427 resultados para Displasia pélvica
Resumo:
OBJETIVO: avaliar a frequência e o quadro clínico de pacientes com endometriose incisional. MÉTODOS: estudo retrospectivo descritivo a partir da revisão de prontuários de pacientes submetidas à ressecção de nódulos em cicatriz cirúrgica na Faculdade de Medicina do ABC, no período de novembro de 1990 a setembro de 2003. A idade, a paridade, o número de cesáreas, os sintomas, a localização do tumor, o diagnóstico inicial, o tratamento e a recorrência foram relatados e analisados. Os resultados foram representados por porcentagem, média e desvio padrão. RESULTADOS: foram encontrados 42 pacientes com diagnóstico de endometriose em cicatriz. Dos 42 casos, 37 eram de endometriose em cicatriz de cesárea; 3 casos em episiotomia e 2 casos em ápice vesical aderido à histerorrafia. A média de idade das pacientes foi de 32,4 anos com desvio padrão de ±6,2 anos. Todas tinham como antecedente cirúrgico exclusivo o parto, e a queixa principal foi nodulação com dor perimenstrual em 40% dos casos. Em 57% das pacientes, a avaliação clínica foi complementada pelo exame de ultrassonografia pélvica ou transvaginal. As pacientes foram tratadas com ressecção completa do nódulo e a recidiva ocorreu em apenas dois casos. CONCLUSÃO: a endometriose em cicatriz cirúrgica é incomum; entretanto, tem diagnóstico inicial fácil se o quadro clínico for conhecido. O tratamento eficaz é cirúrgico.
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OBJETIVO: avaliar a prevalência de sintomas urinários e a associação da função muscular do assoalho pélvico com sintomas urinários de primíparas com 60 dias pós-parto vaginal com episiotomia e cesariana depois do trabalho de parto. MÉTODOS: análise tipo corte transversal da função muscular do assoalho pélvico 60 dias pós-parto de mulheres atendidas ambulatorialmente. Foi avaliada a função muscular (tônus basal, contração voluntária máxima e contração sustentada média) por eletromiografia de superfície e por graduação de força (graus 0-5). Em entrevista, foram identificados os sintomas urinários e excluídas as mulheres com dificuldade de compreensão, déficit motor/neurológico de membros inferiores, cirurgia pélvica prévia, diabetes, contraindicação para palpação vaginal e praticantes de exercícios para musculatura do assoalho pélvico. Foram utilizados os testes do χ2 e Exato de Fisher para comparar proporções e o teste Mann-Whitney para comparar médias. RESULTADOS: foram avaliadas 46 puérperas, com média de 63,7 dias pós-parto. Os sintomas mais prevalentes foram noctúria (19,6%), urgência (13%) e aumento de frequência urinária diurna (8,7%). Puérperas obesas e com sobrepeso tiveram 4,6 vezes mais queixa destes sintomas (RP=4,6 [IC95% 1,2-18,6; valor p=0.0194]). A perda urinária aos esforços foi a mais prevalente das incontinências (6,5%). Os valores médios encontrados para tônus de base, contração voluntária máxima e contração sustentada média foram 3µV, 14,6µV e 10,3µV e a maioria (56,5%) apresentou grau 3 de força muscular. Não se observou associação entre sintomas urinários e função muscular do assoalho pélvico. CONCLUSÃO: a prevalência de sintomas urinários foi baixa aos 60 dias pós-parto e não houve associação entre função muscular do assoalho pélvico e sintomas urinários.
