1000 resultados para Plantas-Brasil
Resumo:
Guibourtia hymenifolia (Moric.) J. Leonard (Fabaceae) é uma espécie arbórea de potencial madeireiro com ocorrência natural nas florestas estacionais deciduais e semideciduais sob afloramentos calcários na Serra da Bodoquena, Mato Grosso do Sul, Brasil. Foram descritos e ilustrados os aspectos morfológicos dos frutos, sementes e desenvolvimento das plântulas e plantas jovens de G. hymenifolia. O fruto é do tipo legume, deiscente, unispermo. A semente possui forma elíptica, forte coloração alaranjada e presença de arilo esbranquiçado de origem funicular. Obtiveram-se 66% de germinação em câmara de germinação, sendo a morfologia inicial das plântulas fanerocotiledonar epígea, com cotilédones carnosos. As plântulas e plantas jovens apresentam mudança de filotaxia, sendo os eofilos opostos e unifoliolados e os metafilos, alternos, peciolados e bifoliolados. Eofilos e metafilos apresentam nervação pinada do tipo camptódromo broquidódromo. Esses resultados contribuem em estudos taxonômicos da espécie e permitem a identificação das plântulas em estudos de regeneração natural.
Resumo:
O estudo foi realizado na floresta de galeria do Córrego Bacaba, no Parque Municipal do Bacaba (14º43'12,2S e 52º21'36,7"W), em Nova Xavantina, MT. A dispersão de sementes foi analisada e comparada entre três porções da floresta (alto, meio e baixo), distantes cerca de 200 m entre si, em um gradiente topográfico. Foram distribuídos, aleatoriamente, 20 coletores circulares de 0,3 m² em cada porção de floresta, sendo as coletas de sementes realizadas quinzenalmente, entre junho de 2007 e maio de 2008. O material foi submetido à secagem em estufa até peso constante e as sementes, separadas em duas categorias, baseando-se na presença de estruturas de voo (V) e na ausência dessas estruturas (NV). O número de morfoespécies e de sementes e a biomassa foram comparados entre as porções de floresta e entre os períodos seco e chuvoso. Coletaram-se 20.965 sementes em 24 quinzenas, sendo 777 do tipo V e 20.188 do tipo NV. Na porção do alto ocorreram 52 morfoespécies de sementes, no meio 55 e no baixo 49. A diversidade de morfoespécies de sementes foi inferior à diversidade de espécies de plantas lenhosas na mesma área. Considerando o padrão sazonal de dispersão de sementes, tanto para as V (número, morfoespécies e biomassa) quanto para as NV (biomassa), recomenda-se um controle no fluxo de visitantes no Parque do Bacaba, especialmente nos meses de pico de dispersão de sementes, no final do período seco e início do chuvoso (setembro-dezembro). Medidas de excursionismo de mínimo impacto poderão trazer benefícios para o estabelecimento de sementes e plântulas e garantir a sustentabilidade da floresta.
Resumo:
Nas últimas décadas, tecnologias alternativas vêm sendo estudadas visando tornar o cultivo do eucalipto (Eucalyptus sp.) mais econômico e sustentável. Entre estas, as associações micorrízicas merecem destaque devido aos inúmeros benefícios que proporcionam às plantas hospedeiras. Este trabalho teve como objetivo avaliar a ocorrência e atividade de fungos micorrízicos arbusculares em plantios de eucalipto utilizados comercialmente pela Copener Florestal Ltda. no litoral norte da Bahia. Foi observada grande variabilidade na densidade de esporos (36,2 a 203,2 esporos em 50 g de solo), colonização micorrízica (10,6 a 57,8%) e nos teores de glomalina facilmente extraível e total (0,34 a 1,92 mg g de solo-1 e 0,48 a 3,88 mg g de solo-1) nos plantios de eucalipto. Os resultados neste estudo permitiram concluir que, embora os clones apresentem suscetibilidade à micorrização em condições de campo, variações nas características do solo afetam aspectos ecológicos dos fungos micorrízicos arbusculares nos plantios de eucalipto da Copener Florestal Ltda. no litoral norte da Bahia.
