963 resultados para Saúde do Adolescente
Resumo:
Esta tese de doutorado tem como foco as limitaes que se colocam aos gestores do nvel local para produzir servios de qualidade em sistemas de saúde. A definio tradicional do conceito de gesto de recursos humanos foi ampliada por abarcar questes relacionadas configurao federalista do pas, considerando diversidades estruturais e culturais. Utilizou como fonte primria, dados selecionados a partir de entrevistas com gestores de RH com reconhecida experincia na rea. Como fonte secundria, utilizou-se as informaes pr-selecionadas de pesquisas disponveis sobre o campo de gesto do trabalho da saúde. A anlise do autor confronta as caractersticas estruturais do federalismo brasileiro e os desafios decorrentes da base da concepo do sistema nacional de saúde. Os resultados deste estudo iluminam possveis caminhos alternativos para superar as limitaes presentes na gesto de recursos humanos no nvel local.
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Pesquisa qualitativa que tem por objeto a relao entre me adolescente abrigada e seu filho. Objetiva descrever o significado do filho para a me adolescente abrigada; compreender os fatores que influenciam no estabelecimento da relao me adolescente abrigada e seu filho; e analisar a relao me-filho nos espaos do abrigamento partir dos cuidados realizados pela me adolescente abrigada. A pesquisa foi realizada em uma instituio de abrigamento no municpio do Rio de Janeiro, localizada no bairro de Vila Isabel. Os sujeitos foram seis mes adolescentes que se encontravam abrigadas em companhia de seus filhos. As entrevistas foram feitas atravs de um roteiro contendo questes de identificao das depoentes e perguntas abertas. A anlise dos resultados foi realizada com base em Bardin (anlise de contedo), emergindo duas categorias, a saber: 1) o significado do filho para a me adolescente; e 2) vivncias maternas no cuidado do filho no interior da unidade de abrigamento. Ademais, evidencia-se que as mes adolescentes percebem seus filhos em sua vida como um aumento da responsabilidade e como fator de amadurecimento. O filho atua como estimulador deste processo, na medida em que ao depender da me adolescente para sobreviver, acaba induzindo transformaes pessoais e sociais. Este novo ser representa para estas mes afeto, amor, carinho e sua prpria famlia. O sentimento de amor que sente pelo filho e a forma como desempenha a maternagem solidificam a relao deste binmio, impulsionando a busca por uma mudana social em sua vida e o desejo de no mais voltar s ruas. A maternagem desenvolvida pelas jovens mes ocorreu de forma suficientemente boa, conseguindo atender as necessidades bsicas de seu filho e estabelecendo a relao afetiva entre este binmio, mesmo mencionando a interferncia dos profissionais de abrigo com relao ao cuidado que desenvolvem ao seu filho. necessrio oferecer bases para que essa me adolescente sinta-se fortalecida nas atividades maternas e que estas possam tambm continuar a desenvolver o cuidado do filho de maneira que atendam as necessidades do beb, mantendo uma boa relao entre este binmio, para que o filho tenha um desenvolvimento emocional sadio e seja um adulto seguro para se lanar no mundo sem medos dos obstculos e limitaes provenientes de uma vida cheia de excluses.
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A Dissertao busca fazer uma reflexo sobre o racismo, a violncia e o extermnio de adolescentes e jovens pobres e negros. No uma situao nova. Contudo, pertinente levantar de que modo, como e por quais vias histrico-poltico-sociais este problema se constituiu. A forma extrema da violncia vivenciada pela juventude negra, as execues sumrias, no exclui outras formas de violaes de direitos, como pouco acesso aos bens materiais e culturais, entre os quais educao, saúde, lazer. A nossa hiptese de que o racismo tem sido o eixo central perverso impedindo a juventude negra de ter sua cidadania efetivada. Ao lado desta reflexo, trazemos o caso de Vitria da Conquista/BA, para ilustrar como est violncia no se encontra restrita aos grandes centros urbanos, mas atinge tambm as pequenas e mdias cidades do interior. Atravs dos depoimentos dos familiares das vtimas, bem como notcias de jornais, confirma-se a participao de policiais em muitos dos casos de execuo. Neste sentido, nossa hiptese, que o racismo e a violncia tem sido incorporados ao aparelho repressor do Estado, dificultando e mesmo impedindo que polticas pblicas direcionadas aos jovens tenham maior efetividade.