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OBJETIVO: Avaliar os fatores perinatais associados a recém-nascidos de termo com pH<7,1 na artéria umbilical e índice de Apgar no 5º min<7,0. MÉTODOS: Estudo retrospectivo com delineamento caso-controle, realizado após revisão dos prontuários de todos os nascimentos ocorridos entre setembro/1998 e março/2008, no Hospital Geral de Caxias do Sul. Foi considerado fator de inclusão os recém-nascidos de termo que apresentaram índice de Apgar no 5º min <7,0 e pH de artéria umbilical <7,1. Na análise univariada foi utilizado o teste t de Student e Mann-Whitney para as variáveis contínuas, o teste do c² para as variáveis dicotômicas e estimativa de risco pelo odds ratio (OR). Foi utilizado um valor de p<0,05 como estatisticamente significativo. RESULTADOS: De um total de 15.495 nascimentos consecutivos observaram-se 25 neonatos (0,16%) de termo com pH<7,1 na artéria umbilical e índice de Apgar no 5º min <7,0. Apresentaram associação significativa com o evento acidótico a apresentação pélvica (OR=12,9; p<0,005), parto cesáreo (OR=3,5; p<0,01) e cardiotocografia intraparto alterada (OR=7,8; p<0,02). Dentre as características fetais, associaram-se o déficit de base (-15,0 versus -4,5; p<0,0001), necessidade de internação em unidade de terapia intensiva neonatal (OR=79,7; p<0,0001) e necessidade de reanimação (OR=12,2; p<0,0001). CONCLUSÃO: Baixo índice de Apgar no 5º min de vida associado a pH<7,1 na artéria umbilical pode predizer desfechos neonatais desfavoráveis.
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OBJETIVO: Avaliar a prevalência de infecção por Chlamydia trachomatis (CT) e Neisseria gonorrhoeae (NG) em mulheres candidatas ao tratamento tópico e de fertilização in vitro (FIV) em serviço público de referência da Região Sudeste do Brasil. MÉTODOS: Mulheres que tiveram indicação de FIV, no período de 1º de abril de 2008 a 31 de outubro de 2009, foram admitidas sequencialmente no estudo. Foi aplicado um questionário sobre antecedentes ginecológicos e obstétricos e coletada amostra de swab endocervical para pesquisa de CT e NG através de captura híbrida e PCR. As variáveis estudadas foram: faixa etária, cor, escolaridade, tempo de infertilidade, número de gestações e filhos vivos, antecedentes de aborto, gestação ectópica, número de parceiros, Doença Inflamatória Pélvica (DIP), cirurgia pélvica, manipulação de cavidade uterina, tabagismo e uso de drogas ilícitas. As mulheres foram distribuídas segundo presença ou não de infecção por clamídia e a análise foi descritiva. RESULTADOS: Entre as 176 mulheres estudadas a prevalência de infecção por CT foi de 1,1%, não houve infecção por NG. Dois terços das mulheres tinham idade >30 anos, escolaridade >8 anos, <5 anos de infertilidade e 56,2% não tinham filhos. Os principais antecedentes foram cirurgia pélvica (77,8%), manipulação de cavidade uterina (62,5%) e DIP (27,8%). O fator tubário foi o mais prevalente, em 129 mulheres (73,3%), 37,5% com e 35,8% sem laqueadura, os demais fatores tiveram prevalência <30%. CONCLUSÕES: As infecções por CT e NG tiveram baixa prevalência na amostra estudada e são necessários estudos em outros centros do país para confirmar a prevalência de infecções nesse grupo particular de mulheres inférteis.