Resumo:
Em comunidades rurais do Vale do Açu, sertão do Rio Grande do Norte, investigaram-se o conhecimento e uso de Copernicia prunifera (carnaúba), palmeira nativa do Nordeste do Brasil; e de Prosopis juliflora (algaroba), leguminosa originária do Peru, intencionalmente introduzida na mesma região na década de 1940. Foram entrevistados 74 moradores de quatro comunidades estabelecidas no Município de Carnaubais, que citaram o uso de 142 espécies vegetais, nativas e introduzidas. Os dados foram analisados considerando-se a faixa etária dos entrevistados e as categorias de uso das plantas por eles citadas. Avaliou-se o índice de significado cultural de cada espécie que apontou seu valor para a sobrevivência biológica e cultural dos membros da comunidade. Os usos da carnaúba citados por 59% dos informantes se enquadravam nas categorias artesanato, combustível e medicinal. A categoria que mais contribuía para o uso da carnaúba era a categoria construção (UDs Coper 0,72). A algaroba tem uso como combustível e forragem, citados por 61% dos entrevistados. Calculou-se o valor da diversidade de uso mostrando que a categoria combustível (UDs Pros 0,37) era a que mais contribuía para o uso da algaroba nas comunidades rurais. Apesar do desequilíbrio ambiental ocasionado por sua introdução, a algaroba ajuda na subsistência das comunidades estudadas e aumentou o repertório de espécies fornecedoras de madeira para lenha, carvão e construção. A carnaúba, antes bastante utilizada pela população, vem sendo substituída por outras espécies, sendo estas atualmente as novas fontes de renda para a população local.
Resumo:
O presente trabalho constitui uma continuação da publicação dos resultados dos estudos sobre deficiências minerais em bovinos e ovinos obtidos nos últimos 25 anos e que vem sendo realizados pelos autores desde a década de 50. Esses estudos consistiram na obtenção de históricos de doenças possivelmente causadas por deficiências minerais, observações de campo e exames clínicos de bovinos e ovinos afetados por essas doenças, realização de necropsias com coleta de material para exames histopatológicos e dosagens químicas de cobre, cobalto, zinco, manganês, selênio e ferro em amostras de fígado. Para alcançar também as deficiências minerais mais leves, que não provocam quadros clínico-patológicos característicos, foram coletadas amostras de fígado para análises de microelementos também no decurso do estudo de doenças de outra natureza, sobretudo das causadas por plantas tóxicas. Na interpretação, os dados analíticos foram avaliados sempre em contexto com o histórico e o quadro clínico-patológico dos animais. Deficiência de cobre foi revelada nos municípios de Barra do Bugres (Mato Grosso), Parintins (Amazonas) e Carolina (Maranhão), no nordeste de Minas Gerais, na parte sul do Estado do Rio de Janeiro, e nos municípios de Itaquí e Uruguaiana (Rio Grande do Sul). Valores baixos de cobre foram encontrados também em bovinos afetados pela doença conhecida por "ronca", de etiologia ainda não esclarecida, no município de Aquidauana (Mato Grosso do Sul). Deficiência de cobalto foi diagnosticada nos municípios de Barra dos Bugres e Diamantina (Mato Grosso), Boa Vista (Roraima), Manaus e Itacoatiara (Amazonas), no nordeste de Minas Gerais e nos municípios de Luiz Antonio (São Paulo) e Seropédica (Rio de Janeiro). Valores baixos de cobalto também foram encontrados em bovinos afetados pela "doença do peito inchado", de etiologia ainda não esclarecida, que ocorre no leste de Santa Catarina. Valores de zinco indicando deficiência foram verificados no município de Seropédica (Rio de Janeiro). Valores baixos de manganês foram encontrados no nordeste de Minas Gerais e em bovinos afetados pela "doença do peito inchado". Valores altos de manganês foram obtidos nos municípios de Cacequí, Itaquí e Uruguaiana (Rio Grande do Sul). Valores baixos de selênio foram verificados em amostras coletadas em Mato Grosso do Sul nos municípios de Corumbá e Aquidauana. Valores elevados de selênio foram obtidos no município de Boa Vista (Roraima). Os valores de ferro obtidos em grande parte das amostras de todos os Estados são elevados, sobretudo naquelas com baixos valores de cobre; nos animais afetados pelo "ronca" e pela "doença do peito inchado", os valores de ferro são particularmente altos. Valores baixos de ferro foram constatados em bovinos afetados pela hematúria enzoótica.
