996 resultados para Cabeça - Câncer - Diagnóstico
Resumo:
O câncer de ovário é a neoplasia ginecológica mais letal e a sobrevida global é inferior a 40% em cinco anos. Isto ocorre principalmente porque a maioria das pacientes apresenta estadios avançados no momento do diagnóstico. Nestes casos as opções terapêuticas - citorredução e quimioterapia - são apenas parcialmente efetivas. Quando diagnosticado precocemente, por outro lado, a sobrevida em cinco anos é superior a 90% e a cirurgia geralmente é o único tratamento necessário. No entanto, em função da baixa prevalência do câncer de ovário na população, mesmo testes muito específicos produzem altas taxas de resultados falso-positivos e aumento de intervenções cirúrgicas para abordar massas anexiais assintomáticas. Com base nestes fatos, é essencial a busca de métodos e estratégias para se detectar estes tumores em estádios iniciais e ao mesmo tempo evitar intervenções desnecessárias. Neste artigo são revisadas as bases e as possíveis conseqüências de estratégias para a detecção precoce dos tumores ovarianos. São discutidos os principais métodos disponíveis e os resultados de alguns estudos com este objetivo.
Resumo:
O câncer do colo uterino é hoje doença passível de prevenção secundária. Os métodos de detecção das lesões precursoras e da infecção pelo papilomavírus humano, tais como a citologia oncológica e biologia molecular, são de uso mundialmente difundido. Entretanto, ainda há muita controvérsia em relação à aplicação destes métodos na prática ginecológica. Qual o melhor exame ou a melhor associação de exames que podem ser utilizados, com que intervalo e em quais mulheres permanecem questões que com freqüência geram ansiedade nos consultórios ou nas unidades de saúde. Por outro lado, uma vez detectada a infecção viral ou a neoplasia intra-epitelial cervical, o tratamento dessas mulheres ainda não é consensual e muitos fatores interferem na definição da conduta ótima. O tipo de infecção, gravidade da neoplasia intra-epitelial, tipo histológico encontrado, todos estes aspectos tendem a dificultar o planejamento terapêutico. Esta revisão tem como objetivo abordar, dentro do conhecimento atual e baseado nos consensos vigentes no país, vários aspectos relacionados ao rastreamento das lesões cervicais e as possíveis condutas terapêuticas vigentes.
Resumo:
OBJETIVOS: analisar a correlação entre o polimorfismo PROGINS e o câncer de mama. MÉTODOS: estudo caso-controle desenvolvido entre abril e outubro de 2004 com o pareamento de 50 mulheres com diagnóstico histopatológico de carcinoma de mama e 49 mulheres saudáveis. A inserção Alu de 306 pares de base no intron G do gene do receptor da progesterona denominada PROGINS foi detectada por meio de reação em cadeia da polimerase e analisada em gel de agarose 2% corado com brometo de etídio. Os grupos controle e experimental foram comparados, por meio de programa estatístico Epi-Info 6.0, quanto aos genótipos e às freqüências alélicas, utilizando-se o teste do chi2. RESULTADOS: em relação ao PROGINS encontramos uma prevalência na população estudada de 62 (62,6%) indivíduos homozigotos selvagens, 35 (35,3%) de heterozigotos e dois (2,1%) casos com a presença da mutação. Não foi evidenciada diferença significante em relação ao polimorfismo PROGINS, quando comparados os casos e controles, seja com relação à homozigose (62 vs 65,3%), heterozigose (36 vs 34,6%) ou à presença de mutação (2,0 vs 2,1%), com p de 0,920 (OR=1,01), 0,891 (OR=1,06) e 0,988 (OR=1,10), respectivamente. CONCLUSÕES: os resultados mostraram que o polimorfismo PROGINS não conferiu risco substancial de câncer de mama em seus portadores.
