652 resultados para Moluscos bivalves
Resumo:
Em um córrego situado nos terrenos do Instituto Oswaldo Cruz, em Man¬guinhos, no qual existe uma população de Australorbis olivaceus, foi verificada a infestação natural dêste planorbídeo pelo Schistosoma mansoni, com o índice de 8.25% baseado na dissecção de 400 moluscos. As cercárias de 24 planorbídeos foram inoculadas em 24 cobaias, cada vertebrado recebendo as cercárias de um único molusco. Uma segunda série de inoculações em 6 cobaias foi feita com as cercárias de 6 planorbídeos sobreviventes, 10 dias apos a primeira série. As infestações resultantes foram tôdas unissexuais (13 vezes por machos, 11 vezes por fêmeas), observando-se entre os sexos a relação de 1 : 1. Em 6 casos infestados por fêmeas, cerca de 15% destas apresentaram no útero ou no ootipo formações ovulares (figs. 1 a 15), desprovidas de estruturas embrionárias, cujo número variou entre 1 e 6. Êstes ovos, quando depositados no fígado, davam origem a ligeiro infiltrado de células epitelióides e não apresentavam organização embrionária. Não foram vistos ovos nos cortes de intestino. Os órgãos sexuais das fêmeas achavam-se aparentemente bem desenvolvidos em grande número de exemplares. Os machos apresentaram testículos de aparência normal, em número variável de 4 a 9. Em 1% dos exemplares examinados foram encontrados testículos supranumerários. Em 2 casos foram encontrados machos secundàriamente hermafroditas (respectivamente 29% e 25%).
Resumo:
Observações hidrobiológicas do Lago de Brasília, em 1965, mostraram algas planctônicas Desmidiaceae predominantes, com espécies dos gêneros Staurastrum, Micrasterias, Euastrum, Cosmarium Xanthidium, Bambusina, Closterium, Spondilosium, Penium, principalmente, de águas puras e naturais; conforme o texto, são sêres comuns nas águas indígenas do Brasil Central. Mas a nova capital brasileira cresceu ràpidamente, alcançando oerto de meio milhão de habitantes: a influência do homem se apresentou e, em 1968, já causava outro regime hidrobiológico dentro das faixas de saprobidade, com planctos cosmopolitas indicadores de poluição. Encontramos águas já mesossapróbias com cianofíceas indesejáveis em quantidades maciças, como as Aphanizomenon flos-aquae, a Anacystis cyanea (= Microcystis aeruginosa), Anabaenopsis, Gomphosphaeria e outras. O lago que era "Lago de Desmidiáceas" passou a ser um "Lago de Cianofíceas". Os índices de eutrofização dependem de eutrofizantes no numerador, divididos por desmidiáceas no denominador. Quanto maior o número de algas eutrofizantes, tanto maior a eutrofização; exatamente o que acontece no lago de Brasília. os autores chamam a atenção para os estudos de saprobidade das águas do lago, baseado na teoria que os moluscos Planorbidae se instalem dependentes do regime de poluição mesossapróbio; supõe-se por isso a razão por que êsses moluscos acompanham o homem nas suas migrações. Poder-se-à determinar a faixa de saprobidade em que se instalam os moluscos, suspeitando-se entre os regimes A- e B- mesossapróbio. Propõem medidas preventivas de caráter hidrobiológico para evitar a instalação de planorbídeos. Embora os esgotos sejam todos muito bem tratados sanitàriamente e não há nenhum perigo ou queixa quanto a essa parte; mas é o resultado do tratamento de esgotos e restos de águas usadas pelo homem que fornecem nutritivos às àguas: N, P, Ca, Cl, K, etc. ... e que eutrofizam. A eutrofização normal é ótima; o lago fica produtivo de bom plancto e ótimos peixes. Para eutrofia em excesso, os autores criaram o nôvo têrmo HIPEREUTROFIA, descrevem êsses fenômenos, de ordem geral, com explosivo crescimento da população planctônica e fitoplanto mesossapróbio causador de calamitosos problemas. Pode a "hipereutrofia" ser considerada uma nova e grave "praga das águas" que surgiu depois da 2ª guerra mundial, devido á rápida industralização e explosão populacional do homem. Medidas preventivas contra a hipereutrofia poderão ser conseguidas com planejamentos integrados das bacias dos rios, lagos e baías evitando despejos de excessos de nutrientes, em zonas que fiquem como reservas, preservando a biota aquática natural e normal. É possível tal planejamento no Brasil, porque é um dos poucos países, com bacias de rios e lagos artificiais ainda não poluídos.