Resumo:
O presente estudo experimental foi realizado com a finalidade de preencher lacunas no conhecimento sobre algumas plantas cianogênicas no Brasil. Observou-se que três bovinos gravemente intoxicados por Piptadenia macrocarpa (=Anadenanthera macrocarpa), desenvolveram o clássico quadro de intoxicação cianídrica, mas se recuperaram de imediato quando tratados pela aplicação endovenosa de 660 mg/kg de hipossulfito (tiossulfato) de sódio, associada à administração de 30 g da mesma substância, dissolvidos na água, por sonda esofagiana. Verificou-se ainda que as folhas dessa planta são mais tóxicas em outubro (fase de brotação) do que em março (folhas maduras) e que as folhas dessecadas perdem lentamente em toxidez, no decorrer de meses. As folhas frescas, e também a dessecadas, de Piptadenia viridiflora produziram quadro clínico-patológico muito semelhante ao observado na intoxicação por P. macrocarpa, também rapidamente reversível, em dois bovinos, pela administração de hipossulfito de sódio, o que permite inserila entre as plantas cianogênicas. Quatro bovinos gravemente intoxicados pelas folhas de Holocalyx glaziovii se recuperaram prontamente após a administração de hipossulfito de sódio; verificou-se que as folhas dessecadas dessa planta perdem lentamente em toxidez, no decorrer de meses. Dois bovinos gravemente intoxicados pelas folhas de Manihot glaziovii se recuperaram de imediato pelo tratamento com hiposulfito de sódio. As folhas dessecadas desta planta perderam a sua toxidez. Com Holocalyx glaziovii e Manihot glaziovii, as reações positivas pelo teste do papel picrosódico foram sempre muito rápidas (dentro de 5 minutos), enquanto que com Piptadenia macrocarpa e Piptadenia viridiflora as reações foram mais lentas (dentro de 15 minutos e de 10 a 30 minutos respectivamente) para a brotação, e ainda mais retardadas para as folhas maduras. A reação mais lenta, observada no teste do papel picrosódico com as folhas de Piptadenia spp, indica um desdobramento mais vagaroso do glicosídeo cianogênico e está de acordo com a evolução mais longa observada na intoxicação por essas plantas. As folhas dessecadas de Piptadenia spp e também de H. glaziovii forneceram reações mais lentas que as folhas frescas. Esses dados permitem concluir que o teste do papel picro-sódico tem valor apenas relativo na avaliação das concentrações de glicosídeos cianogênicos em material vegetal.
Resumo:
No Estado do Rio de Janeiro descreve-se um surto de intoxicação aguda por Amaranthus spinosus em 12 ovelhas, caracterizado clinicamente por hálito urêmico, ausência de movimentos ruminais, dispnéia e aborto. Os animais foram colocados em um pasto adubado e severamente invadido pela planta. A necropsia realizada em seis ovinos revelou rins pálidos, em geral, com estriações esbranquiçadas desde o córtex até a medula; em um animal verificaram-se diversos infartos sob forma de figuras geométricas no córtex. O fígado apresentava-se mais claro, por vezes com lobulação evidente. Em um animal verificaram-se áreas pálidas no miocárdio. Os pulmões congestos, algo mais pesados e consistentes, por vezes evidenciavam áreas de hepatização vermelha e cinzenta na porção cranial. Petéquias, equimoses e sufusões foram observadas em serosas, na mucosa do tubo digestório e em outros órgãos. Ao exame histológico verificaram-se acentuada nefrose tubular tóxica, focos aleatórios de necrose coagulativa no fígado, áreas de necrose coagulativa no miocárdio e pneumonia intersticial aguda incipiente acompanhada por áreas de broncopneumonia. Na literatura não foram encontradas referências à intoxicação natural por A. spinosus em ovinos. Tentativas de reprodução da intoxicação com a planta em ovinos, não foram bem sucedidas, provavelmente porque, nos experimentos, não se utilizou A. spinosus proveniente de áreas adubadas. A necrose do miocárdio encontrada, ao exame microscópico do coração de diversos animais foi atribuída a hipercalemia secundária à insuficiência renal, ao passo que a gênese dos infartos renais verificados em um ovino permanece obscura.
