969 resultados para Assis, Machado, 1839-1908 - Memórias póstumas de Brás Cubas - Crítica e interpretação
Resumo:
O presente trabalho analisa a obra Memórias Póstumas de BrásCubas, de Machado de Assis, explorando as reações do masculino perante a altivez feminina, a partir do mito de Eva. A despeito da conotação negativa que faz o narrador dos caracteres femininos como inteligência e altivez, o aspecto de fracasso masculino não é anulado. O tipo fracassado que aparece na obra tem valor significativo, na medida em que faz emergir o outro: o feminino. Pois, as personagens femininas representadas, guardadas os limites de verossimilhança da época, não assumem o comando político e social, mas possuem a inteligência para defender seus próprios interesses e comandar o homem pela subjetividade. Assim, ao passo que onarrador Brás Cubas acredita dominar a situação, ele passa a ser o iludido.
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A presente tese tem como intuito investigar as relações entre as narrativas de Machado de Assis e de Woody Allen, autores de épocas e culturas bastante distintas. No entanto, através da análise do papel da ironia na obra de ambos tornou-se possível aproximar Memórias póstumas de Brás Cubas, romance de 1881 de Machado, e Stardust Memories, filme lançado em 1980 pelo diretor Woody Allen. A investigação divide-se em três etapas. No primeiro capítulo, analisa-se a aproximação entre os dois autores através de uma mesma visão sobre a ficção presente tanto na obra de Machado quanto na de Allen. Esta visão encontra-se fundamentada através de uma tradição literária burlesca que rompe com o primado realista na narrativa ficcional. No segundo capítulo, procura-se demonstrar como a perspectiva não realista escapa a uma regra moralizante na ficção, para valorizar uma postura ética, isto é, para se definir o ethos da narrativa. A ironia, assim, será a morada da ficção de ambos os autores, que problematizam o mundo incluindo nele a própria narrativa. E no terceiro e último capítulo, analisa-se a relação ficcional nas duas obras com a memória. A memória, elemento constituinte da identidade humana, revela-se uma linguagem própria e opressora aos narradores memorialistas, impondo-lhes a inexorabilidade do tempo. Dessa forma, suas ficções seriam uma luta incessante do homem contra o seu caminhar para a morte
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No presente estudo, são analisadas as alusões ao herói mitológico Aquiles, da Ilíada, de Homero, enfocando o diálogo intertextual construído por Machado com a epopéia clássica, em Memórias póstumas de Brás Cubas, a fim de realizar uma desautomatização do processo de leitura, como um processo de educação, chamado pelos gregos de Paidéia.
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Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de São Paulo (FAPESP)
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A proposta deste trabalho é mostrar o caráter inovador de Machado de Assis através de sua maior inovação que foi Memórias Póstumas de Brás Cubas. É ressaltado aqui e comprovado através da análise desta obra que o autor não se prendeu a modelos pré-estabelecidos; sendo pelo contrário, um inovador em todas as escolas pelas quais transitou. É por isso que detectamos numa mesma obra a negação do Romantismo, a utilização de algumas características do Realismo e o uso de outras que não corresponde a esse período, mas ao estilo literário próprio do autor. Essas características chegam de forma caprichosa e astuta, como se mostra o narrador - defunto. É por isso que essa pesquisa expõe algumas das questões que cercam o narrador e sua posição no romance já citado. Por todoo trabalho, são analisados alguns pontos peculiares à obra machadiana, como as interrupções e volubilidade do narrador que, são características fortemente marcadas na obra para intensificar a negação de alguns dos principais pilares do Realismo, como a neutralidade, a imparcialidade e a objetividade. No decorrer do texto é observado o modo como o narradorpersonagem desconstroi, com sua ironia e seus “vaivens”, os ditames da onisciência e mistura com a subjetividade o tempo cronológico ao psicológico, de acordo com sua memória e imaginação criadora. Destacam-se nesse estudo, não só a posição do autor perante as características já mencionadas do Realismo, como o árduo combate ao sentimentalismo contido nas obras do Romantismo, assim como a compreensão e questionamento do autor acerca dos mecanismos que comandam as ações humanas através da sondagem psicológica; visto que Machado de Assis além de inovar no enredo, criar um narrador fora do padrão, retrata também os ditames sociais.
