971 resultados para Teatro brasileiro História e crítica


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A presente dissertao tem como objetivo apresentar duas influentes autoras afro-americanas do sculo XIX, Frances E. W. Harper e Pauline E. Hopkins. Ambas as autoras, atravs de seus romances Iola Leroy, or, Shadows Uplifted (1892) e Contending Forces: a Romance Illustrative of Negro Life North and South (1900) respectivamente, entrelaam fico e história com o propsito de criar novas alternativas de discurso, afastando-se, portanto, do oficial. Ademais, o presente trabalho prope demonstrar como Frances Harper e Pauline Hopkins fazem uso do espao literrio com a finalidade de escrever a história do oprimido, permitindo, principalmente, que as mulheres afro-americanas dessem voz as suas experincias e as suas prprias histórias. Assim sendo, a literatura produzida por Frances e Harper e Pauline Hopkins ser analisada como forma de empoderamento da comunidade afro-americana, principalmente como forma de aquisio de poder para as Mulheres Afro-Americanas.

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Analisar a fico gua Viva, de Clarice Lispector, o desafio desta dissertao, que integra autor, texto e leitor em uma discusso acerca de experincia esttica e estrutura textual. Partindo de conceitos desenvolvidos pela Teoria do Efeito Esttico, de Wolfgang Iser, o objetivo a ser atingido o de identificar as ferramentas utilizadas pela autora Clarice Lispector que fazem de seu texto potncia esttica a ser desencadeada pelo leitor no ato da leitura. Ao investigar a estrutura desta obra, encontram-se elementos que tornam vulnerveis concepes pr-estabelecidas acerca da literatura, abrindo-se em vazios constitutivos que convidam o leitor a participar da criao de significaes e da experimentao dos sentidos. A aproximao entre texto e artes plsticas, principalmente pintura, tem forte presena nesta obra, que provoca a formao de imagens no momento do contato com o texto, acontecimento em que se fundem tempo e espao para a irrupo do instante-j. Procurou-se, ainda, identificar tendncias comuns entre a produo deste texto de Clarice Lispector e os questionamentos presentes em outras manifestaes artsticas da poca, notadamente quanto ao carter transitrio que a arte dos anos 70 assume, fazendo com que o prprio movimento, a prpria transformao, tornem-se estrutura da arte de ento

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Parte-se da perspectiva do fantstico como um entrelugar espao plural e fragmentado, marcado por descentramento e heterogeneidade, capaz de comportar at o contraditrio percebido como um ambiente caracterizado por uma inerente duplicidade. Entendido isso, observa-se que esse carter dual intensifica-se nas narrativas vampirescas, na medida em que ele estendido ao vampiro e refletido no leitor. Por conseguinte, identificam-se e analisam-se os aspectos distintivos do leitor desse tipo de narrativa, reconhecendo-se seu papel na construo do gnero e na manuteno do carter aberto da obra, como em uma coautoria cuja marca registrada a hesitao. Entretanto, da relao entre vampiro e leitor, evidencia-se mais que isso, afinal a narrativa fantstica de modo geral e no apenas a de vertente vampiresca sempre aponta para o leitor como sendo este o fio solto que no permite que a obra feche-se. Percebe-se ainda, por meio da descrio e anlise de diferentes tipos de manifestao do vampiro na literatura, um processo de reconfigurao da relao existente entre vampiro e leitor, e entre este e a narrativa fantstica, bem como com a literatura de forma geral. Assim, considera-se a relao do leitor com o vampiro clssico um tipo assustador , marcada pela desidentificao; com o moderno um tipo sedutor, e humanizado na figura de Louis, personagem de Anne Rice , marcada pela identificao; e com o contemporneo um tipo sedutor e humano , marcada pela apropriao de identidade. Neste ltimo movimento, entendido como a vampirizao do leitor, intenta-se provar que este, depois de transformado, reconhecendo-se como tal em seu duplo (o vampiro), nutre-se da fora vital deste seu duplo e da narrativa fantstica e retm a aparncia de hesitao, a qual a fora motriz do gnero em questo. O leitor torna-se o personagem mais atuante sobre a/na narrativa, operando no campo da realidade e tambm no da fico. A compreenso desse processo que vai da desidentificao apropriao de identidade aprofundada na anlise destas trs narrativas vampirescas marcantes ao pensamento desenvolvido neste estudo: Drcula, de Bram Stoker; Entrevista com o vampiro, de Anne Rice; e A confisso, de Flvio Carneiro

