903 resultados para |Aditivo alimentar
Resumo:
O presente estudo avaliou os padres de consumo alimentar entre adultos brasileiros e a sua associao com o ndice de Massa Corporal (IMC). Em 1996/1997, o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatstica (IBGE), coletou dados antropomtricos, de consumo alimentar e socioeconmicos de 9351 indivduos entre 20 e 60 anos, moradores das reas urbanas e rurais das regies Nordeste e Sudeste do Brasil. Atravs da anlise de componentes principais foram identificados os padres de consumo alimentar. A associao entre os padres de consumo alimentar e o IMC foi avaliado atravs de regresso linear. A prevalncia de obesidade (IMC >= 30 kg/rn2) foi de 2,7% entre homens moradores das reas rurais e em torno de 8,0% para os moradores da rea urbana, em ambas as regies. Entre as mulheres, esta prevalncia na rea rural foi de 6,5% no Nordeste, 14,3% no Sudeste e em torno de 12% nas reas urbanas. A prevalncia de sobrepeso (IMC>= 25 kg/m2) na rea rural foi, aproximadamente, 20,0%para o sexo masculino e 24,0% para o sexo feminino, ficando ao redor de 30% nas reas urbanas. Identificou-se trs padres de consumo: o padro 1 (misto), com o consumo de quase todos os alimentos, o padro 2, um padro a base de arroz, farinha e feijo, composio caracterstica da dieta tradicional do brasileiro, e o padro 3, onde poucos alimentos explicaram a variao de consumo, contudo, estes alimentos variaram nas quatro reas. Ajustando-se para idade, renda, escolaridade e atividade fsica, o padro misto associou-se positivamente com o IMC (p<0,003), exceto no Sudeste rural (p=016). A dieta tradicional no Sudeste rural (p=0,007) e o padro 3, composto por tubrculos, farinha e carne, no Nordeste urbano (p=O,0004), associaram-se negativamente com o IMC. Concluiu-se que o padro misto se associou positivamente ao IMC, sugerindo que o consumo calrico total, mais do que o padro da dieta, explicaria o aumento da obesidade observado no Brasil.
Resumo:
Estudo dos efeitos de uma dieta rica em sal e / ou gordura saturada em grnulos de peptdeo natriurtico atrial (ANP), hipertenso, expresso da renina e ultraestrutura cardaca em camundongos C57Bl / 6. Camundongos machos adultos jovens foram separados em quatro grupos (n = 12) e alimentados com uma das seguintes dietas por 9 semanas: dieta padro para roedores (Grupo P), dieta hiperlipdica (Grupo HL), dieta hipersdica (Grupo HS) e dieta hiperlipdica e hipersdica simultaneamente (HL-HS). Foram examinados: alteraes no ANP srico, ultra-estrutura dos cardiomicitos produtores de ANP, estrutura do ventrculo esquerdo, presso arterial sangunea, expresso da renina no rim, taxa de filtrao glomerular (TFG), eficincia alimentar, parmetros lipdicos e glicdicos. Os animais alimentados com dieta hiperlipdica mostraram um pequeno aumento na produo de ANP, discreta hipertrofia ventricular esquerda, aumento da eficincia alimentar, dislipidemia e hiperglicemia. Animais alimentados com dieta hipersdica tiveram um grande aumento na produo de grnulos de ANP e correspondente elevao do seu nvel srico, hipertrofia ventricular esquerda, hipertenso arterial, diminuio dos nveis de renina e aumento da TFG. A combinao das duas dietas (HL-HS) teve um efeito aditivo. A ingesto de uma dieta com alto teor de sal e lipdeos induz alteraes ultraestruturais dos cardiomicitos, aumento da produo de ANP e elevao de seu nvel srico e reduz a quantidade de renina no rim.