Resumo:
Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior (CAPES)
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Pós-graduação em Letras - FCLAS
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Pós-graduação em Letras - FCLAS
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This thesis proposes to identify possible similarities and differences between the novels Memórias Póstumas de Brás Cubas (1981), by the Brazilian writer Machado de Assis, and Uno, Nessuno and Centomila (1926), by the Italian writer Luigi Pirandello. The two authors have prominent respective places in Brazilian and Italian literature, and both observed and experienced remarkable changes in their societies Brazil's imperial period, and Italy’s post-risorgimentale period. We will verify how each author composes a piece o literary art in which it is possible to achieve the authors’social and moral conscience. We will also attempt to achieve thefeelings of restlessness, anxiety, fear, doubt, interest, vanity, ambition: in summary, the desire of the characters to exist, which represents man at the end of the nineteenth century and commencement of thetwentieth century. The characters’ features point to fragmented identity, in search of a place in the world, even if he needs to renounce his essence and to adopt a corresponding appearance to all images that society assigns to him in order to achieve such a place. The protagonists, Brás Cubas and Vitangelo Moscarda, will lead us along the paths of consciousness of each, which demarcate the border between essence and appearance. Critics such as Roberto Schwarz, Alfredo Bosi, Leone Castris, among others, will give us the theoretical support necessary for a comparative study between the two authors, whom, like few others, knew how to express, through their characters, the difficult relationship of man with himself and with the universe at large.
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Este trabalho, sob a luz da intertextualidade e sua fortuna teórica, tenciona analisar de que forma a escritora carioca Nélida Piñon repete, modifica ou acrescenta dados em relação ao conto "Missa do Galo", produzido por Machado de Assis e editado em 1893. Após o transcurso de 71 anos em relação à publicação de um dos mais relevantes trabalhos que compõem a obra machadiana, Osman Lins e Julieta de Godoy Ladeira planejaramreescrever Missa do Galo, inspirados pelo aparecimento de versões derivadas das obras épicas de Homero e pelas retomadas temáticas impelidas na pintura e na música durante a década de 60. Treze anos depois, Nélida Piñon, Antonio Callado, Autran Dourado e Lygia Fagundes Telles aderem ao projeto literário concebido pelos dois autores. O resultado é a elaboração, em Missa do galo: variações sobre o mesmo tema, de seis primorosas propostas de aproximação do texto de Machado, estando os escritores cientes de que, segundo Osman Lins, por melhores que se houvessem nesse desafio, jamais conseguiriam superar o talento e a engenhosidade do criador de Memórias póstumas de Brás Cubas.
Resumo:
Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq)
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Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior (CAPES)
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Pós-graduação em Letras - FCLAS
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O tema proposto para o 18º COLE é intrigante: “O mundo grita. Escuta?” Vale-se de uma afirmação e de uma interrogação com verbos de conotações diversas, num entrelace quiasmático da linguagem. Enfocando esta proposição, nosso objetivo é examinar conotações e atos de linguagem que perpassam o referido tema. Para tanto, utilizaremos como corpus a tela: “O grito”, de Munch; um capítulo de “Memórias póstumas de Brás Cubas”, de Machado de Assis; a crônica “Diálogo de todo dia”; de Carlos Drummond de Andrade; a música: “Sinal fechado”, de Paulinho da Viola; e cinco aulas do escritor argentino Jorge Luis Borges, in: “Borges oral & sete noites”, destacando que, apesar de o mundo pretender comunicar-se, o que resta é uma dúvida quanto à consecução de seu escopo. Os textos focados vão para a oralidade: pela representação iconográfica do grito, em Munch; pelo diálogo tipográfico, em Machado; pela conversa psitacista, em Drummond; pela conversa de tempo marcado, em Paulinho da Viola; e pela força da oralidade de um escritor cego, Nobel de Literatura. Várias linguagens representam o grito do mundo e outras escutam. Representações das artes plásticas e literárias fazem-nos refletir sobre a recusa de escutarmos os gritos de cada indivíduo, em solilóquios que se somam, mas continuam sendo, apenas, ouvidos, sem resposta concreta, pois, frequentemente, as redes sociais tomam lugar da oralidade. Embora haja diálogos, o grito individual está dentro do grito do mundo e o escutar resulta de um ato perlocutivo, impondo ao enunciatário uma resposta, uma ação.