993 resultados para Seca-Semiárido
Resumo:
Foi realizado um estudo da mastite subclínica em nove rebanhos de cabras leiteiras no semiárido paraibano com o objetivo de determinar a ocorrência da infecção, avaliar o perfil microbiológico e celular do leite, testar a sensibilidade dos microorganismos isolados frente a antimicrobianos além de identificar os fatores de risco. Foram utilizadas 131 cabras leiteiras das quais foram colhidas 261 amostras de leite para exame microbiológico e 131 para contagem de células somáticas (CCS). Na ocasião das colheitas foi realizado o California Mastitis Test (CMT) e aplicado um questionário epidemiológico por propriedade. Houve crescimento bacteriano em 30 amostras (11,49%) com 25 (83,33%) dos isolados identificados como Staphylococcus coagulase negativa e cinco (16,66%) Staphylococcus aureus. A média de CCS foi de 1,39x10(6) células/ml. O CMT apresentou baixa sensibilidade (46,7%) e baixa especificidade (60,6%) quando comparado ao exame microbiológico. A gentamicina e a associação da neomicina, bacitracina e tetraciclina foram os antimicrobianos contra os quais os microrganismos isolados apresentaram 100% de sensibilidade. Penicilina e ampicilina foram os de maiores índices de resistência (66,67% e 63,89%, respectivamente). A caprinocultura não ser a atividade principal da propriedade e o não isolamento de animais doentes, foram identificados como fatores de risco para a mastite subclínica caprina nas propriedades estudadas. Programas de controle e profilaxia da mastite devem ser implementados enfocando as medidas de higiene na ordenha e correção dos fatores de risco identificados nesse estudo.
Resumo:
Descreve-se um surto de intoxicação natural por Arrabidaea corallina (Jacq.) Sandw. (fam. Bignoniaceae) em caprinos no Município de Boqueirão, semiárido da Paraíba, durante a estação seca. De um rebanho de 550 caprinos maiores de um ano foram afetados 56 (10%) e morreram 6 (1%), com sinais clínicos de diarreia, aumento dos movimentos ruminais e depressão. Os demais animais se recuperaram após serem retirados da pastagem. O rebanho alimentava-se de pastagem nativa e nesse período dispunham de pouca forragem. Todavia, A. corallina era a única planta invasora que se mantinha verde e existia em grande quantidade. Um caprino afetado foi necropsiado. O intestino delgado apresentava conteúdo liquefeito, fétido e enegrecido e alterações de enterite catarral. Ao exame histológico observou-se enterite aguda, difusa e moderada, ocasionalmente com presença de Eimeria sp. Não foram observadas lesões macroscópicas ou microscópicas significativas em outros órgãos. A doença foi reproduzida experimentalmente em 4 caprinos após administração das folhas frescas de A. corallina em 3-6 doses diárias de 15g por kg de peso animal. Os caprinos apresentaram diarreia 3-4 dias após o início da ingestão e se recuperaram 5-6 dias após o final da administração. Conclui-se que o consumo de A. corallina é responsável pela ocorrência da doença em caprinos a campo. No entanto outras doenças como a infestação parasitária e a desnutrição podem contribuir para causar a morte dos animais. Recomenda-se a retirada de caprinos de áreas invadidas por A. corallina quando, em consequência de estiagem, não houver outra forragem disponível.
