998 resultados para TRANSTORNOS RELACIONADOS AO USO DE SUBSTÃNCIAS
Resumo:
Há algumas décadas, busca-se compreender melhor o processo subjacente ao comportamento de procura de tratamento por usuários que fazem uso nocivo ou são dependentes de substâncias psicoativas. Os modelos atualmente propostos baseiam-se principalmente na análise epidemiológica de certas características individuais quanto ao poder que têm de influenciar esse comportamento de disposição para tratamento. OBJETIVOS: Interpretar e compreender possíveis significados pessoais associados a alterações psicopatológicas, sobre como podem se relacionar à procura de tratamento, na visão dos próprios pacientes. MÉTODO: Pesquisa qualitativa com entrevistas semidirigidas com amostra intencional de 13 dependentes de substâncias que procuraram tratamento. RESULTADOS: Houve relatos espontâneos de alterações de forma, curso e conteúdo de pensamento e juízo de realidade, alterações de sensopercepção, de atenção, memória e linguagem. Os membros da amostra pareceram relacioná-las à motivação para tratamento. Os dados foram interpretados considerando o contexto psicocultural dos entrevistados e seus quadros clínicos de síndrome de dependência, de abstinência e de comorbidade. CONCLUSÕES: Pesquisas qualitativas contribuem para aprimorar os modelos explicativos sobre procura de tratamento por dependentes de substâncias. Investigar clinicamente alterações psicopatológicas parece poder contribuir para motivar pacientes para tratamentos específicos do uso disfuncional de substâncias.
Resumo:
O uso de álcool e outras drogas é um importante problema de saúde pública em todo o mundo, com relativa complexidade no entendimento do tema e nas ações de prevenção e tratamento. O objetivo do presente estudo é apresentar uma revisão bibliográfica sobre estigma social e uso de álcool. Estudos que investigam o estigma social associado ao usuário de álcool e de outras drogas sugerem que tal associação apresenta um importante impacto tanto para a definição de políticas públicas quanto para ações de prevenção e tratamento. A moralização e os estereótipos associados aos usuários podem influenciar direta ou indiretamente nos resultados e na qualidade da prevenção e tratamento do uso. Dessa forma, estudos e ações que visem diminuir o impacto do estigma na qualidade de assistência de usuários tornam-se relevantes.
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OBJETIVOS: Investigar se há associação entre intensidade e frequência de uso de crack e o nível econômico de dependentes da droga e verificar se há relação entre classe econômica e intensidade e frequência de uso de crack em homens adultos em internação psiquiátrica. MÉTODO: Estudo transversal quantitativo. Instrumentos: entrevista estruturada, Critérios de Classificação Econômica Brasil e Miniexame do Estado Mental. Tratamento estatístico: análises descritivas e inferenciais (testes de Kolmogorov-Smirnov, Mann-Whitney e Kruskal-Wallis - nível de significância de 5%). RESULTADOS: Duzentos e vinte e um participantes foram divididos em dois grupos: (1) Grupo de maior nível econômico (classes A e B) e (2) Grupo de menor nível econômico (Classes C, D e E). Não houve diferença significativa (p = 0,893 - teste de Mann-Whitney) entre os grupos quanto à intensidade e à frequência de uso de crack. Também não houve relação significativa (p = 0,549 - teste de Kruskal-Wallis) entre classe econômica (A, B, C, D e E) e intensidade e frequência de uso de crack. CONCLUSÃO: Os dependentes de crack de maior e de menor poder aquisitivo não diferiram de forma significativa com relação à intensidade e à frequência de uso da droga. Não houve relação entre classe econômica e intensidade e frequência de uso de crack nesta amostra.
