965 resultados para Andrade, Oswald de, 1890-1954 Crítica e interpretação
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A presente dissertao tem como objetivo analisar de que forma a educao oferecida a mulheres do final do sculo XVIII e incio do sculo XIX pode ter contribudo para a composio de personagens femininas nos romances Razo e sensibilidade (1811) e Orgulho e preconceito (1813), da escritora britnica Jane Austen (1775 1817). O presente trabalho apresenta o pensamento de importantes nomes da literatura, da crítica e teoria literrias, como tambm da histria, como suporte no mapeamento no apenas do que era discutido a respeito do momento e do lugar em que Jane Austen e os romances aqui em tela se inserem, mas principalmente acerca da educao feminina
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O Simbolismo surge na Frana em meio a um turbilho de transformaes advindas da modernidade. Estas transformaes levaram os indivduos a repensarem os pressupostos racionalistas e cientificistas. Desta maneira, o esprito da decadncia, que est na base do movimento simbolista, se instaura em 1857, quando Charles Baudelaire lana sua obra As flores do mal, desenvolvendo uma poesia voltada para a inovao do estilo e para uma temtica nova. Para isso, aborda assuntos tabus naquela sociedade, fala da monotonia dos tempos modernos, da solido existencial e inclui coisas consideradas srdidas e repugnantes em seus versos. O movimento, ento, se desenvolve pelo mundo seguindo os pressupostos decadentistas inaugurados por Baudelaire e chega a Portugal e ao Brasil. Nestes pases, veremos que a esttica do Simbolismo no ter o mesmo prestgio que na Frana, porque se desenvolver em oposio ao esprito nacionalista, patritico e positivista, praticado pelo Realismo na prosa e o Parnasianismo na poesia. Assim, o movimento simbolista no ter um lugar de destaque dentro do campo literrio nesses dois pases, permanecendo margem dos cnones hegemnicos. Observaremos como o gnero gtico de lvares de Azevedo e A Gerao do Trovador, anteriores ao Simbolismo no Brasil e Portugal, respectivamente, se constituem como precursores desse movimento esttico. Analisamos ainda o lugar, a potica e a crítica de Nestor Vtor no campo literrio brasileiro e o lugar e a potica de Camilo Pessanha no campo literrio portugus, buscando, com base nas conceituaes tericas de Pierre Bourdieu e Dominique Maingueneau sobre a gnese do campo literrio e o discurso literrio, os diferentes posicionamentos dos agentes, suas cenas de enunciao e seus espaos, responder ao porqu do desprestgio do movimento simbolista no Brasil e em Portugal
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Na trilogia crtico-religiosa de Jos Saramago, constituda pelos romances Memorial do Convento, O Evangelho Segundo Jesus Cristo e Caim, torna-se possvel perceber a presena recorrente do pensamento utpico, que, nas trs obras em questo, no se revela como percepo idealstica de uma realidade imutvel, mas, tendo em vista a perspectiva filosfica de Ernst Bloch, revela-se como conscincia aguda tanto do processo histrico quanto da prxis libertria. Na dinmica constitutiva dessa conscincia, pode-se delinear o encontro interativo dos tempos: um passado reconstitudo criticamente pela tica contempornea, um presente permeado por intensa militncia ideolgica e, principalmente, a conscincia de um futuro aberto como possibilidade concreta, o que viabiliza, naqueles romances, aspiraes humanas por transformaes radicais da ordem vigente. Esse encontro dos tempos, do ponto de vista esttico-literrio, substancializa-se na trilogia por intermdio essencialmente do recurso pardico: a revisitao crítica dos cones e temas provenientes do universo judaico-cristo. Seja nas imagens desiderativas que retoma, seja no quadro conceitual que ironiza, seja, ainda, na constituio hbrida do romance, que esfacela o teor totalizante da narrativa tradicional, Jos Saramago parece extrair dos arqutipos religiosos uma intensidade subversiva que, na tessitura ficcional que elabora, atinge e questiona a construo metafsica erigida por sculos de judasmo e cristianismo. Nos trs romances do escritor lusitano, esse processo de releitura do passado aponta no somente para a impossibilidade, no contexto contemporneo, de experincia com a cosmoviso totalizante da religio ocidental como tambm para a reconstituio existencial do mundo moderno, uma vez que, a partir de sonhos frustrados daquele passado, se tornaria possvel materializar anseios utpicos latentes, represados na memria coletiva. Assim, o pensamento utpico, na trilogia saramaguiana, converte-se em nvoa do tempo: no espao mltiplo e complexo do romance, desnuda-se a dialtica entre passado, presente e futuro, que, na sua dinamicidade constitutiva, abriga e gesta o novum, o ainda no