Resumo:
Durante estudos sobre fixação, cresciemnto e desenvolvimento de larvas de ostras e cracas em duas estações experimentais localizadas junto à Fazenda Experimental de Ostras (rio Jacuruna - BA) e canal de Itaparica - BA, respectivamente, verificou-se alta taxa de mortalidade e ausência de fixação de larvas no período compreendido entre os meses de outubro de 1977 e janeiro de 1978. Utilizando o índice de inibição calculado a partir da densidade de fixação (método de Bouget & Lacroix, 1972) os autores procuraram registrar a repentina inibição da colonização destes organismos e tecer algumas considerações sobre as possíveis causas do fenômeno. Os cirrípedes Balanus amphitrite amphitrite, Chthamalus sp. e Euraphia rhizophorae ocorrem nas duas estações, coabitando com a ostra Crassostrea rhizophorae, embora aqueles sejam mais abundantes na Estação localizada no canal de Itaparica (Est. II) comparando-se os mesmos períodos de outubro/dezembro de 1978. As ostras mostraram-se mais sensíveis ao fator inibidor do que as cracas e estas sofreram um abalo maior na Est. II embora em ambas as Estações tenham se recuperado a partir de janeiro de 1978, fato que não ocorreu com as ostras em igual período. A literatura mostra que vários são os fatores que influenciam a fixação das larvas dos cirrípedes e outros animais sésseis, tais como: natureza do substrato, variação da velocidade das correntes de maré, maior ou menos tempo de emersão, variação da salinidade e outros. Porém o mais importante parece ser a natureza do substrato. Como no mesmo período e na mesma região foi observada uma alta taxa de mortalidade de ostras (Nascimento, 1978) bem como de outros moluscos comestíveis e peixes, foram afastadas as possibilidades da influência de fatores bióticos como predação e competição. Os fatores abióticos como salinidade, oxigênio disssolvido e pH mantiveram-se em níveis normais (Peixinho, 1978), de maneira que os autores preferem sugerir, em acordo com Nascimento, (1979)...
Resumo:
Caramujos de Biomphalaria straminea, descendentes de exemplares coletados em nove municípios do Estado de Minas Gerais, foram infectados experimentalmente com três cepas de Schistosoma mansoni: "LE", procedente de Belo Horizonte (MG); "SJ", procedente de São José dos Campos (SP) e "AL" procedente do Nordeste (AL). As taxas de infeção variaram de 0,0 a 24,0% com a cepa "LE"; de 0,0 a 16% com a cepa "SJ" e de 2,0 a 9,0% com a cepa "AL". Os índices de infecção experimental obtidos foram semelhantes aos registrados por outros autores, para B. straminea dessa região. Comparou-se o número de cercárias de cepa "LE", eliminadas por oito exemplares de B. straminea de Baldim e oito Biomphalaria glabrata do controle, após 30 minutos de exposição à luz. O número de cercárias eliminadas por B. straminea foi de 4.550, aproximadamente cinco vezes menor que o de B. glabrata, 22.679. Discute-se a potencialidade desses moluscos como hospedeiros do S. mansoni nessa região.
Resumo:
É registrado o primeiro encontro do molusco planorbideo Biomphalaria glabrata, hospedeiro intermediário do Schistosoma mansoni, no Estado do Piauí, coletado em vários criadouros na cidade de Parnaíba. O exame de 694 exemplares revelou a presença de formas evolutivas de algumas espécies de trematodeos, mas não de Schistosomatidea. Nenhum caso autoctone de xistosomose foi até agora identificado na população humana da cidade. A presença da B. glabrata em Parnaíba amplia em 20 km para leste a área de sua distribuição na Região Litoral Norte da Grande Região Nordeste do Brasil onde era conhecida até em Avaioses no extremo leste da parte maranhense da referida Região. Outros moluscos também coletados nos mesmos criadouros foram Biomphalaria straminea, Drepanotrema lucidum. D. cimex, D. depressissimum, Physidae e Ampullarriidae.