Resumo:
O Programa de Agentes Comunitrios de Saúde institucionalizado em 1991, caracteriza-se como a primeira estratgia em escala nacional para a ateno primria no Brasil, sendo a segunda, o Programa Saúde da Famlia (PSF). No Cear o trabalho com agentes de saúde existe desde 1986, configurando-se como uma inovao do primeiro governo Jereissati na rea da saúde pblica. Esse estudo objetivou identificar e discutir as prticas das agentes de saúde na comunidade. Partindo de um grupo especfico, o de crianas de 0 12 meses, foi possvel conhecer melhor as atividades realizadas, a interao agente de saúde/famlia, as dificuldades enfrentadas e algumas caractersticas das relaes do agente de saúde com os demais profissionais da equipe de saúde da famlia (ESF). As tcnicas que facilitaram esse conhecimento foram a observao, a entrevista e o grupo focal. O campo de estudo foi o municpio de Uruburetama-Cear, e o principal critrio para essa escolha, a taxa de mortalidade infantil (MI) referente ao ano de 2002, ano em que o municpio ficou entre os treze com MI acima de 40/1.000 nascidos vivos no Cear. O estudo acompanhou 23 crianas nascidas em agosto de 2004, concluindo-se a pesquisa de campo em agosto de 2005. Nesse perodo o municpio contava com cinco equipes de PSF e trinta agentes de saúde, das quais quinze acompanhavam famlias em que nasceram crianas no ms de incio da pesquisa, constituindo-se assim nas principais informantes do estudo juntamente com as mes. Com base na categoria analtica agente educador, foram identificadas as categorias empricas: a agente de saúde com conhecimentos insuficientes, a agente de saúde impotente diante dos determinantes socioeconmicos e o tema prticas de saúde descontextualizadas das condies sociais; Com base na categoria analtica agente elo, chegou-se s categorias empricas: a agente porta de entrada do PSF e a agente pau pra toda obra, alm do tema uma relao de conflitos; no entanto, para a categoria analtica agente de controle sanitrio, no identifiquei nenhuma categoria emprica. Conforme a discusso das categorias e temas identificados demonstrou, as agentes de saúde precisam ser melhor capacitadas para desenvolver suas atividades; aes rotineiras como a orientao da alimentao infantil e monitoramento do crescimento precisam ser reforadas; as agentes no esto habilitadas para uma compreenso mais ampla dos problemas vivenciados pela comunidade e portanto para a discusso das possveis solues e encaminhamentos; h um excesso de atribuies e lhes falta conhecimento para o exerccio de algumas destas atribuies e tempo para outras; as agentes se ressentem de maior apoio na ESF, e sua relao com demais componentes da equipe conflituosa. O estudo aponta a necessidade de reforar a capacitao das agentes de saúde, mas prioritariamente, antes de qualquer capacitao para as aes especficas que realizam rotineiramente preciso form-las como educadoras sob a perspectiva da educao popular em saúde.