Resumo:
Malformações congênitas causadas pela ingestão de Mimosa tenuiflora têm sido observadas em ruminantes no semiárido do Nordeste Brasileiro. Neste trabalho foram estudadas as malformações congênitas em ruminantes diagnosticadas entre 2000 e 2008, em municípios da Paraíba, Pernambuco e Rio Grande do Norte. Durante o período foram recebidos 1.347 materiais de ruminantes para diagnóstico, desses 47 (3,48%) foram dignosticados como malformações congênitas. Com base no tipo de malformação e na procedência do animal as malformações foram divididas em: 1) causadas pelo consumo de M. tenuiflora; e 2) malformações esporádicas, sem causa conhecida. De 418 materiais de ovinos, 21 corresponderam a malformações, sendo 18 (4,3% do total de materiais) de malformações causadas por M. tenuiflora e 3 (0,71%) de malformações esporádicas. De 434 materiais de bovinos, 14 foram diagnosticados como malformações, sendo 8 (1,84%) causadas por M. tenuiflora e 6 (1,38%) malformações esporádicas. De 495 materiais de caprinos, 12 apresentaram malformações, sendo 9 (1,81%) causadas pela ingestão de M. tenuiflora e 3 (0,6%) malformações esporádicas. As principais malformações causadas por M. tenuiflora foram artrogripose, micrognatia, palatosquise, microftalmia e hipoplasia ou aplasia unilateral ou bilateral dos ossos incisivos. As malformações esporádicas incluiram: acefalia e hermafroditismo, dicefalia e malformações de vasos intestinais em ovinos; atresia anal em três caprinos; e hidranencefalia, atresia anal, malformações de costelas com eventração, hipoplasia cerebelar e hidrocefalia, coristoma pulmonar e meningocele, e gêmeos siameses em bovinos. O caso de hipoplasia cerebelar com hidrocefalia foi negativo pela imuno-histoquímica para o vírus da diarreia viral bovina. Malformações congênitas causadas por M. tenuiflora ocorreram durante todo o ano. A maior frequência em ovinos está aparentemente associada ao consumo da planta, na primeira fase da gestação, após as primeiras chuvas, quando as ovelhas estão sendo suplementadas e a planta é o principal volumoso disponível. As malformações ocorrem principalmente nas áreas mais degradadas, onde existe maior disponibilidade da planta e menor variedade de plantas da caatinga.
Resumo:
Este trabalho teve como objetivo determinar a ocorrência e os fatores de risco associados à infecção por Corynebacterium pseudotuberculosis em caprinos e ovinos do semiárido da Paraiba. De 640 animais examinados, 7,7% (49/640) apresentavam evidências clínicas de linfadenite caseosa. Em 59,2% (29/49) destes animais havia apenas as cicatrizes de abscessos anteriormente rompidos; em 40,8% (20/49) dos animais, os abscessos estavam intactos. Desses 20 animais, 13 (65%) caprinos apresentaram 14 abscessos, enquanto que sete (35%) ovinos apresentaram oito abscessos. Em ambas as espécies, o linfonodo pré-escapular foi o mais acometido. No exame microbiológico, constatou-se que C. pseudotuberculosis foi o agente mais frequentemente isolado, em 15 (68,2%) amostras; em uma (4,5%) foi isolado Staphylococcus coagulase negativa; uma (4,5%) Enterococcus sp.; uma (4,5%) o Proteus mirabilis e Pseudomonas aeruginosa; e em quatro (18,2%) amostras não houve crescimento bacteriano. O modelo final de regressão logística mostrou que animais provenientes de rebanhos em que seus proprietários deixavam os abscessos romperem naturalmente tiveram maior chance de apresentar linfadenite caseosa (odds ratio =8,19; IC 95% =1,75-38,25; p=0,008). Conclui-se que os caprinovinocultores da região devem adotar medidas profiláticas em seus rebanhos, como abertura e drenagem precoce dos abscessos superficiais e destino adequado do conteúdo. Tais medidas, associadas à inspeção periódica do rebanho, descarte de animais doentes e não introdução de animais infectados, contribuirão significativamente para o controle desta infecção.
Resumo:
Este trabalho teve como objetivos determinar a prevalência de propriedades de caprinos leiteiros positivas e de animais soropositivos para leptospirose no semiárido paraibano. A amostragem foi delineada para a determinação da prevalência de propriedades positivas (focos) e de animais soropositivos para a infecção por Leptospira spp. No total, foram colhidas amostras de sangue de 975 animais procedentes de 110 propriedades leiteiras localizadas no Munícipio de Monteiro, microrregião do Cariri Ocidental, Estado da Paraíba. Para o diagnóstico da infecção por Leptospira spp., foi utilizado o teste de soroaglutinação microscópica (SAM), utilizando como antígenos 24 sorovares. Uma propriedade foi considerada foco quando apresentou pelo menos um animal soropositivo. As prevalências de propriedades positivas e de animais soropositivos foram de 43,6% (IC 95% = 34,2-53,4%) e de 8,7% (IC 95% = 5,7-12,9%), respectivamente. Nos animais, os sorovares mais frequentes foram Autumnalis (1,74%; IC 95% = 0,97-3,09%), Sentot (1,71%; IC 95% = 0,82-3,52%) e Whitcomb (1,39%; IC 95% = 0,65-2,93%), e nas propriedades, os sorovares Autumnalis (10,9%; IC 95% = 5,8-18,3%), Whitcomb (8,2%; IC 95% = 3,8-15,0%) e Sentot e Patoc (7,3%; IC 95% = 3,2-13,8%) foram os mais frequentes. Sugere-se que a infecção está distribuída em caprinos da região, e que há necessidade de implantação de medidas de controle e prevenção, com o intuito de reduzir a ocorrência da infecção e, consequentemente, diminuir perdas econômicas ocasionadas e bloquear a possível transmissão do agente aos seres humanos.