Resumo:
A presente tese engloba dois manuscritos que abordam o tema Consumo alimentar em mulheres, desenvolvidos atravs da anlise de duas pesquisas realizadas no Municpio do Rio de Janeiro, em 1995 e 2005. Trata-se do primeiro estudo brasileiro de base populacional que avalia a tendncia de consumo utilizando dados individuais de consumo alimentar. O grupo especfico analisado: mulheres com 35 anos ou mais de idade, apresenta as maiores prevalncias de obesidade. O primeiro manuscrito intitulado Ten-year increase in the prevalence of obesity among Brazilian women was associated to reduction of fat intake mainly among the less educated aborda a prevalncia da obesidade e consumo de energia e macronutrientes. Os resultados indicam importante aumento da prevalncia de obesidade (16% para 24%) acompanhada de aumento significativo do consumo calrico e reduo da ingesto de lipdios e colesterol. Na pesquisa mais recente a associao negativa entre educao e obesidade foi de maior magnitude e a renda deixou de associar-se a prevalncia de obesidade. O segundo manuscrito intitulado Mudanas no consumo de alimentos entre mulheres do Municpio do Rio de Janeiro, de 1995 a 2005 avaliou o consumo de alimentos, incluindo os de alta densidade energtica, e grupos de alimentos nos dois momentos, incluindo a avaliao das diferenas de consumo segundo escolaridade. A anlise do consumo mostrou aumento do consumo de alimentos calricos como doces, biscoitos e lingia e reduo de importantes grupos de alimentos como frutas, leite, feijo, razes e tubrculos e carnes no perodo de dez anos. As mulheres com maior escolaridade apresentaram maior reduo de consumo de carnes e frutas e no apresentaram reduo de peixes e derivados do leite. Adicionalmente, participei como co-autora em um artigo, tambm baseado na pesquisa mais recente, que avaliou a associao entre o uso de remdios/chs para emagrecer e a concentrao srica do hormnio estimulador da tireide (TSH), intitulado TSH levels associated with slimming pill use in a population based study of Brazilian women. Essa anlise mostrou alta prevalncia de uso dessas substncias e revelaram que os teores sricos de TSH foram significativamente menores entre as usurias de remdios/chs para emagrecer.
Resumo:
O presente estudo tem como tema central o ganho de peso e o consumo alimentar no perodo reprodutivo. A tese est dividida em trs partes: i) reviso da literatura cientfica sobre os fatores de risco para o ganho de peso excessivo na gestao e para a sua reteno no ps-parto; ii) anlise quantitativa e qualitativa do consumo alimentar (energia, nutrientes e alimentos) do perodo gestacional para o ps-parto; e iii) avaliao prospectiva da associao entre a dieta hiperproteica (≥ 1.2 g/kg) e a variao de peso ps-gestacional. A reviso da literatura apontou como principais determinantes da variao de peso no ps-parto os seguintes fatores: ganho de peso gestacional, peso pr-gestacional, dieta, atividade fsica, lactao, idade, escolaridade, renda, paridade e raa. As partes ii e iii correspondem a dois artigos, sendo que a populao do estudo empregada nas duas anlises foi baseada em uma coorte de mulheres no ps-parto atendidas no Centro Municipal de Sade (CMS) Marcolino Candau, localizado no Municpio do Rio de Janeiro. Dentre as 709 mulheres convidadas para participar da pesquisa, 479 ingressaram na coorte. As mulheres foram recrutadas atravs dos servios de pr-natal e na rotina peditrica de imunizao do BCG, oferecidos pelo CMS, e imediatamente aps o parto, na maternidade central de referncia. A coleta de dados ocorreu entre maio de 1999 e abril de 2001, sendo 15 meses de recrutamento e 9 meses de seguimento. As mulheres foram entrevistadas aos 15 dias, 2, 6 e 9 meses do ps-parto. Foram consideradas elegveis para as duas analises as mulheres com idade entre 18 e 45 anos de idade, entrevistadas at 30 dias do ps-parto, sem doenas crnicas pr-existentes, com gravidez de 35 ou mais semanas gestacionais e sem gestao gemelar. O estudo sobre a composio da dieta do perodo gestacional para o ps-parto contou com 276 mulheres que responderam aos dois questionrios de freqncia de consumo alimentar (QFCA) aplicados aos 15 dias e aos 6 meses do seguimento. Os resultados mostraram que as mulheres consumiram dietas mais energticas na gravidez e aquelas que mais restringiram o consumo de energia no ps-parto, apresentaram um incremento na densidade de protenas da dieta. As anlises das medidas repetidos do peso foram realizadas para avaliar o efeito da dieta hiperproteica (≥ 1.2 g/kg) sobre a variao de peso no ps-parto, para as quais haviam dados de uma amostra de 430 mulheres. Os resultados mostraram que as mulheres com dieta hiperproteica perderam mais peso do que as mulheres com dieta normo ou hipoproteica (< 1.2 g/kg) (226 g/ms versus 123 g/ms). As duas analises indicam que um pequeno incremento no consumo de protenas promove maior perda de peso. Estudos longitudinais futuros devem incluir avaliao relativa a segurana das dietas hiperproteicas no ps-parto.
