1000 resultados para Violência por parceiros íntimos
Resumo:
A violência contra a mulher é reconhecida como um problema de saúde pública pela magnitude de consequências que provoca na vida e na saúde das mulheres. Entretanto, a atenção dada ao problema no setor é ineficaz em decorrência da invisibilidade da violência nos serviços de saúde. É preciso desvelar o problema nos serviços e capacitar os profissionais por meio de novas técnicas e novos saberes. Este estudo destaca o uso dos Serious Games (SG) para contribuir com a qualificação das práticas profissionais. Esses jogos são aplicações digitais amplamente utilizadas em diferentes áreas (saúde, militar, educação) e que apresentam conteúdos pedagógicos de forma lúdica e interativa. Um SG pode contribuir com a educação permanente de profissionais de saúde quanto à atenção à violência de gênero com base na abordagem de conceitos teóricos associados ao problema e sistematizados em um mapa conceitual. Observou-se que ações de capacitação quanto à violência de gênero, além de aspectos cognitivos da aprendizagem, abrangem aspectos afetivos, uma vez que envolvem mudança de concepções e práticas.
Resumo:
RESUMO Objetivos: pesquisar a presença de lesões induzidas por papilomavírus (HPV) e os fatores associados em parceiros de mulheres com neoplasia intra-epitelial genital. Métodos: foram avaliados 337 homens por meio de citologia uretral, peniscopia e biópsia, quando necessário. Analisou-se a presença de lesão induzida por HPV correlacionando-a com a idade, escolaridade, tabagismo, estabilidade conjugal, início da atividade sexual, número de parceiras, antecedente de doença sexualmente transmissível (DST), postectomia, imagens peniscópicas e grau das lesões nas mulheres. Resultados: a peniscopia foi positiva em 144 homens (42,7%) e 105 (31,2%) apresentaram lesões induzidas por HPV. Somente o tabagismo, a estabilidade conjugal menor ou igual a seis meses e o antecedente de mais de uma parceira sexual estiveram associados com a presença de lesão induzida por HPV (p<0,05). A citologia uretral foi suspeita para HPV em 4,2% dos casos, sendo este achado significativamente associado com tabagismo, peniscopia ou biópsias positivas e com parceiros de mulheres com lesão de alto grau. Das 229 biópsias realizadas, 72,1% foram positivas para HPV, independentemente da imagem peniscópica e do grau de lesão na mulher. Conclusões: as lesões induzidas por HPV foram diagnosticadas em 31,2% dos casos e estiveram associadas com o tabagismo, tempo de união conjugal menor ou igual a seis meses e mais de uma parceira sexual. O grau de lesão na mulher, escolaridade, antecedente de DST, postectomia e imagem peniscópica não se mostraram correlacionados com a presença de lesão induzida por HPV.
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Objetivo: avaliar, numa população brasileira, a possível associação entre história de violência sexual e algumas das queixas ginecológicas referidas com maior freqüência pelas mulheres. Métodos: análise secundária de dados de um estudo do tipo transversal retrospectivo em que foram entrevistadas, em seus domicílios, 1.838 mulheres com 15 a 49 anos de idade, residentes em Campinas e Sumaré, no Estado de São Paulo. Utilizou-se um questionário estruturado e pré-testado, que permitiu caracterizar a história de violência sexual das mulheres, a existência de disfunções sexuais e a presença de sintomas ginecológicos no ano anterior à entrevista. As diferenças estatísticas foram avaliadas com o teste chi². Resultados: pouco mais de um terço (38,1%) das mulheres não relatou história de violência sexual; 54,8% referiram que, alguma vez, tiveram relações sexuais contra sua vontade, sem terem sido forçadas a isto, embora 23% mencionaram algum tipo de constrangimento; 7,1% relataram já terem sido forçadas a manter relações. Verificou-se associação estatística entre história de violência sexual e a referência a queixas ginecológicas e a disfunções sexuais. Conclusões: evidenciou-se que até formas menos agressivas de imposição da vontade masculina na vida sexual do casal associaram-se a uma maior prevalência das queixas ginecológicas mais freqüentes. O ginecologista deve, portanto, ter em conta este fator etiológico, excepcionalmente considerado no presente momento.
