Comportamentos de crianças do espectro do autismo com seus pares no contexto de educação musical

O Transtorno do espectro do autismo (TEA) é marcado por prejuízos nas áreas de interação social, comunicação, comportamento e processamento sensorial. Aspectos relacionados a prejuízos no repertório de interação social, bem como estratégias para torná-la mais adequada têm sido amplamente estudados. Dentre estas estratégias, as que utilizam música têm recebido atenção. O presente estudo tem como objetivo investigar os benefícios da educação musical ao desenvolvimento da interação social de crianças com seus pares, focando-se na qualidade e na frequência da apresentação de tais comportamentos. Participaram duas crianças com TEA, com idades de cinco e seis anos, em aulas de percussão em grupo. Os instrumentos utilizados foram a Ficha de dados sociodemográficos e de desenvolvimento, para traçar os perfis dos participantes; e o Protocolo de observação de comportamentos de crianças com TEA com seus pares, para a análise comportamental, durante oito aulas/percussão (240 minutos). Os resultados sugerem que ambos apresentaram tendência ao aumento de iniciativas e respostas espontâneas e à diminuição de comportamentos não funcionais. Verificou-se a ocorrência do uso de estereotipias para tentativas de/e interações, embora esporadicamente. Destacaram-se os papéis do contexto, dos perfis das crianças, e do manejo comportamental por adultos, na promoção de interações.

DESENVOLVIMENTO DO TEATRO MUSICAL BRASILEIRO À LUZ DA NOTORIEDADE MIDIÁTICA DAS ADAPTAÇÕES E DOS ARTISTAS

O trabalho tem a proposta de analisar os desdobramentos do teatro musical brasileiro desde a primeira encenação em território nacional de adaptações de espetáculos do Teatro de Revista, gênero originário da França, até as superproduções musicais realizadas nos últimos 16 anos de adaptações de espetáculos americanos. O panorama histórico e analítico será estudado, com ênfase no teatro musical que se utiliza de elementos midiatizados para estar inserido em uma sociedade em que a produção cultural é vista como internacionalizada e mercantilizada. Como forma de marketing, os produtores utilizam-se da notoriedade midiática presente em formatos estrangeiros já consagrados, adaptações renomadas e bem aceitas pelo público, além da fama de celebridades que são escaladas para os musicais. Tudo para a conquista de um patrocinador que, por sua vez, acaba fazendo exigências que interferem de maneira decisiva na montagem dos espetáculos. Em meio a um processo onde são tantos os direcionamentos pré-estabelecidos por patrocinadores, onde se encontra o genuíno teatro musical brasileiro? A pesquisa abrange o ineditismo da presença de temáticas nacionais em formatos estrangeiros e agrega o conjunto de fatores que possibilitam que um roteiro de musical saia do papel e adentre os palcos, tais como as políticas públicas de incentivos fiscais; a ligação de empresas patrocinadoras e suas marcas a musicais; o fato de que, mesmo as produções sendo pagas por dinheiro público, possuírem ingressos que não são a preços populares. Para auxiliar nas conjecturas a serem formadas, será utilizada uma metodologia histórico-descritiva com foco na relação do tema com elementos notórios na mídia, como os artistas e obras a serem adaptadas no palco.

O Jingle publicitário e sua curva de importância no contexto da comunicação de mercado

O trabalho aborda o papel desempenhado pelo elemento musical, o Jingle, dentro da estrutura da peça publicitária comumente chamada de comercial . Para averiguar a premissa de que o Jingle perdeu importância expressiva pela chegada da Era dos Meios Digitais em relação às mensagens publicitárias veiculadas até o final do século XX pelo Rádio e pela Televisão, as técnicas metodológicas aplicadas foram a Análise de Conteúdo, com a proposta de mensurar e apontar a significativa diminuição no tempo médio destinado ao Jingle nas peças publicitárias na Era dos Meios Digitais e a Análise do Discurso, que possibilitou aferir o empobrecimento no uso dos recursos de linguagem na estruturação do discurso músico-literário do Jingle ao longo da primeira década do século XXI na publicidade brasileira. Após a avaliação dos parâmetros quantitativo e qualitativo da produção do Jingle na Era dos Meios Digitais, o trabalho conclui que houve, de fato, perda de espaço e importância e que o Jingle, que já ocupou o papel de protagonista, hoje é um coadjuvante dentro do processo comunicacional com o mercado.