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OBJETIVO: Avaliar a associação entre sintomas clínicos e malignidade em mulheres com tumores anexiais, submetidas à cirurgia. MÉTODOS: Estudo de corte transversal com coleta prospectiva, no qual foram incluídas 105 mulheres, atendidas em um hospital de ensino do Estado de São Paulo de novembro de 2009 a março de 2011, devido ao tumor anexial e à indicação de laparotomia/laparoscopia. Todas foram submetidas a uma entrevista estruturada sobre a ocorrência de 18 sintomas associados ao câncer de ovário. A entrevista incluiu gravidade, frequência e duração dos sintomas nos 12 meses prévios à primeira consulta. Também foram avaliados os níveis de CA125 e a classificação ultrassonográfica. Foi calculada para cada sintoma a razão de prevalência com intervalo de confiança de 95%. O padrão-ouro foi o resultado do exame anatomopatológico das peças cirúrgicas. RESULTADOS: Das 105 mulheres incluídas, 75 (71,4%) apresentaram tumores benignos e 30 (28,6%), malignos. Em mulheres com tumores malignos, os sintomas foram mais frequentes, dentre eles: inchaço abdominal (70%), aumento do volume abdominal (67%), dor pélvica (60%), irregularidade menstrual (60%), empachamento (53%), dor abdominal (50%), dor nas costas (50%) e saciedade precoce (50%). As mulheres com tumores benignos apresentaram essencialmente dor pélvica (61%), irregularidade menstrual (61%) e inchaço abdominal (47%). Os sintomas significativamente associados com malignidade foram: sensação de inchaço abdominal (RP=2,0; IC95% 1,01 - 3,94), aumento objetivo do volume abdominal (RP=2,16; IC95% 1,12 - 4,16), dor nas costas (RP=1,97; IC95% 1,09 - 3,55), empachamento (RP=2,25; IC95% 1,25 - 4,07), saciedade precoce (RP=2,06; IC95% 1,14 - 3,70), massa abdominal (RP=1,83; IC95% 1,01 - 3,30), dificuldade para deglutir (RP=1,98; IC95% 1,10 - 3,56) e sangramento pós-menopausa (RP=2,91; IC95% 1,55 - 5,44). A presença de dor pélvica, constipação, dispareunia, fadiga, dor abdominal, náusea e/ou vômito, irregularidade menstrual, perda de peso, diarreia e sinusorragia foram semelhantes nos dois grupos. CONCLUSÕES: Em mulheres com tumores anexiais com indicação cirúrgica, a avaliação pré-operatória dos sintomas pode auxiliar na predição da malignidade.
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OBJETIVO: Correlacionar os níveis séricos pré-operatórios do antígeno do câncer 125 (Ca-125) e os achados laparoscópicos em mulheres com sintomas dolorosos sugestivos de endometriose. MÉTODOS:Um estudo retrospectivo foi realizado incluindo todas as mulheres com sintomas de dor pélvica suspeitos para endometriose operadas por laparoscopia no período de janeiro de 2010 a março de 2013. As pacientes foram divididas em 2 grupos de acordo com a dosagem de Ca-125 (<35 U/mL e >35 U/mL). Subsequentemente, as pacientes com endometrioma ovariano foram excluídas e uma análise adicional foi conduzida novamente de acordo com os níveis do Ca-125. Os seguintes parâmetros foram comparados entre os grupos: presença de endometrioma, presença e número de lesões de endometriose profunda infiltrativa (EPI) e escore da American Society for Reproductive Medicine. A análise estatística foi realizada com o programa Statistica versão 8.0, usando o teste exato de Fisher, o teste t de Student e o teste Mann-Whitney, quando necessário. Os valores p<0,05 foram considerados estatisticamente significativos. RESULTADOS: Durante o período de estudo, um total de 350 mulheres foram submetidas a tratamento laparoscópico de endometriose. Cento e trinta pacientes (37,1%) apresentaram Ca-125 >35 U mL e 220 (62,9%) apresentaram Ca-125 <35 U/mL. A presença de endometrioma ovariano (47,7 versus 15,9%), lesões de EPI (99,6 versus 78,6%) e lesões de EPI intestinal (60 versus 30,9%) foi mais frequente, e o escore da AFSr foi maior (34 versus 6) no primeiro grupo. Na segunda análise, excluindo as pacientes com endometrioma ovariano (>35 U/mL=68 pacientes e <35 U/mL=185 pacientes), resultados semelhantes foram obtidos. A presença de lesões de EPI (91,2 versus 76,2%), lesões de EPI intestinal (63,2 versus 25,4%), lesões de EPI de bexiga (20,6 versus 4,8%) e lesões de EPI ureteral (7,3 versus 1,6%) foi mais frequente, e o escore da AFSr foi maior (10 versus 6) no grupo Ca-125>35 U/mL. CONCLUSÕES: Em mulheres com sintomas dolorosos pélvicos suspeitos para endometriose com dosagem pré-operatória de Ca-125 >35 U/mL, a investigação de EPI é mandatória, especialmente quando não se identifica endometrioma ovariano em exames de imagem.