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O objetivo da presente dissertao entender como ocorre a ficcionalizao da memria da guerra colonial portuguesa nos romances Os Cus de Judas e A Costa dos Murmrios e as estratgias usadas pelos autores para expressar essa memria em termos literrios. Essas narrativas ao constatarem o colapso da antiga utopia colonialista do discurso nacional portugus, propem uma reviso dos antigos valores nacionais e da retrica do regime salazarista, que afetou de forma profunda a vida dos autores. Em ambas as narrativas, a experincia da guerra reconstruda atravs do testemunho e da reavaliao das reminiscncias do passado das personagens, o que confere s obras um perfil confessional. Ao desmontar o tradicional relato histrico, relativizando verdades universalmente aceitas, a fico visa preencher as lacunas do discurso histrico oficial, entendido como uma escritura dos vencedores. O confronto entre a memria individual resgatada pelas personagens e a memria legitimada da nao tem uma funo redentora sobre o passado na medida em que interrompe a lgica dominante no momento presente. O estudo das referidas obras individualmente concludo com uma anlise sob o vis comparativo que visa estabelecer semelhanas e possveis discrepncias na forma de representao das memrias da guerra colonial

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O objetivo desta dissertao discutir o lugar que o fazer literrio ocupa no processo de resistncia poderes hegemnicos. Como fontes primrias centrais, foram escolhidos o romance histrico The Farming of Bones (1998) e a narrativa autobiogrfica Brother, Im Dying (2007), ambos escritos pela autora haitiana-americana Edwidge Danticat. Em The Farming of Bones, Danticat reconstri ficcionalmente o trgico e obscuro episdio ocorrido em 1937 quando o ento ditador da Repblica Dominicana, Rafael Trujillo, ordenou o extermnio de todos os haitianos que residiam e trabalhavam em cidades dominicanas prximas fronteira com o Haiti. O silncio por parte dos governos de ambos os pases em torno do massacre ainda perdura. A publicao do romance histrico de Danticat 61 anos aps tal ato de terrorismo de Estado se torna, desta forma, exemplo de como o fazer literrio e o fazer histrico podem fundir-se. Em Brother, Im Dying, Danticat narra a história da vida e da morte de suas duas figuras paternas, seu pai Andre (Mira) Dantica e seu tio Joseph Dantica (que a criou dos 4 aos 12 anos, no Haiti). Joseph, sobrevivente de um cncer de laringe, foi pastor batista e fundador de uma igreja e uma escola no Haiti. Morreu dois dias depois de pedir asilo poltico nos EUA e ser detido na priso Krome, em Miami. Mira, que migrara no incio da ditadura de Franois Duvalier para os EUA, onde trabalhou como taxista, morreu vtima de fibrose pulmonar poucos meses depois de seu irmo mais velho. Edwidge Danticat recebeu a notcia de que o quadro de seu pai era irreversvel no mesmo dia em que descobriu que est grvida de sua primeira filha. Com uma escrita que abrange tanto a narrativa de si quanto a narrativa do outro, alm das esferas pblicas e privadas, Danticat cria em Brother, Im Dying um locus de fazer auto/biogrfico que dialoga com questes de dispora, identidade cultural e memria. Os ensaios publicados em Create Dangerously (2010) e as vrias entrevistas concedidas por Danticat tambm reforam meu argumento que Edwidge Danticat exerce seu papel de artista engajada atravs de seu fazer principalmente, mas no exclusivamente literrio. Desta forma, a autora constri uma possibilidade de resistncia ao discurso hegemnico que opera tanto em seu pas de origem quanto em seu pas de residncia.