Resumo:
OBJETIVOS: avaliar o desempenho de diversas características ultra-sonográficas morfológicas (12) e doplervelocimétricas (7), para detecção de metástases linfonodais em mulheres com câncer de mama. MÉTODOS: foram incluídas 179 mulheres (181 axilas), entre janeiro e dezembro de 2004. Os exames ultra-sonográficos foram realizados com transdutor linear em tempo real (Toshiba-Power Vision-6000 (modelo SSA-370A)). Para o estudo de parâmetros morfológicos foram utilizadas freqüências entre 7,5 e 12 MHz. Para os parâmetros Doppler foi utilizada freqüência de 5 MHz. Subsequentemente, as pacientes foram submetidas a axilectomia dos níveis I, II e III (158) ou à técnica do linfonodo sentinela (23). Foram calculadas a sensibilidade, a especificidade e os valores preditivos positivo e negativo para cada parâmetro. Para a associação de parâmetros foi utilizada a árvore de decisão. Foram estabelecidos os valores de corte para as variáveis contínuas por meio da curva ROC. RESULTADOS: ao exame ultra-sonográfico foi identificado pelo menos um linfonodo axilar em 173 (96%) exames. O exame histológico detectou metástase linfonodal em 87 mulheres (48%). As melhores sensibilidades dos critérios morfológicos foram encontradas com o volume (62%), diâmetro ântero-posterior (62%) e local do centro ecogênico (56%). Embora a especificidade da invasão da gordura adjacente (100%), regularidade das margens (92%) e da ecotextura do parênquima (99%) tenham sido elevadas, a sensibilidade destes parâmetros foi muito baixa. Nenhum critério dopplervelocimétrico alcançou 50% de sensibilidade. A árvore de decisão selecionou a localização do centro ecogênico, a ecotextura do parênquima e a regularidade das margens como melhor associação de parâmetros. CONCLUSÃO: o estadiamento dos linfonodos axilares por método não invasivo ainda é um objetivo não alcançado no tratamento das pacientes com câncer de mama.
Resumo:
OBJETIVO: analisar a evolução temporal do estadiamento no momento do diagnóstico dos casos de câncer de mama e do colo do útero em mulheres atendidas pelo Sistema Único de Saúde (SUS). MÉTODOS: em uma primeira etapa foram identificados os relatórios disponíveis contendo a descrição do estadiamento clínico inicial dos casos de câncer atendidos nos hospitais brasileiros. Considerando-se sua escassez e pouca representatividade, realizou-se uma segunda etapa na qual foi efetuada busca ativa de informações. Uma planilha foi enviada por via postal a todos (n=173) os Centros de Alta Complexidade em Oncologia (CACON) cadastrados pelo Ministério da Saúde para atendimento ao SUS solicitando informações para o período compreendido entre 1995 e 2002. Para a análise estatística foi utilizado o programa "R". Os resultados são apresentados como percentuais e boxplots. RESULTADOS: na primeira etapa (1990-1994) foram identificadas informações de 18 hospitais, referentes a 7.458 pacientes com câncer de mama e 7.216 pacientes com câncer do colo do útero. A mediana de casos diagnosticados em estádio avançado (estádios III e IV) foi de 52,6 e 56,8%, respectivamente. Na segunda etapa (1995-2002) foram obtidas informações de 89 hospitais e 7 serviços isolados de quimioterapia ou radioterapia, referentes a 43.442 casos de câncer de mama e 29.263 casos de câncer de colo do útero. A taxa de resposta, baseada na listagem inicial de CACONs, foi de 55%. A mediana do percentual de pacientes em estádio avançado foi de 45,3% para os casos de câncer de mama e de 45,5% para os casos de câncer do colo do útero. CONCLUSÕES: no Brasil, poucos estudos analisaram as tendências temporais do estadiamento dos casos de câncer. Os dados obtidos a partir dos registros hospitalares de Câncer mostraram que, na última década, houve redução no percentual de casos de câncer de mama e do colo do útero em estádio avançado, o que pode indicar que nas regiões onde estes hospitais estão localizados houve melhora na detecção precoce destes tipos de câncer.