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OBJETIVO: Comparar, empregando a ultrassonografia transvaginal, a adequação da posição do dispositivo intrauterino (DIU) na cavidade uterina, em função do período: inserção pós-parto e pós-aborto versus inserção durante o ciclo menstrual. MÉTODOS: Estudo epidemiológico do tipo individuado, observacional e transversal, realizado entre fevereiro e julho de 2013. Foram incluídas 290 mulheres, sendo 205 com inserção no ciclo menstrual e 85 no pós-abortamento/pós-parto. As variáveis independentes foram: idade, paridade, tempo de uso, época de inserção, número de retornos ao planejamento familiar, satisfação com o método, desejo de continuidade, queixas e complicações. A variável dependente foi a adequação do DIU na cavidade uterina. Para a análise estatística empregou-se o teste do χ², com correção de Pearson, e o teste exato de Fisher, considerando um nível de significância de 5%. RESULTADOS: A idade média foi de 29,4 anos e o tempo médio de uso foi de 2,7 anos; 39,3% das mulheres tiveram queixas associados ao método, sendo a menorragia a mais frequente (44,7%). A satisfação foi de 85%, e 61,4% retornaram duas ou mais vezes para consultas. A faixa etária, a paridade e a posição do útero não se associaram com má adequação do DIU na cavidade uterina (p>0,05). A inserção no ciclo menstrual associou-se mais à posição adequada do DIU do que a inserção pós-parto/pós-abortamento, com significância estatística (p=0,028). CONCLUSÃO: A inserção no pós-parto e pós-abortamento apresentaram piores resultados quanto à adequação do DIU, não sendo observado o mesmo com a faixa etária, a paridade e a posição do útero na cavidade pélvica.
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OBJETIVO: Avaliar os parâmetros ultrassonográficos relacionados às características morfológicas de massas anexiais pélvicas por meio da obtenção de imagens bidimensionais por um observador presencial, encaminhadas eletronicamente (via tele-ecografia) nos modos estático e dinâmico a observadores não presenciais (à distância) para análises comparativas inter e intraobservadores a fim da validação de uma segunda opinião. MÉTODOS: No período de março a agosto de 2010 foram selecionadas 50 pacientes que apresentavam visualização de massa anexial pélvica no exame ecográfico. Elas foram submetidas ao exame ultrassonográfico por vias abdominal e endovaginal. As imagens foram capturadas nos modos estático e dinâmico, encaminhadas eletronicamente para avaliação de dois examinadores não presenciais e avaliadas de acordo com parâmetros morfológicos ultrassonográficos previamente determinados. RESULTADOS: Os avaliadores não presenciais nas modalidades estática e dinâmica obtiveram concordância quase perfeita para todos os parâmetros morfológicos com valores de Kappa entre 0,6 e 0,8. Não houve diferença entre as modalidades empregadas, exceto para o parâmetro morfológico projeção papilar na modalidade estática, em que a concordância foi quase perfeita (0,8) enquanto na modalidade dinâmica foi substancial (0,6). CONCLUSÕES: Os parâmetros ultrassonográficos das características de massas anexiais pélvicas encaminhadas por tele-ecografia são passíveis de serem validadas para emissão de uma segunda opinião. Não houve diferenças significativas quanto à metodologia empregada na emissão das imagens tele-ecográficas (estática ou dinâmica) na caracterização da composição das massas anexiais pélvicas.
