998 resultados para Processo de trabalho em saúde
Resumo:
A Reforma Administrativa, com redução do Estado, na década de 1990, impulsionou a adoção de relações trabalhistas precárias no momento em que ocorria a descentralização do Sistema Único de Saúde (SUS). O enorme incremento do número de postos de trabalho na saúde pública dos municípios, acompanhado das restrições jurídico-legais, como a Lei de Responsabilidade Fiscal, propulsionaram a adoção de diversas formas de contratação. A Estratégia de Saúde da Família (ESF) surgiu concomitante a todo este processo e é considerada, atualmente, como estratégia prioritária na reorganização da atenção à saúde no país. Com vínculos não-estáveis, profissionais ficam sujeitos à instabilidade política e disputa predatória entre os municípios, ocasionando rotatividade dos profissionais e descontinuidade da assistência. O rompimento do vínculo entre profissional e população adscrita compromete um dos princípios da ESF. Em 2003, foi criada a Secretaria de Gestão do Trabalho e da Educação na Saúde no âmbito do Ministério da Saúde, com o objetivo de formular políticas orientadoras da gestão, formação, qualificação e regulação dos trabalhadores de saúde no Brasil, área considerada crítica para a sustentabilidade da ESF e do SUS. Para a formulação de políticas e diretrizes que busquem soluções para enfrentar a precarização dos vínculos de trabalho nacionalmente, foi criado o Comitê Nacional Interinstitucional de Desprecarização do Trabalho no SUS. Este estudo retrata a revisão narrativa de literatura a respeito dessa precarização dos vínculos de trabalho nas equipes da ESF, no contexto histórico de sua criação e da implantação da Gestão do Trabalho no SUS, e de pesquisas cujos autores analisaram as formas de contratação dos profissionais de saúde das equipes da ESF. Essa revisão permitiu identificar que, apesar dos vínculos de trabalho precários estarem presentes nas equipes da ESF, houve diminuição dos mesmos. Portanto, persiste a necessidade de formular soluções para enfrentar esse desafio.
Resumo:
O Programa de Saúde da Família acrescentou ao processo de trabalho do enfermeiro a supervisão dos agentes comunitários de saúde, ambos integrantes da equipe de saúde da família assim como outros profissionais. Este estudo objetivou buscar como a produção científica tem abordado a supervisão do enfermeiro com relação ao trabalho dos agentes comunitários de saúde. Utilizou-se a revisão da literatura narrativa como método. Verificaram-se várias deficiências na supervisão do trabalho dos ACS pelos profissionais da equipe, em especial do enfermeiro, destacando como causas a sobrecarga de atribuições ao enfermeiro, a deficiência tanto na formação dos ACS quanto dos enfermeiros e de gestores e a predominância de abordagem educativa no modelo biomédico. Os estudos ressaltaram como recomendações para melhorar a supervisão: o planejamento das atividades da equipe e do enfermeiro, a referência de um enfermeiro na coordenação municipal de saúde, a atuação multiprofissional na educação permanente dos agentes comunitários de saúde e a reformulação das escolas em consonância com uma educação transformadora.
Resumo:
Este estudo é um relato de caso acontecido em Maio de 2009. Foi uma atividade desenvolvida com 50 funcionários da área de Enfermagem da Prefeitura de Belo Horizonte (PBH)) dentro de uma escola de circo na região centro sul da cidade. A proposta se baseou na Política de Humanização do Sistema Único de Saúde (SUS) - Eixo de valorização do trabalhador, onde foi discutido o processo de trabalho no centro de saúde envolvendo as gerentes de forma lúdica e prazerosa. O público beneficiado pertence a três centros de saúde da região Noroeste de Belo Horizonte. A metodologia utilizada foi a Observação Participante. Quatro oficinas aconteceram simultaneamente, lideradas por trabalhadoras dos centros de saúde como facilitadoras e monitores da escola de circo para desenvolver as atividades. Concluímos, a partir das oficinas propostas de malabares, cama elástica, trapézio, e ginástica de solo que tudo o que é novo no primeiro momento parece ser difícil, mas é necessário experimentar para formar a própria opinião diante do fato proposto. Segundo concluímos que quando se foca em um objetivo conjunto toda equipe obtêm sucesso e que humanização do trabalho e do trabalhador começa quando se discute e reflete a prática diária. Apontamos a necessidade de momentos para ouvir e trocar experiências entre trabalhadores para que sejam replicadas as ações que estão dando certo e remodelar as que estão falhas.