Resumo:
Dermatite alérgica sazonal foi diagnosticada em um rebanho de 40 ovinos da raça Santa Inês no município de Jucurutú, Estado de Rio Grande do Norte. Para o estudo epidemiológico e observação dos sinais clínicos a propriedade foi visitada periodicamente entre 2007 e 2010. Os ovinos eram criados extensivamente em campo nativo cortado pelo rio Piranhas e com um açude permanente. Entre 2007 e 2009 adoeceram 13 (32,5%) ovinos de um total de 40. As lesões eram observadas durante a época da chuva e regrediam total ou parcialmente durante a seca, reaparecendo no próximo período chuvoso. Os animais que foram retirados da área se recuperaram. No final de 2009 foram eliminados os animais susceptíveis e três novos casos apareceram em 2010. A pele apresentava lesões alopécicas, crostosas, enrugadas, esbranquiçadas e com intenso prurido, localizados na região da cabeça (orelhas, ao redor dos olhos e região frontal), região dorsal do corpo e garupa. Histologicamente, a epiderme apresentou hiperqueratose, acantose, hipergranulose e moderada espongiose. Na derme havia infiltrado inflamatório, principalmente perivascular, composto por eosinófilos, macrófagos e plasmócitos. Observou-se queratose de folículos pilosos e dilatação das glândulas sudoríparas. No hemograma, os valores de todos os animais estavam dentro dos valores normais. Em abril e junho de 2010 foram realizadas capturas de insetos com armadilhas luminosas CDC, sendo 110 dípteros capturados, dos quais 43 foram identificados como Culicoides insignis Lutz. Considerando que esta espécie tem sido associada à dermatite alérgica em outras regiões conclui-se que a doença é uma dermatite alérgica sazonal associada à picada de C. insignis.
Resumo:
Este trabalho teve como objetivo determinar a prevalência de rebanhos ovinos positivos (focos) e de animais soropositivos para leptospirose na região semiárida do Estado da Paraíba, bem como identificar fatores de risco. Foram colhidas amostras de sangue de 1.275 animais procedentes de 117 rebanhos em 19 municípios da mesorregião do Sertão, Estado da Paraíba. Para o diagnóstico sorológico da leptospirose foi utilizado o teste de soroaglutinação microscópica (SAM), com 24 sorovares de Leptospira spp. como antígenos. Um rebanho foi considerado positivo quando apresentou pelo menos um animal soropositivo. Das 117 propriedades utilizadas 33 (28,20%) apresentaram pelo menos um animal soropositivo, e dos 1.275 animais 69 (5,41%) foram soropositivos, com títulos variando de 100 a 3200. O sorovares reagentes foram Autumnalis (49,30%), Andamana (27,53%), Sentot (17,39%), Whitcomb (4,34%) e Australis (1,44%). Possuir mais de 48 animais no rebanho (odds ratio = 2,26; IC 95% = 1,33 -5,07; p = 0,021) e participação em exposições (odds ratio = 9,05; IC 95% = 0,96 - 85,71; p = 0,055) foram identificados como fatores de risco. Sugere-se a necessidade de estudos acerca do isolamento do agente, da caracterização de sua patogenicidade e do seu impacto econômico nos rebanhos ovinos da região, bem como recomenda-se maior controle sanitário nas aglomerações de animais.