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Foram estudados 30 bovinos com neoplasias no trato alimentar superior (TAS) associadas ao consumo espontâneo de samambaia (Pteridium aquilinum) provenientes de 27 propriedades rurais, sendo 23 no município de Jaguari e quatro em Nova Esperança do Sul, Rio Grande do Sul. A população bovina total das 27 propriedades em que ocorreram os casos era de 1.090 bovinos e havia quantidade abundante de samambaia nas áreas de pastoreio dos animais. Vinte e seis bovinos eram vacas e 4 eram machos castrados. A idade variou de 3 a 13 anos, sendo o maior número de casos entre 7 e 8 anos (46,6%). Os sinais clínicos observados incluíram emagrecimento progressivo, atonia ruminal, tosse, disfagia, regurgitação, halitose, diarréia e timpanismo. Outros sinais clínicos menos freqüentes foram apetite seletivo, dispnéia e salivação. Dois bovinos tiveram morte espontânea e 28 foram submetidos à eutanásia em estágios avançados da doença e necropsiados. Os principais achados macroscópicos e histológicos observados nos 30 bovinos localizavam-se nos mesmos locais do TAS e consistiram de papilomas, papilomas em transformação para carcinomas de células escamosas (CCEs) e CCEs. Metástases de CCEs para linfonodos regionais e outros órgãos (como fígado e pulmões) foram também observadas (18/30). Vinte e nove bovinos tinham papilomas de diversos tamanhos, sendo a quantidade variável entre leve (45%), moderada (38%) e acentuada (17%). Nos papilomas examinados microscopicamente, foram observadas três fases de desenvolvimento: a) fase de inicial de crescimento, b) fase de desenvolvimento, e c) fase de regressão. Em 16 bovinos, observou-se a transformação maligna de papilomas em CCEs. Os CCEs eram únicos (12/30) ou múltiplos (18/30) e variaram quanto ao grau de diferenciação celular entre bem, moderadamente ou pouco diferenciados. Quando a distribuição dos CCEs de maior extensão foi agrupada em regiões cranial (base da língua, faringe/orofaringe, epiglote), média (terços cranial, médio e caudal do esôfago) e caudal (entrada do rúmen e rúmen) do TAS, observou-se que a localização era cranial em 39% dos casos, média em 16%, e caudal em 45%. Utilizando-se esse mesmo critério de agrupamento, porém considerando o número total de vezes em que CCEs (de tamanhos variados) foram diagnosticados nas regiões cranial, média e caudal, os números alteraram-se para 34, 26 e 40%, respectivamente. As evidências epidemiológicas e histomorfológicas relatadas neste estudo reforçam as observações de uma estreita correlação entre a infecção pelo papiloma-vírus bovino tipo 4, causador da papilomatose digestiva, e a co-carcinogênese química dos princípios tóxicos da samambaia na patogênese dos CCEs do TAS de bovinos. Entretanto, a presença de alterações pré-neoplásicas (áreas de displasia), áreas de CCE in situ ou CCEs em estágios iniciais de desenvolvimento, independentemente da presença de papilomas no local, mostram claramente ser possível o desenvolvimento de CCEs diretamente do epitélio normal, possivelmente por uma ação direta dos carcinó-genos químicos da samambaia.
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Este artigo tem por objetivo demonstrar nova abordagem cirúrgica para denervação seletiva das fibras sensitivas do periósteo acetabular, para tratamento da displasia coxo femoral em cães, conduzidas em 189 articulações. Para tanto, é descrita abordagem da região cranial e dorso-lateral do acetábulo de cães por incisão em forma de meia lua de aproximadamente de três centímetros de extensão, iniciando trocânter maior do fêmur e em direção ao corpo do ílio. Após rebatimento dorsal do músculo glúteo médio, secciona-se parcialmente a inserção do m. glúteo profundo para acesso às regiões citadas. Com auxílio de cureta foi removido, em todos os pacientes, periósteo na margem acetabular cranial e dorso lateral, até a exposição da cortical óssea. Em todos os animais foi possível a abordagem, tanto da face cranial como também acesso para a curetagem da face dorsal do acetábulo, com a técnica descrita, com incisão de pele de aproximadamente 3,2cm. A curetagem da porção cranial do acetábulo foi, em todos os casos realizados, sem visualização do osso, mas de fácil confecção e sem intercorrências de lesão de nervos ou músculos. Em todas as abordagens foi possível visualizar a cápsula articular da articulação coxo femoral, e em nenhum dos animais esta estrutura foi incisada por erro de técnica. Conclui-se que a abordagem cirúrgica descrita no presente trabalho é factível para este tipo de procedimento cirúrgico em cães, promovendo acesso adequado, com mínima invasão e sem complicações de qualquer natureza.
