976 resultados para John Cage (1912-1992)


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A pesquisa surgiu a partir de investigações e experiências próprias com a escuta, a produção de sonoridades, a criação de ambientes e a realização de derivas intersensoriais. A articulação se dá segundo uma perspectiva transdisciplinar e em relação a alguns trabalhos artísticos e textuais especialmente significativos. A construção do sensorial e das subjetividades e suas possibilidades de transformação e emancipação, através de uma arte vinculada à vida, são questões centrais. Os conceitos de fabulação, linhas, cartografias e desterritorializações desenvolvidos por Deleuze, a ecosofia de Félix Guattari e a noção de corpos vibráteis em Suely Rolnik são fundamentais, assim como as observações de Lygia Clark e Hélio Oiticica a respeito de suas próprias experiências. Estudos históricos e culturais dos sentidos, como os de Constance Classen e David Howes, além de observações de teóricos distintos como Karl Marx, Walter Benjamin, Michel Serres e Jacques Ranciére auxiliam a traçar um panorama inicial do constructo sensorial no Ocidente moderno e contemporâneo. Questões relativas a som, silêncio e ruído levaram à utilização de conceitos como escuta e ressonância em um sentido ampliado, que não se restringe a fenômenos sonoros ou físicos. A articulação entre escuta, intersensorialidade, imaginação e memória contribuiu para o desenvolvimento inicial do conceito de terceiro som aqui presente. A percepção do texto como ativador de sensações e devaneios, as relações entre conceito e concreto e o relato não-realista de acontecimentos levaram às ficções experimentadas. O ato da deriva relaciona-se ao desregramento de todos sentidos e implica a vivência de margens, desvios e extremos, fronteiras em dissolução, diásporas nos interstícios. Poéticas e políticas da alteridade, da diferença e do estranhamento fazem-se presentes em experiências de um ambiente-vivo, paisagem-corpo-outro. Tais questões atravessam meus trabalhos, que são realizados de diferentes maneiras, em cartografias e rituais que podem incluir sons, textos, desenhos, objetos, fotografia, vídeos, vestimentas, ações, situações, etc. A abordagem das questões presentes se dá através de algumas passagens por escritores como Rimbaud, Borges e Italo Calvino; teóricos de diferentes áreas, como Guy Brett, Douglas Kahn, De Certeau, Michel Onfray, James J.Gibson e Donna Haraway; e trabalhos e textos de diversos artistas fundamentais, como Marcel Duchamp, John Cage, Allan Kaprow, George Maciunas e o Fluxus, Yoko Ono, Laurie Anderson, Gordon-Matta-Clark, Robert Smithson, Bill Viola, Cildo Meireles e Lygia Pape, entre outros

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A articulação entre a psicanálise e a música, mais especificamente a produzida a partir do paradigma de Arnold Schönberg, renovado por John Cage, se mostra emblemática para pensar a constituição do sujeito em Sigmund Freud e Jacques Lacan, bem como para refletir sobre a escuta clínica, o ato analítico enquanto poético, e a escrita pulsional do sujeito como resposta à invocação da voz. O momento de estruturação do sujeito implica a dimensão de musicalidade da linguagem que permite o ato da fala. O sujeito nasce em um ponto em que o significante (simbólico) escreve no real do corpo um possível, um começo, uma marca que invoca uma nota e uma letra, sendo estes os dois aspectos da linguagem: a musicalidade (continuidade) e a fala (descontinuidade em movimento). Este ponto escreve e cria um vazio no sujeito que está e estará sempre em pulsação. Se o real grita caoticamente, é possível que se cante e se musique a vida com a criação de notas singulares, efeito do movimento desejante e de uma escrita pelo circuito da pulsão invocante na partitura já dada pelo Outro e face aos encontros com pedaços de real. A música tem a capacidade de retirar o sujeito de uma surdez de seu próprio desejo, o convocando a recriar a linguagem por seus atos. O paradigma de Schönberg, bem como a música criada a partir deste momento, nos dá a ouvir um saber-fazer com a voz no qual a dimensão equivocante (de equivoco e de invocação) da linguagem pode ressurgir por uma via nova. A transmissão de um saber-fazer com o objeto voz por ele efetuado se apresenta como uma radicalização do efeito de verdade do real, ressoando borromeanamente sobre o simbólico e o imaginário, invocando o momento originário do sujeito, de um começo sempre a recomeçar, que se faz ouvir como uma invocação de musicar a vida de uma maneira ética, estética e poética. É através dos eixos acima expostos que nos é possível sustentar, com Lacan, uma prática clínica orientada para além da repetição em direção a um significante novo. Trata-se de uma orientação que parte dos encontros com o real aos quais o sujeito é confrontado ao acaso visando o movimento renascente pelo qual ele pode re-escutar o inaudito do real contínuo perdido, o que faz com que seu ritmo singular possa ser, uma vez mais e de modo inédito, reinventado. A psicanálise pode ser, portanto, entendida como uma prática invocante, como uma abertura para que o sujeito possa, com entusiasmo, musicar a vida.