Resumo:
Neste estudo sobre a toxidez das lantanas para bovinos e ovinos, verificou-se situação semelhante à que ocorre na Austrália, que nem todas as espécies de Lantana e nem todos os taxa de Lantana camara que ocorrem no Brasil, são tóxicos. Verificou-se, que foram tóxicas as amostras de lantanas procedentes de Boa Vista (RO), Castanhal (PA), Cáceres (MT), Serra Talhada (PE), Cabo Frio e Quatis (RJ) e Canoinhas (SC). Outras amostras procedentes de Cruzeiro do Sul (Acre), Castanhal (PA), Chapada dos Guimarães e Lambari d´Oeste (MT), Jaguaribe (CE), Vitória da Conquista e Wanderley (BA), Vitória (ES), Vassouras, Parati e Itaguaí (RJ) não revelaram toxidez nas doses administradas (40 g/kg). A dose letal das amostras submetidas à experimentação no Brasil foi bastante constante (40 g/kg), com duas exceções: as folhas frescas da lantana procedente de Canoinha (SC) foram muito mais tóxicas (10 g/kg) e as folhas frescas e as dessecadas da lantana de Serra Talhada (PE) foram muito menos tóxicas, pois somente causaram intoxicação não-letal com a dose de 40g/kg/dia administradas durante 30 dias. Históricos sobre a observação de fotossensibilização em bovinos, ligados à ingestão de lantanas foram obtidos em Serra Talhada (PE), Cáceres (MT), Cabo Frio (RJ), Quatis (RJ) e Canoinhas (SC). Verificou-se que não é possível estabelecer uma correlação entre a cor das inflorescências das lantanas e sua toxidez, confirmando a constatação feita na Austrália, que o potencial de intoxicar não está necessariamente relacionada com a cor das flores.
Resumo:
As doenças que acometem bovinos na região Sul do Brasil foram analisadas através de um estudo dos protocolos de necropsia de 6.706 bovinos examinados pelo Laboratório de Patologia Veterinária da Universidade Federal de Santa (LPV-UFSM), Rio Grande do Sul, de 1964-2008. Desses, 20,9% foram necropsias realizadas no LPV-UFSM e 79,1% foram amostras de tecidos submetidos por veterinários de campo. Dos 6.706 exames, 62,9% tinham diagnóstico conclusivo. A autólise ou material insuficiente foram as principais razões para a ocorrência de casos com diagnóstico inconclusivo. A intoxicação por Senecio spp. foi a principal causa de morte de bovinos neste estudo. As plantas tóxicas e as toxiinfecções juntas, responderam por 22,8% dos casos com diagnóstico conclusivo. As doenças inflamatórias e as parasitoses juntas contribuíram com mais de 30% das doenças de bovinos e a tristeza parasitária bovina foi a principal doença nessa categoria. As demais categorias distribuíram-se na seguinte ordem: neoplasmas e lesões tumoriformes (13,87%), doenças causadas por agentes físicos (2,7%), doenças metabólicas e nutricionais (2,46%), distúrbios circulatórios (1,4%), doenças degenerativas (1,1%), distúrbios do desenvolvimento (0,54%), distúrbios iatrogênicos (0,16%), distúrbios imunogênicos (0,19%) e, outros distúrbios (0,21%). A alta prevalência de tumores em bovinos foi atribuída a ingestão crônica de Pteridium aquilinum, uma toxicose comum na região. As principais doenças de bovinos na região estudada estão relacionadas a fatores ambientais resultante do manejo característico de criação predominantemente extensiva adotado na região.
