80). Os fatores associados à infecção pelo HPV foram: presença do HIV (HT=2,72; IC95% 1,77-4,17), maior número de parceiros sexuais (HT=1,87; IC95% 1,23-2,84), idade (HT=0,97; IC95% 0,95-0,99 para cada ano de vida) e estado civil (HT=0,65: IC95% 0,42-1,0 para união estável/viúvas).CONCLUSÃO: A prevalência de NIC e infecção cervical pelo HPV foi maior nas mulheres positivas para o HIV, que também apresentaram mais infecções por HPV de alto risco e múltiplos tipos. O tipo 16 foi o predominante nos dois grupos e nas mulheres que tiveram NIC. As mulheres com mais idade e união estável/viúvas tiveram menor chance de adquirir infecção cervical por HPV e NIC.