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This three movement work was first performed by members of the Research Ensemble at the Peninsula Arts Contemporary Music Festival, 26 February 2010. Material from the first movement reappears in the second and third in various guises. The second movement is dedicated to the choreographer, Merce Cunningham, and the constant piano part with pedal sustained throughout is a reference to the fluidity of dance. As a contrast to this there are passages of imitation between the horn and violin, some more audible than others, which are included as an acknowledgement of the intimate relationship which exists between co-dancers on stage. The third movement is dedicated to John Cage (Cunningham's partner) and, while the piano sustains chords (reworking content from the first movement), the gestures in the other parts loosely follow the outline of sections of one of Cage's watercolours, River Rocks and Smoke no.6. Much of my music is inspired by visual art and, having admired Cage's music and writings since by student days, it seemed appropriate after dedicating the second movement to Cunningham, to turn to Cage's art work in the final part of the composition.

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This article documents the creation of a work by the authors based on a score written by the composer John Cage entitled 'Owenvarragh: A Belfast Circus on The Star Factory.' The article is part of a documentary portfolio in the journal which also includes a volume of the poetry created by Dowling in accordance with the instructions of the Cage score, and a series of documentary videos on the creation of the work and its first performance. Cage's score is based on his work 'Roaratorio: An Irish Circus on Finnegan's Wake' (1979) and it provides a set of detailed instructions for the musical realisation of a literary work. The article documents this first fully realised version of the score since Cage first produced 'Roaratorio' in 1979. The work, which was motivated by the Cage centenary year in 2012, musically realises Carson's book 'The Star Factory' (1998), a novelestic autobiography of Carson's Belfast childhood. The score required the creation of a fixed media piece based on over 300 field recordings of the sounds and places mentioned in the book, a volume of poetry created from the book which is recited to form the rhythmic spine of the work, and the arrangement of a performance including these two components along with live musical performance by the authors in collaboration with three other musicians under their direction, and a video installation created for the work. The piece has been performed three times: in association with the Sonorities 2012 Festival at Queen's University of Belfast (March 2012), at The Belfast Festival at Queen's (October 2012), and in the Rymer Auditoium of the University of York (June 2013).

Additional information:

The work which the article documents was conceived by Monaghan and Dowling, and the project was initiated by Monaghan after a she received a student prize to support its development and first performance. Elements of the project will be included in her PhD dissertation for which Dowling is a supervisor. Monaghan created the fixed media piece based on over 300 field recordings, the largest single aspect of realising Cage's score. Dowling was responsible for initiating the collaboration with Ciaran Carson, and for two other components: the creation of a volume of poetry derived from the literary work which is recited in the performance, and the creation of and supervision of the technical work on a video which accompanies the piece. The co-authors consulted closely during the work on these large components from May 2011 until March 2012 when the first performance took place. The co-authors also shared in numerous other artistic and organisational aspects of the production, including the arrangement and performnance of the music, musical direction to other performers, and marketing.

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A set of 138 "mesostics" from Ciaran Carson's novel "The Star Factory" poems derived from the chance determination procedure devised by John Cage and set out in the score of his "Roaratorio: An Irish Circus on Finnegan's Wake," a musical realisation of James Joyce's novel 'Finnegan's Wake." The publication forms part of a portfolio on the project "Owenvarragh: A belfast Circus on The Star Factory", published in the special John Cage issue of this journal.