Resumo:
Casos de intoxicação por alcaloides pirrolizidínicos (APs) em ruminantes e equinos foram investigados retrospectivamente através do acesso aos arquivos de dois laboratórios de diagnóstico veterinário no Sul e Nordeste brasileiro. Os dados obtidos foram comparados com aqueles retirados da literatura concernentes a surtos dessa toxicose no Brasil, onde ela é associada com a ingestão de plantas que contêm APs dos gêneros Senecio, Crotalaria e Echium. Formas aguda e crônica da toxicose foram encontradas. A doença aguda foi observada em associação com a ingestão de Crotalaria retusa em ovinos e caprinos. C. retusa e Senecio spp. também foram responsáveis pela intoxicação crônica em bovinos, equinos e ovinos. A intoxicação por APs é uma importante causa de morte em animais pecuários no Brasil. Essa é a principal causa de morte em bovinos na região Central do Rio Grande do Sul e uma das principais causas de morte em equinos na Paraíba. A epidemiologia, os sinais clínicos, a patologia e a importância da intoxicação por APs são descritos e discutidos.
Resumo:
A calcinose enzoótica é uma enfermidade caracterizada por mineralização de artérias e tecidos moles, osteopetrose, hipercalcemia e hiperfosfatemia. Neste trabalho descreve-se uma calcinose enzoótica em ruminantes no Mato Grosso, Goiás, Minas Gerais, Tocantins e no Distrito Federal, em campos onde não foi encontrada nenhuma das plantas calcinogênicas conhecidas. Os primeiros casos foram diagnosticados em 2004, e até 2010 foram necropsiados 86 casos da doença provenientes de 42 propriedades. Trinta e três propriedades foram visitadas, e em 32 os pastos eram caracterizados por moderada a acentuada degradação e invasão por plantas daninhas. A doença foi diagnosticada em ovinos em 19 fazendas, em bovinos em 17, em caprinos em 5 e em uma fazenda foram afetados tanto caprinos quanto ovinos. Animais adultos foram mais acometidos, mas a doença foi observada, também, em animais lactentes. A enfermidade foi observada durante todo o ano, mas a maioria dos surtos ocorreu nos meses de maior índice pluviométrico. Em duas fazendas foram determinados, mensalmente, os níveis séricos de Ca e P observando-se uma elevação significativa dos mesmos durante o período de chuvas. Os principais sinais clínicos observados foram de emagrecimento progressivo, caquexia e flexão de membros anteriores, com andar rígido. As principais lesões macroscópicas e histológicas foram de mineralização das artérias, valvas cardíacas, pulmões e rins. Sugere-se que a doença é provocada por uma planta calcinogênica ainda desconhecida. Mesmo sem conhecer a causa da calcinose recomenda-se evitar o pastejo de ruminantes em áreas degradadas e reformar pastagens degradadas.
Resumo:
Brachiaria spp. é a principal forrageira utilizada para ruminantes no Brasil Central, mas a sua toxicidade, devida à presença de saponinas esteroidais, torna-se um importante entrave à sua utilização. Neste trabalho descrevem-se 34 surtos e um foco de intoxicação por Brachiaria spp em ovinos, que ocorreram em diferentes épocas do ano. A morbidade geral foi de 23,2% e a letalidade foi 88,3%. O tempo que os animais permaneceram no pasto até o surgimento dos sinais clínicos da intoxicação por Brachiaria spp. variou de 15 dias até mais de 12 meses. Em 90,1% dos surtos os animais eram menores de 12 meses de idade. O curso clínico da intoxicação variou de 2 a 45 dias. Os sinais clínicos e as lesões macroscópicas foram características de fotossenssibilização hepatógena, no entanto, nos casos mais agudos não foram observadas dermatite nem icterícia, ocorrendo severo edema em face e orelhas. Na histologia do fígado as lesões mais características foram a presença de macrófagos com citoplasma espumoso, encontrados principalmente nos sinusoides hepáticos e, às vezes, com imagens negativas de cristais acutiformes no citoplasma. Em oito das 11 fazendas visitadas os surtos ocorreram em pastagens de Brachiaria decumbens; em duas em pastagens de B. brizantha e uma em pastagem de B. decumbens, B. humidicola e Andropogon sp. As concentrações de saponinas nas pastagens, em 5 surtos, variou de 0.3% a 2.56%. As informações geradas neste trabalho permitem a proposta de medidas para controle e profilaxia da intoxicação por Brachiaria spp. no Brasil Central.