Resumo:
OBJETIVO: verificar em que proporção o estadiamento cirúrgico difere do estadiamento clínico entre casos com carcinoma avançado do colo do útero e a porcentagem de casos com gânglios para-aórticos positivos neste grupo de pacientes. MÉTODOS: estudo prospectivo descritivo no qual foram incluídas 36 pacientes com diagnóstico histológico de carcinoma de colo de útero considerados localmente avançados (estadios IB2, IIB, IIIAeB e IVA). Foram submetidas a estadiamento clinico conforme as recomendações da FIGO. Todas eram candidatas ao tratamento com quimioterapia neoadjuvante. A idade variou de 40 a 73 anos, com média de 56,2±7,9 anos. O procedimento constou de linfadenectomia pélvica seguida de linfadenectomia para-aórtica se os linfonodos pélvicos fossem positivos ao exame intra-operatório. A abordagem da cavidade e linfadenectomia foram efetuados por via laparotômica ou laparoscópica, indicados aleatoriamente. Os casos foram comparados individualmente e para cada estadiamento clínico foram estabelecidos os respectivos achados cirúrgicos que foram considerados o padrão-ouro. RESULTADOS: na fase de estadiamento clínico (EC) 7 casos foram classificados como IB2 (tumores com mais de 4 cm), 22 casos como EC II e 7 casos ECIII. A avaliação cirúrgica modificou o estadiamento clínico da seguinte foram: em seis casos o estadio foi diminuído, e em 13 casos os achados levaram à elevação do estadio. Houve concordância em apenas 18 casos (50%). Em seis casos (16,9%) os linfonodos para-aórticos estavam comprometidos. CONCLUSÕES: o estadiamento clínico do carcinoma de colo de útero localmente avançado é incorreto em proporção alta dos casos. Esta divergência levaria a indicação de tratamento excessivo em alguns casos, mas cerca de um quarto das pacientes com gânglios para-aórticos positivos não seria adequadamente tratado com o tratamento padrão atual radioterapia com quimiossensibilização que é dirigida ao controle locorregional da doença na pelve.
Resumo:
OBJETIVO: verificar a prevalência de lesões intra-epiteliais de alto grau (LIAG) e câncer invasor em mulheres com citologia com diagnóstico de ASCUS (atipias em células escamosas de significado indeterminado) persistente após 6 meses e verificar se a idade é fator indicador para a existência destas lesões neste grupo de mulheres. MÉTODOS: foram incluídos 215 casos de mulheres não-gestantes e HIV-negativas com diagnóstico de ASCUS (sem especificação) persistente em duas citologias com intervalo mínimo de 6 meses. Tais resultados foram confrontados com o resultado histológico de biópsias, exéreses da zona de transformação (large loop excision of the transformation zone) ou cones. Foram considerados negativos para LIAG ou câncer quando a colposcopia foi satisfatória e sem alterações ou quando, apesar de insatisfatória, não foi detectada lesão em pelo menos um seguimento citológico e colposcópico. Para estabelecer a prevalência de lesões, calculamos a freqüência de diagnósticos com seus respectivos intervalos de confiança a 95% (IC 95%). Para análise estatística da diferença de proporções de LIAG ou câncer em cada faixa de idade, foi utilizado teste do chi2, e ainda estimamos o risco destas lesões entre mulheres com mais de 35 anos pela razão de prevalências com seu IC 95%. RESULTADOS: encontramos um total de negativos de 49,3% dos casos (IC 95%: 42,6-55,9). A prevalência de lesões intra-epiteliais de baixo grau foi de 38,6% (IC 95%: 32,1-45,1) e de LIAG de 10,7% (IC 95%: 6,5-14,8). Casos de câncer foram encontrados em 1,4% das pacientes (IC 95%: 0-2,9). Não foi possível estabelecer, de forma significativa, maior risco de LIAG/câncer considerando o corte de idade em 35 anos. CONCLUSÃO: a prevalência de LIAG/câncer encontrada em nosso estudo mostra que o risco de encontrarmos este tipo de lesão em mulheres atendidas no Sistema Único de Saúde em nosso município com duas citologias com diagnóstico de ASCUS é de cerca de 12%. Não foi possível evidenciar maior probabilidade de LIAG/câncer em qualquer das faixas etárias analisadas, porém este resultado pode ter sido limitado pelo pequeno tamanho amostral.
