Emoções de uma escuta musical afetam a percepção subjetiva de tempo

Este estudo verificou se emoções percebidas durante uma escuta musical influenciam a percepção temporal. Músicos e não músicos foram submetidos a tarefas de escuta de trechos musicais do repertório erudito ocidental com 20 segundos de duração cada um e tarefas de associação temporal de cada trecho ouvido a durações padrões, que variavam de 16 a 24 segundos. Os trechos musicais empregados eram representativos de uma dentre as categorias emocionais Alegria, Tristeza, Serenidade ou Medo / Raiva. Uma análise de variância mostrou que, enquanto os não músicos apresentaram subestimações temporais associadas a pelo menos um trecho musical de cada uma das categorias emocionais, os músicos subestimaram todos os trechos musicais tristes, relacionados às características de baixo arousal e valência afetiva negativa.

Ansiedade social e atribuição de emoções a faces neutras

Trabalhos anteriores têm revelado vieses no reconhecimento de emoções e padrões diferenciais de ativação cerebral no transtorno de ansiedade social. No presente estudo, foi investigada a atribuição de emoções a faces neutras em 22 indivíduos com ansiedade social e 20 voluntários controles. Através do método da escolha forçada, participantes atribuíram emoções de alegria, medo, raiva ou tristeza a faces neutras. Verificou-se que homens e mulheres com ansiedade social atribuíram mais frequentemente emoções de raiva e tristeza às faces neutras, respectivamente. A atribuição de raiva por homens pode estar associada à tendência masculina em detectar sinais de hostilidade no ambiente social, enquanto que o aumento na atribuição de tristeza pelas mulheres pode estar associado à facilitação na identificação de emoções negativas. Os resultados sugerem que a ansiedade social afeta diferentemente os sexos e têm implicações importantes sobre o uso da face neutra como condição de base ou controle nas neurociências comportamentais.

A percepção de emoções em trechos de música ocidental erudita

O objetivo deste estudo foi verificar respostas emocionais a trechos musicais do repertório erudito ocidental. Músicos e não músicos ouviam cada trecho musical e associavam-no a categorias emocionais (Alegria, Tristeza, Serenidade ou Medo/Raiva). Os resultados indicaram que, para ambos os grupos, cada trecho musical, na maioria, não foi associado a mais de uma categoria emocional. De um modo geral, as associações foram semelhantes entre os grupos, embora as respostas dos músicos tenham sido mais consistentes. Estes resultados sugerem um processamento cognitivo de respostas emocionais à música ocidental relacionado à estrutura cognitiva do evento, a diferenças entre indivíduos e à expertise musical.

Bem estar animal na bovinocultura leiteira

O bem-estar animal é uma ciência que está sendo abordada a nível mundial, sob diferentes ângulos, em grande parte das atividades humanas que envolvem animais. No caso dos animais de produção, a preocupação em produzir de forma ética respeitando o bem-estar dos animais levou a construção de regulamentações e leis que regem a produção animal em diversos países do mundo permeada de desafios. Neste século XXI, mais precisamente em 2011, não se encontrou ainda um ponto de convergência, sob o aspecto da senciência e sob o ponto de vista da produção. No Brasil o assunto é relativamente recente, a disciplina de bem-estar animal na maioria das universidades é optativa, inclusive na Faculdade de Medicina Veterinária e Zootecnia da Universidade de São Paulo (FMVZ-USP). Há a ausência de um foco que conferira uma melhor organicidade e direção entre as disciplinas, seja de produção animal ou mesmo de pequenos animais, silvestres ou de laboratório. Embora existam sociedades protetoras dos animais que esbarram no formalismo acadêmico e, a academia que por sua vez esbarra na anarquia e nas ideias encruadas ou radicais de muitas organizações que tratam deste tema, faz-se necessário unir e trazer essas ideias para a ciência do bem-estar animal, ou seja, intermediar sem pedantismo acadêmico o diálogo na busca da sabedoria, na alegria do respeito aos direitos dos animais e aos seres humanos. O objetivo desta revisão é enfatizar a importância do bem-estar na produção leiteira, atividade praticada amplamente em nosso país.