Resumo:
No Brasil, a Famlia Didelphidae composta por 54 espcies com ampla distribuio por diferentes habitats e um padro de consumo alimentar que pode variar desde espcies mais frugvoras at as mais insetvoras/carnvoras. O objetivo deste estudo foi avaliar a relao entre a dieta de sete espcies de didelfdeos (Caluromys philander, Didelphis albiventris, Gracilinanus agilis, G. microtarsus, Marmosa (Micoureus) paraguayana, Marmosops incanus e Metachirus nudicaudatus) e a seleo de recursos alimentares (artrpodes e frutos) disponveis. O estudo foi realizado entre novembro de 2009 e outubro de 2011, em uma rea de mata ciliar de cerrado no Parque Estadual do Rio Preto, Minas Gerais, Brasil. Artrpodes, frutos, flores e vertebrados foram consumidos em diferentes propores pelas espcies estudadas. Flores e vertebrados foram consumidos preferencialmente na estao seca e a diversidade da dieta de todas as espcies foi maior durante a estao chuvosa. Nem todos os recursos (artrpodes e frutos) foram consumidos de acordo com sua disponibilidade na rea de estudo. Apesar de abundante, Hymenoptera (Formicidade) foi rejeitado por todas as espcies, sendo consumido abaixo de sua disponibilidade local. Os didelfdeos selecionaram frutos de Melastomataceae (Clidemia urceolata e Miconia spp.) e rejeitaram frutos de Rubiaceae, um recurso altamente abundante na rea de estudo. Os resultados sugerem que o frequente consumo de um item alimentar pode estar associado tanto com a preferncia (seleo) por parte do consumidor, bem como com a disponibilidade local do recurso. A maior parte das sementes, que permaneceram intactas aps passagem pelo trato digestrio dos animais, no apresentou diferenas significativas em suas taxas de germinao quando comparadas com as sementes do grupo controle e o tempo mdio de dormncia das sementes consumidas pelos marsupiais variou entre 30 (Cipocereus minensis) e 175 dias (Cordiera sessilis). Gracilinanus agilis e G. microtarsus, que ocorrem em simpatria na rea de estudo, apesar de apresentarem uma alta sobreposio de nicho apresentaram diferenas no uso do habitat e na diversidade da dieta.
Resumo:
A gravidez e a lactao aumentam as necessidades nutricionais. O objetivo deste estudo foi comparar a ingesto alimentar e a prevalncia de inadequao de ingesto de nutrientes entre gestantes, lactantes, mulheres em idade reprodutiva. Dois dias de registros alimentares de 322 gestantes e 751 lactantes foram comparados com 6837 mulheres no gestantes e no lactantes entre 19 a 40 anos de idade, a partir de uma amostra representativa a nvel nacional. A prevalncia de inadequao de ingesto de nutrientes foi estimada pelo mtodo National Cancer Institute usando a necessidade mdia estimada (EAR) como ponto de corte, exceto para o sdio em que o nvel de ingesto tolervel (UL) foi utilizado. Gestantes, lactantes e mulheres em idade reprodutiva no diferiram em relao ao consumo mdio de 18 grupos de alimentos, exceto o arroz, que foi mais consumido pelas lactantes. A prevalncia de inadequao de nutrientes em gestantes foi maior em relao s mulheres em idade reprodutiva para a vitamina B6 (59% versus 33%). Entre as lactantes prevalncia foi maior para a vitamina A (95% versus 72%), vitamina C (56% versus 37%), vitamina B6 (75% vs 33%), e zinco (64% versus 20%). A porcentagem da ingesto de sdio acima do valor mximo tolervel foi superior a 70% entre as mulheres estudadas. A ingesto inadequada muito freqente entre todas as mulheres e aumenta durante a gravidez e lactao.