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Este trabalho consiste em investigar as marcas do pensamento da desconstruo, em especial da filosofia de Jacques Derrida, nos ensaios crticos de Silviano Santiago. No entanto, o objetivo no se esgota em uma visada meramente expositiva, ou seja, apenas colocar em relevo as noes propostas pelo filsofo argelino em suas obras que por ventura apaream nos ensaios selecionados crtico literrio. Mais do que isso, pretende-se mostrar como a articulao desconstrutora til ao crtico na discusso de seus prprios temas, principalmente a questo da dependncia cultural. Foram selecionados ensaios de suas coletneas publicadas no fim do sculo XX e incio do XXI, de modo a evidenciar um eixo temtico que perpassa a sua obra, voltada a pensar os esquemas cristalizados de trocas culturais, a partir de questionamentos amplos que visam a subverter as hierarquias estabelecidas, abrindo espao para a alteridade do outro como diferena, mediante o aporte da noo derridiana de diffrance. No que concerne especificamente aos estudos literrios, sero apresentadas as leituras que Santiago faz das estratgias estticas que reiteram, deslocam ou reiteram para deslocar os paradigmas de globalizao, considerando a literatura como uma modalidade discursiva inserida no campo mais amplo da cultura, afinando sua discusso com as estratgias desconstrutoras de Derrida
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O presente trabalho objetiva o exerccio de criao em torno do dia 8 de maro de 1914, dito como triunfal pelo poeta Fernando Pessoa, nos momentos que antecedem a escrita do poema O guardador de rebanhos, de autoria do heternimo Alberto Caeiro. A partir de versos do poema intenta-se uma construo ficcional fincada em um estado onrico que canal para os fluxos de criao, preparao para o que vai eclodir: um poema potente que emerge do mistrio da heteronmia, renncia do poeta sua voz para dar lugar ao OUTRO que dele difere, porm dele surge, nele mora. H no espao ficcional a ideia de inscrever a data de 8 de maro de 1914 como um terceiro marco na biografia do poeta que negou ter biografia, apenas nascimento e morte como limites entre os quais a vida correu como obra, como fazer poesia. A data que d carne ao poema fico dentro da fico, contraponto de guerra em meio luz da poesia que nasce como tarefa heroica de enfrentamento diante dos perigos do mundo. O trabalho pretende chegar mais perto de uma verdade que s atravs da fico pode ser tocada: sentir o fluxo de um dia no processo de criao do poeta, ser livre como ele, na ousadia de recriar o momento da escrita do poema em 1914
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Este trabalho tem como objetivo propor um dilogo terico entre as obras O Ato de Leitura: uma teoria do efeito esttico (1996, 1999), de Wolfgang Iser, e O Prazer do Texto (2006), de Roland Barthes. Da primeira obra, interessa-nos particularmente a formulao terica sobre o vazio que, a nosso ver, pode ser articulada a outras elaboradas por Barthes na sua referida obra, sobretudo delicada distino entre gozo e prazer. A partir do entretecimento de uma rede terica fundamentada nesta inter-relao, poderemos propor um ponto de vista concatenador que permita observar o objeto literrio simultaneamente sob algumas noes oriundas da Teoria do efeito e outras vindas do pensamento barthesiano. A nosso ver, possvel demonstrar que as noes barthesianas de texto de prazer e textos de fruio ou gozo podem se adequar observao do texto literrio, quando considerado em relao forma e abundncia dos vazios que eclodem na sua relao dialtica com o leitor