ESC/EAS Guidelines for the management of dyslipidaemias: the Task Force for the management of dyslipidaemias of the European Society of Cardiology (ESC) and the European Atherosclerosis Society (EAS)

Cardiovascular disease (CVD) due to atherosclerosis of the arterial vessel wall and to thrombosis is the foremost cause of premature mortality and of disability-adjusted life years (DALYs) in Europe, and is also increasingly common in developing countries.1 In the European Union, the economic cost of CVD represents annually E192 billion1 in direct and indirect healthcare costs. The main clinical entities are coronary artery disease (CAD), ischaemic stroke, and peripheral arterial disease (PAD). The causes of these CVDs are multifactorial. Some of these factors relate to lifestyles, such as tobacco smoking, lack of physical activity, and dietary habits, and are thus modifiable. Other risk factors are also modifiable, such as elevated blood pressure, type 2 diabetes, and dyslipidaemias, or non-modifiable, such as age and male gender. These guidelines deal with the management of dyslipidaemias as an essential and integral part of CVD prevention. Prevention and treatment of dyslipidaemias should always be considered within the broader framework of CVD prevention, which is addressed in guidelines of the Joint European Societies’ Task forces on CVD prevention in clinical practice.2 – 5 The latest version of these guidelines was published in 20075; an update will become available in 2012. These Joint ESC/European Atherosclerosis Society (EAS) guidelines on the management of dyslipidaemias are complementary to the guidelines on CVD prevention in clinical practice and address not only physicians [e.g. general practitioners (GPs) and cardiologists] interested in CVD prevention, but also specialists from lipid clinics or metabolic units who are dealing with dyslipidaemias that are more difficult to classify and treat.

The 2011-12 pilot European Sentinel Registry of Transcatheter Aortic Valve Implantation: in-hospital results in 4,571 patients

AIMS The aim of this prospective multinational registry is to assess and identify predictors of in-hospital outcome and complications of contemporary TAVI practice. METHODS AND RESULTS The Transcatheter Valve Treatment Sentinel Pilot Registry is a prospective independent consecutive collection of individual patient data entered into a web-based case record form (CRF) or transferred from compatible national registries. A total of 4,571 patients underwent TAVI between January 2011 and May 2012 in 137 centres of 10 European countries. Average age was 81.4±7.1 years with equal representation of the two sexes. Logistic EuroSCORE (20.2±13.3), access site (femoral approach: 74.2%), type of anaesthesia and duration of hospital stay (9.3±8.1 days) showed wide variations among the participating countries. In-hospital mortality (7.4%), stroke (1.8%), myocardial infarction (0.9%), major vascular complications (3.1%) were similar in the SAPIEN XT and CoreValve (p=0.15). Mortality was lower in transfemoral (5.9%) than in transapical (12.8%) and other access routes (9.7%; p<0.01). Advanced age, high logistic EuroSCORE, pre-procedural ≥grade 2 mitral regurgitation and deployment failure predicted higher mortality at multivariate analysis. CONCLUSIONS Increased operator experience and the refinement of valve types and delivery catheters may explain the lower rate of mortality, stroke and vascular complications than in historical studies and registries.

Local and general anaesthesia do not influence outcome of transfemoral aortic valve implantation.

BACKGROUND There is great variability for the type of anaesthesia used during TAVI, with no clear consensus coming from comparative studies or guidelines. We sought to detect regional differences in the anaesthetic management of patients undergoing transcatheter aortic valve implantation (TAVI) in Europe and to evaluate the relationship between type of anaesthesia and in-hospital and 1year outcome. METHODS Between January 2011 and May 2012 the Sentinel European TAVI Pilot Registry enrolled 2807 patients treated via a transfemoral approach using either local (LA-group, 1095 patients, 39%) or general anaesthesia (GA-group, 1712 patients, 61%). RESULTS A wide variation in LA use was evident amongst the 10 participating countries. The use of LA has increased over time (from a mean of 37.5% of procedures in the first year, to 57% in last 6months, p<0.01). MI, major stroke as well as in-hospital death rate (7.0% LA vs 5.3% GA, p=0.053) had a similar incidence between groups, confirmed in multivariate regression analysis after adjusting for confounders. Dividing our population in tertiles according to the Log-EuroSCORE we found similar mortality under LA, whilst mortality was higher in the highest risk tertile under GA. Survival at 1year, compared by Kaplan-Meier analysis, was similar between groups (log-rank: p=0.1505). CONCLUSIONS Selection of anaesthesia appears to be more influenced by national practice and operator preference than patient characteristics. In the absence of an observed difference in outcomes for either approach, there is no compelling argument to suggest that operators and centres should change their anaesthetic practice.