Resumo:
O sistema por nós utilizado para manutenção de moluscos infectados, Biomphalaria glabrata, capaz de produzir de 1-2 milhões de cercárias por semana, foi analisado quantitativamente. A produção média foi da ordem de 3.500 cercárias/molusco, com diminuição acentuada nos meses de novembro e dezembro de 1982 e 1983, relacionada com picos de elevação de temperatura e com a presença de rotíferos nos aquários. Para uma produção mensal em 1982 e 1983 de 5,3 e 6,5 milhões de cercárias, respectivamente, foram exposto à luz mensalmente cerca de 1.557 e 1.957 moluscos infectados. Esta produção exigiu uma infecção mensal de cerca de 2.000 moluscos com uma taxa de positividade de cerca de 60%. A produção por molusco foi máxima (mais de 6.000 cercárias/molusco) no período entre 56-70 dias após infecção pelo miracídio, quando, entretanto, a mortalidade atingida cerca de 90% dos caramujos. As cercárias produzidas, quando trasnformadas in vitro, renderam cerca de 55% de esquistossômulos com uma contaminação por caudas da ordem de 7%. Quando liofilizadas produziram 50,9 ± 6.3µg, de peso seco por 1.000 cercárias.
Resumo:
Moluscos criados no campo em gaiolas transparentes e escurecidas apresentaram o mesmo consumo diário de perifíron; entretanto nas primeiras existia maior proporção de organismos vegetais e nas últimas maior proporção de organismos animais. O consumo diário por molusco foi significamente maior em presença de maiores quantidades de alimento, porém a proporção consumida do total de alimento disponível decresceu.
Resumo:
Foram estudados fatores que afetam a produção em massa de cercárias do Schistosoma mansoni. Rotíferos e ostracodos causaram diminuição de produção em nossa colônia. Os rotíferos foram erradicados facilmente lavando-se os aquários e a alface com ácido acético diluído. Já o ostracodo foi de difícil erradicação, produzindo mortalidade nos caramujos infectados, que alcançou níveis de 50-60% por mês. Moluscos infectados mantidos na incubadora a temperatura constante e em total escuridão apresentaram maior eliminação quando iluminados, a aproximadamente 30ºC. A eliminação de cercárias foi praticamente a mesma entre os pHs 5-7. Traços de metais pesados adicionados à água destilada afetaram negativamente a eliminação. Finalmente, a manutenção em incubadora, embora apresenta-se maior mortalidade de moluscos, foi mais simples e eficiente para a produção em massa de cercárias que o sistema convencional com água corrente.
Resumo:
O gênero neotropical Thecomyia (Sciomyzidae) consiste de quatro espécies descritas e onze ainda não descritas (Steyskal & Knutson em preparação), sendo a maioria não muito comum. As espécies são muito próximas e grande número delas somente pode ser separado com base na genitália do macho. Somente é conhecida a biologia e uma espécie, T. limbata (Wiedermann), que, preferentemente, preda moluscos aquáticos (Abercrombie & Berg, 1975). A análise de registros de coletas de espécies relativamente raras e relativamente comuns de Thecomyia (172 especimens do Museu Goeldi coletados em Mocambo, Belém, Pará, Brasil) proporcionam informações sobre a distribuição sazonal de espécies tropicais e sua relativa abundância. Deste material 160 especimens pertencem à T. longicornis Perty e 12 à Thecomyia sp. n. A primeira foi registrada durante todos os meses do ano, mas a espécie nova somente durante junho e dezembro, sugerindo esta última uma população de adultos anual bimodal.
Resumo:
The harmful dinoflagellate Prorocentrum minimum has different effects upon various species of grazing bivalves, and these effects also vary with life-history stage. Possible effects of this dinoflagellate upon mussels have not been reported; therefore, experiments exposing adult blue mussels, Mytilus edulis, to P. minimum were conducted. Mussels were exposed to cultures of toxic P. minimum or benign Rhodomonas sp. in glass aquaria. After a short period of acclimation, samples were collected on day 0 (before the exposure) and after 3, 6, and 9 days of continuous-exposure experiment. Hemolymph was extracted for flow-cytometric analyses of hemocyte, immune-response functions, and soft tissues were excised for histopathology. Mussels responded to P. minimum exposure with diapedesis of hemocytes into the intestine, presumably to isolate P. minimum cells within the gut, thereby minimizing damage to other tissues. This immune response appeared to have been sustained throughout the 9-day exposure period, as circulating hemocytes retained hematological and functional properties. Bacteria proliferated in the intestines of the P. minimum-exposed mussels. Hemocytes within the intestine appeared to be either overwhelmed by the large number of bacteria or fully occupied in the encapsulating response to P. minimum cells; when hemocytes reached the intestine lumina, they underwent apoptosis and bacterial degradation. This experiment demonstrated that M. edulis is affected by ingestion of toxic P. minimum; however, the specific responses observed in the blue mussel differed from those reported for other bivalve species. This finding highlights the need to study effects of HABs on different bivalve species, rather than inferring that results from one species reflect the exposure responses of all bivalves.