Resumo:
Objetivou-se, com este estudo, evidenciar os sinais clínicos e laboratoriais desta enfermidade para auxiliar na caracterização da doença de forma natural na área semi-árida da região nordeste. Foram avaliados 10 cães positivos para Trypanosoma cruzi, identificados mediante análises sorológicas de reação de imunofluorescência indireta (RIFI) e enzyme linked immunosorbent assay (ELISA); análise molecular pela Reação em Cadeia Polimerase (PCR), microscopia direta e hemocultura. Os cães chagásicos foram submetidos à avaliação física, verificação da pressão arterial, exames eletrocardiográficos, radiográficos, hematológicos (eritrograma e leucograma) e bioquímicos (ureia, creatinina, ALT, AST, PT, albumina, globulina, CK, CK-MB e cTnI). O exame físico e os valores das pressões arteriais dos cães apresentaram dentro dos parâmetros de normalidade, enquanto que na eletrocardiografia observou-se FC normal com ritmo sinusal, com exceção de um cão, que apresentou taquicardia sinusal (168 bat/min). No ECG de oito cães houve aumento da duração de P (47±6,5ms) sugestivo de aumento atrial, não confirmado radiograficamente. Foi observado supradesnivelamento do segmento ST em um cão. Nos resultados hematológicos constatou-se trombocitopenia (187,4x10³ ±137,2x10³) e anemia (5,0x10(6) ±1,39x10(6)/uL). Os valores médios da hemoglobina (11±2,7g/dL) e do hematócrito (34±10,5%) estavam abaixo dos limites de normalidade. A série branca apresentou-se dentro dos limites de normalidade, com exceção da eosinofilia observada em três cães. Individualmente, registrou-se em dois cães, leucocitose, linfocitose e neutrofilia. Na avaliação bioquímica, registrou-se hiperproteinemia (7,2±0,9g/dL), hipoalbuminemia (2,2±0,4g/dL), hiperglobulinemia (5,1±1,0g/dL) e aumento da CK (196±171U/L). Não houve alteração nas enzimas ALT e AST. A isoenzima CK-MB e o cTnI alteraram somente em três cães. Os cães infectados naturalmente no semiárido nordestino apresentam características relacionáveis à forma crônica indeterminada, ou seja, cães assintomáticos. A identificação dos cães infectados naturalmente sem características patognomônicas da doença de Chagas ressalta a importância desta enfermidade no processo diagnóstico com as demais que manifestam perfis inespecíficos associados ou não às doenças cardiovasculares.
Resumo:
Os roedores silvestres quando criados em cativeiro podem ser acometidos por ectoparasitos que afetam a sua sanidade. Este trabalho objetivou identificar a ectofauna natural do preá Galea spixii criado nas condições de cativeiro no semiárido do Rio Grande do Norte e estudar o comportamento da dinâmica comportamental do ectoparasitismo mais prevalente. Utilizou-se 40 espécimes de spixii cativos do Centro de Multiplicação de Animais Silvestres da Universidade Federal Rural do Semi-Árido. Os exemplares foram anestesiados e examinados para busca de ectoparasitos, durante os meses de março a outubro de 2010. Os preás estudados apresentaram Amblyomma sp., Demodex sp. e Gliricola quadrisetosa. Os dados de frequência de G. quadrisetosa, espécie de maior prevalência, revelaram que a média de piolhos recuperados nas distintas áreas corporais, foi maior para exemplares fêmeas (p=0,0498). O período climático não influenciou na frequência de G. quadrisetosa recuperada dos animais (p>0,05). Da ectofauna identificada em G. spixii, notifica-se Demodex sp. como primeiro registro neste roedor nas condições semiáridas do Brasil. Os dados sugerem que a área corporal e o período não interferiram na infra população de Gliricola quadrisetosa encontrada em Galea spixii.