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OBJETIVO: Comparar o uso de drogas entre os universitários e a população geral brasileira, assim como com os universitários norte-americanos, identificando possíveis diferenças de uso pela interferência da cultura. MÉTODOS: Para comparar o uso de drogas na vida entre as populações de interesse, foram utilizados os dados públicos de levantamentos estatísticos brasileiros realizados com universitários e a população geral, assim como levantamento estatístico norte-americano, por meio da comparação de intervalos de confiança (IC 95%). RESULTADOS: O uso de drogas na vida é mais frequente entre os estudantes norte-americanos, que relatam usar mais tabaco, tranquilizantes, maconha, ecstasy, alucinógenos, cocaína, crack e heroína que os universitários brasileiros. Em contrapartida, os universitários brasileiros relatam usar quase duas vezes mais inalantes do que os universitários norte-americanos. Esse padrão se repete ao se analisarem as diferenças intragênero. A isso se soma que os universitários brasileiros parecem envolver-se com mais frequência no uso de bebidas alcoólicas, maconha, tranquilizantes, inalantes, alucinógenos e anfetamínicos que seus pares da população geral brasileira. CONCLUSÕES: Conhecer as particularidades do uso de drogas entre os universitários é de suma importância para a detecção precoce desse consumo. Investimentos nesse segmento e diferenças de sexo devem ser contempladas nas políticas preventivas, assim como na elaboração de estratégias para a redução e o controle desse consumo, como programas de triagem e intervenção breve, uma vez que possuem a melhor relação custo-benefício.
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Objetivo Analisar as características sociodemográficas e o padrão de uso de drogas em pacientes dos CAPS-AD de Curitiba, Paraná. Métodos Trata-se de um estudo observacional, transversal e descritivo em uma amostra de 268 indivíduos, 184 em início e 84 no terceiro mês de tratamento. Os questionários foram aplicados no período entre abril e setembro de 2012 e, além das variáveis sociodemográficas pesquisadas, obtiveram-se informações sobre quais substâncias eram utilizadas, tempo e frequência de uso. Para análise dos dados, utilizaram-se os programas Excel e Epi-Info. Médias e testes de qui-quadrado foram utilizados para a comparação dos grupos. Resultados Em ambos os grupos, predominaram sexo masculino, baixa escolaridade, baixa renda, ser da cor branca, residir com familiar ou amigo e possuir moradia própria. As drogas lícitas foram as mais utilizadas, e a maconha foi a droga ilícita mais utilizada na vida. O crack foi a droga mais utilizada no último ano e no último mês. Inalantes e alucinógenos foram os menos utilizados. Pacientes em terceiro mês de tratamento eram significativamente mais velhos, casados, tiveram menor uso na vida e no último mês de maconha, cocaína e crack, faziam uso mais frequente de álcool, e mais de um terço nunca tinha usado droga ilícita na vida. Conclusão Os achados deste estudo podem subsidiar o desenvolvimento de estratégias que possibilitem que grupos vulneráveis possam acessar e se manter em tratamento nos CAPS-AD.
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Este artigo trata do uso problemático de álcool e outras drogas na moradia estudantil da Universidade de São Paulo. Seus objetivos foram compreender como se dá o processo saúde-doença dos moradores referente ao uso problemático de drogas, identificar as condições objetivas do uso de drogas e analisar as manifestações subjacentes às questões de gênero relacionadas ao uso de drogas pelos estudantes. A análise está apoiada na Teoria da Determinação Social. Os dados foram coletados em entrevistas semi-estruturadas que focalizaram a história do processo saúde-doença relacionado ao uso problemático de álcool e de outras drogas antes e depois do ingresso no Conjunto Residencial da USP (Crusp). Nos resultados obtidos, a moradia estudantil apareceu como mais um elemento favorecedor ao uso problemático de drogas, aliado à depressão, ao desemprego e às características próprias desse espaço acadêmico. Estereotipias de gênero relacionadas ao uso de drogas, como subalternidade feminina, preconceito e culpabilização, mostraram-se refletidas na moradia estudantil.