Risk and protective factors associated with depression among racial and ethnic mothers of adolescents

The central paradigm linking disadvantaged social status and mental health has been the social stress model (Horwitz, 1999), the assumption being that individuals residing in lower social status groups are subjected to greater levels of stress not experienced by individuals from higher status groups. A further assumption is that such individuals have fewer resources to cope with stress, in turn leading to higher levels of psychological disorder, including depression (Pearlin, 1989). Despite these key assumptions, there is a dearth of literature comparing the social patterning of stress exposure (Hatch & Dohrenwend, 2007; Meyer, Schwartz, & Frost, 2008; Kessler, Mickelson, & Williams, 1999; Turner & Avison, 2003; Turner & Lloyd, 1999; Turner, Wheaton, & Lloyd, 1995), and the distribution and contribution of protective factors, posited to play a role in the low rates of depression found among African- and Latino-Americans (Alegria et al., 2007; Breslau, Aguilar-Gaxiola, Kendler, Su, Williams, & Kessler, 2006; Breslau, Borges, Hagar, Tancredi, Gilman, 2009; Gavin, Walton, Chae, Alegria, Jackson, & Takeuchi, 2010; Williams, & Neighbors, 2006). Thus, this study sought to describe both the distribution and contribution of risk and protective factors in relation to depression among a sample of African-, European-, and Latina-American mothers of adolescents, including testing a hypothesized mechanism through which social support, an important protective factor specific to women and depression, operates. ^ Despite the finding that the levels of depression were not statistically different across all three groups of women, surprising results were found in describing the distribution of both risk and protective factors, in that results reported among all women who were mothers when analyzed masked differences within each ethnic group when SES was assessed, a point made explicit by Williams (2002) regarding racial and ethnic variations in women's health. In the final analysis, while perceived social support was found to partially mediate the effect of social isolation on depression, among African-Americans, the direct effect of social isolation and depression was lower among this group of women, as was the indirect effect of social isolation and perceived social support when compared to European- and Latina-American mothers. Or, put differently, higher levels of social isolation were not found to be as associated with more depression or lower social support among African-American mothers when compared to their European- and Latina-American counterparts. ^ Women in American society occupy a number of roles, i.e., that of being female, married or single, mother, homemaker or employee. In addition, to these roles, ethnicity and SES also come into play, such that the intersection of all these roles and the social contexts that they occupy are equally important and must be taken into consideration when making predictions drawn from the social stress model. Based on these findings, it appears that the assumptions of the social stress model need to be revisited to include the variety of roles that intersect among individuals from differing social groups. More specifically, among women who are mothers and occupy a myriad of other roles, i.e., that of being female, married or single, African- or Latina-American, mother, homemaker or employee, the intersection of all the roles and the social contexts that women occupy are equally important and must be taken into consideration when looking at both the types and distribution of stressors across women. Predictions based on simple, mutually exclusive categories of social groups may lead to erroneous assumptions and misleading results.^

Alfabetizaçao de idosos no Brasil : O direito á educaçao no olhar de quem aprende

Trata-se de uma pesquisa qualitativa de cunho fenomenológico realizada com idosos em processo de alfabetizaçao que procurou identificar práticas curriculares exitosas no desenvolvimento da oralidade, da escrita e da leitura de alfabetizandos(as) com mais de 65 anos de idade. A inquietaçao que gerou o tema/problema é parte do compromisso do programa de ensino, pesquisa e extensao TEIA - Trabalho Integrado em Alfabetizaçao de Jovens e Adultos que coordenamos no Departamento de Pedagogia da Universidade do Estado de Santa Catarina. Foram selecionados intencionalmente cinco participantes residentes na Regiao da Grande Florianópolis. Do ponto de vista dos processos de leitura e escrita, as entrevistas analisadas apontaram as seguintes dimensoes: o desejo de ler e ampliaçao dos repertórios de leitura por meio da alfabetizaçao; a alegria de ler na terceira idade e o poder da escrita nas diferentes situaçoes da vida. Este trabalho reafirma o compromisso de uma educaçao inclusiva. Entende-se que todos (as) têm o direito de ?dizerem? as suas palavras. Compreender este mundo e reinventá-lo

O universo do circo : Contribuições a educação física escolar

Este trabalho relata a observaçao realizada com os artistas circenses de um circo que se instalou no município de Santa Maria (RS) durante o mês de agosto de 2011, e se deu como parte de estudos já realizados pela Universidade Federal de Santa Maria (UFSM) com o projeto de extensao ?Circo na Escola?. Buscamos nesse estudo reconhecer as relaçoes sociais no âmbito do circo, buscando aproximaçoes e possíveis contribuiçoes a Educaçao Física Escolar. Foi utilizada para o estudo a pesquisa exploratória, realizada a partir de entrevistas com os artistas. Com isso, foi possível constatarmos que as atividades circenses podem ser entendidas como elementos que tragam alegria para ao ambiente escolar, isto porque o brincar e o aprender serao uma coisa só, colaborando para o contexto da aprendizagem. Podemos relacionar este aprendizado dos alunos com os saberes dos artistas circenses, pois quando estes relatam seus processos de aprendizagem também nao conseguem distinguir os momentos formais de aquisiçao de conhecimentos