24 resultados para Dialetos


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O presente estudo teve como objetivo investigar o Abaixamento das vogais médias pretônicas na variedade do português falado em Belém (PA). Pautamos-nos nos pressupostos da sociolinguística quantitativa de Labov (1972), e utilizados alguns procedimentos metodológicos adotados por Bortoni-Ricardo (1985) para as análises de redes sociais, importantes para o estudo de dialetos em comunidades de migração, como é o caso de Belém, que recebeu intenso fluxo migratório nas décadas de 50 a 80 do século passado. Utilizamos também, para comparação, os resultados de Castro (2008), Souza (2010) e Ferreira (2013). O corpus foi formado a partir de gravações de entrevistas de 18 informantes, divididos em dois grupos: a) um grupo de ancoragem, com 12 (doze) informantes migrantes do estado do Maranhão (06 (seis) do sexo masculino e 06 (seis) do sexo feminino), com idade de 50 ou mais, e que residem em Belém há mais de vinte e cinco anos; b) outro de controle, com 06 (seis) informantes (03 (três) do sexo masculino e 03 (três) do sexo feminino), paraenses descendentes do grupo de ancoragem, com idade entre 20 e 30 anos, ou que migraram para Belém muito novos, com até três anos. Os dados do corpus submetidos às análises somaram 3.099 ocorrências das vogais-objeto, anterior (1.948) e posterior (1.151). Foram estabelecidas como variáveis extralinguísticas: sexo, grupo de amostra e escolaridade. Para variáveis linguísticas foram consideradas: altura da vogal tônica, grau de recuo da tônica, grau de nasalidade da tônica, posição da pretônica no vocábulo, vogal contígua, distância relativa à sílaba tônica, segmento precedente, segmento seguinte e tipo de rima. Após as análises estatísticas computadas pelo software Goldvarb X, os resultados mostraram que no dialeto de Belém/PA há uma predominância das variantes de manutenção – [e] 40,7% e [o] 43,5% em detrimento das do alteamento – [i] 23,9% e [u] 16,1%, e do abaixamento – [E] 35,5% e [O] 40,4%, contudo, por ser o abaixamento a variante mais produtiva no Maranhão, este foi o fenômeno analisado. As variáveis linguísticas que favoreceram o abaixamento das variantes estudadas foram: (i) altura da vogal tônica, (ii) grau de recuo da tônica, (iii) grau de nasalidade da tônica, (iv) vogal contígua, (v) distância relativa à sílaba tônica, (vi) segmento precedente, (vii) segmento seguinte e (viii) tipo de rima. Com relação às variáveis extralinguísticas (ix) o grupo de amostra favoreceu o abaixamento tanto de quanto de e a variável (x) sexo favoreceu apenas o abaixamento de . Os resultados revelaram manutenção da marca dialetal dos migrantes maranhenses mesmo em virtude do contato interdialetal com outro dialeto e evidenciaram que o abaixamento vocálico no dialeto em questão é motivado, sobretudo pelo processo de harmonia vocálica. Tais resultados são reflexos da rede social dos informantes, a qual tem alta densidade e cujo vernáculo é símbolo de identidade.

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O objetivo deste trabalho é apresentar uma proposta de reconstrução das consoantes do proto-juruna, baseando-nos na análise de 297 cognatos entre xipaya e juruna3, coletados pelas autoras com informantes das línguas, e dados coletados anteriormente por outros autores. Xipaya e juruna são as duas línguas sobreviventes da família juruna, que também contava com o manitsawá, já extinto. A primeira língua é estudada por Carmen Rodrigues desde 1988 e a segunda por Cristina Fargetti desde 1989. Os estudos feitos pelas autoras constituem primeira abordagem lingüística a respeito, pois os materiais anteriores constituíam, em sua maioria, apenas listas de palavras (com exceção da breve descrição gramatical do xipaya feita por Nimuendaju (1923) e de um esboço de fonologia juruna feito por Louro(1979)). Neste trabalho apresentamos: informações sobre os falantes de ambas as línguas nos dias de hoje; classifi cação da família lingüística juruna e o status de xipaya e juruna hoje (línguas ou dialetos?); discussão de hipótese sobre a divisão populacional xipaya-juruna; breve descrição da metodologia utilizada para análise de nossos dados, bem como de dados de outros autores; sumário fonológico, com as consoantes das duas línguas hoje; reconstrução do proto-sistema de consoantes, com os processos diacrônicos envolvidos; lista dos cognatos utilizados.

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O Mbɨá apresenta 2 regras fonológicas, para cuja formulação é necessário especificar a configuração total da palavra e não apenas um de seus limites: — a primeira regra em questão insere o segmento /h/ no início de palavra cuja configuração é #-V?V#; — a segunda regra reduplica a vogal de palavras monossilábicas em determinados contextos (particularidade esta que distingue o Mbɨá dos demais dialetos da língua Guarani). O Mbɨá , dialeto da língua Guarani, da família Tupi-Guaraní, do tronco lingüístico Tupi, é falado desde o Rio Grande do Sul até o Espírito Santo, sendo que no Estado de São Paulo os Mbɨá encontram-se dispersos em diversos núcleos na parle oriental do Estado.