Estratégias de Comunicação e Ativismo Feminino na Esfera Pública Midiática: Estudo sobre a participação de jovens negras no hip-hop, a construção de identidades e sua presença na internet.

Estudo sobre as experiências vividas por mulheres negras que participam do movimento cultural hip-hop. Em particular, buscou-se discutir sobre a organização dos arranjos interativos e as relações de pertencimento, presença e empoderamento, tendo como elo a produção musical e as Tecnologias da Informação e Comunicação (TICs).Desvendar as implicações que as TICs têm com as práticas culturais juvenis contemporâneas de periferia, que funcionam como referência no combate às desigualdades de gênero e do racismo. Investigar as conexões entre as interações sociais, a cultura e ação política na esfera pública. A experiência de identidade, gênero e participação no universo on-line foi construída a partir de leituras sobre as políticas identitárias, teorias feministas e das interações sociais proporcionadas pelas TICs. Os procedimentos metodológicos incluem a pesquisa bibliográfica, entrevistas semi-estruturadas, aplicação de formulários, observação a partir da participação em eventos, além de estudo de sites dos grupos estudados e participação nas redes sociais. Entre os resultados, destaca-se que há o fortalecimento das ações e de ícones na disseminação da cultura hip-hop e que a proposição sobre o ativismo político e social das jovens envolvidas no hip-hop.

Estratégias de Comunicação e Ativismo Feminino na Esfera Pública Midiática: Estudo sobre a participação de jovens negras no hip-hop, a construção de identidades e sua presença na internet

Estudo sobre as experiências vividas por mulheres negras que participam do movimento cultural hip-hop. Em particular, buscou-se discutir sobre a organização dos arranjos interativos e as relações de pertencimento, presença e empoderamento, tendo como elo a produção musical e as Tecnologias da Informação e Comunicação (TICs).Desvendar as implicações que as TICs têm com as práticas culturais juvenis contemporâneas de periferia, que funcionam como referência no combate às desigualdades de gênero e do racismo. Investigar as conexões entre as interações sociais, a cultura e ação política na esfera pública. A experiência de identidade, gênero e participação no universo on-line foi construída a partir de leituras sobre as políticas identitárias, teorias feministas e das interações sociais proporcionadas pelas TICs. Os procedimentos metodológicos incluem a pesquisa bibliográfica, entrevistas semi-estruturadas, aplicação de formulários, observação a partir da participação em eventos, além de estudo de sites dos grupos estudados e participação nas redes sociais. Entre os resultados, destaca-se que há o fortalecimento das ações e de ícones na disseminação da cultura hip-hop e que a proposição sobre o ativismo político e social das jovens envolvidas no hip-hop.

CONSTRUÇÕES IMAGINÁRIAS NO CONTEXTO DE UM FENÔMENO MUSICAL DE MASSA: O CASO DO CANTOR MICHEL TELÓ

Estudo sobre o processo de construção imaginária do público de gênero feminino ao consumir os produtos dos fenômenos musicais de massa, no Brasil. Tendo como base o caso do sucesso do cantor Michel Teló, representante do gênero musical sertanejo universitário, o objetivo é compreender o processo de construção imaginária que permeia a relação do público feminino (fãs) e consumo do gênero musical sertanejo universitário, a partir do discurso do cantor Michel Teló. Para tal, será tomado referencial teórico do campo dos Estudos Culturais em diálogo com estudos sobre imaginário e música de massa. A análise do discurso, de linha francesa, é a metodologia empregada em duas instâncias para se testar as reflexões construídas com a base teórica: a priori, a partir de um processo de observação participante, durante um espetáculo do artista, em que será observada a interação entre fenômeno e público, no momento de execução da sua música Ai, se eu te pego! ; e, doravante, o discurso do músico é analisado, por meio de entrevistas realizadas em programas televisivos. Um questionário aplicado a uma amostra entre o público feminino apreciador do cantor e de suas músicas contribui ainda no aprofundamento da reflexão. Resulta desta pesquisa a compreensão da proeminência do discurso ao conteúdo. Desta maneira, a importância maior se encontra na forma com que o cantor dialoga com seu público, por meio da imagem que ele constrói em torno de si.