Resumo:
A proposta desta tese consiste em um recorte de uma abordagem mais ampla da determinao dos acidentes de trabalho, e tem como objetivo geral investigar o perfil de acidentes de trabalho que acometem funcionrios tcnico-administrativos do quadro efetivo de uma universidade do Rio de Janeiro. Para o alcance do objetivo, esta tese est estruturada em dois artigos, e como tal pretende explorar o perfil scio-demogrfico e ocupacional de funcionrios pblicos na ocorrncia de acidentes de trabalho (Artigo 1); e investigar a associao entre os eventos de vida produtores de estresse (EVPE) e a ocorrncia de acidentes de trabalho (Artigo 2). Dados seccionais da fase 2 de um estudo de natureza prospectiva (Estudo Pr-Saúde) foram coletados entre 3572 funcionrios. A histria de acidentes de trabalho foi captada por meio de perguntas dicotmicas (sim vs. no) para cada um dos seguintes tipos de acidentes: perfurao com agulha; perfurao com outro objeto; corte; queimadura; choque eltrico; contuso ou distenso muscular; fratura, entorse ou luxao; e envenenamento ou intoxicao. O perodo de referncia para aferio tanto dos EVPE quanto da ocorrncia de acidente de trabalho correspondeu aos 12 meses anteriores a aplicao de questionrio autopreenchvel. No artigo 1 utilizou-se a tcnica de anlise de correspondncia mltipla para delimitar agrupamentos de funcionrios quanto ao perfil scio-demogrfico e ocupacional associado ocorrncia de acidente de trabalho, de acordo com as seguintes Caracterstica : sexo, idade, escolaridade, renda per capita, ocupao, setor e local de trabalho. No artigo 2, a associao entre EVPE e acidentes de trabalho foi avaliada atravs de anlise multivariada por meio de modelo lineares generalizados (logpoisson), sendo os resultados expressos atravs de razes de prevalncia (RP) ajustadas e seus respectivos intervalos de 95% de confiana (IC95%). A prevalncia total de acidentes no perodo de 12 meses foi de 25,6%. Dos tipos de acidentes referidos, o mais frequente foi a contuso ou fratura, com cerca de (10,2%) de relatos. Em seguida, aparecem as perfuraes com agulha (6,5%). Os resultados da anlise de correspondncia revelam trs grupos, destacando-se aquele formado pelos que sofreram perfurao com agulha com um perfil que abrange os auxiliares de enfermagem, trabalham no Hospital Universitrio e setores adjacentes, especificamente em setores de terapia intensiva, emergncia, cirurgia geral, clinica geral e ambulatrio. Em relao associao com EVPE, ter sido testemunha de agresso foi o evento mais fortemente associado com acidentes de trabalho (RP= 1,98, IC95%= 1,67; 2,34). Este estudo trouxe informaes acerca da importncia das caractersticas scio-demogrficas e de aspectos psicossociais na ocorrncia dos acidentes de trabalho que podem ser teis na elaborao de medidas para a preveno desse importante problema de saúde pblica.
Resumo:
Discutem-se os processos de trabalho e de produo do cuidado dos auxiliares e tcnicos de enfermagem do Ncleo de Ateno Crise do Instituto Municipal de Assistncia Saúde Nise da Silveira, no contexto da desinstitucionalizao, e seus efeitos na integralidade do cuidado. O foco de anlise repousa sobre o cuidado cotidiano prestado por esses profissionais nas unidades de internao psiquitrica. Buscou-se realizar uma reflexo sobre os aspectos contemporneos do cotidiano da assistncia psiquitrica e o papel dos hospitais psiquitricos no atendimento aos pacientes agudos. Para tal objetivou-se, especificamente: contextualizar o IMNS no cenrio de saúde mental no municpio do Rio de Janeiro; descrever as prticas assistenciais de auxiliares e tcnicos de enfermagem no cuidado aos pacientes agudos internados; e discutir as prticas de cuidado no contexto da reorientao do modelo hospitalar e suas repercusses na integralidade da assistncia em saúde, buscando contradies e aproximaes com o discurso da poltica de saúde mental vigente. Foram abordadas na fundamentao terica: as questes da prtica da equipe de saúde sob o eixo da integralidade, em especial da equipe de enfermagem, e a relao trabalho/saúde/cotidiano na construo dos processos de trabalho e de produo do cuidado da assistncia prestada. Como abordagem terico-metodolgica que possibilitou alcanar o objetivo proposto, realizou-se estudo exploratrio, de natureza qualitativa, na perspectiva da cartografia, tendo na observao participante seu principal elemento de coleta de dados. O mapeamento das prticas rotineiras de cuidado evidenciou que estas so predominantemente pautadas no modelo asilar, no qual auxiliares e tcnicos desempenham suas atividades dirias de modo distanciado dos pacientes e de suas necessidades. Esses profissionais no so vistos como elementos da equipe de saúde mental, e assim, desprestigiados em relao poltica de formao e capacitao em saúde mental, assumem o cuidado aos pacientes institucionalizados de modo pouco estruturado, sem levar em considerao os anseios e sofrimentos dos usurios. Acolhimento, vnculo e integralidade fizeram parte do discurso oficial de reorganizao da assistncia, num contexto macroestrutural, mas ainda no se materializam nas prticas assistenciais da unidade de saúde pesquisada. A importncia do estudo est pautada no fornecimento de subsdios para a formulao e implantao de aes que auxiliem na melhoria da gesto do trabalho em saúde mental. Sua justificativa se faz na medida em que essa rea permeada por conflitos e questes que interferem decisivamente na qualidade dos servios prestados.