Resumo:
O câncer de mama é uma das neoplasias mais comuns entre mulheres. O diagnóstico e a terapia antineoplásica determinam repercussões sociais, econômicas, físicas, emocionais/psicológicas e sexuais. Os principais parâmetros empregados na avaliação dos resultados da terapia antineoplásica são a sobrevida livre de doença e a sobrevida global. Mais recentemente, a qualidade de vida (QV) tem sido considerada mais um desses parâmetros. Não existe consenso quanto à definição de QV. Porém, a maioria das definições contempla os aspectos multidimensional e subjetivo da QV. A identificação dos fatores relacionados à QV e a compreensão da forma como esses fatores contribuem para a percepção da QV são motivos de discussão, uma vez que o conceito de QV está diretamente relacionado ao contexto sociocultural em que o indivíduo está inserido. A idade ao diagnóstico, uso de quimioterapia, tipo de cirurgia, sintomas climatéricos, relacionamento conjugal e sexualidade são alguns fatores associados à QV de mulheres com câncer de mama. A QV associada a diferentes terapias antineoplásicas pode auxiliar pacientes e médicos na escolha da melhor modalidade terapêutica. Nesse sentido, o presente artigo revisa diversos aspectos da QV de mulheres com câncer de mama, apresentando e discutindo o estado atual do conhecimento sobre o tema.
Resumo:
A gemelaridade imperfeita é entidade bastante rara e de grande interesse para fetólogos e obstetras em geral. Sua incidência estimada varia de 1:50.000 a 1:200.000 nascimentos. Seu diagnóstico precoce se faz necessário, tendo em vista sua importância para o prognóstico da gestação, correta determinação da via de parto e o planejamento pós-natal. Os dois casos relatados são de gêmeos unidos diagnosticados no pré-natal através da ultra-sonografia e ressonância nuclear magnética, para estudo do compartilhamento dos órgãos e melhor definição das relações anatômicas. O primeiro par gemelar foi cefalópago, ou seja, unidos pela cabeça, tórax e abdome, com duas pelves e oito membros. O segundo foi toracópago, ou seja, unidos pelo tórax e abdome superior. A ressonância magnética pouco contribuiu para o diagnóstico de gêmeos unidos. Entretanto, se mostrou de grande auxílio na descrição dos órgãos compartilhados entre os fetos, contribuindo na definição do prognóstico fetal.
Resumo:
OBJETIVOS: avaliar os aspectos clínicos, radiológicos, anátomo-patológicos e terapêuticos de uma série de casos de carcinoma ductal in situ (CDIS) da mama de pacientes atendidos em três hospitais públicos de Belo Horizonte (MG). MÉTODOS: foram selecionados dos arquivos médicos todos os casos de câncer de mama diagnosticados entre os anos de 1985 e 2000, encontrando-se 179 casos com diagnóstico de CDIS. Fez-se revisão anátomo-patológica das lâminas e obtiveram-se dados clínicos completos, mamografias e informações sobre tratamento em 85 casos. RESULTADOS: a maioria dos casos eram assintomáticos e os diagnósticos foram feitos pela mamografia (68,2%), sendo as microcalcificações a alteração radiológica mais freqüente. Houve aumento progressivo no diagnóstico de CDIS ao longo dos anos simultâneo à introdução do exame periódico mamográfico. Houve concordância entre o diagnóstico inicial e após a revisão histopatológica em 72,9% dos casos. Em três casos, o diagnóstico original de CDIS não foi confirmado pela revisão, tratando-se de hiperplasias com atipias. O achado de microcalcificações radiológicas foi confirmado no estudo histopatológico em 95,6%. A metade dos pacientes foi submetida à mastectomia. Nos casos submetidos à linfadenectomia axilar, todos os linfonodos dissecados foram negativos para metástases. CONCLUSÕES: os dados encontrados estão de acordo com a literatura, que mostra um aumento do diagnóstico do CDIS a partir de 1990. Houve importante variação interobservador entre os diagnósticos anátomo-patológicos iniciais e os da revisão, sendo que os diagnósticos iniciais tendiam para malignidade. Houve grande número de tratamentos mais radicais como a mastectomia e esvaziamentos axilares, que provavelmente, com os conhecimentos atuais, seriam substituídos por tratamentos conservadores e biópsia do linfonodo sentinela.
Resumo:
A biópsia do linfonodo sentinela no tratamento do câncer de mama vem substituindo a linfadenectomia em casos iniciais. Este tratamento pode ser realizado com o corante azul vital e/ou radiofármaco. Há relatos de reações alérgicas ao corante com diferentes graus de severidade. Relata-se um caso de reação anafilática severa após injeção intradérmica do corante azul patente, em paciente com diagnóstico de carcinoma ductal in situ. O corante azul patente, apesar de facilitar a detecção do linfonodo, apresenta risco de desencadear reações anafilactóides. É necessário que a equipe envolvida tenha preparo para diagnosticar e tratar esta complicação.