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Estudo exploratório de abordagem qualitativa cujo objetivo foi conhecer as percepções de estudantes de enfermagem frente ao cuidado do dependente químico. Foram realizadas entrevistas semiestruturadas com 17 estudantes de enfermagem de uma universidade pública da cidade de São Paulo, que desenvolveram estágio em serviços especializados no uso de álcool e drogas, no período de 2007 e 2009.Utilizou-se a técnica de análise de conteúdo e a avaliação das falas permitiu evidenciar que o cuidar do dependente químico foi considerado interessante, porém difícil e desgastante. Como pontos positivos, os estudantes apontaram a discussão sobre a teoria e a vivência, o que possibilitou a transformação das concepções vinculadas a um modelo moral para outras, pautadas em modelos técnicos, científicos e éticos. Concluiu-se que essa estratégia de ensino pode contribuir para a mudança das percepções dos enfermeiros frente a esses pacientes.
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OBJETIVO: descrever o consumo de álcool e cigarro em gestantes adultas e identificar a associação desse consumo ao resultado obstétrico. MÉTODOS: trata-se de um estudo analítico do tipo transversal, no qual foram incluídas 433 puérperas adultas e seus conceptos atendidos em maternidade pública do Rio de Janeiro, no período de 1999 a 2006. As informações sobre as puérperas e os recém-nascidos foram coletadas no momento do parto e no puerpério, por meio de entrevista e consultas aos prontuários. Considerou-se "uso de álcool na gestação" e "uso de cigarro na gestação" quando esses foram detectados pelo profissional de Saúde na consulta de pré-natal em qualquer idade gestacional e registrados no prontuário. RESULTADOS: verificou-se que 5,5 e 7,4% das puérperas relataram uso de cigarro e álcool durante a gestação, respectivamente. As características maternas associadas ao fumo na gestação foram: situação marital (p=0,005); idade materna (p=0,01) e assistência nutricional pré-natal (p=0,003). O fumo durante a gestação foi fortemente associado ao uso do álcool, sendo que 31,3% das gestantes fizeram uso concomitante de cigarro e álcool (p<0,05). Quanto ao uso de álcool, as características associadas a essa prática foram situação marital (p=0,003); e história de aborto (p=0,04). Não foi verificada associação entre o uso de álcool e cigarro na gestação e as condições ao nascer (idade gestacional, peso ao nascer e intercorrências com o recém-nascido, p>0,05). CONCLUSÕES: os achados sugerem que o uso de cigarro e álcool na gestação deve ser investigado na assistência pré-natal dentre todas as mulheres, especialmente entre as que vivem sem o companheiro, com mais de 35 anos, com história de aborto, e que não planejaram a gestação. A assistência nutricional mostrou efeito protetor contra o tabagismo na gestação, de forma que as gestantes devem ser esclarecidas quanto aos efeitos deletérios de tais substâncias contribuindo dessa forma para melhores resultados obstétricos.
Resumo:
Webpalestra sobre uso prejudicial de álcool, problema associado a 3,8% das mortes que ocorrem em todo o mundo. São abordadas questões relacionadas aos padrões de uso de álcool, à dependência química e aos tratamentos existentes para uso de risco e para dependência.
Resumo:
Este vídeo integra o "Curso EaD sobre saúde mental na Atenção Primária à Saúde para médicos”, desenvolvido pelo TelessaúdeRS/UFRGS. Trata do diagnóstico do transtorno por uso de Maconha, substância ilícita mais utilizada no mundo. Apresenta informações básicas sobre a droga para médicos da Atenção Primária à Saúde com ênfase nos níveis de dependência e nos efeitos da maconha no sistema nervoso central.
Resumo:
Entre as drogas mais receitadas do mundo estão os benzodiazepínicos, mas, no Brasil, são poucas as pesquisas com relação ao consumo destes medicamentos em geral. Apesar das recomendações contrárias ao seu uso prolongado, o que percebemos no dia a dia do Programa da Saúde da Família é que o uso destes medicamentos aumenta consideravelmente com o passar do tempo. O uso indiscriminado desta medicação envolve usuários, familiares e profissionais de saúde. A falta de informação sobre as conseqüências do uso contínuo de benzodiazepínicos e o despreparo profissional são os principais fatores que favorecem este fenômeno. Diante desta realidade este estudo faz uma revisão bibliográfica sobre o uso prolongado desta medicação e seus efeitos adversos, apontando a necessidade da adoção de medidas educativas/informativas que permitam racionalizar a utilização desses medicamentos minimizando seu uso abusivo e inadequado.
