949 resultados para Souza, Márcio, 1946- . Lealdade. Crítica e Interpretação
Resumo:
Esta dissertao tem por objetivo investigar como Alice Munro e Margaret Laurence se apropriam de gneros cannicos, especificamente do Bildungsroman e do Knstlerroman, para subvert-los e representar verses diferentes do sujeito feminino atravs de romances de cunho autobiogrfico escritos por mulheres. A investigao focada em dois romances: Lives of Girls and Women (1971), escrito por Alice Munro, e The Diviners (1974), escrito por Margaret Laurence. No romance de Alice Munro, as estratgias de apagamento das fronteiras entre gneros, a ideia de que perspectivas de realidade mudam de acordo com a experincia e a memria de cada indivduo, como tambm a nfase no desenvolvimento da protagonista enquanto pessoa e escritora, so assuntos amplamente discutidos. No romance de Margaret Laurence, a nfase no aspecto subjetivo da memria, a desconstruo de esteretipos de gnero e a renegociao da representao do sujeito feminino para o alcance de uma identidade feminina autnoma na vida e na arte so os principais assuntos investigados. Em vista disso, esta dissertao visa mostrar como a representao da identidade feminina redefinida por duas escritoras canadenses que se apropriaram de discursos dominantes para subvert-los e, ento, reescreverem suas histrias
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A importncia do tema de Orfeu na dramaturgia brasileira uma evidncia j comprovada e explorada. Esta dissertao segue outra direo: prope um estudo comparativo, permeando a relao da poesia de Vinicius de Moraes com o mito de Orfeu, emblema da genuna musicalidade potica. Os eventos mticos enfrentados pelo heri grego renem temas que, assimilados aos versos do poeta brasileiro, funcionam como pautas sinalizadoras de uma potica marcada pela sensibilidade musical e por uma metafsica do prprio fazer potico. Desse modo, a dissertao adota a metfora musical, para compreender o legado de Orfeu numa linhagem de poetas brasileiros do sculo XX, dentre os quais Vinicius se destaca pela versatilidade de sua lira. O trabalho se divide em trs acordes: no primeiro, so apresentados aspectos do mito antigo e sua revivescncia, modulada, nas obras de Murilo Mendes, Jorge de Lima, Carlos Drummond de Andrade e Vinicius de Moraes; no segundo, centrado j na poesia viniciana, examinam-se dois lugares de ressonncia da problemtica rfica que resultam nas poticas do exlio e do silncio; o terceiro se fixa no pthos dos poetas, o mtico e o brasileiro. Em cada acorde, notas distintas so entoadas com maior expressividade transferncias culturais, legado rfico, crtica filosfica, retrica do olhar, tragicidade e riso. Para compreender a partitura que rege a comparao, no mbito mais geral, Peter Szondi, Gilbert Durand e Aby Warburg iluminam as ponderaes; na pauta de Orfeu, comparecem estudos de Luis Krausz, Marcel Detienne, Manuel Antnio de Castro e Carlinda Nuez; e, no que tange obra de Vinicius de Moraes, Alfredo Bosi, Otto Lara Resende, Dalma Nascimento, entre outros contemporneos, so essenciais. O estudo resulta na identificao de um substrato rfico, que constitui um canal de transferncia cultural peculiar, na obra de Vinicius de Moraes
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O presente trabalho visa estabelecer uma reflexo sobre o conto e mais propriamente sobre a linguagem como aquilo que propicia e concede ao homem a sua essncia. Para isto, tem como proposta estabelecer uma leitura do livro Grande serto: veredas, de Guimares Rosa, luz de alguns versos de Fernando Pessoa, especialmente um verso do heternimo Ricardo Reis: somos contos contando contos, nada. Nesta esteira, o presente estudo procura estebelecer afinidades eletivas entre os textos pela via do tema proposto. Neste sentido, considera-se que Fernando Pessoa fez da sua vida uma grande obra literria, sendo ele prprio um conto a contar contos, sendo a experincia heteronmica a evidncia do poder de criao da lngua vivenciado pelo escritor. Considera-se tambm que a obra Grande serto: veredas de Guimares Rosa pode ser lida como um grande conto, tendo por base uma declarao feita pelo prprio autor em entrevista. Desta forma, o presente trabalho procura desenvolver o gesto de contar como a forma como o homem torna o mundo habitvel, abordvel, e tambm como a prova de sua prpria existncia, sendo o gesto de colocar as palavras a caminho a forma de realizar a travessia da vida atravs das palavras