Resumo:
A adoo do plano diettico Dietary Approaches to Stop Hypertension (DASH) tem sido enfatizado na populao hipertensa como uma importante estratgia no controle dos nveis pressricos elevados. O objetivo deste estudo foi analisar o consumo alimentar de macro e micronutrientes em pacientes hipertensos, em especial do sdio, clcio, potssio e magnsio, e comparar com as recomendaes dietticas contidas no plano DASH. Estudo transversal envolvendo uma amostra de convenincia composta por 113 hipertensos entre 40 e 69 anos. A medida da presso arterial (PA) foi determinada com aparelho eletrnico devidamente calibrado e a avaliao diettica obtida pelo questionrio de freqncia do consumo alimentar. Os alimentos ingeridos foram convertidos em pores e distribudos em diferentes grupos alimentares. A faixa de pores recomendadas pelo plano DASH foi determinada com base na mdia das necessidades energticas desta amostra permitindo assim uma posterior comparao com o hbito alimentar dos hipertensos, utilizando um escore de pontos com pontuao mxima de 9 pontos. A amostra foi dividida em trs grupos: grupo B que obteve 2,5 a 4,0 pontos (n=34; 30%), grupo M entre 4,5 a 5,0 pontos (n=43; 38%) e grupo A que obteve 5,5 a 8,0 pontos (n=36; 32%). No foram observadas diferenas significativas na mdia da PA sistlica (14024 vs 13823 vs 13515 mmHg) e diastlica (8617 vs 8813 vs 8410 mmHg). Apesar do grupo A consumir mais protenas e gordura monoinsaturada, foi detectado um excesso pronunciado na ingesto de gordura saturada, colesterol e das calorias totais, por este grupo de pacientes. No que tange a ingesto dos micronutrientes, o grupo A apresentou consumo significativamente maior de clcio, potssio e magnsio, refletido pela maior ingesto de vegetais e frutas em comparao aos grupos B e M. A mdia de ingesto do sdio intrnseco foi significativamente maior no grupo A (4,12,0 vs 3,11,1 vs 2,71,1 g/dia). Foram detectadas, apenas no grupo A, correlaes entre PA sistlica e o percentual de protena (r = -0,5; p=0,002) e PA sistlica e o percentual de carboidrato (r = 0,4; p=0,02). Apenas um tero dos hipertensos avaliados apresentaram padro alimentar mais concordante com o plano DASH e com maior ingesto de protenas, gordura monoinsaturada, fibras, clcio, potssio e magnsio. Entretanto, o consumo mais elevado de sdio, gordura saturada, colesterol e das calorias totais por este grupo de pacientes poderia restringir uma maior queda dos nveis pressricos elevados.
Resumo:
A Segurana Alimentar e Nutricional (SAN) um direito humano legalmente reconhecido no Brasil por meio da Lei Orgnica de Segurana limentar e Nutricional. Esta aprovada em 2006 reconhece a atribuio dos conselhos de segurana alimentar e nutricional, por propor diretrizes de polticas pblicas de responsabilidade do Estado e da sociedade para garantir esse direito a todos os cidados. Este estudo caracteriza o Conselho de Segurana Alimentar e Nutricional do Estado do Cear (CONSEA/CE) no perodo de 2003 a 2007, correspondente as duas gestes a partir da sua criao. Tal caracterizao pressupe esse Conselho como um espao estratgico para o planejamento integrado de polticas no campo da segurana alimentar e nutricional. O principal objetivo foi apreender o papel do CONSEA/CE na construo da poltica estadual de segurana alimentar e nutricional e sua consolidao como instncia de pactuao e de concertao de enfoques e interesses diversos, representados pelo poder pblico e pela sociedade civil. Para tanto se desenvolveu um estudo de caso com abordagem qualitativa essencialmente descritiva. O grupo de informantes foi composto por dezessete conselheiros, cinco representantes do poder pblico e doze da sociedade civil, com os quais foram feitas entrevistas semi-estruturadas. Alm das entrevistas foi realizada pesquisa documental tendo como fontes as atas das reunies, a legislao pertinente, federal e estadual e os relatrios das conferncias nacionais e estaduais de segurana alimentar e nutricional. Alm disso, foi feita observao direta que teve como principal objetivo a apropriao da dinmica de funcionamento do CONSEA/CE. Conforme os resultados da investigao, esse Conselho representa uma nova dimenso na participao dos sujeitos sociais, por meio da prtica de tentar coordenar as aes de diferentes setores da administrao pblica e destes com a sociedade civil. No entanto, identifica-se como o maior desafio do CONSEA/CE a fragilidade representada pela baixa institucionalidade da poltica de segurana alimentar e nutricional no Estado.