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Esta dissertao trata de duas obras autobiogrficas escritas por autoras nativas que ganharam reconhecimento na dcada de 70: Bobbi Lee Indian Rebel (1975), da nativo-canadense Lee Maracle, e The Turquoise Ledge: a Memoir (2010), da nativo-americana Leslie Marmon Silko. A importncia destas autoras para a Renascena Nativo-Americana/Canadense inegvel, e cada uma delas contribuiu fazendo uso de estratgias diferentes: enquanto Maracle comeou sua carreira com Bobbi Lee Indian Rebel, de cunho autobiogrfico, Silko esperou mais de trinta anos para publicar The Turquoise Ledge. A problematizao de se ver estas obras pelo olhar estritamente ocidental, ou estritamente nativo, discutida, assim como o aparentemente inevitvel tom poltico dessas narrativas. Ainda que mais de trs dcadas separem a publicao das obras selecionadas, perguntas como: Estas obras podem ser consideradas literatura?, Elas tm como principal propsito engrandecer feitos pessoais das autoras?, ou Como essas narrativas contribuem para o empoderamento do povo Nativo? podem nunca chegar a serem respondidas, mas, de fato, incitaram a escrita desta dissertao e nortearam nossa anlise
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Este trabalho tem como objetivo principal entender, a partir da anlise do romance As naus, de Antnio Lobo Antunes, as faces do sujeito ps-moderno e suas escolhas diante de uma sociedade lquida e fluida. Nesse romance, homens da contemporaneidade e mitos da histria encontram-se em um tempo comum e convivem naturalmente na cidade de Lisboa. Alguns personagens desse romance, publicado em 1988, servem de base para a reflexo de uma sociedade fragmentada e marcada pelo deslocamento constante dos sujeitos que a compem. A excentricidade grande marca do homem que se encontra perdido no tempo e espao retratado em As naus e essa marginalizao contribui para a constante busca e necessidade de reconstruo da identidade nacional. A partir de conceitos como riso e carnavalizao, possvel desconstruir fatos da histria portuguesa, entendidos como verdade absoluta durante sculos, e que, na contemporaneidade, no apresentam o sentido de outrora. Desta maneira, esta dissertao mostra o humor presente na obra de Antnio Lobo Antunes e desmistifica nomes, fatos e o imprio glorioso de Portugal; mostra ainda como na obra o passado utilizado para se desconstruir criticamente o presente, atravs da metafico historiogrfica. Em suma, o desembarque desprovido de glria em Lisboa dos antigos heris ilustres, cinco sculos depois de terem partido, o fato culminante dessa elaborada antiepopeia
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Esta pesquisa tem por objetivo, em perspectiva comparada, analisar o encontro de duas artes: a literatura e a pintura, observado na obra O Baro de Lavos (1891), de Abel Botelho. O romance naturalista, com traos decadentistas, do escritor Abel Botelho que abre a srie intiulada Patologia Social (1891) nos mostra, como diz Jos Carlos Seabra Pereira, um tempo em se convegiam o romantismo,o realismo e pretenses de modernidade baudealiriana (mais ou menos satanistas) (PEREIRA, 1995) e onde as diversas categorias das artes se encontram e se conjugam. Nesse cenrio catico, mas profcuo, temos este romance que estabelece a arte plstica como ponto focal dentro do texto. Analisa, sobretudo, o processo da escrita onde foi possvel constatar a deformao do belo em grotesco ao longo do romance. Investiga a questo imagtica encontrada no texto botelhiano, caracterizada atravs da gravura Rapto de Ganimedes; litografia de grande simbologia dentro dessa obra literria, pois representa o ideal esttico idealizado pelo prprio Baro, e tudo de significativo que compe a trajetria e as emoes de D. Sebastio ao longo de sua vida, portanto permeando e atravessando toda narrativa