Resumo:
Este trabalho tem como objetivo relatar e discutir a experiência da Gestão do Trabalho e da Educação na Saúde das Equipes de Saúde da Família de Catas Altas-MG, trazendo propostas para intervenção e aprimoramento desta área. O estudo foi realizado a partir de uma revisão bibliográfica sobre o tema "Gestão do Trabalho e da Educação na Saúde", buscando adequá-lo ao processo de trabalho da estratégia de Saúde da Família deste município. Ficou evidente a necessidade de aperfeiçoar a Gestão do Trabalho e da Educação na Saúde para alcançar melhores resultados com os recursos disponíveis e, para tanto, deve-se estruturar um setor de Gestão do Trabalho e Educação na Saúde, ultrapassando os limites de um Setor de Recursos Humanos. A convocação dos profissionais aprovados no último concurso público deve ser planejada em conjunto com a estruturação dos programas de educação permanente, que deverá ser realizada por equipes multiprofissionais e intersetoriais, baseadas no próprio processo de trabalho, buscando respostas a problemas reais do serviço. Outro ponto essencial é o aperfeiçoamento do Plano de Carreiras, Cargos e Salários baseando-se em um trabalho coletivo e preocupandose com a melhoria da atenção aos usuários do Sistema Único de Saúde. Este plano deve possibilitar o desenvolvimento de carreira, valorizar o tempo de trabalho e a qualificação profissional, além dos resultados alcançados individualmente e institucionalmente. Para finalizar, cabe destacar a importância da criação de um espaço de negociação permanente entre gestor e trabalhadores, enfrentando os conflitos e interesses e trazendo respostas mais adequadas e democráticas aos desafios da atenção à saúde.
Resumo:
O objetivo deste trabalho é discutir os principais aspectos relacionados à saúde do trabalhador de enfermagem, abordados na literatura, realizando uma reflexão sobre sua contribuição para o trabalho do profissional da área no âmbito da Atenção Básica em Saúde. A metodologia utilizada foi a revisão narrativa, sendo o levantamento bibliográfico realizado nos bancos de dados vinculados à BVS (Biblioteca Virtual da Saúde) e utilizadas algumas referências já de conhecimento do autor, mas que se mostraram importantes para as discussões. Os resultados apontaram que o trabalhador de enfermagem está submetido a inúmeros riscos e condições inadequadas de trabalho e que a ergonomia se mostra estratégica, uma vez que a partir dela é possível aproximar-se das dificuldades enfrentadas no cotidiano do trabalho, as quais podem se originar do conflito entre a lógica do sistema e a lógica do processo de trabalho. Além da Ergonomia, há outros mecanismos de proteção à saúde e segurança dos trabalhadores, tais como a legislação específica criada, tanto no âmbito do Ministério do Trabalho, quanto do Ministério da Saúde, destacando-se as Normas Regulamentadoras 32 e 17 e a própria lei 8.080/90. No âmbito da Atenção Básica, o enfermeiro enfrenta situações de risco tais como sobreposição de funções, jornada prolongada de trabalho, conflitos interpessoais decorrentes do trabalho em equipe, deficiências de recursos materiais e humanos, entre outros. Espera-se que, a partir deste estudo, o autor possa elaborar um conjunto de intervenções de ordem física, organizacional e interpessoal visando à saúde dos trabalhadores que desenvolvem suas atividades na atenção básica em saúde no local de sua atuação profissional.
Resumo:
A assistência ao pré-natal é um tema relevante do ponto de vista profissional, uma vez que se coloca em pauta a discussão sobre a melhoria da qualidade dos serviços prestados à gestante e sobre os princípios da humanização no processo de adesão à educação em saúde na assistência pré-natal, na perspectiva da adoção de uma atenção diferenciada e holística. Este estudo objetivou discutir princípios dessa assistência como requisitos para a melhoria da atenção à saúde da gestante e da criança por meio de ações de educação em saúde. Foi realizada uma revisão de literatura utilizando livros e bases de dados das Bibliotecas Virtuais disponíveis na internet (Scielo, Lilacs, Google Acadêmico), sendo usado como critério de inclusão artigos publicados entre 1984 e 2011 relacionados aos benefícios da educação em saúde no pré-natal e a conteúdos que pudessem agregar informações relacionadas com os objetivos propostos. Os resultados encontrados mostram inadequações no processo de realização do pré-natal, incluindo, a baixa ocorrência de atividades educativas, sejam individuais ou coletivas. Verifica-se ainda a ocorrência de negligência dos profissionais de saúde com relação às anotações dos atendimentos e cuidados a gestantes. Nesse sentido, é importante que se estimule e treine os profissionais de saúde para executar atividades de educação em saúde de forma qualificada. Pois, o Programa Saúde da Família é uma oportunidade de reestruturação do trabalho da saúde pública e da saúde da mulher para uma defesa do Sistema Único de Saúde no Brasil.