Resumo:
Pesticide run-off into the ocean represents a potential threat to marine organisms, especially bivalves living in coastal environments. However, little is known about the effects of environmentally relevant concentrations of pesticides at the individual level. In this study, the suppression subtractive hybridisation technique was used to discover the main physiological function affected by a cocktail of three pesticides (lindane, metolachlor and carbofuran) in the Pacific oyster Crassostrea gigas. Two oyster populations exposed to different pollution levels in the wild were investigated. The pesticide concentrations used to induce stress were close to those found in the wild. In a time course experiment, the expression of three genes implicated in iron metabolism and oxidative stress as well as that of two ubiquitous stress proteins was examined. No clear regulation of gene or protein expression was found, potentially due to a low-dose effect. However, we detected a strong site- and organ-specific response to the pesticides. This study thus (1) provides insight into bivalve responses to pesticide pollution at the level of the transcriptome, which is the first level of response for organisms facing pollution, and (2) raises interesting questions concerning the importance of the sites and organs studied in the toxicogenomic field.
Resumo:
ABSTRACT : Ostracods are benthic microcrustaceans enclosed in low-Mg calcite bivalves. Stable isotope compositions, Mg/Ca, and Sr/Ca ratios of ostracod fossil valves have proven useful to reconstruct past environmental conditions. Yet, several discrepancies persist and the influence of many factors remains unclear. It is the aim of this study to improve the use of ostracod valve geochemistry as palaeoenvironmental proxies by examining the extent of isotope fractionation and trace element partitioning during valve calcification. To achieve this, the environmental parameters (pH, temperature) and chemical composition of water (C-and O-isotope composition and calcium, magnesium, and strontium content) were measured at sites where living ostracods were sampled. The sampling was on a monthly basis over the course of one year at five different water depths (2, 5, 13, 33, and 70 m) in Lake Geneva, Switzerland. The one-year sampling enabled collection of environmental data for bottom and interstitial pore water. In littoral to sublittoral zones, C-isotope composition of DIC and the Mg/Ca and Sr/Ca ratios of water are found to vary concomitantly with water temperature. This is due to the precipitation of calcite, which is induced by higher photosynthetic activity as temperature and/or solar radiation intensify in summer. In deeper zones, environmental parameters remain largely constant throughout the year. Variations of pH, DIC concentrations and C-isotope compositions in interstitial water result from aerobic as well as anaerobic respiration, calcite dissolution and methanogenesis. Bathymetric distribution, life cycles, and habitats were derived for 15 ostracod species and are predominantly related to water temperature and sediment texture. O-isotope compositions of ostracod valves in Lake Geneva reflect that of water and temperature. However, offsets of up to 3 permil are observed in comparison with proposed inorganic calcite precipitation equilibrium composition. Deprotonation of HCO3- and/or salt effect at crystallisation sites may explain the disequilibrium observed for O-isotopic compositions. C-isotope compositions of ostracod valves are not as well constrained and appear to be controlled by a complex interaction between habitat preferences and seasonal as well as spatial variations of the DIC isotope composition. For infaunal forms, C-isotope compositions reflect mainly the variation of DIC isotope composition in interstitial pore waters. For epifaunal forms, C-isotope compositions reflect the seasonal variation of DIC isotope compositions. C-isotope compositions of ostracod valves is at equilibrium with DIC except for a small number of species (L. inopinata, L. sanctipatricii and possibly C. ophtalmica, and I. beauchampi). Trace element uptake differs considerably from species to species. For most epifaunal forms, trace element content follows the seasonal cycle, recording temperature increases and/or variations of Mg/Ca and Sr/Ca ratios of water. In contrast, infaunal forms are predominantly