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Desde que foi publicado, em 1975, Lavoura arcaica vem intrigando os leitores com a sua dessemelhana. Em meio a livros que absorviam a violncia do regime militar brasileiro, Raduan Nassar surgiu com uma obra estranha, que se nutria de uma linguagem potica profundamente ressonante, do pensamento monotesta mediterrneo, da herana cultural rabe, da subverso pela via da sexualidade. O tempo passou, o escritor abandonou a literatura, muita coisa interessante foi dita sobre o romance, mas seus enigmas so ainda sementes lanadas em solo frtil. Lavoura arcaica mais uma releitura da prolfica parbola do filho prdigo, presente no Evangelho de Lucas e reelaborada inmeras vezes ao longo dos seus dois mil anos de existncia. A histria do jovem rebelde que decide romper os laos com a famlia para se lanar no mundo tem se mostrado generosa para com a imaginao de muitos autores, que se dispuseram a reescrev-la com o filtro de suas ticas particulares. Alguns deles esto no presente trabalho: Gide, Kipling, Kafka, Rilke, Dalton Trevisan, Lcio Cardoso e tambm o telogo catlico Henri Nouwen. Apesar das variaes, a volta para casa ocupa em todas as narrativas um lugar privilegiado. Essa uma histria, afinal, sobre os motivos que levam o sujeito a ir embora e, mais ainda, sobre as razes que fazem com que regresse. Arrependimento, recomeo, fraqueza, derrota, amor? A despeito das muitas antteses que encontramos no texto de Raduan, elas no exigem que faamos uma escolha entre o arcaico e o moderno, entre ficar ou partir, entre o individual e o coletivo, entre a conteno e a entrega. Essa a questo: Lavoura arcaica no um livro sobre a luta do bem contra o mal, da liberdade contra a opresso, mas um painel que mostra como tudo isso se mistura na mesma paisagem ou, parafraseando o personagem Andr, como as coisas s se unem se desunindo
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Esta dissertao pretende desenvolver um estudo sobre o humor nos contos do escritor angolano Joo Melo, a partir dos livros Filhos da Ptria (2001), O dia em que o Pato Donaldo comeu pela primeira vez a Margarida (2006) e O homem que no tira o palito da boca (2009). Fundamentada nas perspectivas freudiana e lacaniana a respeito dos paradoxos do humor, pretende-se, ainda, apontar o aspecto tragicmico de seus textos e o modo como a ironia, estratgia discursiva contundente em seus contos, mostra-se como a principal estratgia discursiva do humor. Intenta-se, ainda, apontar a relao entre a literatura de Joo Melo e o processo criativo da sublimao, identificando-a, assim, como obra de arte, por excelncia. Pelo discurso potico de Joo Melo, revive-se a histria angolana, produzindo novas metforas, incluindo novos significados e abrindo, assim, novos caminhos. A partir da mxima Seria trgico, se no fosse cmico, a Angola de Joo Melo seria traumtica, se no fosse desconstruda por sua literatura
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As narrativas em torno da busca do Graal tiveram origem no sculo XI e foram de grande importncia para fixar a imagem de um personagem tpico da sociedade medieval, o cavaleiro, como um novo modelo heroico. Nesse sentido, os cavaleiros que encontraram o Graal nessas narrativas, especialmente no ciclo literrio conhecido como Matria da Bretanha, representam a configurao mxima desse paradigma. Esta pesquisa visa analisar a permanncia de tal imagem no cinema, que igualmente uma arte narrativa, como o eram as novelas de cavalaria que originaram o modelo. O corpus a ser analisado so trs significativas obras do cineasta norte-americano Terry Gilliam que direta ou indiretamente retomam a questo do Graal: Monty Python em busca do Clice sagrado (Monty Phyton and The Holy Grail, 1974), O pescador de iluses (The Fisher King, 1991) e Os doze macacos (Twelve Monkeys, 1995). Assim, procura-se com esta tese traar um panorama das retomadas da imagem literria e medieval dos cavaleiros no cinema, assim como observar as mudanas no padro dessas imagens descritas literariamente para sua representao ptico-sonora