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Lima Barreto aborda o intelectual do seu tempo a partir do seu ideal de arte social, e dentro deste ideal de arte o intelectual aquele que mantm articulao com o saber, e faz disto um benefcio para a coletividade (OAKLEY, 2011). Portanto, este trabalho aborda as figuraes da intelectualidade no Brasil utilizando a idealizao de arte e intelectual de Lima Barreto em nossas anlises sobre a figura do intelectual. Inevitavelmente ao tratar da temtica do intelectual no poderamos deixar de abordar a prpria figura de Lima Barreto como intelectual em seu tempo. Assim sendo, busca-se compreender Lima Barreto como intelectual preterido por seus contemporneos, bem como no engajado em lutas de classes sociais, distante de qualquer categoria de intelectual orgnico de Gramsci. Com isto infere-se que Lima Barreto no fazia parte da elite intelectual da Belle poque, e nem era porta-voz do subrbio. Ele foi um escritor e intelectual militante somente de uma causa: a arte como ferramenta para comunho entre os homens. Escolhemos o gnero crnica por ela ser algo dirio, escrita de observador e gnero onde Lima pode explorar a sua escrita irnica e sarcstica sobre diversos temas, em especial o intelectual (S, 2005). Portanto, as crnicas de Lima Barreto podem nos oferecer uma melhor representao dessas figuraes do intelectual, seja na poltica, imprensa ou literatura. Lima Barreto vai construir seu ideal de arte e intelectual dentro da sociedade Belle poque, sociedade essa que abrigava um trabalho de elaborao da literatura em que a forma era mais importante do que o contedo e fomentava a poltica de modernizao do pas numa clara imitao dos modos e costumes europeus em nossa literatura. Ao contrrio disto, Lima Barreto defendia que o importante, para o intelectual, era o trato com o contedo, ser contemporneo, uma relao verdadeira com a inteligncia e que sua escrita estivesse a servio do bem comum. Evidente que a literatura idealizada por Lima Barreto era utpica, mas militante, e por isso que ele, Lima Barreto, um intelectual de resistncia

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Com base no pressuposto de que o humor um fenmeno regularmente presente em crnicas, esta tese pretende investigar as origens dessa relao. Por que motivo leitores diversos, estudiosos das Letras e do Jornalismo so categricos nessa associao? Alm disso, se o humor constitui trao marcante do gnero, como se caracterizam as estratgias que o possibilitam? Para que essas questes sejam respondidas, apresentamos a trajetria do fenmeno humorstico nas crnicas anteriores e posteriores chegada da imprensa no Brasil. Ademais, com corpus oriundo do jornal O Globo, trabalhamos com a teoria semiolingustica do discurso, especificamente com o contrato de comunicao e com os modos de organizao do texto. Nosso objetivo geral, em suma, verificar at que ponto procedimentos discursivos vrios podem explicar o funcionamento do humor em crnicas jornalsticas contemporneas, contribuindo para que elas se tornem um cone de seduo dos cadernos dos jornais, transmutando-se em colunas de entretenimento

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Alexandre Herculano foi uma figura muito importante na História de Portugal. Primeiramente como historiador, recolhendo materiais que continham a História da Nao e que serviu como estudo para a preservao e divulgao de um passado glorioso. Como intelectual, engajou-se na poltica e assuntos sociais em benefcio da nao portuguesa. Escrevendo e publicando artigos em importantes jornais e revistas da poca, ou seja, o sculo XIX, sua figura identifica-se com a de um intelectual. Como tal, denunciou e alertou o povo sobre seus principais direitos e deveres como cidados portugueses. Sua grande preocupao tambm era em relao educao porque, segundo ele, Portugal estava atrasado em relao a outros pases europeus. Descrever Herculano como intelectual de Portugal uma das propostas deste trabalho

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Compreender o carter ambguo da temtica de Oswaldo Goeldi o grande desafio proposto pelo artista a todos que, de forma geral, esto inseridos em uma compreenso mediana e superficial dentro do cotidiano. Numa atmosfera fantstica, Goeldi procura tornar as paisagens, seus seres e objetos mais ambguos ainda. E devido perplexidade que seus trabalhos causam aos espectadores torna-se impossvel fechar um nico conceito ou opinio sobre o carter dos desenhos e gravuras deste artista situado entre os extremos da luz e das sombras. Comparando as obras de Goeldi com o gnero literrio fantstico, que caracterizado por um mundo individual regido pelas incertezas de cada um, segundo Tzvetan Todorov em sua obra Introduo Literatura Fantstica, pode-se vislumbrar nas obras de Goeldi duas condies: ou o ser estranho uma iluso, um ser imaginrio, ou ento existe realmente, exatamente como os outros seres vivos, mas com a ressalva de que raramente o encontramos. Vida ou morte? Real ou irreal? Dessa forma, podemos dizer que Goeldi foi um expressionista que viveu uma realidade fronteiria entre o interior e exterior, a qual no era menos fantstica do que real. Uma questo que permanece atemporal at os dias de hoje conforme veremos nas obras de Nuno Ramos, Jos Rufino e William Kentridge

