983 resultados para Escrita de si


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Que relações podem ser estabelecidas entre o vivido e o lembrado? Que desafios as práticas da escrita de si trazem para a formação? Proponho uma interlocução com trabalhos que venho orientando em que autor/as produzem reflexões que remetem a um modo de relacionarem-se consigo mesmos, enquanto sujeitos do conhecimento do objeto pesquisado, e revelam-se em uma escrita pautada nas mudanças de pensamento. Aporto-me na valorização da narrativa como forma artesanal de comunicação, vinculada à substância viva da existência, que é a experiência; na experiência da escrita literária, razão de ser da própria existência; na experiência como o que nos acontece. Referir-se à experiência vivida é relatar a caminhada da pesquisa, a construção do objeto, caminhos teórico-metodológicos, as considerações. Referir-se ao lembrado é transitar (dançar?) pelo que escapa às formalizações, cada relato é único, próprio, coisa que penetra, contamina, deixa marcas e provoca abertura para quem lê; são relatos do lembrado que vem pela memória e materializa-se em fragmentos materiais deixados por quem pratica uma escrita de si. A relação entre a experiência vivida e o lembrado abre pistas para pensar a formação.

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Esta pesquisa de abordagem qualitativa busca informações em diferentes tipos de materiais que não receberam, ainda, nenhum trato científico (OLIVEIRA, 2007), como é o caso específico dos ditados dos alunos. Originou-se no Projeto Bolsa Escola Pública e Universidade na Alfabetização, criado pela Secretária da Educação do Estado de São Paulo, do qual participei como aluna-pesquisadora no ano de 2009. O objetivo principal foi o de averiguar se houve evolução da escrita, em ditados de 23 crianças de um segundo ano do ensino fundamental e, quando houve, se ela foi diferente entre os grupos de palavras constituídas de sílabas simples e complexas. Os ditados analisados constituíam-se de palavras e, em algumas ocasiões, também de frases e foram aplicados pela professora da sala em cinco períodos diferentes do ano letivo: março, abril e junho – primeiro semestre; setembro e novembro – segundo semestre. Os alunos apresentaram diferentes níveis de construção de aprendizagem da escrita entre si e, para caracterizá-los, durante a sua evolução, utilizei os níveis de evolução da escrita de Ferreiro e Teberosky (1999). A pesquisa apresenta relevância, não só ao questionar o uso, ainda hoje, do ditado em sala de aula, como uma prática para avaliar a evolução da escrita da criança, no início do processo de alfabetização, ou como uma prática mecânica, utilizada pelos educadores por ser um tanto cômodo, mas também, ao estabelecer, pelo trabalho do aluno-pesquisador, a relação entre a teoria e a prática, resultando em uma visão mais abrangente da sala de aula, do cotidiano escolar e do processo de alfabetização. Os resultados mostraram que o ditado pode ser utilizado em sala de aula pela professora como um meio para analisar... (Resumo completo, clicar acesso eletrônico abaixo)

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Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior

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Esta tese tem por objetivo investigar as memórias de infância na escrita autobiográfica de Graciliano Ramos, Oswald de Andrade, José Lins do Rego e Cyro dos Anjos, privilegiando as estratégias de autorrepresentação adotadas pelos autores nas obras Infância, Um homem sem profissão - sob as ordens de mamãe, Meus verdes anos e A menina do sobrado. Tal abordagem tem como objeto de reflexão os elementos que são relevantes para a configuração de uma identidade narrativa na escrita autobiográfica. Das diferentes formas de autofiguração retiramos as estratégias textuais. As estratégias a que recorre uma escrita de si em certo espaço, em certo tempo e em certa linguagem. Estabelecemos os procedimentos comuns na retórica de nossos autores, tais como a primeira lembrança, a elaboração da crônica familiar, os pais, os lugares da memória, a época de escola e a cena de leitura. Nossa perspectiva se apresenta como uma indagação sobre os procedimentos usados na construção da identidade, considerando que as cenas selecionadas pelo escritor elaboram a autoimagem que ele deseja construir