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O perodo de transio da dcada de 20 para a de 30 dentro do Modernismo brasileiro muito estudado por crticos. Por um lado, defende-se a ideia de que ambas as dcadas pertencem a um mesmo movimento, mas com perspectivas diferentes. Por outro, cogita-se que os dois momentos constituem movimentos literrios distintos. Para Joo Luiz Lafet, a gerao de 20 e a de 30 fazem parte de um mesmo movimento, contudo, h uma distino entre elas: a dcada de 20 caracterizou-se por uma nfase em um projeto esttico, em que predomina o trabalho com a lngua e a sua forma, e a gerao de 30, por uma proeminncia de um projeto ideolgico, que priorizou a discusso social. Lus Bueno defende a ideia de que a literatura produzida nos dois decnios se comportou de forma muito divergente e que as duas dcadas no so parte de um mesmo momento literrio, ainda que se reconhea o valor da gerao de 20 para a subsequente. Nesse trabalho, veremos como na obra de Graciliano Ramos esses dois projetos que Lafet prope so indissociveis, sobretudo pelo trabalho do autor com a metalinguagem, entendida como um processo presente em todos os atos da conscincia, como defende Harald Weinrich. Observar-se- em So Bernardo e Vidas secas como a reflexo metalingustica por meio dos narradores e personagens evidencia o trabalho com a lngua esttica e ideologicamente
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No romance A defesa Lujin, de Vladimir Nabokov, publicado em russo em 1930, o texto procura levar o leitor a adotar processos mentais similares ao de um jogador de xadrez e de um esquizofrnico, caractersticas do personagem-ttulo do romance. Delineiam-se as expectativas e circunstncias de um ser de papel que se v jogando um xadrez em que tambm pea e traam-se paralelos com as expectativas e circunstncias do leitor perante esse texto literrio. O prefcio de Nabokov edio em ingls de 1964 tomado como indcio de um leitor e um autor implcitos que ele procura moldar. Para anlise dos elementos textuais e nveis de abstrao mental envolvidos, recorre-se esttica da recepo de Wolfgang Iser e a diversas ideias do psiquiatra e etnlogo Gregory Bateson, entre elas o conceito de duplo vnculo, com ateno s distines entre mapa/territrio e play/game. Um duplo duplo vnculo perpetrado na interao leitor-texto: 1) o leitor convidado a sentir empatia pela situao do personagem Lujin e a consider-lo lcido e louco ao mesmo tempo; e 2) o leitor colocado como uma instncia pseudo-transcendental incapaz de comunicao com a instncia inferior (Lujin), gerando uma angstia diretamente relacionvel ao seu envolvimento com a fico, replicando de certa forma a loucura de Lujin. A sinestesia do personagem Lujin identificada como um dos elementos do texto capaz de recriar a experincia de jogar xadrez at para quem no aprecia o jogo. Analisa-se a conexo entre a esquizofrenia ficcional do personagem Lujin e a viso batesoniana do alcoolismo
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Cobra Norato (1931), do autor gacho Raul Bopp (1898-1984), constitui uma das mais significativas obras do Modernismo brasileiro. Neste poema, dividido em 33 pequenos cantos, o personagem central um homem que, aps apossar-se da pele serpentria, empreende uma viagem em busca de sua amada, a filha da rainha Luzia, em poder de Cobra Grande, lendrio vilo. Sendo o protagonista um viajante, Cobra Norato faz da travessia uma noo extremamente produtiva. Observaremos no estudo proposto, em que medida a ideia do deslocamento corrobora para uma das principais metforas boppianas, manifestada na viso emptica que seu texto instaura. De razes folclricas, com ressonncias da literatura popular e inspirado num mito amaznico, Raul Bopp busca, pelo trabalho literrio, criar uma linguagem adequada ao mundo que