Generation in context : an exploratory method for musical enquiry

This paper discusses a method, Generation in Context, for interrogating theories of music analysis and music perception. Given an analytic theory, the method consists of creating a generative process that implements the theory in reverse. Instead of using the theory to create analyses from scores, the theory is used to generate scores from analyses. Subjective evaluation of the quality of the musical output provides a mechanism for testing the theory in a contextually robust fashion. The method is exploratory, meaning that in addition to testing extant theories it provides a general mechanism for generating new theoretical insights. We outline our initial explorations in the use of generative processes for music research, and we discuss how generative processes provide evidence as to the veracity of theories about how music is experienced, with insights into how these theories may be improved and, concurrently, provide new techniques for music creation. We conclude that Generation in Context will help reveal new perspectives on our understanding of music.

Eco-structure data forms : classification of data analysis using perceived design affordances for musical outcomes

This paper explores a method of comparative analysis and classification of data through perceived design affordances. Included is discussion about the musical potential of data forms that are derived through eco-structural analysis of musical features inherent in audio recordings of natural sounds. A system of classification of these forms is proposed based on their structural contours. The classifications include four primitive types; steady, iterative, unstable and impulse. The classification extends previous taxonomies used to describe the gestural morphology of sound. The methods presented are used to provide compositional support for eco-structuralism.

Changing musical emotion : a computational rule system for modifying score and performance

When communicating emotion in music, composers and performers encode their expressive intentions through the control of basic musical features such as: pitch, loudness, timbre, mode, and articulation. The extent to which emotion can be controlled through the systematic manipulation of these features has not been fully examined. In this paper we present CMERS, a Computational Music Emotion Rule System for the control of perceived musical emotion that modifies features at the levels of score and performance in real-time. CMERS performance was evaluated in two rounds of perceptual testing. In experiment I, 20 participants continuously rated the perceived emotion of 15 music samples generated by CMERS. Three music works, each with five emotional variations were used (normal, happy, sad, angry, and tender). The intended emotion by CMERS was correctly identified 78% of the time, with significant shifts in valence and arousal also recorded, regardless of the works’ original emotion.

View from a bridge : what makes a musical city

The attention paid by the British music press in 1976 to the release of The Saints first single “I’m Stranded” was the trigger for a commercial and academic interest in the Brisbane music scene which still has significant energy. In 2007, Brisbane was identifed by Billboard Magazine as a “hot spot” of independent music. A place to watch. Someone turned a torch on this town, had a quick look, moved on. But this town has always had music in it. Some of it made by me. So, I’m taking this connection of mine, and working it into a contextual historical analysis of the creative lives of Brisbane musicians. I will be interviewing a number of Brisbane musicians. These interviews have begun, and will continue to be be conducted in 2011/2012. I will ask questions and pursue memories that will encompass family, teenage years, siblings, the suburbs, the city, venues, television and radio; but then widen to welcome the river, the hills and mountains, foes and friends, beliefs and death. The wider research will be a contextual historical analysis of the creative lives of Brisbane musicians. It will explore the changing nature of their work practices over time and will consider the notion, among other factors, of ‘place’ in both their creative practice and their creative output. It will also examine how the presence of the practitioners and their work is seen to contribute to the cultural life of the city and the creative lives of its citizens into the future. This paper offers an analysis of this last notion: how does this city see its music-makers? In addition to the interviews, over 300 Brisbane musicians were surveyed in September 2009 as part of a QUT-initiated recorded music event (BIGJAM). Their responses will inform the production of this paper.

Scaffolding children’s musical creativity : a case of a kindergarten teacher in Hong Kong

Drawn from a larger mixed methods study, this case study provides an account of aspects of the music education programme that occurred with one teacher and a kindergarten class of children aged three and four years. Contrary to transmission approaches that are often used in Hong Kong, the case depicts how musical creativity was encouraged by the teacher in response to children’s participation during the time for musical free play. It shows how the teacher scaffolded the attempts of George, a child aged 3.6 years to use musical notation. The findings are instructive for kindergarten teachers in Hong Kong and suggest ways in which teachers might begin to incorporate more creative approaches to musical education. They are also applicable to other kindergarten settings where transmission approaches tend to dominate and teachers want to encourage children’s musical creativity.

aa-cell in practice : an approach to musical live coding

Live coding performances provide a context with particular demands and limitations for music making. In this paper we discuss how as the live coding duo aa-cell we have responded to these challenges, and what this experience has revealed about the computational representation of music and approaches to interactive computer music performance. In particular we have identified several effective and efficient processes that underpin our practice including probability, linearity, periodicity, set theory, and recursion and describe how these are applied and combined to build sophisticated musical structures. In addition, we outline aspects of our performance practice that respond to the improvisational, collaborative and communicative requirements of musical live coding.