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Objetivos: analisar as características sociodemográficas das mulheres vítimas de violência sexual, avaliar a experiência sexual prévia, pesquisar a utilização de métodos anticoncepcionais por ocasião da violência e observar o período de tempo desde a agressão até o atendimento hospitalar. Métodos: foram analisados os dados de 117 fichas pré-codificadas, de um total de 134 atendimentos. As fichas foram utilizadas no atendimento de mulheres vítimas de violência sexual na Maternidade do Hospital de Clínicas de Curitiba no período de agosto de 1998 até junho de 2000. Resultados: a idade das mulheres variou de 5 a 49 anos, sendo que a metade era de jovens, com até 19 anos. A maioria tinha segundo grau completo ou incompleto, 41 (41,0%) eram estudantes e 82 (82,0%) eram solteiras. Na análise da experiência sexual prévia, constatou-se que cerca de um terço (32,4%) era virgem. Das mulheres que referiam ter vida sexual prévia, 35 (47,9%) usavam algum método anticoncepcional quando da agressão. Houve variação de 2 horas a 2 meses em relação ao tempo decorrido desde a violência sexual até a procura por atendimento. Conclusões: o número de mulheres vítimas de violência sexual evidencia a importância de um atendimento especializado a estas pacientes. Há também necessidade de este atendimento ser multidisciplinar, já que dentre as vítimas existem grupos que necessitam de atenção diferenciada, como por exemplo as crianças. O intervalo entre a violência sexual e a procura do serviço pode ser considerado como indício de que a população deve ter acesso a mais informações em relação à prevenção de gravidez e doenças sexualmente transmissíveis, inclusive a infecção pelo HIV.
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OBJETIVO: avaliar as características da violência sexual contra mulheres, os tipos de crimes sexuais e as lesões corporais resultantes. METODOS: estudo descritivo baseado nas informações de 102 prontuários de vítimas de violência sexual atendidas no Projeto Maria-Maria, de março de 2002 a março de 2003, que atendiam aos critérios de elegibilidade. Foram descritos as características da violência, os tipos de crime e as lesões corporais sofridas. Para tabulação e análise dos dados utilizou-se o programa Epi-Info, versão 6.04, para percentual simples e distribuição de freqüência. RESULTADOS: a idade das vítimas variou de 1 a 68 anos; 65,7% eram menores de 20 anos e uma em cada quatro tinham até nove anos de idade. A maioria era solteira (78,3%) e com baixa escolaridade (74,2%). O crime predominou no período noturno (64,7%), em local ermo com maior freqüência (39,2%), seguido da residência da vítima (34,3%), e no local da abordagem (67,6%). Entre as vítimas adolescentes predominou perpetrador desconhecido, ao passo que as crianças foram vítimas exclusivamente de homens conhecidos. No caso de crianças menores de dez anos o atentado ao pudor foi o crime mais freqüente (73,8%) e para as adolescentes, o estupro (66,4%). Os traumas corporais ocorreram em 76,7% dos casos, destacando-se os hematomas, edema vulvar e escoriações. CONCLUSÕES: a violência sexual predominou em crianças e adolescentes, solteiras e com baixa escolaridade. A agressão ocorreu mais à noite, por desconhecidos, em local ermo nas adolescentes e por conhecidos (vizinhos principalmente), nos domicílios, nas crianças. O estupro prevaleceu em maiores de dez anos e o atentado violento ao pudor nas crianças de um a nove anos, habitualmente associados a traumas genitais e corporais.
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OBJETIVO: determinar a prevalência de coilocitose em biópsias penianas de parceiros de mulheres com lesões genitais induzidas pelo HPV e analisar os fatores de risco envolvidos com a infecção peniana. MÉTODOS: foram incluídos neste estudo de coorte transversal 80 parceiros de mulheres com lesões induzidas pelo HPV no período de maio de 2002 a junho de 2003. A média de idade dos pacientes foi de 34,1 anos (variando de 16 a 63). Todos os pacientes negavam ou desconheciam qualquer tipo de lesão genital. Foram submetidos à anamnese específica quanto a presença de sintomas uretrais, passado de doenças sexualmente transmissíveis (DST), número de parceiras sexuais, uso de preservativos e postectomia. Posteriormente foram submetidos à peniscopia com a utilização de soluções de ácido acético e azul de toluidina, tendo sido colhido material para biópsia das lesões de aspecto morfológico sugestivo de contaminação por HPV. A análise estatística foi realizada pelo teste do chi2. RESULTADOS: o exame foi considerado negativo em 24 pacientes (30%). Todos os outros 56 pacientes (70%) apresentaram lesões acetobrancas e azul de toluidina positivas. Destes, 53 foram biopsiados, e 41 pacientes (77,3%) apresentaram biópsia com alterações histológicas sugestivas de infecção pelo HPV. CONCLUSÕES: a prevalência da infecção genital masculina pelo HPV foi de 51,2%, e nenhum fator de risco analisado foi associado com uma maior prevalência da infecção genital pelo vírus.