Resumo:
OBJETIVO: comparar as características epidemiológicas e clínicas e a evolução pós-tratamento de mulheres com câncer de mama diagnosticadas antes ou após os 40 anos de idade. MÉTODOS: foi realizado um estudo retrospectivo, tipo caso-controle, com análise de informações obtidas dos prontuários de pacientes atendidas entre janeiro de 1994 e junho de 2004. Excluímos os casos com carcinomas intraductais e no estádio IV. Foram formados três grupos: pacientes com menos de 40 anos no diagnóstico (n=72), pacientes entre 40 e 50 anos (n=68) e pacientes com mais de 50 anos (n=75). Foram coletadas e analisadas informações sobre a idade no momento do diagnóstico, maior diâmetro das lesões, estadiamento clínico, tipo, grau histológico, presença de receptores hormonais e o estado dos linfonodos. O teste do chi2 foi empregado para variáveis qualitativas. Para as variáveis quantitativas que não apresentam distribuição normal (como número de gânglios axilares acometidos por metástases e tempo de seguimento), foi utilizado o teste de Kruskal-Wallis. Para a construção das curvas de sobrevida livre de doença e sobrevida global, foi utilizado o teste log-rank. RESULTADOS: não houve diferença na distribuição por estádios, no grau de diferenciação tumoral ou na distribuição dos tipos histológicos, na expressão de receptores de estrogênio ou c-erb-B2 entre os grupos. Encontramos diferença na expressão de receptores de estrogênio, que foi menos freqüente no grupo com menos de 40 anos em relação ao grupo com mais de 50 anos (36,2 versus 58,4%). Não houve diferença nos diâmetros tumorais, que foram em média de 5,1, 4,7 e 5 cm. Não encontramos diferença nas taxas de acometimento de linfonodos axilares, que foram de 63,9, 46,9 e 50%, respectivamente nas pacientes com menos de 40 anos, pacientes entre 40 e 50 anos e pacientes com mais de 50 anos. A média de seguimento foi de 54 meses nos três grupos. Houve recidiva da doença em 22,6% das pacientes com menos de 40 anos, 60% das pacientes entre 40 e 50 anos e 22,6% das pacientes com mais de 50 anos, com diferença significante (p<0,0001). Encontramos taxa de óbito pela doença de 46,9% nas pacientes com menos de 40 anos, mais elevada que nas pacientes entre 40 e 50 anos (26,9%) e pacientes com mais de 50 anos (22,6%), p=0,0019. A análise logística mostrou que somente a idade inferior a 40 anos e a presença de mais de um gânglio axilar acometido por metástase foram fatores independentes para risco de morte pela doença. CONCLUSÕES: A IDADe menor que 40 anos é um fator de risco independente no câncer de mama. Os indicadores de prognóstico tradicionais como estádio, diâmetro tumoral, comprometimento axilar e receptores hormonais não mostraram associação com a evolução das pacientes.
Resumo:
OBJETIVO: avaliar qual o melhor método entre o exame clínico (EC), a mamografia (MMG) e a ultra-sonografia (US) na determinação pré-operatória do tamanho tumoral no câncer de mama, tendo como referência o exame anatomopatológico. MÉTODOS: foram incluídas neste estudo 184 pacientes com lesões mamárias detectadas por MMG e US, palpáveis ou não, e que foram submetidas a ressecção cirúrgica do tumor, com diagnóstico histopatológico de câncer de mama. O maior diâmetro tumoral foi avaliado por EC, MMG e US por um mesmo examinador, e a medida obtida por cada método foi correlacionada com o diâmetro máximo obtido pelo exame anatomopatológico. A análise comparativa foi feita por meio do coeficiente de correlação de Pearson (r). RESULTADOS: o coeficiente de correlação de Pearson encontrado entre o exame anatomopatológico e o EC foi 0,8; entre o exame anatomopatológico e a MMG foi 0,7 e entre o exame anatomopatológico e a US foi 0,7 (p<0,05). Foram calculados também os coeficientes de correlação de Pearson entre os métodos avaliados, obtendo-se r=0,7 entre o EC e a MMG, r=0,8 entre o EC e a US e r=0,8 entre a MMG e a US (p<0,05). CONCLUSÕES: o EC, a MMG e a US apresentaram acentuada correlação com a medida anatomopatológica, além de forte correlação entre si, mostrando-se equivalentes como métodos na determinação pré-cirúrgica do tamanho do tumor mamário. No entanto, devido às limitações específicas de cada método, o EC, a MMG e a US devem ser considerados complementares entre si para obtenção de uma medida mais acurada do tumor no câncer de mama.