related to sediment pore water chemistry. RÉSUMÉ EN FRANÇAIS : Les ostracodes sont de petits crustacés benthiques qui possèdent une coquille faite de calcite à faible teneur en magnésium. La composition isotopique et les rapports Mg/Ca et Sr/Ca d'ostracodes fossiles ont été utilisés maintes fois avec succès pour effectuer des reconstructions paléoenvironnementales. Néanmoins, certains désaccords persistent sur l'interprétation de ces données. De plus, l'influence de certains facteurs pouvant biaiser le signal reste encore inconnue. Ainsi, le but de cette étude est de rendre plus performant l'emploi de la composition géochimique des ostracodes comme indicateur paléoenvironnemental. Pour réaliser cela, cinq sites situés dans le Léman à 2, 5, 13, 33 et 70 m de profondeur ont été choisis pour effectuer les échantillonnages. Chaque site a été visité une fois par mois durant une année. Les différents paramètres environnementaux (pH, température) ainsi que la composition géochimique de l'eau (composition isotopique de l'oxygène et du carbone ainsi que teneur en calcium, magnésium et strontium) ont été déterminés pour chaque campagne. Des ostracodes vivants ont été récoltés au cinq sites en même temps que les échantillons d'eau. Ce travail de terrain a permis de caractériser la géochimie de l'eau se trouvant juste au-dessus des sédiments ainsi que celle de l'eau se trouvant dans les interstices du sédiment. Dans les zones littorales à sublittorales, la composition isotopique du carbone inorganique dissout (CID) ainsi que les rapports Mg/Ca et Sr/Ca de l'eau varient linéairement avec la température. Ceci peut être expliqué par la précipitation de calcite qui est contrôlée par l'activité photosynthétique, variant elle même linéairement avec la température. Dans les zones plus profondes, les paramètres environnementaux restent relativement constants tout au long de l'année. Les variations du pH, de la concentration et de la composition isotopique du CID dans les sédiments résultent de la libération de carbone engendrée par la dégradation de la matière organique avec présence d'oxygène ou via réduction de nitrates et de sulfates, par la dissolution de carbonates, ainsi que par la méthanogenèse. La distribution bathymétrique, le cycle de vie ainsi que l'habitat de 15 espèces ont été déterminés. Ceux-ci sont principalement reliés à la température de l'eau et à la texture des sédiments. La composition isotopique de l'oxygène des valves d'ostracodes reflète celle de l'eau et la température qui régnait lors de la calcification. Néanmoins, des écarts pouvant aller jusqu'à 3 0/00 par rapport à l'équilibre théorique ont été obtenus. La déprotonation de HCO3 ou un 'effet de sel' pourrait être à l'origine du déséquilibre observé. La composition isotopique du carbone des valves d'ostracodes n'est pas aussi bien cernée. Celle-ci semble être principalement contrôlée par une interaction complexe entre l'habitat des ostracodes et les variations saisonnières et spatiales de la composition isotopique du CID. Pour les espèces endofaunes, la composition isotopique du carbone reflète principalement la variation de la composition isotopique du CID à l'intérieur des sédiments. Pour les formes épifaunes, c'est la variation saisonnière de la composition du CID qui contrôle celle de la coquille des ostracodes. En général, la composition isotopique du carbone des valves d'ostracodes est en équilibre avec celle de CID, hormis pour quelques rares espèces (L. inopinata, L. sanctipatricii et peut-être C. ophtalmica et I. beauchampi). L'incorporation des éléments traces diffère passablement d'une espèce à l'autre. Pour la plupart des espèces épifaunes, la teneur en éléments traces des coquilles reflète les variations saisonnières. Ces espèces semblent enregistrer les variations soit de la température soit des rapports Mg/Ca et Sr/Ca de l'eau. La teneur en élément traces des formes infaunales, au contraire, est principalement reliée à la chimie de l'eau interstitielle. RÉSUMÉ GRAND-PUBLIC : La connaissance de l'évolution du climat dans le futur est primordiale pour notre société, car elle permet de développer différentes stratégies pour faire face aux problèmes engendrés pas le changement climatique : stratégies environnementale, humanitaire, ou encore économique. Cette problématique est actuellement, à juste titre, sujet d'une vive préoccupation. La géologie peut-elle