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Este trabalho visa examinar, a partir dos artigos, textos e correspondncias de Mrio Pedrosa, os conceitos de arte, história e crítica. objetivo dessa dissertao discutir o interesse de Pedrosa pelas experincias do Centro Psiquitrico do Engenho de Dentro, pela Arte Indgena e a relao dialtica existente entre Arte e Poltica em sua trajetria crítica como estratgia para definir seu interesse interdisciplinar e contemporaneidade

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O presente trabalho discute como os conceitos do Fantstico se desenvolvem na obra em prosa do escritor modernista portugus Mrio de S-Carneiro, comparando duas perspectivas tericas distintivas sobre o tema. Uma dessas possibilidades implica perceber o Fantstico como um gnero literrio numa perspectiva histrica , admitindo-o de forma mais restrita e restritiva; outra, como um modo discursivo numa perspectiva a-histrica , de carter mais abrangente e acolhedor. A partir desses diferentes pressupostos, objetiva-se, estudando um conjunto de quatro narrativas curtas do autor (Loucura e Incesto, do livro Princpio, e A grande sombra e A estranha morte do Professor Antena, de Cu de fogo), averiguar a forma como S-Carneiro, valendo-se do recurso s estratgias de construo narrativa do Fantstico, alm de poeta, torna-se um cone da prosa portuguesa na viragem do sculo XIX para o XX, estabelecendo um referencial para a Literatura Fantstica em Portugal. Para realizar este estudo, foram utilizados conceitos tericos de Tzvetan Todorov, Filipe Furtado, Irne Bessire e, tangencialmente, de outros variados estudiosos do Fantstico da contemporaneidade

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Em seu ensaio de 1924, Mr Bennet and Mrs. Brown, Virginia Woolf declara que por volta de 1910 o carter humano mudara. A presente tese, seguindo o apontamento da ensasta Woolf, pretende entender as mudanas promovidas nas duas primeiras dcadas do sculo XX, na Inglaterra, a partir da vida dos artistas e amigos que ficariam eternizados como o Bloomsbury Group. Em nossa primeira parte, apontaremos em que sentido, ao adotar o mtodo ps-impressionista, o Bloomsbury Group alarga as discusses da teoria do conhecimento que fervilhava em Cambridge. Anlogo ao silncio dos quadros, agora totalmente formalistas, apontaremos que a linguagem de resistncia de Bloomsbury parece ter sido antecipada pela vida de duas de suas artistas: elas so a prpria Virginia Woolf e sua irm, Vanessa Bell. A partir dessa suposio, de que haja uma conexo entre a vida das mulheres de Bloomsbury e a natureza refratria do grupo, comearemos uma discusso, j em nossa segunda parte, de como o silncio que marca o feminino construdo historicamente ganha um status de uma nova linguagem na prosa de Virginia Woolf. Nesse momento, tal silncio da prosa parece comparvel prpria linguagem potica, e aqui Virginia Woolf dialoga com o futuro, representado por Jean-Paul Sartre. Aps marcarmos o que seria a prosa potica, ou poesia prosaica, de Woolf, apontaremos por fim a relao entre essa escrita do silncio e o conceito de mente andrgina em Virginia Woolf, relao esta mediada pelo movimento que seria chamado de criture fminine, representado pela francfona Hlne Cixous, entre outras