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Carcinomas de células escamosas vulvares (CCEVs) em bovinos foram estudados retrospectivamente quanto à prevalência, epidemiologia, quadro clinicopatológico e aspectos imuno-histoquímicos. O grau de pigmentação da pele vulvar foi também avaliado. Nos 48 anos analisados retrospectivamente, foram computados materiais de necropsias e biópsias de 7.483 bovinos recebidos no Laboratório de Patologia Veterinária da UFSM. Desses, em 664 (8,87%) casos de neoplasmas foram identificados, sendo 33 (4,97%) casos de CCEVs. Dezenove eram vacas da raça Holandesa, três da Charolesa, uma era Jersey e 10 eram sem raça definida. A principal alteração macroscópica foi aumento de volume vulvar, sangrante e com miíase concomitante. As massas tumorais eram firmes, ulceradas e com áreas amarelas. Foi possível reavaliar microscopicamente 30 dos 33 casos. Desses, oito eram CCEVs bem diferenciados, 17 eram moderadamente diferenciados e cinco eram pobremente diferenciados. A avaliação de lesões intraepiteliais escamosas (LIEs) foi realizada em tecidos de 21 casos que tinham epitélio de revestimento. Hiperplasia epitelial foi observada em 10 casos; displasia leve em dois, moderada em um e acentuada em cinco casos; em três casos não havia LIEs. A técnica de Fontana-Masson para melanina foi realizada em 21 casos. Desses, em 17 a pigmentação do epitélio da epiderme vulvar era ausente, em dois era leve e em outros dois era moderada. Independentemente do grau de diferenciação dos CCEVs, houve imunomarcação acentuada da maioria dos ceratinócitos neoplásicos para pancitoceratina bovina pela técnica de imuno-histoquímica (IHQ). Papilomavírus bovino não foi detectado pela IHQ neste estudo.
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Glândulas vesiculares são essenciais para a reprodução, pois suas secreções afetam a função espermática. Cobaias (Cavia porcellus) são um excelente modelo experimental para estudo destas glândulas, contudo não existem dados morfológicos e morfométricos durante seu desenvolvimento. Neste estudo a morfologia (projeções das pregas (PP) e altura das células epiteliais (AE) da túnica mucosa) e a morfometria (massa (MG), volume (VG), comprimento (CG), largura das porções cranial (LCR), média (LM) e caudal (LCA)) das glândulas vesiculares foram determinadas em cobaios (N= 25) com uma (S1), três (S3), cinco (S5), oito (S8) e onze (S11) semanas de idade (N=5/grupo de idade). Em adição massa (MC), comprimento (CC) e altura (AC) corporais e o índice organo-somático (IOS) foram também determinados e o coeficiente de correlação (r) estabelecido entre as variáveis. As glândulas restringiam-se a cavidade pélvica e tinham seu interior repleto de uma massa semi-sólida e, após a S8, ocuparam também a cavidade abdominal e tiveram o conteúdo aumentado significativamente. A túnica mucosa era pregueada e forrada de um epitélio simples colunar. MC, CC e AC aumentaram continuamente com a idade. MG, VG, CG e LCA não se alteraram da S1 a S5 e aumentaram na S8; enquanto que MF, VG e LCA também aumentaram na S11. IOS e PP aumentaram na S8 e S11 e AE na S5, S8 e S11. Houve (r) significativo entre a idade, Bc e MFg,; IOS e MG na S8 e S11; idade e PP; idade e AE e entre PP e AE. Em conclusão, as glândulas vesiculares de cobaios seguiram o padrão morfológico observado em ratos e hamsters, mas diferiram em alguns aspectos de outros histricomorfos, podendo ser utilizadas como modelo experimental e seu desenvolvimento morfológico e morfométrico podem ser divididos em três fases: da S1 a S5, quando são discretos; da S6 a S8 de idade, quando são acentuados de maneira geral e após a S8, quando há incremento intenso da capacidade secretória.