tematiza. Aproveitamos o conceito de imagem concebido por Aby Warburg (2010) para analisar como esta potica reproduz em suas nuances, a lgica da sobrevivncia. Com Gaston Bachelard (1991) e Jean-Pierre Richard (1954) estudamos ainda as leituras que a presena da matria lamacenta, intensamente presente na terra do Sem-fim, espao de travessia do heri, pde suscitar parte do sentido de descida primitivista. Vale ressaltar que o poema em questo foi idealizado sob as inspiraes da corrente Antropofgica, desse modo, tambm pretendemos problematizar como os signos de tal projeto esttico-ideolgico so trabalhados no campo metafrico da poesia. Por isso destacamos, paulatinamente, a ateno dada ao desejo de unir duas pontas temporais a Idade de Ouro em que nos encontrvamos, segundo a viso mtica do paraso nos textos da formao da nacionalidade, e a Idade de Ouro a que chegaramos, depois da reviso crtica da corrente antropofgica , reafirmando o modelo de sociedade idealizado pela antropofagia (ANDRADE, 1928). Com auxlio de Lgia Morrone Averbuck (1985), Vera Lcia Oliveira (2002), Otho Moacyr Garcia (1962), M. Cavalcante Proena (1971), Lcia S (2012) entre outros, a pesquisa tambm pretende pr em questo algumas das principais interpretaes sobre Cobra Norato e fomentar o debate em torno dos dilemas e contradies de uma identidade cultural miscigenada, discusso tambm alcanada na malha simblica do poema
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O Simbolismo surge na Frana em meio a um turbilho de transformaes advindas da modernidade. Estas transformaes levaram os indivduos a repensarem os pressupostos racionalistas e cientificistas. Desta maneira, o esprito da decadncia, que est na base do movimento simbolista, se instaura em 1857, quando Charles Baudelaire lana sua obra As flores do mal, desenvolvendo uma poesia voltada para a inovao do estilo e para uma temtica nova. Para isso, aborda assuntos tabus naquela sociedade, fala da monotonia dos tempos modernos, da solido existencial e inclui coisas consideradas srdidas e repugnantes em seus versos. O movimento, ento, se desenvolve pelo mundo seguindo os pressupostos decadentistas inaugurados por Baudelaire e chega a Portugal e ao Brasil. Nestes pases, veremos que a esttica do Simbolismo no ter o mesmo prestgio que na Frana, porque se desenvolver em oposio ao esprito nacionalista, patritico e positivista, praticado pelo Realismo na prosa e o Parnasianismo na poesia. Assim, o movimento simbolista no ter um lugar de destaque dentro do campo literrio nesses dois pases, permanecendo margem dos cnones hegemnicos. Observaremos como o gnero gtico de lvares de Azevedo e A Gerao do Trovador, anteriores ao Simbolismo no Brasil e Portugal, respectivamente, se constituem como precursores desse movimento esttico. Analisamos ainda o lugar, a potica e a crtica de Nestor Vtor no campo literrio brasileiro e o lugar e a potica de Camilo Pessanha no campo literrio portugus, buscando, com base nas conceituaes tericas de Pierre Bourdieu e Dominique Maingueneau sobre a gnese do campo literrio e o discurso literrio, os diferentes posicionamentos dos agentes, suas cenas de enunciao e seus espaos, responder ao porqu do desprestgio do movimento simbolista no Brasil e em Portugal
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Este trabalho consiste em investigar as marcas do pensamento da desconstruo, em especial da filosofia de Jacques Derrida, nos ensaios crticos de Silviano Santiago. No entanto, o objetivo no se esgota em uma visada meramente expositiva, ou seja, apenas colocar em relevo as noes propostas pelo filsofo argelino em suas obras que por ventura apaream nos ensaios selecionados crtico literrio. Mais do que isso, pretende-se mostrar como a articulao desconstrutora til ao crtico na discusso de seus prprios temas, principalmente a questo da dependncia cultural. Foram selecionados ensaios de suas coletneas publicadas no fim do sculo XX e incio do XXI, de modo a evidenciar um eixo temtico que perpassa a sua obra, voltada a pensar os esquemas cristalizados de trocas culturais, a partir de questionamentos amplos que visam a subverter as hierarquias estabelecidas, abrindo espao para a alteridade do outro como diferena, mediante o aporte da noo derridiana de diffrance. No que concerne especificamente aos estudos literrios, sero apresentadas as leituras que Santiago faz das estratgias estticas que reiteram, deslocam ou reiteram para deslocar os paradigmas de globalizao, considerando a literatura como uma modalidade discursiva inserida no campo mais amplo da cultura, afinando sua discusso com as estratgias desconstrutoras de Derrida