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O presente trabalho visa analisar as condies do processo de trabalho de uma empresa mineradora, de capital multinacional, em usinas de pelotizao, instaladas em Anchieta/ES. Pretende, tambm, examinar os determinantes desse processo e as conseqncias para a saúde dos trabalhadores, levando em considerao sua exposio aos riscos, relacionadas destruio do meio ambiente. Os procedimentos metodolgicos adotados na pesquisa consistiram basicamente de estudo bibliogrfico, anlise documental e aplicao de questionrios aos trabalhadores da empresa residentes nesse municpio. O estudo parte da relao existente entre capital, trabalho e saúde do trabalhador, tendo como marco histrico a revoluo industrial. Destacam-se nesse resgate os diferentes momentos do sistema produtivo capitalista, fazendo um paralelo com os sistemas de saúde em relao ao trabalhador. Verificamos que, com a expanso dos estudos sobre trabalho e saúde do trabalhador, as discusses no ficaram restritas ao cho da fbrica, passando a articular o mundo da produo e o ambiente de trabalho, introduzindo o debate sobre a deteriorao das condies ambientais em escala planetria no atual estgio de desenvolvimento do capitalismo. O campo de anlise em que os aspectos pontuados so examinados a cidade de Anchieta/ES, onde se localiza a empresa pesquisada. O processo de operao das usinas de pelotizao nessa localidade transformou o pequeno lugarejo praiano, que vivia apenas da pesca, da agricultura familiar e do turismo tradicional, no litoral sul do Esprito Santo, em sede de um possvel conglomerado de empresas e indstrias ligadas ao minrio, siderurgia, ao petrleo e gs. Como resultantes dos efeitos desse processo de produo, nas condies de vida dos trabalhadores, observa-se que as alteraes produzidas pela empresa influenciam destrutivamente as duas principais fontes de produo da sua riqueza: a natureza, configurada no meio-ambiente local e nacional, e a fora de trabalho nela alocada que fica submetida a todos os fatores de risco a sua saúde.
Resumo:
Esta tese tem o objetivo geral de investigar a associao entre estresse e acidentes no trabalho em funcionrios tcnico-administrativos efetivos de uma universidade pblica no Rio de Janeiro por meio de modelos multinveis. Para alcanar tal objetivo, a tese foi distribuda em dois artigos. O primeiro artigo investiga a associao entre estresse e acidentes no trabalho considerando componentes hierrquicos da estrutura dos dados por meio de modelos multinveis com funcionrios no primeiro nvel agrupados em setores de trabalho no segundo nvel. O segundo artigo investiga o comportamento dos coeficientes fixos e aleatrios dos modelos multinveis com classificao cruzada entre setores de trabalho e grupos ocupacionais em relao aos modelos multinveis que consideram apenas componentes hierrquicos dos setores de trabalho, ignorando o ajuste dos grupos ocupacionais. O estresse psicossocial no trabalho foi abordado a partir das relaes entre alta demanda psicolgica e baixo controle do processo laboral, Estas dimenses foram captadas por meio da verso resumida da escala Karasek, que tambm contm informaes sobre o apoio social no trabalho. Dimenses isoladas do estresse no trabalho (demanda e controle), razo entre demanda psicolgica e controle do trabalho (Razo D/C) e o apoio social no trabalho foram mensurados no nvel individual e nos setores de trabalho. De modo geral, os resultados destacam a demanda psicolgica mensurada no nvel individual como um importante fator associado ocorrncia de acidentes de trabalho. O apoio social no trabalho, mensurado no nvel individual e no setor de trabalho, apresentou associao inversa prevalncia de acidentes de trabalho, sendo, no setor, acentuada entre as mulheres. Os resultados tambm mostram que os parmetros fixos dos modelos com e sem classificao cruzada foram semelhantes e que, de modo geral, os erros padres (EP) foram um pouco maiores nos modelos com classificao cruzada, apesar deste comportamento do EP no ter sido observado quando relacionado aos coeficientes fixos das variveis agregadas no setor de trabalho. A maior distino entre as duas abordagens foi observada em relao aos coeficientes aleatrios relacionados aos setores de trabalho, que alteraram substancialmente aps ajustar o efeito da ocupao por meio dos modelos com classificao cruzada. Este estudo refora a importncia de caractersticas psicossociais na ocorrncia de acidentes de trabalho e contribui para o conhecimento dessas relaes a partir de abordagens analticas que refinam a captao da estrutura de dependncia dos indivduos em seu ambiente de trabalho. Sugere-se a realizao de outros estudos com metodologia similar, que permitam aprofundar o conhecimento sobre estresse e acidentes no trabalho.