Resumo:
Violência sexual contra a mulher é uma das expressões da violência baseada no gênero, que tem como origem o desequilíbrio de poder existente entre homens e mulheres, com maior ou menor intensidade, em todos os países do mundo. Atualmente é reconhecida como um problema de direitos humanos pela ONU, incluindo a violência emocional, física e sexual. A prevalência de violência sexual é muito difícil de determinar, mas provavelmente afeta pelo menos um terço das mulheres alguma vez na vida. Tem variadas conseqüências sobre a saúde física, mental e ginecológica da mulher, as que dependem em grande parte do atendimento recebido logo após a violência. Infelizmente, a maior parte dos serviços de emergência não estão preparados para prestar atendimento adequado. O atendimento deve ser multidisciplinar e incluir anamnese e exame clínico cuidadosos utilizando exames laboratoriais, tratamento das lesões físicas e da crise emocional, prevenção da gravidez e de doenças de transmissão sexual, incluídos HIV/AIDS e com seguimento de pelo menos seis meses.
Resumo:
OBJETIVO: relacionar as leveduras identificadas aos sinais e sintomas clínicos das pacientes com candidíase vulvovaginal e investigar a importância dos parceiros sexuais na reincidência da infecção. MÉTODOS: foi desenvolvido estudo prospectivo de julho de 2001 a julho de 2003 com uma amostra de mulheres residentes na Grande São Paulo. Foram avaliadas 179 pacientes com suspeita clínica de vaginite fúngica, com idade entre 18 e 65 anos. Os critérios para exclusão foram: gravidez, comprometimento imunológico intrínseco e extrínseco, incluindo AIDS, diabetes, imunossupressão, pacientes em terapia com corticosteróides, antibióticos ou hormônios, em pós-menopausa, em uso de dispositivo intra-uterino e duchas vaginais ou espermicidas. Amostras de secreções vaginais ou da glande dos parceiros sexuais de pacientes com vaginite de repetição foram coletadas para microscopia e cultura de fungos. Colônias fúngicas isoladas em CHROMagar Candida foram identificadas por provas clássicas. O teste exato de Fisher foi usado para correlacionar o quadro clínico com as leveduras isoladas das pacientes. RESULTADOS: os sinais e sintomas clínicos mais relevantes na candidíase vulvovaginal foram prurido e corrimento, seguidos por eritema e edema, estatisticamente independente do agente etiológico. Leveduras foram diagnosticadas por microscopia direta em 77 pacientes com vulvovaginites, sendo obtidos 40 cultivos de Candida spp. Candida albicans (70%), C. glabrata (20%), C. tropicalis (7,5%) e C. guilliermondii (2,5%) foram identificadas. As leveduras prevalentes nos parceiros foram C. albicans e C. glabrata. As mesmas espécies foram detectadas nas companheiras e parceiros em 87% dos casos. CONCLUSÕES: as vulvovaginites fúngicas foram mais freqüentes em mulheres entre 18 e 34 anos de idade. Não foi observada correlação entre as espécies de leveduras detectadas e a sintomatologia clínica. Os parceiros sexuais podem ser importantes reservatórios de Candida spp e estar relacionados à manutenção da candidíase vulvovaginal.
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OBJETIVO: apurar a freqüência de risco para depressão pós-parto (DP) em puérperas de hospital de São Paulo, região Sudeste do Brasil, e determinar fatores associados - entre eles a violência doméstica (VD). MÉTODOS: estudo descritivo, tipo corte transversal. Participaram 133 mulheres, que tiveram partos com idade gestacional de 20 semanas ou mais, no período de agosto a setembro de 2005, em maternidade terciária em São Paulo (Brasil). Foram entrevistadas empregando-se a versão em português do Abuse Assessment Screen para o diagnóstico de violência e responderam questionário de auto-avaliação do risco de DP (Edinburgh Postnatal Depression Scale). As variáveis foram representadas por freqüências absoluta e relativa. A associação entre as variáveis de interesse e DP foi avaliada pelo teste do chi2 ou exato de Fisher. Adotou-se o nível de significância de 5%. RESULTADOS: o risco de DP foi identificado em 24 puérperas (18%). Das mulheres entrevistadas, 38,3% referiram história de abusos. Observou-se associação entre a ocorrência de VD após os 15 anos de idade e o risco de depressão (p=0,03). A ocorrência de abusos no grupo de mulheres com probabilidade de apresentar DP foi de 58,3%, proporção significativamente maior do que a observada no grupo controle com 33,9%. CONCLUSÕES: a probabilidade de apresentar depressão foi alta entre as puérperas assistidas em maternidade terciária da região Sudeste do Brasil. A VD sofrida após os 15 anos de idade esteve estatisticamente associada ao risco de DP.