contribuer à l'effort communautaire entrepris? Naturellement, ce sont les climatologues qui sont sur le devant de la scène. Il n'empêche que ces derniers, pour pouvoir prédire l'avenir, doivent s'appuyer sur le passé. La géologie est alors d'un grand intérêt car c'est effectivement la seule science qui permette d'estimer les variations climatiques à grande échelle sur de longues périodes. Ainsi, voulant moi-même contribuer aux recherches menées dans ce domaine, je me suis tourné à la fin de mes études vers la paléoclimatologie, science qui a pour but de reconstruire le climat des temps anciens. Nous nous sommes rendu compte que l'évolution climatique de la région où nous habitons n'avait pas encore fait le sujet d'études approfondies. Il est pourtant important de connaître la variation locale des changements climatiques pour obtenir des modèles climatiques fiables. En conséquence, un vaste projet a vu le jour : reconstruire, à l'aide des sédiments du lac Léman, les variations paléoclimatiques et paléo-environnementales depuis le retrait du Glacier de Rhône, il y a environ 15'000 ans, jusqu'à nos jours. Pour ce genre de travail, la géochimie, qui est une forme de chimie, utilisée en science de la terre regroupant la chimie classique et la chimie isotopique, est une alliée particulièrement efficace. Elle permet en effet, via différentes mesures faites sur des archives géologiques (par exemple des fossiles ou des sédiments) d'obtenir des informations, souvent quantitatives, sur les conditions (le climat, la flore ou encore la bio productivité, etc...) qui régnaient il y a fort longtemps. Les coquilles d'ostracodes, qui sont de petits animaux vivant au fond des lacs, sont une des archives les plus prometteuses. Ces animaux sont des petits crustacés s'entourant d'une coquille calcaire qu'ils sécrètent eux-mêmes. A la mort de l'animal, la coquille est intégrée dans les sédiments et reste intacte à travers les âges. Des études ont montré qu'en analysant la géochimie de ces coquilles fossiles, il est possible de reconstruire les conditions environnementales qui régnaient à l'époque de vie de ces fossiles. Cette démarche nécessite qu'une condition bien précise soit remplie: la composition géochimique de la coquille doit enregistrer de manière fidèle la chimie de l'eau et/ou la température de l'eau présentes au moment de la sécrétion de la coquille. Le but spécifique de notre recherche a précisément été d'étudier la façon dont la chimie de l'eau ainsi que sa température sont enregistrées dans la coquillé des ostracodes. Une fois les relations entre ces divers paramètres dans l'étant actuel du système établies, il sera alors possible de les utiliser pour interpréter des données issues de coquilles fossiles. Pour ce faire, nous avons mesuré la température de l'eau de manière continue et récolté mensuellement des échantillons d'eau et des ostracodes vivants pendant une année. Cinq sites situés à 2, 5, 13, 33 et 70 mètres de profondeur ont été choisis pour effectuer ces échantillonnages dans le Léman. Le travail de terrain nous a amené à étudier la biologie de 15 espèces. Nous avons pu établir la profondeur à laquelle vivent ces animaux, leur période de développement ainsi que leur habitat respectifs. Ces résultats ont permis de mieux cerner la relation qu'il existe entre la chimie de l'eau, sa température et la composition géochimique des coquilles d'ostracodes. Nous avons ainsi pu confirmer que les coquilles d'ostracodes enregistrent de manière fidèle la composition chimique et isotopique de l'eau. De même, nous avons pu établir de manière plus précise l'effet de la température sur la géochimie des coquilles. Néanmoins, les relations trouvées entre ces trois éléments sont plus complexes pour certaines espèces, cette complexité étant souvent liée à un caractère spécifique de leur écologie. Nous avons mis en lumière certains effets qui biaisent les résultats et défini précisément les conditions dans lesquelles on peut s'attendre à avoir des difficultés dans leur interprétation. Maintenant que nous avons établi les relations entre le climat actuel et la composition géochimique des coquilles d'ostracodes actuels, nous pouvons, sur la base de ce modèle, reconstruire le climat depuis le retrait du Glacier du Rhône jusqu'à nos jours à l'aide d'ostracodes fossiles. Mais cela est une autre histoire et fera, je l'espère, le sujet de nos futures recherches.