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A pesquisa investigou aspectos referentes ao diagnstico e notificao de abuso sexual infantil intrafamiliar pelos servios bsicos de saúde do Municpio de Maring-PR. O abuso sexual contra crianas um problema de saúde pblica, devido alta incidncia epidemiolgica e s graves conseqncias dele decorrentes. Apesar de iniciativas municipais recentes para enfrentamento do problema, poucos so os casos denunciados oficialmente, o que dificulta o dimensionamento do problema e a criao de polticas adequadas. As instituies de saúde so espaos privilegiados para a deteco precoce e a notificao dos casos, porm essencial que, na medida em que os profissionais de saúde consigam identificar a ocorrncia da violncia, sintam-se seguros para notificar. Dificuldades em relao deteco, notificao e ao funcionamento da rede de apoio s vtimas foram levantadas, possibilitando inferir pontos estratgicos para desenvolvimento de programas de capacitao necessrios para o estabelecimento de aes de combate ao abuso sexual infantil. Os resultados apontam dificuldades importantes no que se refere ao diagnstico precoce e insuficiente informao sobre o processo de notificao e de encaminhamento dos casos. Essas dificuldades podem ser minimizadas mediante a adoo de uma poltica de educao continuada, bem como do fortalecimento da rede de proteo criana e ao denunciante.
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A fitoterapia e o uso de plantas medicinais fazem parte da prtica da medicina popular, que diminuiu frente ao processo de industrializao nas dcadas de 1940 e 1950, aumentando a busca, pela populao, por terapias menos agressivas destinadas ao atendimento primrio saúde. Essa complementa o tratamento usualmente empregado para a populao de menor renda. O objetivo deste trabalho foi analisar o conhecimento dos gestores e profissionais de saúde que atuam na ateno primria, sobre fitoterapia e uso de plantas medicinais, nos municpios de Cascavel e Foz do Iguau - Paran. Para tanto, no perodo de fevereiro a julho de 2009, foi realizado estudo exploratrio, descritivo, qualitativo, empregando como instrumentos de pesquisa entrevistas semiestruturadas e um questionrio estruturado, auto aplicado, com perguntas fechadas, a fim de contemplar os seguintes aspectos: perfil dos profissionais; aceitabilidade quanto implantao da fitoterapia na ateno bsica; confiana nos tratamentos com fitoterpicos; capacitao e formao profissional relacionadas fitoterapia, entre outros itens. Um dos gestores considerou recente o programa de fitoterapia. Indicadores de satisfao da populao quanto ao uso dos fitoterpicos ou plantas medicinais ainda no existem. O gestor do municpio de Cascavel relatou interesse na implantao do programa. Os demais profissionais entrevistados, de maneira geral, relataram no haver recebido formao sobre o tema durante a graduao, nem mesmo dentro das UBS onde trabalham. Entre os profissionais entrevistados seis (60%) relataram o acesso s informaes sobre fitoterapia atravs do conhecimento popular, uma (10%) formao na UBS, dois (20%) atravs de peridicos, quatro (40%) atravs de meio de comunicao, sendo que quatro citaram mais que uma das opes. Em Foz do Iguau, nas UBS onde a teraputica est implantada, os profissionais relataram no terem sido consultados antes de sua implantao, e a avaliao das plantas utilizadas pelos pacientes atendidos ocorre somente atravs de avaliao objetiva e subjetiva do tratamento Para implantao da fitoterapia nas UBS desses dois municpios, necessrio capacitar os profissionais quanto ao tema, desde o cultivo at a prescrio, melhorando o uso racional desses medicamentos.