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O presente trabalho objetiva o exerccio de criao em torno do dia 8 de maro de 1914, dito como triunfal pelo poeta Fernando Pessoa, nos momentos que antecedem a escrita do poema O guardador de rebanhos, de autoria do heternimo Alberto Caeiro. A partir de versos do poema intenta-se uma construo ficcional fincada em um estado onrico que canal para os fluxos de criao, preparao para o que vai eclodir: um poema potente que emerge do mistrio da heteronmia, renncia do poeta sua voz para dar lugar ao OUTRO que dele difere, porm dele surge, nele mora. H no espao ficcional a ideia de inscrever a data de 8 de maro de 1914 como um terceiro marco na biografia do poeta que negou ter biografia, apenas nascimento e morte como limites entre os quais a vida correu como obra, como fazer poesia. A data que d carne ao poema fico dentro da fico, contraponto de guerra em meio luz da poesia que nasce como tarefa heroica de enfrentamento diante dos perigos do mundo. O trabalho pretende chegar mais perto de uma verdade que s atravs da fico pode ser tocada: sentir o fluxo de um dia no processo de criao do poeta, ser livre como ele, na ousadia de recriar o momento da escrita do poema em 1914
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Este trabalho tem como objetivo propor um dilogo terico entre as obras O Ato de Leitura: uma teoria do efeito esttico (1996, 1999), de Wolfgang Iser, e O Prazer do Texto (2006), de Roland Barthes. Da primeira obra, interessa-nos particularmente a formulao terica sobre o vazio que, a nosso ver, pode ser articulada a outras elaboradas por Barthes na sua referida obra, sobretudo delicada distino entre gozo e prazer. A partir do entretecimento de uma rede terica fundamentada nesta inter-relao, poderemos propor um ponto de vista concatenador que permita observar o objeto literrio simultaneamente sob algumas noes oriundas da Teoria do efeito e outras vindas do pensamento barthesiano. A nosso ver, possvel demonstrar que as noes barthesianas de texto de prazer e textos de fruio ou gozo podem se adequar observao do texto literrio, quando considerado em relao forma e abundncia dos vazios que eclodem na sua relao dialtica com o leitor
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Esta dissertao se prope a estudar o tema do duplo a partir da produo flmica de Hanns Heinz Ewers, O estudante de Praga, e o conto de Mrio de S-Carneiro, A confisso de Lcio, ambos de 1913. Asduas narrativas se organizam em torno de um tringulo amoroso e compartilham o mesmo destino trgico. Tomando como suporte, inicial, de leitura os textos de Freud e Rank, de 1914, Sobre o narcisismo: uma introduo e O duplo, respectivamente, o artigo de Lacan, O estdio do espelho como formador da funo do eu (1949) e seu seminrio sobre a angstia, pretende-se estabelecer um dilogo entre literatura e psicanlise, considerando a questo do desdobramento do eu e suas variantes, a ciso do eu em mltiplos eus e o desaparecimento da imagem. A imagem no espelho, a princpio fonte de jbilo, escamoteia um drama: o drama de um sujeito que se constitui a partir de uma fico