That's a rap : the making of an Australian hip hop integrated musical film

To date, the majority of films that utilise or feature hip hop music and culture, have either been in the realms of documentary, or in ‘show musicals’ (where the film musical’s device of characters’ bursting into song, is justified by the narrative of a pursuit of a career in the entertainment industry). Thus, most films that feature hip hop expression have in some way been tied to the subject of hip hop. A research interest and enthusiasm was developed for utilising hip hop expression in film in a new way, which would extend the narrative possibilities of hip hop film to wider topics and themes. The creation of the thesis film Out of My Cloud, and the writing of this accompanying exegesis, investigates a research concern of the potential for the use of hip hop expression in an ‘integrated musical’ film (where characters’ break into song without conceit or explanation). Context and rationale for Out of My Cloud (an Australian hip hop ‘integrated musical’ film) is provided in this writing. It is argued that hip hop is particularly suitable for use in a modern narrative film, and particularly in an ‘integrated musical’ film, due to its: current vibrancy and popularity, rap (vocal element of hip hop) music’s focus on lyrical message and meaning, and rap’s use as an everyday, non-performative method of communication. It is also argued that Australian hip hop deserves greater representation in film and literature due to: its current popularity, and its nature as a unique and distinct form of hip hop. To date, representation of Australian hip hop in film and television has almost solely been restricted to the documentary form. Out of My Cloud borrows from elements of social realist cinema such as: contrasts with mainstream cinema, an exploration/recognition of the relationship between environment and development of character, use of non-actors, location-shooting, a political intent of the filmmaker, displaying sympathy for an underclass, representation of underrepresented character types and topics, and a loose narrative structure that does not offer solid resolution. A case is made that it may be appropriate to marry elements of social realist film with hip hop expression due to common characteristics, such as: representation of marginalised or underrepresented groups and issues in society, political objectives of the artist/s, and sympathy for an underclass. In developing and producing Out of My Cloud, a specific method of working with, and filming actor improvisation was developed. This method was informed by improvisation and associated camera techniques of filmmakers such as Charlie Chaplin, Mike Leigh, Khoa Do, Dogme 95 filmmakers, and Lars von Trier (post-Dogme 95). A review of techniques used by these filmmakers is provided in this writing, as well as the impact it has made on my approach. The method utilised in Out of My Cloud was most influenced by Khoa Do’s technique of guiding actors to improvise fairly loosely, but with a predetermined endpoint in mind. A variation of this technique was developed for use in Out of My Cloud, which involved filming with two cameras to allow edits from multiple angles. Specific processes for creating Out of My Cloud are described and explained in this writing. Particular attention is given to the approaches regarding the story elements and the music elements. Various significant aspects of the process are referred to including the filming and recording of live musical performances, the recording of ‘freestyle’ performances (lyrics composed and performed spontaneously) and the creation of a scored musical scene involving a vocal performance without regular timing or rhythm. The documentation of processes in this writing serve to make the successful elements of this film transferable and replicable to other practitioners in the field, whilst flagging missteps to allow fellow practitioners to avoid similar missteps in future projects. While Out of My Cloud is not without its shortcomings as a short film work (for example in the areas of story and camerawork) it provides a significant contribution to the field as a working example of how hip hop may be utilised in an ‘integrated musical’ film, as well as being a rare example of a narrative film that features Australian hip hop. This film and the accompanying exegesis provide insights that contribute to an understanding of techniques, theories and knowledge in the field of filmmaking practice.

Choreographic approaches to music composition for a new musical interface : the eMic

Gesture in performance is widely acknowledged in the literature as an important element in making a performance expressive and meaningful. The body has been shown to play an important role in the production and perception of vocal performance in particular. This paper is interested in the role of gesture in creative works that seek to extend vocal performance via technology. A creative work for vocal performer, laptop computer and a Human Computer Interface called the eMic (Extended Microphone Stand Interface controller) is presented as a case study, to explore the relationships between movement, voice production, and musical expression. The eMic is an interface for live vocal performance that allows the singers’ gestures and interactions with a sensor based microphone stand to be captured and mapped to musical parameters. The creative work discussed in this paper presents a new compositional approach for the eMic by working with movement as a starting point for the composition and thus using choreographed gesture as the basis for musical structures. By foregrounding the body and movement in the creative process, the aim is to create a more visually engaging performance where the performer is able to more effectively use the body to express their musical objectives.