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Neste trabalho descreve-se a frequência de carcinomas de células escamosas diagnosticados pelo Laboratório de Patologia Animal (LPA) do Hospital Veterinário da Universidade Federal de Campina Grande (UFCG) em bovinos, ovinos, caprinos e equinos no semiárido da Paraíba, durante o período de 1983 a 2010, analisando dados epidemiológicos e fatores de risco. Foi realizada a análise dos fatores de risco, mediante o teste de qui-quadrado de aderência, considerando como variáveis espécie, raça, sexo, idade e localização da massa tumoral. Durante o período foram registrados 3.153 diagnósticos provenientes de biópsias e necropsias. Destes, 81 casos (2,7%) foram de carcinomas de células escamosas. A frequência por espécie foi de 4% (42/1052) em bovinos, 2,5% (15/603) em equinos, 1,7% (12/709) em ovinos e 1,5% (12/789) em caprinos, sendo significativamente maior em bovinos (p<0,001). Todos os casos apresentavam características histológicas de CCE, variando apenas o grau de diferenciação celular. Em bovinos e caprinos, a frequência do tumor foi significativamente maior em animais adultos (p<0,001 e p<0,005, respectivamente). Nos bovinos a localização preferencial foi em olhos e região periocular (p<0,001) e nos ovinos na pele (p=0,018), principalmente na cabeça, enquanto que nas outras espécies não foram encontradas diferenças significantes na localização do tumor. Sugere-se que a maior frequência de CCE em bovinos deve-se à constituição do rebanho, formado predominantemente por fêmeas da raça Holandesa.
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Objetivou-se com este estudo determinar a frequência dos tumores diagnosticados em cães e gatos no Hospital Veterinário da Universidade Federal de Campina Grande (UFCG), Patos, Paraíba, Brasil, entre os anos de 2003 a 2010. Foram revisados todos os protocolos de necropsias e biópsias realizadas no Laboratório de Patologia Animal da referida instituição, e computados os dados referentes aos animais afetados. Os tumores mais frequentes em cães ocorreram na pele e anexos (46,7%), seguido da glândula mamária (24%), sistema genital (10,3%) e sistema digestório (6,5%). Os tumores malignos foram mais frequentes que os benignos (p=0,001), representando 78% e 22% respectivamente. Em gatos, as frequências de neoplasmas de pele e glândula mamária foram idênticas (39,4% cada), seguidas das do sistema digestório (8,5%) e fígado (5,7%). Os tumores malignos representaram 95,8% dos tumores diagnosticados nesta espécie. Cães sem raça definida tiveram menor frequência (16%) de tumores do que animais de diferentes raças (37,2%) (p<0,0001). A ampla variedade de neoplasmas que acomete cães e gatos dificulta ao veterinário o diagnóstico clínico e o tratamento das mesmas, sendo recomendável o diagnóstico histológico sistemático de todas as lesões suspeitas de serem neoplasias. Além disso, são necessários estudos que determinem os fatores epidemiológicos envolvidos no desenvolvimento dos tumores que acometem os cães e gatos, nas diferentes regiões, a fim de serem tomadas medidas para diminuir sua ocorrência e letalidade.
Resumo:
As doenças do sistema digestório de caprinos e ovinos na região semi-árida do nordeste do Brasil foram avaliadas através de um estudo retrospectivo de 2.144 atendimentos de pequenos ruminantes no Hospital Veterinário da Universidade Federal de Campina Grande, Patos, Paraíba, no período de janeiro de 2000 a dezembro de 2011. Os registros foram revisados para determinar a ocorrência e as principais características clínicas, epidemiológicas e patológicas dessas enfermidades. De um total de 512 casos (23,9%) de distúrbios digestivos, 367 (71,7%) ocorreram em caprinos e 145 (28,3%) em ovinos. As helmintoses gastrintestinais e a coccidiose foram as doenças mais frequentes, com um total de 330 casos. Os distúrbios da cavidade ruminoreticular (acidose, indigestão simples, timpanismo, e compactação ruminal) totalizaram 94 casos. O abomaso foi afetado primária e secundariamente por úlceras. Casos de obstrução e compressão do trato gastrointestinal também foram observados. Malformações como atresia anal e fenda palatina foram registradas em ambas as espécies, sendo esta última associada à ingestão de Mimosa tenuiflora. Entre as doenças infecciosas foram observados cinco casos de ectima contagioso, dois casos de paratuberculose e dois casos de pitiose gastrointestinal. Em sete animais suspeitou-se de enterotoxemia e 31 casos foram diagnosticados como enterite inespecífica. A não utilização de práticas de controle integrado de parasitas e a utilização de alimentos inadequados durante o período de escassez de forragem contribuiu para a ocorrência de um grande número de doenças. A prática de conservação de forragens poderia reduzir substancialmente a ocorrência de distúrbios digestivos na região semiárida.