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O presente trabalho procurou analisar a insero da psicanlise nas novas formas de cuidado teraputico em perinatologia, mais precisamente, no domnio que envolve os acontecimentos que ocorrem entre a concepo e os 36 meses de vida da criana. Para tanto, inicialmente foi apresentada a rea da saúde materno-infantil no Brasil e as polticas pblicas que a sustentam. Em seguida, delineou-se o funcionamento do campo escolhido, no caso uma maternidade de alto risco. Tendo em vista, a construo de uma rede de ateno tecida a partir de diferentes olhares, se procurou enfocar os impasses da interseo entre o discurso biomdico, o da educao em saúde e o da psicanlise. Nesse ponto, foi utilizada como referncia principal a contribuio de D. W. Winnicott sobre a teoria do amadurecimento pessoal. Com a finalidade de circunscrever o crescente interesse pela primeira infncia, procedeu-se a um mapeamento do estudo psicanaltico dos primrdios do psiquismo, aps uma breve incurso pelo texto freudiano. Promoveu-se ainda uma discusso sobre o encontro das hipteses psicanalticas com as novas descobertas cientficas sobre as potencialidades do beb, ressaltando as consequncias possveis de tal intercmbio. Por fim, foram destacadas algumas concepes que fundamentam a importncia do olhar psicanaltico para o cuidado integral saúde materno-infantil, enfatizando autores como Lebovici, Cramer, Bydlowski e Golse. Aqui as discusses tericas entrelaaram-se com observaes de campo e vinhetas clnicas
Resumo:
Este trabalho visa identificar os determinantes da ampliao de demandas judiciais contra os gestores do SUS. Em sua maioria (85%) relacionam-se ao fornecimento de medicamentos e so geradas, no mbito do Judicirio, pelo entendimento daquele rgo que o Poder Pblico est descumprindo o direito saúde constitucionalmente adquirido. Foi realizada uma reviso bibliogrfica acerca de sistemas nacionais de saúde com princpios constitutivos bsicos semelhantes aos do SUS, tendo sido selecionados o Canad, Colmbia e Espanha. O objetivo foi observar se queles sistemas apresentam as dificuldades experimentadas pelo SUS, ou se existe, no sistema nacional, alguma peculiaridade. Foram analisados os artigos da Constituio de 1988 relativos saúde, observando-se em vrios deles pouca clareza na descrio de conceitos que parecem dar margem a mltiplos entendimentos dos atores envolvidos com a implementao do SUS. Desenvolveuse uma pesquisa quali-quantitativa: o 1 componente foi realizado por meio de entrevistas com atores chave, representantes do Executivo, Legislativo, Judicirio, rgos de Classe, Conselhos de Saúde e Gestores. A etapa quantitativa foi realizada a partir da coleta, sistematizao e anlise de dados acerca das demandas judiciais chegadas aos gestores do SUS localizados no Rio de Janeiro (SMS, SESDEC e NERJ). Os entendimentos dos entrevistados mostraram-se muito distintos e bastante relacionados com seus locais de atuao. Foi observado que o Judicirio, grosso