Resumo:
En nuestro grupo de investigación y en colaboración con el Doctor Daniel Ruiz-Molina del Centro de Investigación en Nanociencia y Nanotecnología (CIN2) de este campus universitario, hemos iniciado un proyecto que se plantea lograr biomimetizar ciertas proteínas adhesivas de moluscos, cuya adherencia se debe a la presencia de la funcionalidad catecol. El objetivo es poder desarrollar nuevos materiales adhesivos basados en esa funcionalidad, siendo necesaria por lo tanto el desarrollar protocolos sintéticos para la obtención de compuestos tipo catecol convenientemente sustituidos. Concretamente, en el presente trabajo de Master en Experimentación Química se ha conseguido la síntesis de los nuevos catecoles 1 y 2, que incorporan en su estructura una cadena alquílica acabada con la funcionalidad tiol, con el fin de poder desarrollar más adelante superficies o nanopartículas de oro adhesivas. Para la síntesis del 4-(3’-mercaptopropil)catecol 1 se ha puesto a punto una ruta de obtención partiendo del producto comercial eugenol, consistente en 3 etapas sintéticas y con un rendimiento global cercano al 70%. También se ha desarrollado una ruta sintética para el 4-(7’-mercaptopropil)catecol 2 que parte del 3,4-dimetoxibenzaldehído, y consta de 6 etapas, presentando un rendimiento global del 25%.
Resumo:
The paleontological investigations of the Jurassic of Western Thailand, districts of Mae Sot (Tak-Mae Sot highway, Padaeng Tak and Ban Mae Kut Luang Zinc mines) and Umphang (Klo Tho), provide age constraints for the Late Indosinian orogeny, the Paleotethys closure and the timing of the marine Jurassic inundation of Sundaland. The basal conglomerate of the Jurassic is derived from the pelagic Triassic Mae Sariang substratum. Stratigraphy, microfacies and paleontology of the Jurassic marine strata focus especially on ammonites, bivalves, large benthic foraminifera and algae. Among ammonites, the Tethyan Catulloceras perisphinctoides Gemmellaro marks the Upper Toarcian (Aalensis Zone) along the Tak-Mae Sot highway and Riccardiceras longalvum (Vacek). Malladaites pertinax (Vacek), Abbasites sp. and Vacekia sp. indicate Middle Aalenian to lowermost Bajocian in the Padaeng Mine (SE of Mae Sot) and Klo-Tho (Umphang). Vacekia sp., Spinammatoceras schindewolfi Linares and Sandoval and Malladaites vaceki Linares and Sandoval indicate Middle Aalenian to lowermost Upper Aalenian at Ban Mae Kut Luang (NE of Mae Sot). Among foraminifers, the large benthic foraminifer Timidonella sarda Bassoullet, Chabrier and Fourcade in the Western Tethys is indicative for Aalenian-Bajocian times, as characterized in the section at the Tak-Padaeng Zinc mine and the Klo-Tho Formation near Umphang. The endemic foraminifer Gutnicella kaempferi characterizes the Pu Khloe Khi Formation near Umphang. Among bivalves, shallow marine, dominantly endemic fauna includes Parvamussium donaiense (Mansuy) and Bositra ornate (Quenstedt), from the Toarcian to the Early Bajocian. A consideration of the faunal affinity shows that the fauna is partly endemic with Northern Tethyan (Eurasian) affinity. Crown Copyright (C) 2010 Published by Elsevier B.V. on behalf of International Association for Gondwana Research. All rights reserved.
Resumo:
Biomphalaria glabrata, molusco de água doce, desempenha um importante papel em Parasitologia Médica, por ser o hospedeiro intermediário de Schistosoma mansoni, tremátode digenético responsável pela schistosomose intestinal. A detecção de moluscos infectados pelo Schistosoma mansoni tem uma grande importância em Saúde pública, porque identifica focos de transmissão da schistosomose. As limitações dos métodos clássicos para o diagnóstico de infecções pré patentes fazem com que os métodos de biologia moleculares sejam vistos como possíveis alternativas através da detecção de ADN do S. mansoni em moluscos hospedeiros. A detecção de sequências específicas de ADN por reacção de polimerase em cadeia (PCR) tem-se verificado ser de extrema importância para a análise genética e diagnóstico de várias doenças infecciosas. Neste estudo foi aplicada a técnica de Nested-PCR, com o objectivo de identificar, no período pré-patente, S. mansoni em moluscos expostos a 1, 5 e 10 miracídios em diferentes períodos de tempo. Foram utilizados moluscos das estirpes albina e selvagem de B. glabrata. Para a realização das técnicas de PCR e de Nested–PCR (NPCR) foram utilizados dois pares de oligonucleótidos desenhados especificamente para detectar o ADN de S. mansoni . Verificou-se amplificação do fragmento de ADN do parasita em 80% das amostras analisadas, independentemente da dose de miracídios e do período de exposição. O método utilizado é altamente sensível, mostrando ser uma ferramenta útil na detecção de hospedeiros intermediários de S. mansoni, consequentemente na identificação de focos de schistosomose intestinal.