Resumo:
O agente comunitário de saúde vem desenvolvendo uma infinidade de atividades não explicitadas na legislação e que envolve esses trabalhadores de diferentes maneiras. Muitas das atividades são geradoras de estresses e, consequentemente, causadoras de insatisfação. O acúmulo de atividades, e muitas delas mais administrativas, o desvio de função, realizadas dentro da unidade, são alguns dos estressores do processo de trabalho desses trabalhadores e adicionado ao não reconhecimento social do seu trabalho, são os "nós" críticos que pude identificar neste primeiro momento. Estudo trabalho teve como objetivo identificar fatores geradores de insatisfação com o trabalho dos agentes comunitários de saúde, bem como, propor um projeto de intervenção, cujas abordagens estejam, principalmente, dentro da governabilidade da equipe de saúde da Unidade; visando impactar sobre esses fatores, buscando melhorar a forma de trabalho dos agentes comunitários de saúde na Unidade Básica de Saúde. Foi feita uma revisão bibliográfica sobre o tema e também foram levantados os principais fatores de insatisfação com o trabalho, através de atas e reuniões de equipe. Após discussões entre os agentes comunitários de saúde e demais profissionais da unidade foram levados em conta os fatores mencionados por todos os agentes da unidade e a partir daí foram propostas formas de intervenções para o enfrentamento das situações críticas e melhoria nas condições de trabalho. A construção de ambiências favoráveis no trabalho desses trabalhadores pode contribuir para o fortalecimento de sua identidade profissional e motivação com a função que desempenha dentro da atenção básica de saúde.
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Este é um plano de intervenção na área de abrangência da Equipe de Saúde da Família (ESF) azul do Centro de saúde Etelvina Carneiro, Belo Horizonte. Partindo do problema do alto fluxo da demanda espontânea e que fazer para melhorar o acolhimento. O plano pretende trabalhar com a demanda espontânea, tentando reorganizar o processo de trabalho da equipe numa forma mais humana, com boa ética profissional, com a utilização do método clínico centrado na pessoa. Na realização do plano foi utilizado o método de Planejamento Estratégico Situacional. Foi feita uma revisão da literatura com os seguintes descritores: demanda espontânea, atenção primaria de saúde(APS); comunicação em saúde; prevenção; atenção centrado na pessoa; humanização na Atenção Primaria, e cuidado em saúde. A partir dos nós críticos as operações propostas foram:1) capacitar adequadamente aos profissionais que fazem acolhimento;2) melhorar as condições do local de acolhimento;3) diminuir a quantidade de pacientes para a demanda espontânea com mais atividades de prevenção e promoção de saúde;4) aumentar número de visitas domiciliar a grupos de risco;5) envolver todos os profissionais disponíveis para oferecer os melhore recursos e atendimento;6) definir quanto tempo será necessário para uma consulta pré-agendada. A análise de viabilidade mostrou que o projeto é viável. A elaboração deste plano de intervenção possibilita à ESF azul oferecer um modelo assistencial centrado nas pessoas, com um atendimento mais efetivo a partir da criação de um acolhimento mais qualificado e humano. Dessa forma, busca-se continuar no sentido do cumprimento da missão deste serviço de saúde: cuidar da saúde da população, de acordo com as diretrizes defendidas pelo Humaniza SUS.
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A Educação Popular consolidou-se na década de 1970 como uma ferramenta fundamental na disseminação do conhecimento para as classes menos favorecidas. Com o surgimento do Sistema Único de Saúde brasileiro em 1988, o movimento perdeu força, uma vez que seus principais militantes se encontravam engajados em busca de objetivos mais globais. O trabalho atual da equipe de Saúde da Família pede por uma mudança cultural e/ou comportamental, de si própria e da comunidade. A presente pesquisa bibliográfica objetiva subsidiar um processo de trabalho com forte conteúdo educacional, mais consistente com as necessárias mudanças na situação de saúde, com a participação popular e com a maior conscientização dos profissionais. Para alcançar os objetivos propostos, foi realizado levantamento da literatura na base de dados da LILACs e no SciELO. Os livros utilizados foram selecionados por sua reconhecida relevância ao tratar do tema proposto e seu grande reconhecimento enquanto fonte bibliográfica pelos meios acadêmicos e profissionais. Sugere-se, para a equipe Rural do Programa de Saúde da Família de São José do Goiabal, um processo de trabalho que tenha como base os preceitos de conscientização do usuário, respeito à sua autonomia e valorização da sua criatividade - preceitos base da Educação Popular. Sugere-se ainda a busca de parcerias com outros setores da sociedade, a fim de incentivar o senso de comunidade dos moradores das localidades rurais, visando à construção do SUS local.