Resumo:
Tendo como base a viso evolucionista e a abordagem teraputica cognitivo-comportamental, o objetivo deste trabalho foi propor um protocolomodificado de tratamento para pessoas obesas com compulso alimentar peridica.A idia norteadora que estratgias que foram teis para a sobrevivncia daespcie poderiam estar influenciando no ganho de peso. Entre estas estratgias,destacam-se: a tendncia a consumir uma grande quantidade de alimentos, facilitando o consumo de alimentos hipercalricos; e a neofobia alimentar, dificultando o consumo de frutas, legumes e verduras. Obedecendo lgicaancestral herdada pela espcie, a primeira proporciona reservas para momentos deescassez de alimentos e a segunda implica em uma recusa em consumir alimentosdesconhecidos evitando que substncias txicas sejam ingeridas. Ambos os fatores poderiam contribuir para a obesidade. Os tratamentos convencionais buscam controlar a ingesto calrica. O que aqui se prope, alm desse controle, tentardiminuir o nvel de neofobia alimentar. Com essa hiptese de trabalho espera-se aumentar o consumo de alimentos, principalmente os mais saudveis e hipocalricos, contribuindo para reduzir a ingesto de alimentos hipercalricos. Otratamento incluiu tcnicas de exposio, modelao e imitao adicionadas a umtratamento j utilizado para obesos com compulso alimentar peridica. Foram criados dois grupos, o primeiro com 4 participantes funcionando como grupo decontrole, que recebeu um tratamento convencional de TCC; o outro, com 6 participantes aqui denominado grupo de interveno, que recebeu o tratamento deTCC modificado. A pesquisa foi qualificada como quase-experimental. O resultadoobtido foi uma reduo do ndice de neofobia alimentar, do ndice de massa corporal, um aumento no consumo de alimentos saudveis e a reduo de gordurase acares no chamado grupo de interveno. Embora tenha alcanado estes resultados, o tratamento ainda precisa ser reformulado e ampliado.
Resumo:
A garantia de Segurana Alimentar e Nutricional (SAN) remete necessidade de aes intersetoriais que articulem as dimenses alimentar e nutricional, alm da questo contempornea da sustentabilidade e da perspectiva do direito humano alimentao adequada. O setor sade tem funes especficas e importantes que contribuem para o conjunto das polticas de governo voltadas para a garantia da SAN a populao. Desta forma, aes promotoras de SAN devem ser desenvolvidas em todos os nveis de ateno do Sistema nico de Sade, sendo a Ateno Bsica Sade, por meio da Estratgia Sade da Famlia (ESF), um campo privilegiado de implementao dessas aes, uma vez que est configurada como a porta preferencial de entrada dos usurios no sistema de sade e como o centro norteador da rede de assistncia. Este um estudo exploratrio e descritivo de abordagem qualitativa que teve como objetivo conhecer o que profissionais de equipes de sade da Famlia, gestores dos mbitos federal e municipal ligados ESF, alm de representantes de organizaes da sociedade civil atuantes no campo da SAN entendem sobre SAN e sobre prticas promotoras de SAN na ESF. A construo das informaes ocorreu por meio de entrevistas semi-estruturadas e grupos focais. Os profissionais referiram-se a SAN como a garantia de uma alimentao que atenda s necessidades nutricionais e que seja segura para o consumo, enquanto que entre os representantes da sociedade civil organizada e gestores predominou uma compreenso mais ampla da SAN. Os diferentes atores identificaram a ESF com um espao promotor de SAN a partir do levantamento de aes j desenvolvidas ou que possam vir a ser desenvolvidas, porm as aes citadas encontram-se majoritariamente ligadas dimenso nutricional da SAN. Os atores referiram um conjunto de problemas estruturais que desencadeiam dificuldades no cotidiano da organizao dos servios e das prticas dos profissionais e consequentemente na execuo de aes promotoras de SAN nessa estratgia. Este trabalho levantou a necessidade de difundir a interdependncia entre sade e SAN entre gestores e profissionais ligados ESF para que estes possam identificar melhor nas aes dos servios de sade elementos promotores da SAN, e desta forma compreender seu papel de agentes promotores de sade e SAN.