modo, ratifica as prescries mdicas, determinando aos gestores, tornados rus, o fornecimento de produtos de saúde que vo desde os medicamentos essenciais at os de dispensao excepcional e mesmo, algumas substncias importadas. As liminares no atendem as padronizaes definidas pelas Polticas Nacionais de Assistncia Farmacutica, nem as que dizem respeito s relaes pactuadas entre os gestores nem a responsabilizao existente por nvel de gesto. Tais questes tm gerado um tensionamento permanente entre o Executivo da saúde, Judicirio e populao, uma vez que o cumprimento das determinaes judiciais representa, para o gestor, uma necessidade de realocao oramentria para a aquisio de medicamentos no planejados, que pode determinar a no realizao de aes programticas prioritrias. Parece que estas aes do Judicirio, ainda que legtimas, no necessariamente favorecem a equidade de acesso ao SUS. Por ltimo, foram definidos 3 ncleos causais para a ampliao das demandas judiciais de saúde: o 1, derivado da pouca clareza de alguns conceitos constitucionais determinada pela falta de consenso poltico quando dos trabalhos da ANC, que deixaram estas definies para regulamentaes posteriores, que no ocorreram; o 2, representado pela no contestao da maior parcela das prescries mdicas, pelo Judicirio, o que parece demonstrar o poder das profisses, medicina e direito, e, a inexistncia de regulao do exerccio profissional pelo Estado e o 3, determinado pela pouca articulao no SUS entre a gesto financeira e da ateno saúde, o que parece impedir que os gestores atuem como protagonistas destas situaes, deixando de promover articulaes entre os Poderes do Estado, Instituies, rgos de Classe e a sociedade para definio de estratgias comuns voltadas resoluo dos problemas apontados neste estudo.
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O movimento de Reforma Psiquitrica possibilitou que uma poltica de saúde mental, substitutiva ao hospital psiquitrico e de base comunitria pudesse ser, de fato, implementada no pas. Tal movimento, junto a uma srie de acontecimentos e construes argumentativas, permitiu uma mudana de paradigma e a efetiva construo de uma rede territorial de cuidados em saúde mental. Este estudo dedica-se a analisar o uso do planejamento na trajetria de implementao da poltica de saúde mental na cidade do Rio de Janeiro. Para tal, foram entrevistados atores que participaram da construo da gesto municipal no perodo entre 1993 e 2008. Foi possvel, a partir destas entrevistas, reconhecer alguns momentos nos quais os atores realizaram clculos que precederam e presidiram as suas aes. Analisamos a coerncia destes clculos com os propsitos de transformao da assistncia psiquitrica, com os mtodos escolhidos para tal e com as instituies, usando algumas contribuies tericas de Carlos Matus e Mario Testa. Observou-se uma experincia planejadora densa, com um pensamento de natureza estratgica e com clculos complexos, mas que no foram realizados a partir de mtodos definidos a priori.
