17 resultados para Sapucaia


Relevância:

10.00% 10.00%

Publicador:

Resumo:

O presente estudo apresenta uma investigação sobre o conhecimento de estudantes ribeirinhos acerca dos botos, em duas instituições formais de ensino de duas diferentes regiões insulares do Estado do Pará. Uma dessas escolas se localiza no município de Soure, na Ilha do Marajó e a outra, no rio Sapucajuba em Abaetetuba. Fizeram parte da pesquisa 80 estudantes, todos, filhos de pescadores, com idades entre 11 e 14 anos. As escolas localizam-se em duas regiões do Estado do Pará, uma delas localizada no município de Soure, na Ilha de Marajó e a outra, no rio Sapucajuba em Abaetetuba. A pesquisa foi realizada em duas fases distintas e complementares: (1) utilização de estórias sobre o boto relatadas em formato de redações elaboradas por alunos da 53 e 63 séries e (2) aplicação de questionários. Sobre a importância dos animais do seu convívio, os peixes foram mais mencionados na opinião dos jovens de Soure (26%) e aves para os alunos de Sapucajuba (51%). O boto aparece logo atrás na escala de importância para a amostra de Soure (24%). Em se tratando de animais prejudiciais, as cobras lideram o ranking entre alunos do Sapucajuba (57%) e peixes com ferrões somam 52% segundo os jovens de Soure. Sobre os botos, meninos e meninas responderam que os vêem, geralmente, em localidades como praias, rios e igarapés. O sentimento "medo" em relação ao boto ocorreu 70% nas respostas dos alunos de Sapucajuba e 41 % entre alunos de Soure evidenciando o papel por ele exercido no imaginário dos ribeirinhos, em parte pela repercussão negativa da lenda entre os amazônidas. Quanto às etnoespécies, a citação do boto preto apareceu mais vezes entre alunos de Sapucajuba (32%), enquanto que, em Soure, os mais citados foram os botos malhado e rosa (37%). Mesmo com um percentual elevado de respostas que designam sentimentos negativos sobre o boto, 57% da amostra de Soure e 82% de Sapucajuba, acreditam na chance de conservá-los, usando como justificativa o fato desses animais fazerem parte da natureza. As análises das redações comprovaram que o conhecimento adquirido pelos alunos é conciso e coerente com a literatura científica quanto ao comportamento ecológico dos botos. Alusões a lendas foram freqüentes nas verbalizações da população pesquisada. Esses dados podem fornecer subsídios para pesquisas científicas objetivando o desenvolvimento da percepção ambiental das comunidades envolvidas, além de mitigarem possíveis ameaças à conservação dos cetáceos.

Relevância:

10.00% 10.00%

Publicador:

Resumo:

O mapeamento geológico realizado na área de Nova Canadá, porção sul do Domínio Carajás, Província Carajás, possibilitou a individualização de duas unidades de caráter máfico e intrusivas nos granitoides do Complexo Xingu e, mais restritamente, na sequência greenstone belt do Grupo Sapucaia. São representadas por diques de diabásio isotrópicos e por extensos corpos de anfibolito, com os últimos descrevendo texturas nematoblástica e granoblástica, de ocorrência restrita à porção SW da área. Ambos apresentam assinatura de basaltos subalcalinos de afinidade toleítica, sendo que os diques de diabásio são constituídos por três variedades petrográficas: hornblenda gabronorito, gabronorito e norito, sendo essas diferenças restritas apenas quanto à proporção modal de anfibólio, orto- e clinopiroxênio, já que texturalmente, as mesmas não apresentam diferenças significativas. São formados por plagioclásio, piroxênio (orto- e clinopiroxênio), anfibólio, minerais óxidos de Fe-Ti e olivina, apresentam um padrão ETR moderadamente fracionado, discreta anomalia negativa de Eu, ambiente geotectônico correspondente a intraplaca continental, e assinaturas dos tipos OIB e E-MORB. Já os anfibolitos são constituídos por plagioclásio, anfibólio, minerais opacos, titanita e biotita, mostram um padrão ETR horizontalizado, com anomalia de Eu ausente, sendo classificados como toleítos de arco de ilha e com assinatura semelhante aos N-MORB. Os dados de química mineral obtidos nessas unidades mostram que, nos diques de diabásio, o plagioclásio não apresenta variações composicionais significativas entre núcleo e borda, sendo classificados como labradorita, com raras andesina e bytownita; o anfibólio mostra uma gradação composicional de Fe-hornblenda para actinolita, com o aumento de sílica. Nos anfibolitos, o plagioclásio mostra uma grande variação composicional, de oligoclásio à bytownita nas rochas foliadas, sendo que nas menos deformadas, sua classificação é restrita à andesina sódica. O piroxênio, presente apenas nos diabásios, exibe considerável variação em sua composição, revelando um aumento no teor de magnésio nos núcleos, e de ferro e cálcio, nas bordas, permitindo classificá-los em augita, pigeonita (clinopiroxênio) e enstatita (ortopiroxênio). Os diabásios apresentam titanomagnetita, magnetita e ilmenita como os principais óxidos de Fe-Ti, permitindo reconhecer cinco formas distintas de ilmenita nessas rochas: ilmenita treliça, ilmenita sanduíche, ilmenita composta interna/externa, ilmenita em manchas e ilmenita individual. Feições texturais e composicionais sugerem que a titanomagnetita e os cristais de ilmenita composta externa e individual foram originados durante o estágio precoce de cristalização. Durante o estágio subsolidus, a titanomagnetita foi afetada pelo processo de oxi-exsolução, dando origem a intercrescimentos de magnetita pobre em titânio com ilmenita (ilmenitas treliça, em mancha, sanduíche e composta interna). Os anfibolitos possuem a ilmenita como único mineral óxido de Fe e Ti ocorrendo, portanto, sob a forma de ilmenita individual, onde encontra-se sempre associada ao anfibólio e à titanita. Os valores mais elevados de suscetibilidade magnética (SM) estão relacionados aos gabronoritos e noritos, os quais exibem maiores conteúdos modais de minerais opacos e apresentam titanomagnetita magmática em sua paragênese. A variedade hornblenda gabronorito define as amostras com valores intermediários de SM. Os menores valores de SM são atribuídos aos anfibolitos, que são desprovidos de magnetita. A correlação negativa entre valores de SM com os conteúdos modais de minerais ferromagnesianos indica que os minerais paramagnéticos (anfibólio e piroxênio) não possuem influência significativa no comportamento magnético dos diabásios, enquanto nos anfibolitos a tendência de correlação positiva entre estas variáveis pode sugerir que estas fases são as principais responsáveis pelos seus valores de SM. Dados geotermobarométricos obtidos a partir do par titanomagnetita-ilmenita nos diabásios indicam que estes se formaram em condições de temperatura (1112°C) e Fo2 (-8,85) próximas daquelas do tampão NNO.