Resumo:
Durante a temporada de nidao, fmeas de tartarugas marinhas costumam reduzir ou cessar por completo a ingesto de alimentos. Este fato sugere que o armazenamento de energia e nutrientes para a reproduo ocorra durante o perodo que antecede a migrao para os stios reprodutivos, enquanto estes animais ainda se encontram nas reas de alimentao. Do ponto de vista fisiolgico, tartarugas em atividade reprodutiva so capazes de permanecer longos perodos em jejum. Fatores neuroendcrinos vm sendo recentemente apontados como os mais relevantes para a manuteno da homeostase energtica de todos os vertebrados; entre eles, a leptina (hormnio anorexgeno) e a grelina (peptdeo orexgeno). Com o objetivo de compreender o mecanismo de fome e saciedade nas tartarugas marinhas, investigamos os nveis sricos destes hormnios e de outros indicadores nutricionais em fmeas de Eretmochelys imbricata desovando no litoral do Rio Grande do Norte, Brasil. Foram coletadas amostras de sangue de 41 tartarugas durante as temporadas reprodutivas de 2010/2011 e 2011/2012. Os nveis sricos de leptina diminuram significativamente ao longo do perodo de nidao, de modo a explicar a busca por alimentos ao trmino da temporada. Ao mesmo tempo, registramos uma tendncia crescente nos nveis sricos de grelina, fator este que tambm justifica a remigrao para as reas de alimentao no fim do perodo. No foram observadas tendncias lineares para alguns dos parmetros avaliados, entre eles: hematcrito, alanina aminotransferase (ALT), aspartato aminotransferase (AST), fosfatase alcalina (FA), gama glutamil transferase (GGT), lipoprotenas de baixa densidade (LDL) e lipoprotenas de alta densidade (HDL). possvel que a maior parte dos indicadores nutricionais tenha apresentado reduo gradativa devido ao estresse fisiolgico decorrente da vitelognese e de repetidas oviposies. No entanto, valido ressaltar que o quadro de restrio calrica por tempo prolongado o principal responsvel pelas alteraes em ndice de massa corprea e padres bioqumicos nestes animais.