Resumo:
Descreve-se um surto de fotossensibilização causada por favas de Enterolobium contortisiliquum em bovinos no Estado de Pernambuco, Nordeste do Brasil. Os sinais clínicos observados foram hiporexia, prostração, perda de peso, edema generalizado, dermatite e icterícia. Havia anemia e atividades séricas de AST, LDH e GGT elevadas. A concentração sérica de ureia encontrava-se levemente aumentada e creatinina, proteínas séricas e albumina estavam em níveis normais. Na necropsia, o fígado estava aumentado de tamanho e difusamente alaranjado e os rins estavam aumentados de volume e apresentavam estriações esbranquiçadas irregulares entremeadas por áreas escuras na superfície subcapsular. Histologicamente, observou-se na pele, dermatite ulcerativa. No fígado havia vacuolização e necrose de hepatócitos da região centrolobular e ocasionalmente necrose individual de hepatócitos em outras regiões. O rim apresentava nefrose tubular tóxica. O diagnóstico diferencial da intoxicação por E. contortisiliquum na região semiárida deve incluir as intoxicações por Brachiaria spp, Panicum dichotomiflorum e Froelichia humboldtiana, que também causam fotossensibilização.
Resumo:
Foram instalados nove ensaios no período de 1973 a 1976 em solos LVA, LE e LR de três localidades do Triângulo e duas no Norte do Estado de Minas Gerais, Brasil, a fim de se estudar as épocas críticas de competição de plantas daninhas com o algodoeiro (Gossypium hirsutum L.). Os tratamentos foram: capinas até 2, 4, 6, 8 primeiras semanas e durante todo o ciclo; e capinas após 2, 4, 6, 8 primeiras semanas e todo o ciclo sem capinas. Os resultados mostraram que a competição das plantas daninhas, quando não controladas, com a cultura, provocou 90,22% de perda na produção no Triângulo Mineiro e 70,73% no Norte de Minas. Em relação à testemunha, mantida livre de competição durante todo o ciclo, o melhor rendimento foi obtido quando se manteve a cultura livre de competição durante seis: emanas após a emergência, no Triâgulo Mineiro, e durante oito semanas, no Norte de Minas. Não houve, entretanto, diferença significativa entre os tratamentos com 4, 6, 8 semanas e também com todo o ciclo sem competição, tanto no Triângulo quanto no Norte do Estado.
Resumo:
Foi estudada a possibilidade de redução nas doses recomendadas de herbicidas, isolados ou em misturas, sem afetar algumas características das plantas de soja (Santa Rosa), tais como o acúmulo total de matéria secada parte aérea (caule + ramos, folhas e vagens), índice de Area Foliar (IAF) e teores de macro e micronutrientes (Diagnose Foliar e nos grãos). O experimento foi ins talado em Solo Latos - sol Vermelho Escuro - fase arenosa, município de Jaboticabal, Estado de São Paulo, Brasil. O delineamento experimental foi o de blocos ao acaso, em vinte tratamentos e três repetições, te stando-se a dose total recomendad a e reduções de 25% e 50% de la , para o trifluralin, alachlor e metribuzin, isolados e em misturas. As doses recomendadas foram 0,86; 1,72 e 0,28 kg/ha de trifluralin, alachlor e metribuzin, respectivamente. As 'misturas com doses reduzidas, de tri - fluralin + metribuzin (0 ,6 5 + 0, 21 kg/h a) e alachlor + metribuzin (1 ,4 4 + 0, 21 kg /h a), apresentaram controle geral das plantas daninhas acima de 90% at é o 60 .° dia após a semeadura, sem apresentar fitotoxicida de ou efeitos deletérios nas plantas de soja. Além disso apresenta ram os melhores resultados relativos ao acúmulo de matéria seca na parte aérea, juntamente com as mesmas misturas nas doses padrões e testemunha capinada. A absorção de nutrientes também sempre foi maior nestes tratamentos , com maiores teores nas folhas, na matéria seca geral e nos grãos. O IAF alto e a sua manutenção por um período maior, nestes tratamentos, podem ter tido influência decisiva, com maior eficiência fotossintética das plantas.