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The parasitical relationship between the grand piano and the myriad objects used in its preparation as pioneered by John Cage in the late 1940’s is here discussed from a perspective of free improvisation practice. Preparations can be defined as the use of a “non-instrument” object (screws, bolts, rubbers etc…) to alter or modify the behaviour of an instrument or part of an instrument. Although also present in instrumental practices based on the electric guitar or the drum kit, the piano provides a privileged space of exploration given its large‐scale resonant body. It also highlights the transgressive aspect of preparation (the piano to be prepared often belongs to a venue rather than to the pianist herself, hence highlighting relationships of trust, care and respect). Since 2007 I have used a guitar-object (a small wooden board with strings and pick ups) connected to a small amplifier to prepare the grand piano in my free improvisation practice. This paper addresses the different relationships afforded by this type preparation which is characterised by the fact that the object for preparation is in itself an instrument (albeit a simplified one), and the preparation is ephemeral and intrinsic to the performance. The paper also reflects on the process of designing an interface from and for a particular practice and in collaboration with a guitar luthier.

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This thesis presents Zen experience as aesthetic in nature. This is done through an analysis of language, a central concern for Zen Buddhism. The thesis develops two modes of language at work in Zen: representational and indexical. What these modes of language entail, the kind of relations that are developed through their use, are explored with recourse to a variety of Zen platforms: poetry, the koan, zazen, music, and suizen. In doing so, a primacy of listening is found in Zen - a listening without a listener. Given this primacy of listening, silence comes to the forefront of the investigation. An analysis of John Cage's 4'33" provides this thesis with justification of the groundlessness of silence, and the groundlessness of subjectivity. Listening allows for the abyssal subject to emerges, which in tum allows for reality to present itself outside of the constitutive function of language.

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Existen un sin número de prácticas artísticas con sonido, aparentemente generadas en las vanguardias europeas y estadounidenses de inicios y mediados del siglo XX, producto de la apropiación y asimilación cultural, lingüística, musical y gráfica, de las expresiones simbólicas africanas y asiáticas, por parte de dadaístas, surrealistas, futuristas, expresionistas y minimalistas. Son estos procedimientos de apropiación y asimilación de matrices culturales no occidentales, los cuales generaron experiencias como 4'33'', de John Cage, que consistió en una acción de silencio frente al piano, de cuatro minutos y treinta y tres segundos, mientras un auditorio impaciente producía sonidos de roces, tosidos, respiraciones y murmullos. La intención del silencio, en 4'33'', para Cage se ligaba fundamentalmente a la filosofía oriental del Budismo Zen. Este tipo de prácticas afiliadas al uso de los aparatos de reproducción sonora, para la década de los sesenta, fueron diseminadas a lo largo y ancho de latinoamerica, como modelos innovativos para el campo de las artes y la música. Actualmente el desplazamiento, de prácticas visuales provenientes del arte, el cine, la fotografía y el video, al sonido, a más de las exploraciones de la música electroacústica, garantizan el devenir de lo sonoro como lugar de expresión. Quizá sea esta una de las razones por las que los agentes generadores de estas prácticas denominan su propio quehacer como arte sonoro, arte acústico, música experimental, en definitiva, un glosario de formas disciplinares de nombrar las prácticas sonoras que se definen y redefinen desde el lugar en el que operan los sujetos de estas prácticas. El Presente trabajo se basa en el análisis de estas agencias, y a partir de este análisis, una apuesta por un nuevo campo de estudios, el de los estudios sonoros. Cuyo fin último, es el de establecer una perspectiva epistemológica y política de las prácticas artísticas con sonido, en diálogo con proyectos provenientes de los estudios culturales como el proyecto modernidad- colonialidad, las teorías poscoloniales, los estudios subalternos. Desde estas posiciones teóricas y políticas estamos concientes de que el sonido y sus posibilidades experimentales, articulan un régimen influyente en el mundo contemporáneo. Razón por la que esta, sobre todo es una reflexión desde las prácticas sonoras que surgen en dos ciudades andinas Quito y Bogotá, como una expresión emergente de establecer encuentros, sur-sur, que puedan generar diálogos epistemológicos sobre el sonido. En otras palabras, el sonido como un lugar de conocimiento.