Resumo:
Durante os dois mandatos presidenciais de Luiz Incio Lula da Silva (2003-2010), percebeu-se, em virtude de presses intra e extraburocrticas e de causalidades sistmicas, maior acentuao do esboroamento da histrica condio insular do Ministrio das Relaes Exteriores (MRE). A participao de novos entes que no o Itamaraty na configurao da poltica externa, notadamente em seu vetor de execuo, enseja novas agendas cooperativas e processos decisrios. Atores da burocracia federal, como os ministrios, vocalizam preferncias que influenciam o jogo interburocrtico e tm o condo de estabelecer possveis pontes com a instituio diplomtica, unidade de deciso por excelncia. Na perspectiva intraburocrtica, a ascenso de corrente de ao e de pensamento dos autonomistas, frente aos institucionalistas pragmticos, permite escolhas de insero internacional como o reforo da perspectiva sul-sul, na qual se inserem as parcerias com a frica, o que indica a inexistncia de monolitismo de opinies no interior do MRE. Essa dinmica faz-se presente e necessria para o entendimento da Cooperao Brasileira para o Desenvolvimento Internacional (CBDI), tipo de Cooperao Sul-Sul (CSS) do Brasil que tem na Cooperao Tcnica, Cientfica e Tecnolgica (CTC&T) em segurana alimentar uma de suas modalidades mais atuantes e complexas. Convencionada como instrumento de poltica externa durante a ascendncia dos autonomistas, corrente influenciada por quadros do Partido dos Trabalhadores, a cooperao em segurana alimentar teve o continente africano como locus primordial de manifestao. Embasado na internacionalizao de polticas pblicas domsticas, o compartilhamento de conhecimentos nas agendas de combate fome, de combate pobreza e de desenvolvimento agrrio fenmeno tributrio da abertura da caixa preta estatal, o que ratifica o argumento de que h correlao entre nveis de anlise. As diversas iniciativas cooperativas para com parceiros da outra margem do Atlntico Sul, eivadas de componente retrico de promoo de ordem internacional menos assimtrica, donde tambm subjace a busca consecuo de interesses diretos e indiretos dos formuladores diplomticos, guardam relao com as diretrizes mais gerais da poltica externa articulada no perodo estudado nesta dissertao.
Resumo:
No presente estudo foi avaliada a variao na dieta e na composio elementar corporal (C:N:P) de oito espcies de peixes que coocorrem em dois trechos de um riacho. Alm disso, foram investigadas as diferenas na demanda e excreo de nutrientes por duas espcies de Loricariidae, sendo uma nativa (Hypostomus punctatus) e a outra no nativa (Parotocinclus maculicauda). As coletas foram realizadas no rio Ubatiba, atravs de pesca eltrica em diferentes meses entre os anos de 2010 e 2012. A partir da anlise alimentar, observamos que as espcies apresentaram variao na dieta entre as localidades, com exceo das duas espcies de Characidium. Apesar destas variaes, o presente estudo corroborou a hiptese de homeostase estequiomtrica corporal. A exceo foi a espcie Hoplias malabaricus que apresentou variao na concentrao elementar corporal e alto desbalano alimentar entre as localidades, sendo as diferenas mais acentuadas na rea aberta. Analisando as diferenas na demanda nutricional dos Loricariidae verificamos uma maior concentrao corporal de carbono e nitrognio para a espcie nativa e maior de fsforo na espcie no nativa, sendo essa diferena confirmada por um maior consumo de fsforo pela espcie no nativa. A anlise da excreo revelou que a espcie nativa excreta mais nitrognio e fsforo que a no nativa. Sendo assim, os resultados sugerem que a espcie no nativa apresenta uma requisio de fsforo maior do que a nativa. Logo, ambientes com altas concentraes de nutrientes, tal como o riacho estudado, podem favorecer o estabelecimento desta espcie
Resumo:
O primeiro objetivo da Tese consistiu na identificao e caracterizao dos instrumentos de aferio epidemiolgicos que vm sendo propostos para a abordagem de IA domiciliar, bem como na sntese de suas propriedades psicomtricas. Para tal, realizou-se busca sistemtica em trs bases de dados eletrnicas: MEDLINE, LILACS e SciELO. No houve delimitao do perodo de publicao. Os resultados so apresentados no artigo intitulado Household food insecurity: a systematic review of the measuring instruments used in epidemiological studies. Foram identificados 24 instrumentos, todos breves e de fcil aplicao. A maioria foi desenvolvida nos Estados Unidos. O instrumento HFSSM apresentou o maior nmero de estudos de utilizao e psicomtricos, podendo ser recomendado sem hesitao. O segundo e principal objetivo desta Tese foi avaliar se a ocorrncia de violncia psicolgica e fsica entre parceiros ntimos pode ser considerada um fator de risco para a ocorrncia de Insegurana Alimentar (IA) domiciliar. As informaes que subjazem a pesquisa originaram-se de um inqurito domiciliar realizado no Distrito de Campos Elseos, Municpio de Duque de Caxias, entre abril a novembro de 2010. A populao de estudo foi selecionada por meio de amostragem por conglomerados em trs estgios (setor censitrio, domiclio, indivduo) com tcnicas de amostragem inversa para a seleo dos domiclios. A amostra do estudo incluiu 849 mulheres que no perodo da entrevista relataram possuir algum relacionamento amoroso nos 12 meses anteriores. As informaes foram obtidas por meio de entrevista utilizando-se um questionrio estruturado, contendo instrumentos previamente validados, como a Revised Conflict Tatics Scales (CTS2) para a mensurao das violncias e a Escala Brasileira de Insegurana Alimentar (EBIA) para a IA domiciliar. Utilizou-se a anlise de caminhos (Path Analysis) na anlise de dados o que permitiu explorar as relaes entre as violncias, entre estas e o Transtorno Mental Comum (TMC), este ltimo e a IA, bem como as relaes mais distais do modelo terico. Os resultados so apresentados no artigo intitulado Violncia entre parceiros ntimos, transtornos mentais comuns e insegurana alimentar: modelagem de equaes estruturais. A hiptese central deste estudo foi corroborada, na medida em que tanto a violncia psicolgica, como a violncia fsica se mostraram importantes fatores de risco para a IA, via a ocorrncia de TMC. Contrariamente ao esperado, notou-se um maior efeito da violncia psicolgica do que da violncia fsica na ocorrncia do desfecho. Espera-se que a divulgao dos resultados desta Tese auxilie os profissionais e gestores na rea de segurana alimentar e nutricional, bem como pesquisadores da rea na tomada de decises em relao ao instrumento de aferio a ser utilizado para a caracterizao das situaes e ampliem o olhar sobre o problema, incorporando outros fatores de risco, tais como as violncias entre parceiros ntimos, aqueles estritamente econmicos, habitualmente considerados no debate sobre os determinantes e estratgias de enfrentamento da IA.
Resumo:
Apesar das diversas aes governamentais nas questes relacionadas a alimentao, a insegurana alimentar faz parte da realidade brasileira. Esta pode ocorrer em diversos nveis: primeiramente a preocupao com a oferta de alimentos e a qualidade dos mesmos, em seguida, reduo da qualidade e quantidade de alimentos entre os adultos e por fim em um nvel mais elevado, a reduo ocorre entre as crianas, at mesmo a fome, quando no h nada para comer no domicilio. direito de todos terem acesso a alimentos seguros e nutritivos, desta forma a alimentao e nutrio uma condio para proteo da sade. Trata-se de um estudo seccional, com 273 trabalhadores de sete restaurantes localizados no municpio do Rio de Janeiro. A avaliao da insegurana alimentar foi realizada utilizando a Escala Brasileira de Insegurana Alimentar (EBIA) classificando a populao em segurana alimentar e insegurana alimentar. As anlises foram desenvolvidas aplicando-se o teste qui quadrado ou o teste exato de Fisher quando apropriado (p<0,20) e a regresso logstica foi efetuada considerando trs blocos de variveis: socioeconmicas, laborais e de sade. A prevalncia de insegurana alimentar foi de 53,7%. A maioria da populao estudada era do sexo masculino (57,9%), eram negros ou pardos (81,7%), com nove anos de escolaridade (57,1%), casados (58,2%), com filhos (70,1%), possuam moradia prpria (73,6%), eram ASGs ou copeiras (54,6%), quanto ao tempo gasto do deslocamento de casa para o trabalho, 67,6% dispendem mais de 40 minutos neste trajeto. As variveis: escolaridade (OR-2,39; IC-95% 1,38 - 4,16), opinio sobre a falta de condies financeiras para manter alimentao saudvel (OR-2,24; IC-95% 1,25 4,00), tempo de trabalho em cozinhas <29 meses (OR-2,72; IC-95% 1,44 5,16) e opinio da composio e regularidade da alimentao (OR- 2,01; IC-95% 1,12 3,57) associaram-se significativamente com a insegurana alimentar. Estes trabalhadores mesmo inseridos em um equipamento destinado a ofertar alimentao de qualidade, no tem a percepo da garantia ao acesso de forma satisfatria aos alimentos tanto quantitativamente como qualitativamente.