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Esta dissertao trata de duas obras autobiogrficas escritas por autoras nativas que ganharam reconhecimento na dcada de 70: Bobbi Lee Indian Rebel (1975), da nativo-canadense Lee Maracle, e The Turquoise Ledge: a Memoir (2010), da nativo-americana Leslie Marmon Silko. A importncia destas autoras para a Renascena Nativo-Americana/Canadense inegvel, e cada uma delas contribuiu fazendo uso de estratgias diferentes: enquanto Maracle comeou sua carreira com Bobbi Lee Indian Rebel, de cunho autobiogrfico, Silko esperou mais de trinta anos para publicar The Turquoise Ledge. A problematizao de se ver estas obras pelo olhar estritamente ocidental, ou estritamente nativo, discutida, assim como o aparentemente inevitvel tom poltico dessas narrativas. Ainda que mais de trs dcadas separem a publicao das obras selecionadas, perguntas como: Estas obras podem ser consideradas literatura?, Elas tm como principal propsito engrandecer feitos pessoais das autoras?, ou Como essas narrativas contribuem para o empoderamento do povo Nativo? podem nunca chegar a serem respondidas, mas, de fato, incitaram a escrita desta dissertao e nortearam nossa anlise
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Esta pesquisa tem por objetivo, em perspectiva comparada, analisar o encontro de duas artes: a literatura e a pintura, observado na obra O Baro de Lavos (1891), de Abel Botelho. O romance naturalista, com traos decadentistas, do escritor Abel Botelho que abre a srie intiulada Patologia Social (1891) nos mostra, como diz Jos Carlos Seabra Pereira, um tempo em se convegiam o romantismo,o realismo e pretenses de modernidade baudealiriana (mais ou menos satanistas) (PEREIRA, 1995) e onde as diversas categorias das artes se encontram e se conjugam. Nesse cenrio catico, mas profcuo, temos este romance que estabelece a arte plstica como ponto focal dentro do texto. Analisa, sobretudo, o processo da escrita onde foi possvel constatar a deformao do belo em grotesco ao longo do romance. Investiga a questo imagtica encontrada no texto botelhiano, caracterizada atravs da gravura Rapto de Ganimedes; litografia de grande simbologia dentro dessa obra literria, pois representa o ideal esttico idealizado pelo prprio Baro, e tudo de significativo que compe a trajetria e as emoes de D. Sebastio ao longo de sua vida, portanto permeando e atravessando toda narrativa
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Esta dissertao pretende desenvolver um estudo sobre o humor nos contos do escritor angolano Joo Melo, a partir dos livros Filhos da Ptria (2001), O dia em que o Pato Donaldo comeu pela primeira vez a Margarida (2006) e O homem que no tira o palito da boca (2009). Fundamentada nas perspectivas freudiana e lacaniana a respeito dos paradoxos do humor, pretende-se, ainda, apontar o aspecto tragicmico de seus textos e o modo como a ironia, estratgia discursiva contundente em seus contos, mostra-se como a principal estratgia discursiva do humor. Intenta-se, ainda, apontar a relao entre a literatura de Joo Melo e o processo criativo da sublimao, identificando-a, assim, como obra de arte, por excelncia. Pelo discurso potico de Joo Melo, revive-se a histria angolana, produzindo novas metforas, incluindo novos significados e abrindo, assim, novos caminhos. A partir da mxima Seria trgico, se no fosse cmico, a Angola de Joo Melo seria traumtica, se no fosse desconstruda por sua literatura
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As narrativas em torno da busca do Graal tiveram origem no sculo XI e foram de grande importncia para fixar a imagem de um personagem tpico da sociedade medieval, o cavaleiro, como um novo modelo heroico. Nesse sentido, os cavaleiros que encontraram o Graal nessas narrativas, especialmente no ciclo literrio conhecido como Matria da Bretanha, representam a configurao mxima desse paradigma. Esta pesquisa visa analisar a permanncia de tal imagem no cinema, que igualmente uma arte narrativa, como o eram as novelas de cavalaria que originaram o modelo. O corpus a ser analisado so trs significativas obras do cineasta norte-americano Terry Gilliam que direta ou indiretamente retomam a questo do Graal: Monty Python em busca do Clice sagrado (Monty Phyton and The Holy Grail, 1974), O pescador de iluses (The Fisher King, 1991) e Os doze macacos (Twelve Monkeys, 1995). Assim, procura-se com esta tese traar um panorama das retomadas da imagem literria e medieval dos cavaleiros no cinema, assim como observar as mudanas no padro dessas imagens descritas literariamente para sua representao ptico-sonora