Resumo:
Descrevem-se 14 casos de condrodisplasia em bovinos. Os dados epidemiológicos e clínicos foram obtidos de protocolos de necropsia e o estudo histológico das lesões foi realizado em fragmentos de ossos longos e ossos da base do crânio dos 14 casos estudados. Onze casos eram de condrodisplasia tipo Telemark e três, tipo bulldog (Dexter). Treze dos 14 bovinos afetados eram da raça Jersey e um era da raça Shorthorn. Concluiu-se que o gene transmissor das condrodisplasias encontra-se presente na população Jersey da região e medidas, como utilização de reprodutores de outras regiões e/ou com teste de progênie ou identificação de genes indesejáveis por meio de técnicas moleculares, devem contribuir para diminuir a ocorrência destes casos na população Jersey da região.
Resumo:
As glândulas bulbouretrais (GBU) no coelho (Oryctolagus cuniculus) e na cobaia (Cavia porcellus) desempenham um papel importante na fisiologia reprodutiva. No entanto, seus aspectos histológico e estereológico são escassos. Assim, o objetivo desta pesquisa foi comparar características estereológicas entre as GBU do coelho e da cobaia como um primeiro passo para a compreensão das variáveis morfométricas que participam nos processos reprodutivos. Foram utilizados 5 coelhos e 5 cobaias adultos machos, saudáveis, obtidos do Biotério da Universidade de La Frontera, Temuco, Chile. A região pélvica foi dissecada isolando-se a GBU de cada animal. Determinou-se o peso e o volume de cada glândula. Estas foram fixadas em formalina tamponada durante 24 horas e incluídas em paraplast. Cortes seriados de 4 μm de espessura foram corados com HE para análise estereológica. A média de células glandulares na GBU do coelho foi 19,50 x 10(5)mm³ (DP 2,35) e da cobaia 10,57 x 10(5)mm³ (DP 2,07) e a porcentagem média de tecido glandular foi de 25,52% (DP 2,20) e 17,20% (DP 3,33), respectivamente. Todos os parâmetros estereológicos comparados tiveram uma diferença estatisticamente significativa (p<0,0001). Estas diferenças poderiam ser explicadas porque há maior proximidade celular do epitélio secretor, menor diâmetro do lúmen dos ácinos e da relação núcleo citoplasma na GBU do coelho. Assim, os ácinos da GBU apresentam maior quantidade de células por mm³ do que na GBU do coelho. Estes parâmetros podem ser influenciados por fatores hormonais, etários, sazonais e ambientais, entre outros. Considerar as características morfológicas da GBU nesses animais poderia condicionar o êxito da reprodução por parte do macho.
Resumo:
Ectopia renal é uma das mais comuns anormalidades de desenvolvimento renal. Contudo, somente poucos casos de ectopia renal cruzada com fusão têm sido relatados na literatura. Ectopia renal cruzada, geralmente, é uma entidade clinicamente silenciosa, mas algumas vezes complica com infecção urinária de repetição e nefrolitíase e pode ser associada com uma alta incidência de obstrução da junção ureteropélvica, refluxo vesicoureteral e displasia renal multicística. Os autores relatam dois novos casos de ectopia renal cruzada com fusão diagnosticados em um contexto de infecção urinária e nefrolitíase e fazem uma revisão dos mecanismos e características clínicas desta anormalidade. O nefrologista deve estar familiarizado com esta alteração do desenvolvimento renal, uma vez que muitas complicações podem ocorrer durante o seguimento destes pacientes.