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Seguindo a ideia exposta por Caio Fernando Abreu em nota introdutória presente em todas as edições de Os dragões não conhecem o paraíso de que o livro pode ser lido não apenas como um exemplar de contos, mas também como um romance-móbile (ou espatifado) e considerando que, por meio do conhecimento de dados biográficos de um escritor, é possível construir a biografia de um escritor através de sua obra, a presente dissertação busca analisar Os dragões não conhecem o paraíso sob a ótica de uma nova perspectiva de leitura, entendendo o livro como um romance de ficção autobiográfica e formação

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A análise de arquivos jornalísticos para a formação do conceito de historicidade em torno das obras Memórias de um rato de hotel (1912), de João do Rio, e Bandoleiros (1985), de João Gilberto Noll, foi a nossa primeira contribuição para a formação do objeto autobiografia de ficção, ou autoficção, como também denominamos. A partir desses arquivos de memórias, relativos a dois contextos finisseculares, o XIX e o XX respectivamente, pudemos compreender a historicidade como matriz do nosso objeto autoficção, permeada pelo que Foucault chama de efetividade cotidiana. Essa efetividade do cotidiano é costurada pelo fio da oralidade, que se refere ao elenco das atividades humanas no todo social, tendo como principal característica a ação comunicativa entre os sujeitos. Assim, ligamos a oralidade à historicidade em duas perspectivas complementares: os ditos e os escritos. A primeira diz respeito aos processos da comunicação humana e suas trocas simbólicas, que são projetadas na cultura: os ditos. A segunda se refere ao produto das representações literais do sujeito, grafadas no dorso impresso da memória: os escritos. A memória é a chave de acesso à escrita do si, que se distingue do que chamamos de autoficção, porque nessa última prevalecem as experiências do tempo presente para o futuro. Memórias de um rato de hotel é a escrita de um Eu-autor, contando do cárcere as suas experiências de gatuno no contexto da belle époque carioca. Por meio da memória, ele reconstrói o contexto finissecular, enfatizando a degradação urbana e a decadência ética da burguesia em ascensão, nos tempos da recém-inaugurada República. Na autoficção Bandoleiros, temos o relato vertiginoso de um Eu-narrador, contando do seus fracassos literários e conjugais. Ele é um escritor decadente, transitando nos espaços degradados da pós-modernidade, retirando dessa perambulação o material vivo de seu livro Sol macabro. Nessa autoficção, Noll registra as impressões sobre a realidade dos 1980, focalizando as subjetividades agônicas à margem do capitalismo tardio, num trânsito indômito entre Porto Alegre, Rio de Janeiro e os Estados Unidos. Na nossa tese, compreendemos a realidade como a matéria plástica da autobiografia de ficção. A experiência mundana do escritor é também forte aliada na composição de uma estética subjetiva, ou subjestética, que está para além do auto-retrato narcísico da autobiografia, em suas formas tradicionais

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O jornal da Penitenciária Feminina Talavera Bruce, intitulado Só Isso!, produzido no período de 2004 a 2008, constitui objeto e fonte privilegiada nesta dissertação. Na análise do impresso, a metodologia de pesquisa esteve centrada na produção, circulação e recepção do referido jornal, buscando refletir sobre os possíveis sentidos constituídos nas escritas das apenadas, para uma melhor compreensão das práticas cotidianas dessas mulheres, principalmente, no que tange a uma realidade tão específica, fazendo emergir o registro de um modo de vida tão particular. Nesse sentido, busquei compreender o impresso pesquisado em seus destinos e representações mergulhando em nuances e particularidades que o tema comporta, buscando o universo de significados, isto é, a possibilidade de entendimento acerca das relações estabelecidas por esses sujeitos privados liberdade com a escrita na prisão, o que permitiu perceber quem são apenadas, como expressam suas sensibilidades e subjetividades, como vivem, por que escrevem e quais dificuldades enfrentam. Para analisar esse periódico, aproximei-me de fundamentos e de metodologia vinculados à História da Cultura Escrita e também de autores que auxiliaram a problematizar as questões voltadas para as vicissitudes do encarceramento feminino. Sendo assim, a interpretação desenvolvida está alicerçada em autores que apontam e problematizam a importância de compreender a escrita e o seu suporte, estudiosos que discutem as escritas em espaços de confinamento que, via de regra, procuram ocupar o tempo, experimentar a liberdade ou burlar a solidão, além de pesquisadores que ajudam a pensar a escrita de si e suas representações, e outros voltados para a História da Educação que pensam e discutem a importância do impresso enquanto fonte de pesquisa. Tendo em vista o fato desse tema ter uma fronteira tênue entre os campos de pesquisa, dialogo também com antropólogos e sociólogos que trazem dados sistematizados sobre o universo prisional e auxiliam na sua compreensão. O trabalho de pesquisa sobre jornal, representou, portanto, compreender um pouco mais sobre a realidade das mulheres privadas de liberdade, valorizando a escrita oriunda de um contexto em que os rigorosos meios de controle utilizados pela instituição penitenciária acabam por desumanizar os sujeitos apenados. Desta forma, o direito ao ato de escrita e leitura na prisão, torna-se revestido de uma função social e educativa fundamental para a sobrevivência no cárcere. A tentativa dessa pesquisa é, de alguma forma, trazer contribuições que possam refletir em garantia de direitos e oportunidades, possibilitando aos sujeitos encarcerados dignidade e melhores condições de vida.