Resumo:
OBJETIVO: a identificação e biópsia do linfonodo sentinela (LS) no câncer de mama em estádio inicial vêm substituindo a dissecção axilar total. Neste estudo, será apresentada a técnica de processamento do LS, visando o diagnóstico de metástase oculta com base no exame histológico e imuno-histoquímico. MÉTODOS: entre os anos de 2002 e 2005, 266 linfonodos sentinelas foram dissecados em 170 pacientes com câncer de mama em estádio inicial. Foram incluídos apenas os linfonodos considerados negativos durante análise intra-operatória por citologia. Os linfonodos foram seccionados tranversalmente em quatro ou cinco fatias e incluídos em parafina. Em cada bloco de parafina, dois cortes histológicos com 4 µm de espessura foram montados em lâminas para microscopia de luz e corados pela técnica da hematoxilina-eosina e imunoperoxidase (citoqueratina AE1/AE3). RESULTADOS: a avaliação histológica convencional identificou metástase no LS de 22 pacientes (12,9%). Em seis destas (3,5%), o acometimento foi do tipo micrometástase. Já a metástase oculta diagnosticada exclusivamente pela imuno-histoquímica ocorreu em 16 pacientes (9,4%). Em 11 destas (6,5%) foram detectadas células tumorais isoladas e em cinco (2,9%), micrometástases. CONCLUSÕES: a associação do exame histológico de parafina e imuno-histoquímica aumenta a capacidade de identificar metástase oculta no LS de pacientes com câncer de mama em estádios iniciais.
Resumo:
OBJETIVO: avaliar se a adequabilidade da amostra influencia na detecção das lesões precursoras do câncer do colo do útero. MÉTODOS: este foi um estudo de corte transversal, realizado no período de Janeiro de 2004 a Dezembro de 2005. Foram incluídos 10.951 resultados de exames citopatológicos cervicais, tendo como base usuárias do Sistema Único de Saúde de Goiânia, Goiás. Essas mulheres procuraram, espontaneamente, os serviços do Programa Saúde da Família ou Unidades Básicas de Saúde. A coleta foi feita por médicos e enfermeiros por meio da técnica convencional para rastreamento de câncer do colo do útero. Os esfregaços analisados foram classificados de acordo com o Sistema Bethesda, sendo a adequabilidade da amostra definida durante o escrutínio de rotina e categorizada como: satisfatória; satisfatória, porém apresentando fatores que prejudicam parcialmente a análise; e insatisfatória. Os resultados obtidos foram armazenados no programa Epi-Info 3.3.2. Para a comparação entre os resultados alterados e a adequabilidade da amostra dos esfregaços citopatológicos utilizou-se o teste do χ2. Foram consideradas significantes as diferenças em que a probabilidade de rejeição da hipótese de nulidade foi menor que 5% (p<0,05). RESULTADOS: do total de 10.951 esfregaços, 51,1% foram classificados com adequabilidade satisfatória para análise, 46,6% como satisfatórios, mas apresentando algum fator limitante, e 2,3% como insatisfatórios. Os principais fatores que prejudicaram parcialmente a análise foram: ausência de células endocervicais (52,2%), esfregaços dessecados (22,8%), purulentos (14,9%) ou com áreas espessas (9,5%). Observou-se uma maior freqüência de esfregaços alterados quando a amostra foi classificada como satisfatória para análise e com representação de células endocervicais, ASC-US (2,3%), ASC-H (0,6%), LSIL (3,2%), HSIL (1,7%) e 0,3% de AGC; as diferenças foram significativas com p=0,001. A freqüência de lesões de baixo e alto grau foi maior quando os esfregaços apresentaram-se satisfatórios para análise. CONCLUSÕES: a freqüência de lesões precursoras do câncer do colo do útero varia com a adequabilidade da amostra. Observou-se também que as principais limitações da adequabilidade da amostra estão diretamente relacionadas com a qualidade da coleta.