Resumo:
Este trabalho tem como objetivo elaborar um projeto de intervenção para promover a saúde integral dos cuidadores de idosos da área de abrangência da Estratégia Saúde da família, com foco na sobrecarga que esses profissionais enfrentam no seu processo de trabalho. Foi utilizado o método de Planejamento Estratégico Situacional para priorização e seleção do problema a ser trabalhado. Foi feita uma revisão narrativa da literatura sobre o tema para elaboração do plano de ação e estruturação de operações para subsidiar as intervenções que visem à melhoria da qualidade de vida do cuidador. O projeto de intervenção propondo a criação de grupo operativo de cuidadores de idosos, realização de palestras e oficina de habilidades, apresentação de material de apoio ao conhecimento sobre a Saúde do Idoso e cuidados, estruturação da Linha de Cuidado com o cuidador são as ações definidas para buscar a adesão dos cuidadores e assim intervir na qualidade do trabalho e de vida dos mesmos. A intervenção envolveu toda a equipe e contou com suporte dos profissionais do Núcleo de Apoio a Saúde da Família e da Secretaria Municipal de Saúde. Intervir na saúde do cuidador é tarefa desafiadora, que sofre interferência de múltiplas causas e problemas secundários e pode ser otimizada pela abordagem interdisciplinar. Esta ação deve integrar as atividades do projeto da Saúde dos cuidadores.
Resumo:
A avaliação faz parte do cotidiano das equipes de Saúde da Família e é uma ferramenta imprescindível para planejar. Este relato busca sistematizar experiência da implantação da ferramenta AMQ - Avaliação pela Melhoria da Qualidade, junto de uma equipe de Saúde da Família em Indaiatuba, SP. A metodologia utilizada foi a autoavaliação da equipe a partir do caderno avaliativo proposto pela ferramenta. A experiência proporcionou uma autoavaliação dos integrantes da equipe a respeito do próprio processo de trabalho e do seu impacto sobre o cuidado prestado para a população. O resultado do questionário permitiu elencar os pontos fortes da equipe, tais como bons indicadores de cobertura e rede de apoio intersetorial. Também mostrou algumas atividades que não são realizadas, como ações de promoção à saúde e participação popular. Por fim, a experiência mostrou a importância de ouvir os trabalhadores e a necessidade de buscar continuamente a qualidade.
Resumo:
A Estratégia de Saúde da Família "Oeste" (ESF) da cidade de Bicas - Minas Gerais é responsável pela cobertura de toda a zona rural do município e parte da zona urbana. Devido ao difícil acesso da população rural até a unidade de saúde, torna-se necessária a realização da visita domiciliar até a zona rural, o que faz com que parte da equipe de saúde se ausente da unidade. Dessa forma, a falta de planejamento e organização dessas visitas têm gerado um número considerável de usuários insatisfeitos com o atendimento, e dentre as principais queixas, consta a dificuldade em se obter consultas de demanda livre. O presente trabalho tem como objetivo analisar o impacto da utilização da base de dados do Sistema de Informação da Atenção Básica (SIAB), especificamente a ficha de cadastramento familiar (ficha A), que será utilizada na reorganização e estratificação do atendimento médico na zona rural do município de Bicas. Serão selecionados também todos os prontuários das famílias pertencentes à zona rural para auxiliar na estratificação segundo o risco. A partir da análise dos dados, chegou-se a conclusão que seria necessário reorganizar o atendimento médico na zona rural, de forma que este fique o mais homogêneo possível, privilegiando tanto a população rural quanto a urbana. Neste ponto, o SIAB torna-se um grande aliado, no sentido de orientar a reorganização do processo de trabalho na unidade básica de saúde.