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OBJETIVOS: Avaliar a prevalência e fatores associados à violência praticada por parceiro íntimo (VPI), entre mulheres usuárias das Unidades Básicas de Saúde (UBS) do Estado de São Paulo. MÉTODOS: Foi realizado um estudo descritivo de corte transversal, a partir da análise secundária de dados de entrevista a mulheres usuárias de 75 UBS de 15 Departamentos Regionais do Estado de São Paulo, no período de Agosto/2008 a Maio/2009. Foi utilizado questionário baseado no Abuse Assessment Screen e o Conflict Tactics Scales modificado pelo Violence Against Women Study (VAW), estruturado e pré-testado. As variáveis estudadas foram os tipos de VPI (psicológica, física e sexual) e variáveis sociodemográficas (idade, escolaridade, cor da pele, trabalho remunerado, religião, estado marital e classe econômica). Foram entrevistadas 2.379 mulheres de 18 a 60 anos. RESULTADOS: A prevalência de VPI durante a vida foi de 55,7%, sendo a psicológica, física e sexual de 53,8, 32,2 e 12,4%, respectivamente. As mulheres sem companheiro, mas com casamento anterior, com escolaridade <8 anos e da classe econômica mais baixa tiveram maior risco para todos os tipos de VPI, outros fatores ainda foram associados à VIP psicológica e sexual. CONCLUSÕES: A prevalência de VPI nas UBS do Estado de São Paulo é alta. Os profissionais de saúde da atenção primária devem atentar para a detecção da VPI.
Resumo:
OBJETIVO: Identificar as espécies predominantes e o papel dos parceiros sexuais na manutenção das vulvovaginites recorrentes por Candida spp. MÉTODOS: Entre agosto de 2007 e março de 2012, foi efetuado estudo prospectivo de 830 pacientes com idades variáveis entre 18 e 65 anos e vaginites fúngicas. Foram excluídos pacientes com diabetes mellitus, síndrome da imunodeficiência adquirida (AIDS), em uso de corticoterapia, antibioticoterapia, hormonoterapia, imunossupressão, duchas vaginais, dispositivos intrauterinos (DIUs) ou espermicidas. A identificação das espécies de Candida foi feita por métodos fenotípicos e genotípicos. O teste do χ2 foi usado para correlacionar a Candida spp. nos parceiros masculinos e a recorrência nas vaginites. RESULTADOS: O agente fúngico foi isolado em um total de 40 mulheres, sendo 24 com vaginites recorrentes, e em 15 dos seus parceiros sexuais, dos quais 10 eram assintomáticos, e 5, sintomáticos. Houve concordância das espécies encontradas no casal em 100% das recorrências. C. albicans (62,4 e 60%), C. glabrata (29,1 e 33,3%) e C. guilliermondii foram as espécies identificadas. Candida tropicalis (4,1%) foi isolada de apenas uma paciente. Nas 16 mulheres restantes que tinham vaginites não complicadas, C. albicans foi isolada em todas. C. glabrata foi isolada em apenas dois de seus parceiros assintomáticos. CONCLUSÃO: Houve predominância de C. albicans; parceiros sintomáticos ou assintomáticos podem ter papel importante como reservatório e fonte de transmissão de leveduras, principalmente nos quadros de vulvovaginites recorrentes.
Resumo:
Ao chamar atenção para a pertinência das investigações sobre secularismos, neste artigo, busco analisar alguns aspectos de atividades seculares e religiosas que ganharam corpo no Rio de Janeiro. Escolhi descrevê-los através das relações e entrelaçamentos que estabeleceram com projetos e práticas religiosas direcionados a uma questão social que vem capturando a imaginação dos habitantes do Rio de Janeiro, a chamada "violência". As transformações do tratamento concedido à violência são encaradas como parte do processo que envolve agentes leigos e religiosos em diferentes projetos de salvação.
Resumo:
Trata-se de investigar a tese marxiana acerca do papel da violência na história, tal como enunciada em O Capital, analisando sua sintaxe de matriz hegeliana e o modo como Engels articula tal tese, para então defender uma interpretação não-teleológica da violência, segundo a qual esta apresenta uma pluralidade de formas, um caráter totalmente difuso e uma pesada materialidade.