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Este trabalho é um exercício reflexivo sobre o percurso literário e a arte poética de Manuel Carneiro de Souza Bandeira Filho nos decênios de 1920 e 1930. Na leitura da correspondência trocada por ele e Mário Raul de Morais Andrade, e de seus textos escritos para a imprensa, buscamos analisar as múltiplas feições assumidas pelo poeta pernambucano e procuramos desentranhar traços gerais de sua concepção de vida e de poesia. Deste modo, na presente dissertação, o gênero epistolar e a crônica são considerados como notáveis objetos de estudo para a literatura brasileira. A correspondência com Mário de Andrade adquire relevo na produção intelectual de Manuel Bandeira, pois ela possibilita um maior entendimento do poeta a partir de sua escrita de si, assim como permite observar a preocupação do escritor com a memória da cultura brasileira. Da mesma forma, a crônica torna-se importante porque traz o testemunho do cronista sobre o tempo circundante. Ao percorremos uma parte significativa da prosa de Manuel Bandeira, estabelecemos o cotejo com o seu texto memorialístico Itinerário de Pasárgada, rastreando, nessas fontes, os escritos que denunciam o seu posicionamento em relação às inovações da arte moderna

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Esta dissertação analisa as obras do autor, quadrinista, teatrólogo e ator Lourenço Mutarelli, principalmente, os romances O cheiro do ralo, O natimorto, Jesus Kid e as narrativas gráficas Caixa de Areia, Mundo Pet, Réquiem e Quando meu pai encontrou o e.t. fazia um dia quente, a partir de duas perspectivas presentes na escrita contemporânea: o hibridismo entre diversas linguagens e os novos modos da escrita de si. Quanto ao primeiro aspecto, privilegia-se o dialogismo entre cinema e literatura, com importantes questionamentos e discussões acerca de quanto a literatura, por ser a obra original, é de fato superior em relação à sétima arte. A fim de analisar algumas questões essenciais que advêm da intertextualidade entre cinema e literatura − como originalidade, hierarquia e fidelidade −, este trabalho propõe abordagens que buscam explicitar que, ao se adaptar um texto literário, o cinema cria uma outra obra, híbrida, dotada de novas perspectivas, já contextualizadas no momento presente ao da adaptação, ou seja, trazendo para o texto literário um olhar suplementar, a partir de experiências, ideias e vivências do diretor. Em relação à segunda tendência observada na atualidade, a exposição da intimidade através de diferentes meios − blogs, portais da internet, reality shows, entre outros − vem alterando a forma de o autor lidar com a própria obra e com o público leitor. O escritor parece criar uma persona, tornando-se, muitas vezes, personagem de seu texto e fazendo uso da autoficção, com a mescla de elementos biográficos e ficcionais. Essa nova forma de escrita de si para além dos tradicionais diários, cartas e autobiografias resgata o autor da morte anunciada por Barthes e o traz novamente como objeto de análise do texto literário

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Este trabalho consiste em um estudo sobre a imagem, sobretudo em sua relação com a experiência do tempo e com a memória. Tendo por objeto central o filme Glitterburg, do diretor inglês Derek Jarman, esta dissertação procura pensar a constituição da imagem a partir de três processos distintos de arquivamento, sendo eles: o arquivamento da luz, o do tempo e o de si. A prática arquivistica será considerada, desse ponto de vista, não só como constituída por um conjunto de procedimentos (cortar, fixar, organizar, montar, etc), mas como uma operação que se encontra ligada a toda uma reflexão em torno da memória, da imagem, do tempo, da escrita de si e da morte. É, portanto, num esforço simultâneo de pensar tanto a dimensão processual quanto reflexiva da prática do arquivamento implicada nesse filme que esse estudo se desenvolve. Constituindo-se, nesse sentido, como trabalho geminado de análise focada numa obra cinematográfica particular e de conceituação do que se procura definir aqui, com base no cinema de Jarman, como imagem-arquivo.