Resumo:
Estratégia Saúde da Família (ESF) vem estruturar a atenção básica à saúde, gerando novas práticas. Processo de trabalho ganha novo escopo para o enfermeiro, profissional que integra a equipe de Saúde da Família (SF). O enfermeiro assume papel proativo na identificação das necessidades de cuidado da população, na promoção e proteção da saúde das pessoas, em suas diferentes dimensões. Presente estudo visa apresentar um instrumento de trabalho a ser desempenhado pelos enfermeiros que atuam na SF. Trata-se da realização do Diagnóstico Situacional de Saúde (DSS) e a discussão desta tecnologia na qualificação do trabalho do enfermeiro SF. O DSS pautou-se na técnica da estimativa rápida, revelando como principais problemas de saúde na ESF Nossa Senhora de Fátima de São Gotardo/MG: a participação popular, cobertura de citopatológico, a saúde do adolescente e as ações de puericultura. Há na SF uma simultaneidade das atividades do enfermeiro tanto assistenciais, quanto gerenciais. Essa realidade acarreta sobrecargas, e necessidade de organização da rotina de trabalho mais propositiva para garantir a qualidade do cuidado. É esperado que o enfermeiro desenvolva uma gestão da sua prática que busque minimizar esses impactos estruturais, compartilhando responsabilidades, gerenciando recursos. Desta maneira, o presente estudo defende que ao apoiar sua atuação pela aplicação do DSS, o enfermeiro poderá realizar gerenciamento de prática na ESF aproximado as reais necessidades de saúde da área de abrangência da equipe.
Resumo:
Agente Comunitário de Saúde é integrante chave para a efetivação do trabalho nas equipes de Saúde da Família. Sua atuação, por ser um membro ativo da comunidade assistida pela equipe, caracteriza-se no fortalecimento do vínculo entre equipe e comunidade. Cotidianamente, nos domicílios visitados, compartilha informações e conhecimentos essenciais para promoção da saúde. Entretanto, as abordagens educativas no domicílio realizadas pelos Agentes Comunitários de Saúde precisam ser cada vez mais propositivas e estarem articuladas as demais ações planejadas pela equipe multiprofissional, compondo um processo de trabalho mais efetivo na Estratégia Saúde da Família. Neste contexto, o presente estudo objetiva propor ações para o fortalecimento do trabalho dos agentes comunitários de saúde e suas práticas educativas nos domicílios na ESF Dr. Vitor Vieira dos Santos, Campos Altos/MG. A construção das propostas de intervenção pautou-se no arcabouço conceitual do Planejamento Estratégico Situacional em Saúde, iniciando-se pela problematização do cenário de prática onde a autora encontra-se inserida, foram apontados nós-críticos e ações para superação desta realidade. De forma geral as propostas de intervenção pretendem fortalecer a dinâmica de trabalho do Agente Comunitário de Saúde e sua interação com os demais integrantes da equipe Dr. Vitor Vieira dos Santos. Com isso, capacitá-los para melhor desempenho de uma prática educativa emancipatória nos domicílios de sua responsabilidade é essencial para o fortalecimento do Sistema Único de Saúde.
Resumo:
Trata-se de uma pesquisa-intervenção com o objetivo principal de colocar em análise a atividade na vigilância em saúde do trabalhador ancorada nos pressupostos da formação pelo trabalho. Tem como aporte conceitual o referencial teórico-metodológico da clínica da atividade proposta por Yves Clot e colaboradores. A pesquisa foi realizada com a equipe multiprofissional que atua na vigilância em saúde do trabalhador do Centro de Referência Estadual em Saúde do Trabalhador do Espírito Santo (Cerest/ES). As rodas de conversa, a partir da clínica da atividade, foram a estratégia metodológica privilegiada. O gênero profissional vigilante em saúde do trabalhador, ao se confrontar com o estudo das diretrizes da clínica da atividade, foi produzindo deslocamentos que o levou a (re)pensar, analisar a sua atividade e o processo de trabalho no qual estava inserido. A cada encontro no diálogo com a clínica da atividade, eram experimentados os modos de como esses profissionais atuavam na vigilância, como também todo o atravessamento desse gênero na assistência aos trabalhadores, nas atividades educativas e gestão do trabalho. No desenvolvimento das rodas, ficou evidenciado o quanto esses encontros se tornaram equipamentos para esses profissionais. As atividades desenvolvidas produziram análise coletiva do trabalho e um processo de formação pelo trabalho. Buscaram incorporar os métodos utilizados pela clínica da atividade no cotidiano do Cerest dialogando com os efeitos desse processo. Nas rodas também emergiram propostas de mudanças na maneira como vinham ocorrendo as atividades realizadas, a gestão do trabalho nessa equipe e as estratégias de atuação na vigilância, ou seja, intervenção no processo de trabalho do grupo, produzindo potência para o poder de agir do gênero. O referencial teórico-metodológico da clínica da atividade foi um dispositivo de formação importante. Permitiu a experimentação e o desenvolvimento do gênero vigilantes em saúde do trabalhador na produção de análise da atividade, na constituição de uma clínica dialógica em transformação. Também possibilitou contemplar na análise as dimensões integrantes da atividade de trabalho, fazendo a interlocução para o encontro entre os saberes da experiência instituídos no cotidiano do serviço de saúde e o saber acadêmico na produção de conhecimento.