Resumo:
O objetivo do presente trabalho foi determinar as prevalências de propriedades positivas e animais soropositivos para Chlamydophila abortus em ovinos deslanados da região semiárida do Nordeste do Brasil, bem como identificar fatores de risco. Foram colhidas amostras de sangue de 476 ovinos procedentes de 72 propriedades em 14 municípios na mesorregião do Sertão, Estado da Paraíba. Para o diagnóstico sorológico da infecção por Chlamydophila abortus foi utilizada a reação de fixação de complemento (RFC). Uma propriedade foi considerada positiva quando apresentou pelo menos um animal soropositivo. Das 72 propriedades usadas 38 (52,8%) apresentaram pelo menos um animal soropositivo, e dos 476 animais 94 (19,7%) foram soropositivos. Participação em exposições (odds ratio =4,31; IC 95% =1,80-10,35; p=0,011) foi identificada como fator de risco. Sugere-se que a infecção por Chlamydophila abortus encontra-se disseminada em ovinos da região, e baseando-se na análise de fatores de risco, recomenda-se o controle sanitário nas exposições de animais.
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Os objetivos do presente trabalho foram determinar a prevalência de caprinos leiteiros soropositivos para a infecção por Lentivirus de pequenos ruminantes no semiárido do Estado da Paraíba, Nordeste do Brasil, identificar fatores de risco associados à prevalência de rebanhos positivos, e realizar a detecção molecular do agente. Foram utilizadas 1047 cabras leiteiras de 110 propriedades selecionadas aleatoriamente no Município de Monteiro, Estado da Paraíba, no período de março de 2009 a dezembro de 2011. Para o diagnóstico da infecção por Lentivirus, foi utilizado o teste de imunodifusão em gel de ágar (AGID). Um ano após foi realizada nova sorologia, e PCR em tempo real foi aplicada em amostras de sangue e leite de 48 cabras procedentes de quatro propriedades com animais soropositivos. As prevalências de propriedades positivas e de animais soropositivos na AGID foram 44,6% (IC 95% = 35,1% - 54,3%) e 8,1% (IC 95% = 5,6% - 16,8%), respectivamente. Realizar corte e desinfecção de umbigo (odds ratio = 2,44; p = 0,048) e condições de aglomeração de animais (odds ratio = 3,45; p = 0,048) foram associadas com a prevalência de propriedades positivas. Um ano após a realização do inquérito sorológico, foi verificada a permanência de animais infectados, detectados por PCR em tempo real a partir de amostras de sangue e leite. A PCR em tempo real das amostras de leucócitos circulantes apresentou boa performance, com sensibilidade de 100%, especificidade de 92,86%, concordância de 93,75% e indicador Kappa de 0,765. Sugere-se que seja realizado um trabalho de educação sanitária junto aos produtores sobre medidas de prevenção com o objetivo de reduzir a disseminação da infecção nos rebanhos.
Resumo:
Este trabalho teve como objetivo determinar a prevalência de rebanhos ovinos positivos (focos) e de animais soropositivos para Brucella ovis na mesorregião do Sertão, Estado da Paraíba, Nordeste do Brasil, bem como identificar fatores de risco. Foram colhidas amostras de sangue de 1.134 animais procedentes de 103 rebanhos em 17 municípios. Para o diagnóstico sorológico da infecção por B. ovis foi utilizado o teste de imunodifusão em gel de ágar (IDGA). Um rebanho foi considerado positivo quando apresentou pelo menos um animal soropositivo. Das 103 propriedades utilizadas 21 (20,39%) apresentaram pelo menos um animal soropositivo e dos 1.134 animais, 59 (5,20%) foram soropositivos. Realizar higiene nas instalações com periodicidade anual (odds ratio = 7,13; IC 95% = 1,56-32,47; p=0,011) e aquisição de animais (odds ratio = 6,06; IC 95% = 1,39-26,48; p=0,017) foram identificados como fatores de risco. Com base na análise de fatores de risco, recomenda-se a realização de diagnóstico da infecção por B. ovis previamente à aquisição de animais e realização periódica de higienização das instalações.