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Escrever como obra. Essa é a proposta de //. Produzir uma publicação que não separe o texto da plasticidade tendo como tema o afeto- sua produção, permanência e evanescência. Neste livro-objeto, pensar a escrita como arte [um fazer] e a escrita na arte [um localizar] é um mesmo movimento, um mesmo exercício. // incide sobre o campo do afeto como tema e da escrita como forma, partindo de trabalhos que problematizem o campo afetivo e/ou existam no contato escrita-arte. Nos vastos estudos que localizam o afeto como força central na constituição da paisagem urbana e das relações sociais, políticas e econômicas, busquei me movimentar por um espaço que tratasse das novas modalidades de um afeto íntimo e de uma intimidade pública. O cruzamento da pesquisa teórica com a produção de artistas contemporâneos apareceu como método de pesquisa e impulso produtivo apontando para um trabalho prático-teórico que trouxesse tanto uma escrita de si quanto uma escrita conceitual para dentro do trabalho. Em // a produção de um texto/obra parte da investigação sobre os modos de aparição de subjetividade e afetividade no contemporâneo, sobre como ressonâncias psicológicas e afetivas dão origem a uma escrita de superfícies estéticas, matérias visuais e operações gráficas

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A proposta deste trabalho é analisar o romance On the Road, do escritor Beat Jack Kerouac em diálogo com a tradição da Literatura de Viagem. O estudo baseia-se em duas perspectivas em especial: a escrita de si e a escrita do outro. No que diz respeito a esta última, observamos os tons etnográficos e historiográficos que aparecem no romance e remetem à tradição. No que tange a escrita de si, observamos como a obra se comporta em relação ao caráter de Romance de Formação muito comum em relatos de viagem. Por conclusão, sugerimos que a obra por vezes dá continuidade, por vezes rompe com essas vertentes. On the Road e seu autor estariam, portanto, sempre em movimento

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Esta dissertação levantou um conjunto de questões relacionadas à reflexão do meu processo artístico, tendo como ponto de partida as imagens poéticas da casa, do dormir, do desabrigo, da invisibilidade e da visibilidade que culminaram em trabalhos acerca dos moradores de rua, da acessibilidade e do uso da cidade. Para analisar as experiências artísticas participativas realizadas em âmbito urbano, foi apresentado um estudo da produção de artistas como Flávio de Carvalho, Lygia Clark e Hélio Oiticica, assim como os conceitos de site specific e site oriented (KWON 1998). Acerca dos trabalhos que envolvem relações e propostas de convivência, foi acessado o livro Estética Relacional (BOURRIAUD 2009) e o texto Antagonismos e Estética Relacional (BISHOP 2004). O ato de ouvir e as histórias narradas durante as propostas participativas aproximaram o estudo da ideia de autoficção (DOUBROVSKY 1977) e da escrita de si (FOULCAULT 2002). A relação com o desenho foi observada como produção de sentido, assim como foi problematizado o papel do artista a partir da observação do papel do mediador, revelando possibilidades outras de definição com base nos conceitos de participação total (OITICICA 1967), e artista-etc. (BASBAUM 2013).

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O presente trabalho procura investigar como se configura atualmente o campo da disputa memorial sobre a participação da Força Expedicionária Brasileira (FEB) durante a Segunda Guerra Mundial. Para isso, foi preciso levar em conta não apenas os sujeitos políticos que atuam nesse processo – entre outros: Estado, Exército, Associações de veteranos e sociedade – como também as flutuações e apropriações de memória das quais se valem. As memórias traumáticas que os veteranos guardam desse episódio ganham voz através das diversas modalidades da escrita de si – com destaque para os diários, as correspondências e entrevistas – e remetem à noção do dever de memória na luta por reparação e reconhecimento.