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A autoavaliao do estado de saúde (AAS) um indicador de saúde amplamente utilizado e influenciado por uma grande variedade de fatores. Em particular, existem evidncias crescentes de que a discriminao racial um importante fator de risco para eventos mrbidos em saúde e seu impacto na saúde da populao brasileira ainda pouco explorado. No primeiro artigo, o objetivo principal investigar a associao entre AAS e fatores sociodemogrficos, comportamentais e de morbidade. No segundo artigo, o objetivo estimar a associao entre discriminao racial e diferentes desfechos em saúde, a saber, AAS, morbidade fsica e depresso ajustando por variveis sociodemogrficas, comportamentos relacionados saúde e ndice de Massa Corporal, na populao de pretos e pardos. O presente estudo possui delineamento seccional, baseado nos dados do inqurito de abrangncia nacional Pesquisa Dimenso Social das Desigualdades. Os entrevistados responderam a questionrios estruturados e suas medidas antropomtricas foram aferidas. No primeiro artigo, foram avaliados 12.324 indivduos, entre chefes de famlia e cnjuges, com idade maior ou igual a 20 anos. No segundo artigo, foram avaliados 3.863 chefes de famlia que responderam a pergunta sobre discriminao racial e que se classificaram como pretos e pardos. AAS foi avaliada por meio de pergunta obtida do instrumento de qualidade de vida SF-36 e, para o primeiro artigo, foi analisada de forma dicotmica em AAS boa (categorias de resposta excelente, muito boa e boa) e AAS ruim (categorias de resposta razovel e ruim). No segundo artigo, esse desfecho foi analisado utilizando-se as 5 categorias de resposta. As anlises foram realizadas utilizando-se modelos de regresso logstica uni e multivariados, para dados binrios (artigo 1) ou ordinais (artigo 2). Os resultados foram apresentados na forma de Odds Ratios com os respectivos intervalos de 95% de confiana. Maior faixa etria, analfabetismo, tabagismo, obesidade e doenas crnicas estiveram associados a maior chance de AAS ruim. Para cada incremento na faixa de renda, observou-se uma reduo de 20% na chance de relatar AAS ruim. Atividade fsica esteve associada a menor chance de AAS ruim. No segundo artigo, exposio discriminao racial esteve associada com aumento na chance de relato de pior AAS, de morbidade fsica e de depresso. O presente estudo identificou a influncia de diversos fatores sociais, demogrficos, comportamentos relacionados saúde e morbidade fsica na AAS. O estudo demonstrou ainda que a discriminao racial est associada negativamente aos trs desfechos em saúde avaliados (AAS, morbidade fsica e depresso). Esses resultados podem traar um perfil de subgrupos populacionais mais vulnerveis, ou seja, com maior risco de contrair doenas ou de procurar o servio de saúde por uma doena j existente, auxiliando na definio de populaes-alvo para o adequado planejamento de polticas e de programas de promoo de saúde.
Resumo:
Os Transtornos Mentais Comuns (TMC), especialmente ansiedade e depresso, so altamente prevalentes, independentemente das dificuldades com a sua classificao. Na Ateno Primria Saúde (APS), representada no Brasil pela Estratgia de Saúde da Famlia (ESF), essas condies so pouco detectadas e tratadas, o que resulta em sobrecarga para pacientes, famlias e comunidades, alm de prejuzos sociais e econmicos. Tal situao pode ser atenuada integrando-se cuidados de saúde mental ateno bsica. Nesse sentido, objetivou-se identificar e analisar as intervenes psicossociais voltadas para o cuidado do sofrimento psquico e dos TMC atualmente empregadas na APS, no Brasil e no exterior. Para isso, foi realizada uma reviso bibliogrfica da literatura nacional e internacional atravs das bases de dados MEDLINE/PubMed e LILACS/BVS. As intervenes identificadas foram reunidas em dois grupos. No primeiro, incluram-se as intervenes com formato tradicional em que um profissional graduado conduz o tratamento presencialmente, enquanto no segundo grupo foram alocados os arranjos diferenciados em que o contato com o profissional reduzido e seu papel mais o de facilitar do que de liderar o tratamento, tal como nas intervenes com o uso de mo de obra leiga em saúde, suporte ao autocuidado, e sistemas automatizados ou pacotes de tratamento informatizados oferecidos via internet. Teoricamente, Terapia Interpessoal, Terapia Cognitivo-comportamental e Terapia de Soluo de Problemas embasaram as intervenes. Na APS internacional, as intervenes so breves e bastante estruturadas, incluindo um plano de ao definido em um manual de aplicao. Na Estratgia de Saúde da Famlia destacaram-se as intervenes grupais e a Terapia Comunitria, modelo especialmente desenvolvido por brasileiros. Verificou-se que os TMC ganham visibilidade medida que a APS se consolida no territrio e prxima populao. No exterior, a integrao da saúde mental na APS um processo em consolidao e h crescente tecnificao das intervenes psicossociais, enquanto, no Brasil, a aproximao da APS com a ESF recente e no h um padro de atuao consolidado. Resultados insuficientes ou controversos impediram concluir quais so as melhores intervenes, porm a alta prevalncia dos TMC e o potencial de cuidado do setor da APS exigem que as pesquisas continuem.