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Esta tese prope o estudo das relaes entre o mtodo infraordinrio de observao do cotidiano, desenvolvido por Georges Perec, tendo como foco os romances La Vie mode demploi (1978), do prprio Perec, e Los detectives salvajes (1998), de Roberto Bolao. O objetivo , primeiramente, defender a ideia de que Bolao foi uma espcie de plagirio original de Perec, reconhecendo no romance La Vie mode demploi ressonncias para a produo de sua mais celebrada obra. Num segundo momento se faz uma analogia entre produo literria e imanncia do comum, com destaque para a teoria oulipiana (Oulipo Ouvroir de Littrature Potentielle, espcie de Sala de Costura da Literatura Potencial) como uma arte combinatria. Por fim, apontando semelhanas e diferenas entre esses autores, defendemos a tese de que, apesar das distncias culturais e geogrficas, podemos correlacion-los pela maneira como potencializam os objetos em suas descries, revisitam o passado, e tentam subverter a tradio literria. Pode-se afirmar que as possveis relaes entre Perec e Bolao remontam revoluo narrativa dos anos 70, com a prosa de ambos rasurando certo horizonte esttico. E em ambos os romances visualiza-se uma espcie de puzzle literrio. Todas essas possibilidades de leitura, interpretação e combinao se encontram nas referidas obras dos escritores elencados. Desse modo, acreditamos que com o mtodo infraordinrio de Georges Perec possvel compreender e interpretar melhor alguns escritos de Roberto Bolao
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Esta dissertao se detm em duas das principais caractersticas da literatura brasileira contempornea: a profuso de escritas de si e a recorrncia de personagens-escritores na produo romanesca. Nesse contexto, a discusso concentra-se em algumas das obras de um dos mais consagrados escritores brasileiros da atualidade: Cristovo Tezza. Em se tratando das escritas de si, discutimos a respeito do premiado romance O filho eterno (2007), por ser uma narrativa que congrega elementos factuais e criao ficcional. Nesse sentido, fazer da relao com o prprio filho Down a matria-prima de um romance significa enveredar pelos caminhos dos gneros autobiogrficos, estabelecendo um novo paradigma em relao a suas obras anteriores, j que, at ento, nenhum espao para a abordagem de elementos referenciais havia sido aberto. Na discusso dessa obra, consideramos que, apesar de se inclinar autobiografia, o autor lhe distribui ndices de ficcionalidade que colocam em xeque a veracidade do discurso, o que impossibilita a delimitao do gnero entre autobiografia e romance. Nesse caso, o que passa a estar em jogo a ficcionalizao do eu frente criao literria. Num segundo momento, refletimos sobre a insero de personagens-escritores na escrita tezziana, recurso amplamente utilizado pelo autor em diversas obras ficcionais, investigando os motivos e implicaes dessa recorrncia. Para empreender tal anlise, recorremos s noes de metafico e gesto literrio, visto que a tematizao do universo ntimo do escritor na esfera ficcional evidencia o ato de escrever e seu carter problematizador. Por ltimo, fazemos uma leitura comparada entre o romance de matiz biogrfico O filho eterno e a autobiografia literria O esprito da prosa, tendo por premissa que esta pode funcionar como pea-chave na recepo daquele
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Consagradas escritoras brasileiras por suas obras de fico, na forma de contos, crnicas e romances, Lygia Fagundes Telles e Nlida Pion se ocuparam tambm do memorialismo em algum momento de suas carreiras. Lygia Fagundes Telles evitou escrever a sua autobiografia e optou por se autorrepresentar por meio de textos hbridos, em que os gneros textuais se misturam e a fico e a memria se amalgamam. Desse modo, a dissertao analisar esses textos que esto presentes nos livros A disciplina do amor (1980), Inveno e memria (2000), Durante aquele estranho ch (2002) e Conspirao de nuvens (2007), nos quais Lygia Fagundes Telles espalhou biografemas, termo cunhado por Roland Barthes, e apenas esboou um autorretrato. Por sua vez, Nlida Pion publicou o seu livro de memrias, Corao andarilho (2009), utilizando procedimentos de autorrepresentao caractersticos de uma autobiografia propriamente dita. O trabalho tambm examinar a obra referida, na qual a escritora buscou construir uma autoimagem slida e ntida. Alm disso, abordar as diferentes estratgias de autofigurao de ambas as escritoras acionadas nas obras conforme o objetivo perseguido por cada uma delas na construo de seus empreendimentos memorialsticos