Resumo:
Esse trabalho tem como objetivo realizar uma revisão bibliográfica acerca do uso abusivo de psicofármacos pela população, com enfoque, sobretudo, na atenção primária. Para isso fez-se um levantamento em base de dados como Bireme e Lilacs sobre publicações e artigos nacionais que discorressem sobre esse tema. Foram utilizados os seguintes descritores: dependência; psicofármacos; prevalência. De tal pesquisa pode-se perceber a escassez de estudos e artigos que tratem de tal temática. Os resultados demonstraram que os artigos identificados enfocam, principalmente, as conseqüências terapêuticas do uso de psicofármacos, apresentando vantagens e desvantagens, opções de tratamento e formas de administração, não se atendo à questão do uso abusivo e suas conseqüências. Isso prova o vasto campo de pesquisas nessa área que ainda pode ser feito.
Resumo:
Este projeto de intervenção surgiu a partir do diagnóstico situacional da população adscrita a Unidade Básica de Saúde Feira do Município de Campo Belo, Minas Gerais, onde se identificou a existência de um considerável número de usuários dependentes de benzodiazepínicos. Esses usuários são responsáveis por nortear uma importante fonte de preocupação médica. Estima-se que o uso desta classe de drogas atinge 80% da população local de adultos e idosos, em tratamento de depressão, insônia e ansiedade. Por tratar-se de droga psicotrópica que gera dependência, surge uma situação de difícil manuseio clínico ao ser proposta a descontinuação do seu uso crônico. A resistência da população ao desmame é grande, fazendo-se necessária a busca por alternativas que possibilitem o rompimento do uso abusivo de psicotrópicos. Este trabalho tem como objetivo elaborar um plano de intervenção para reduzir o uso crônico de psicotrópicos pelos usuários residentes no território da Unidade Básica de Saúde Feira do município de Campo Belo, Minas Gerais. Foi realizada uma revisão bibliográfica na Biblioteca Virtual em Saúde para levantar as evidências já existentes sobre este tema e assim subsidiar a elaboração do projeto de intervenção. Reconhece-se que o redirecionamento das atividades de saúde na atenção primária é imperioso para a adequação da prática médica de prescrição racional, juntamente a atividades de orientação e acolhimento aos usuários de benzodiazepínicos.
Resumo:
Os benzodiazepínicos são substancias psicoativas que atuam no sistema nervoso central, envolvendo os receptores do ácido gama aminobutírico (GABA), e utilizados principalmente para tratamento dos transtornos de ansiedade e insônia. O uso abusivo de benzodiazepínicos (BZD) é um problema de saúde comum em atenção primária. Na Unidade Básica de Saúde (UBS) Colônia do Marçal, localizada no município de São João Del Rei-MG, após levantamento estatístico, foi constatado que 10% das consultas são direcionadas para renovação de receita de BZD. Os prejuízos financeiros e sociais decorrentes do uso crônico dessas drogas são consideráveis, o que demanda uma equipe multidisciplinar, acompanhamento médico regular e orientação ao paciente. O objetivo se constitui então em elaborar um projeto de intervenção para orientar os profissionais da atenção primária, através da construção de Cartilha, visando reduzir o número de prescrições de BZD e, consequentemente, o número de usuários crônicos dessas drogas. O Plano de Intervenção foi elaborado a partir dos passos do planejamento estratégico situacional e após reunião de equipe na UBS que determinou a grande importância do uso crônico de BZD e sua repercussão nos usuários. Visa ainda, colocar em prática uma "cartilha" criada com base na literatura disponível, de forma a expandir as orientações e abordagem do usuário crônico de BZD para as outras unidades de atenção primária do município. Ao final, espera-se que, com essa proposta de intervenção, que se padronizem as condutas dos profissionais da atenção primária, principalmente médicos, aumentando assim, o grau de informação dos mesmos sobre o assunto e reduzindo o uso de BZD e, conseqüentemente, seus riscos