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Neste livro são analisados os valores que a forma verbal pretérito perfecto compuesto, o equivalente ao pretérito perfeito composto da língua portuguesa do Brasil, adquirem no espanhol falado na Argentina. O estudo revela que, ao contrário do que apontam algumas pesquisas, os valores atribuídos ao pretérito perfecto compuesto não podem ser generalizados para todo o território, nem polarizados entre os verificados na capital argentina e em um genérico norte do país. Tomando por base 33 entrevistas radiofônicas de diversas regiões da Argentina obtidas na internet, Leandro Silveira de Araujo detectou sete valores atribuídos ao uso da forma verbal estudada. Ao verificar a existência de comportamentos relativamente semelhantes do uso do pretérito perfecto compuesto, o autor delimitou três macrorregiões, que mostram uma relação direta com o processo de colonização da Argentina. O autor ainda discorre sobre temas como a dialetologia hispânica, sobre o qual discute a relevância do espaço para o estudo da língua, e as categorias verbais do tempus e aspecto nas línguas naturais, em especial em relação ao sistema castelhano. Os resultados desse estudo, aponta o autor, devem auxiliar na divulgação de conteúdos linguísticos sobre as variedades do espanhol usado no cone sul-americano. E, fundamentalmente, contribuir para a descrição mais clara de uma construção linguística que muitas vezes é vista como dificultosa na aprendizagem de língua espanhola por brasileiros

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Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de São Paulo (FAPESP)

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Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior (CAPES)

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Buscando contribuir e mesmo incentivar novos e mais aprofundados estudos sobre o modo como os dialetos do português são tratados e apresentados à população brasileira, o presente trabalho procura realizar uma breve análise da construção e abordagem do humor nos dicionários de dialetos do português do Brasil, bem como classificar os tipos de dicionários existentes. Busca-se, sobretudo, estudar quais os mecanismos utilizados para provocar o riso, como se reproduz determinado modo de falar e se por traz disto tudo há alguma manifestação velada de preconceito linguístico

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Face ao crescente índice de envelhecimento e às alterações motoras da fala decorrentes, torna-se emergente a validação de instrumentos de recolha e análise das características da produção dos sons da fala de adultos. Os objetivos deste estudo foram verificar se o texto foneticamente equilibrado (TFE) “O Sol” contém os fone(ma)s na mesma frequência de ocorrência do discurso espontâneo, recorrendose aos corpus PF_fone e FrePOP e determinar a sensibilidade do TFE “O Sol” às variações dialetais do português-europeu (PE). Uma população de 55 sujeitos normofalantes, com uma média de idades de 29 anos num intervalo entre [18 – 58] anos, leram em voz alta o TFE “O Sol”. As amostras foram recolhidas com um gravador Sony linear PCM-D50 (96KHz/24bit). A frequência relativa (Fr) dos fones do TFE “O Sol” foi comparada com a Fr dos dois corpus de referência, sendo o limiar de aceitação estabelecido, maior ou igual a -0,05. A frequência absoluta (Fa) dos fones do TFE “O Sol” foi comparada em função do dialeto dos sujeitos. Verificou-se que a Fr de 30 dos 38 fones do TFE “O Sol” são iguais ou superiores ao limiar de aceitação. A Fa de 6 dos 38 fones foi diferente significativamente (p<0,05) nos três dialetos. Concluindo, o TFE “O Sol” apresenta todos os fones do PE, sendo 78.9% numa frequência de ocorrência próxima à do discurso espontâneo, estando assim asseguradas as validades de conteúdo, de construção e concorrente. O TFE “O Sol” pode ser aplicado em sujeitos dos três dialetos do PE por apresentar sensibilidade a estes.

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Este trabalho de investigação insere-se no âmbito da sociolinguística e debruça-se sobre a perceção quanto à variação dialetal do Arquipélago da Madeira, que os jovens em escolarização da Região Autónoma da Madeira detêm face a alguns traços particulares do léxico. Neste sentido, o corpus de trabalho baseou-se nos dados recolhidos em inquéritos por questionário sobre o léxico, realizados a uma amostra de 40 alunos naturais do arquipélago, a frequentarem o 3º Ciclo do Ensino Básico e distribuídos por dez alunos em quatros escolas localizadas: a norte (Santana-São Jorge) e a sul (Funchal e Câmara de Lobos) da ilha da Madeira e na ilha do Porto Santo. Para podermos, efetivamente, determinar quais as influências extralinguísticas ou quais as variáveis socioculturais responsáveis pelo conhecimento e uso dos dialetos, foi também importante analisar alguns fatores de ordem social, tais como, o meio familiar, a idade, o nível de escolaridade dos alunos, a naturalidade e o contacto destes com os meios urbano vs rural. Com efeito, e com base nos instrumentos de análise recolhidos, este estudo mostra-nos que os jovens madeirenses em escolarização ainda evidenciam um interesse em usar e manter a sua identidade dialetal, numa dinâmica intergeracional, dado que os mesmos consideram importante não deixar desaparecer um legado linguístico que tem sido herdado pelos seus antepassados. Contudo, constatamos que o domínio dos dialetos madeirenses juntos destes jovens começa a estar um pouco ausente nas suas conversas do quotidiano, principalmente quanto contactam com falantes fora do arquipélago, moldando os seus discursos em norma/padrão, por assim entenderem tratar-se de uma forma comunicacional, dotada de mais prestígio social. Em contrapartida, verificámos que o meio familiar e o meio rural contribuem, portanto, para um uso mais frequente da variação dialetal, provando-se esta realidade, sobretudo, nos jovens em escolarização residentes nos concelhos a norte da ilha da Madeira e na ilha do Porto Santo. Por considerarmos importante novas investigações, sobretudo pela temática que aqui foi abordada, consideramos que seria deveras pertinente surgirem futuros estudos. Assim, estes poderão explicar a origem do extenso léxico dos dialetos madeirenses e no caso particular da variação dialetal na pequena ilha do Porto Santo, considerando-se, para o efeito, também a vertente sociolinguística.