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A presente dissertao fruto da pesquisa de mestrado realizada sobre o poema Ode martima, de lvaro de Campos, heternimo do poeta portugus Fernando Pessoa. O poema foi estudado luz de consideraes tericas que pudessem sustentar o teor artstico do citado poema, para alm de um posicionamento estritamente analtico. Em outras palavras, as contribuies tericas de Walter Benjamin, Philippe Lacoue-Labarthe, Theodor W. Adorno, entre outros, visa propocionar um discurso de pesquisa que seja potico, respeitando a manifestao literria em questo o poema. Nesse sentido, Ode martima apresentou, ao longo da pesquisa, diferentes temas. Tais temas foram estudados, com o embasamento terico referido, separadamente. So eles: Imaginao, Cais Absoluto, Sonho, Fora e Infncia. Para cada tema, um captulo foi elaborado. Todos os temas pesquisados confluem para a apreenso da potica de lvaro de Campos uma vez que Ode martima um poema singular e fundamental da obra potica do citado heternimo. Desse modo, a pesquisa realizada no se limita abordagem do citado poema, mas alcana demais poemas de lvaro de Campos, de modo que se torna possvel conjeturar acerca da poesia deste heternimo. Partindo, portanto, de um poema, a pesquisa pretende poder dimensionar a obra de lvaro de Campos, pontuando suas particularidades trazidas pela Ode martima, mas tendo cincia de que trata-se de uma proposta entre tantas outras vlidas e enriquecedoras.

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O objetivo desta dissertao investigar o vis coletivo da autobiografia ficcional de Face of an angel, da escritora estadunidense e de origem mexicana Denise Chvez. Desse modo, o trabalho pretende discutir a sociedade chicana descrita sob a tica da narradora/protagonista, Soveida Dosamantes, investigando desde o processo histrico de que resultado, passando pela iniquidade entre os papis desempenhados por homens e mulheres at chegar ao discurso autorreferencial com que a narradora/protagonista representa o ambiente cultural em que se insere. Antes da narrativa propriamente dita, h a rvore genealgica da narradora/protagonista, assinalando que o que vai se descortinar ao longo da leitura uma saga de famlia. Assim, Soveida Dosamantes utiliza a sua ambincia domstica, bem como a comunidade da fictcia cidade de gua Oscura, sua cidade natal, como recorte de uma estrutura social maior. Fazendo uso do discurso autobiogrfico, a narradora/protagonista criada por Denise Chvez expe as mazelas de uma comunidade que, em virtude ser produto do colonialismo e do neocolonialismo, perdeu sua identidade cultural. Em Face of an angel, atravs do relato em primeira pessoa de sua narradora/protagonista, a autora Denise Chvez reproduz o universo em que nasceu e cresceu. Cedendo a Soveida Dosamantes componentes autobiogrficos como complicadas relaes familiares, personagens femininas nativas que funcionam como sentinelas de prticas ancestrais que o domnio europeu apagou, personagens masculinos que mascaram sua fragilidade por trs de uma fora e de um poder aparentes, Chvez representa em Face of an Angel o microcosmos de uma comunidade que vem, aos poucos, subvertendo o discurso oficial e conquistando o seu terreno no panorama poltico e social estadunidense

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A pesquisa visa estudar as trs verses de O Crime do Padre Amaro (1875, 1876, 1880) pelo vis da religiosidade, do anticlericalismo, da poltica. Ao abrir a dissertao, apresentar-se- um quadro sucinto do momento histrico em que a obra foi escrita. A obra de Jos Maria Ea de Queirs costuma ser dividida em trs fases: o primeiro momento, dito romntico, das Prosas Brbaras (1866-1867) e da primeira verso de O Crime do Padre Amaro (1875); o segundo momento, quando, atrado pelas teorias do realismo/naturalismo, escreve a segunda e a terceira verses do Crime do Padre Amaro (1876 e 1880) e o Primo Baslio (1878); e o terceiro, desligado de normas especficas, de O Mandarim (1880), A Relquia (1887), Os Maias (1888), A ilustre casa de Ramires (Pstumo, 1900) e A cidade e as serras (Pstumo, 1901). A história literria de O Crime do Padre Amaro inicia-se em 1875, e continua em duas outras edies, de 1876 e 1880. O objetivo do nosso estudo, ao revisitar as trs verses de O Crime do Padre Amaro, sobretudo analisar o processo de criao queirosiano na obra em tela, para, deste modo, identificar os pontos vitais que levaram o nosso autor a reescrev-la duas vezes. Nossa hiptese maior de discusso para o problema levantado tem a ver com as teorias do realismo-naturalismo e com o anticlericalismo de Ea