952 resultados para Literatura brasileira - Ficção - História e crítica - 1843


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O presente estudo visa a estabelecer uma análise comparativa entre dois romances da literatura brasileira do século XX, no que tange à abordagem realizada pelas obras do fenômeno histórico-social do cangaço. As obras escolhidas, Fogo Morto, de José Lins do Rego, e Os Desvalidos, de Francisco Dantas, representam dois momentos distintos da produção ficcional nordestina. A primeira está inserida na corrente ficcional das décadas de 30 e 40. Décimo romance do escritor paraibano, Fogo Morto representa o cangaço na perspectiva do personagem José Amaro, seleiro que se transforma em ajudante do cangaceiro Antônio Silvino. A segunda obra, publicada em 1993, representa uma retomada da ficção regionalista. O romance focaliza o cangaço sob o ponto de vista de Coriolano, personagem que, ao contrário de José Amaro, demonstra ódio implacável pelo cangaço, no romance representado por Lampião. A análise comparativa das obras foi precedida pelo estudo das raízes históricas do cangaço, bem como a caracterização do cangaceiro como ser carregado de dubiedade no imaginário popular nordestino. Com efeito, o cangaceiro ora é representado como herói, ora é encarado como bandido pelo sertanejo, sendo que essa visão contraditória é transportada para a ficção, aparecendo nos dois romances que são analisados neste trabalho. A abordagem histórica do cangaço é realizada a partir de estudos de autores como Rui Facó (1983), Maria Isaura Pereira de Queiroz (1977) e Luiz Bernardo Pericás (2010). Também foi imprescindível um breve estudo de Câmara Cascudo (2005), que auxilia a compreender a figura do cangaceiro enquanto herói popular regional. Finalmente, como suporte para o estudo comparativo entre Fogo Morto e Os Desvalidos foram utilizados trabalhos de autores como José Paulo Paes (1995) e Sônia Lúcia Ramalho de Farias (2006), que fornecem elementos importantes para o estabelecimento de relações entre obras de cunho regionalista, produzidas por escritores nordestinos.

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Este estudo pretende examinar a recepção crítica voltada para a análise dos aspectos estilísticos e linguísticos da obra de João Guimarães Rosa (1908-1967). Na década de 1950, durante seu auge, a teoria estilística, principalmente a de origem espanhola, exerceu grande influência sobre crítica literária brasileira. Este evento coincidiu com o impacto do lançamento de duas das mais importantes obras do ficcionista mineiro, Grande sertão: veredas (1956) e Corpo de baile (1956), em grande parte devido à linguagem, que é um amálgama de popular e erudito e detentora de grande poder de sugestão. Como fruto deste acaso, no mesmo horizonte da obra, surgiram os estudos que formaram a primeira recepção e, entre estes, os que se dedicaram a analisar os diferentes recursos utilizados por Guimarães Rosa para compor o seu sertão-linguagem, o que justifica a adoção da Estilística como método. Inseridos nesta corrente crítica estão os trabalhos que nos servirão de objeto de análise, a exemplo da crítica pioneira de Cavalcanti Proença (1905-1966), Trilhas no Grande Sertão (1958), e de trabalhos de outros estudiosos, como Oswaldino Marques (1916-2003), sobre Sagarana e outras publicações dispersas, e da professora norte-americana Mary L. Daniel (1936). Estes estudos, embora sejam discutíveis do ponto de vista metodológico, conforme será observado, tornaram-se peças incontornáveis dentro da fortuna crítica rosiana por sua contribuição à elucidação da obra. Um indicativo disso é a existência de trabalhos mais recentes que ainda ventilam categorias consideradas pela Estilística como o léxico, que surge em estudos de Nei Leandro de Castro e Nilce Sant'Anna Martins. Como método utilizado nesta dissertação de Mestrado, lança-se mão da hermenêutica literária formulada por Hans Robert Jauss (1921-1997) com o objetivo de analisar a recepção crítica de uma abordagem específica, a Estilística, e destacar sua relevância para a compreensão da obra de Guimarães Rosa no período imediato à publicação, assim como propor uma confrontação desta recepção com estudos posteriores que se balizam no mesmo campo de análise. Igualmente, objetiva-se evidenciar a importância do leitor para a (res) significação do material ficcional, aqui representado pelo crítico literário, um leitor diferenciado capaz de oferecer propostas interpretativas e guiar a leitura dos leitores comuns.

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Este trabalho parte de pesquisas realizadas no periódico Diário de Notícias, de Belém, Pará, no período que vai de 1881 a 1893, com o objetivo de recuperar textos ficcionais em prosa, em especial, o romance-folhetim, gênero que surge da relação próxima entre literatura e jornal, muito intensa no decorrer do século XIX. Nesse período, o jornal aparece como importante meio de divulgação política e cultural nas várias regiões do país, considerando que seu custo era bem mais acessível que o do livro. O romance-folhetim alcança, nesse veículo, uma grande popularidade entre os leitores. Dentre os romances-folhetins catalogados, optamos por analisar o Negro e cor de rosa: o canto do cysne, do francês Georges Ohnet, publicado no período de julho a agosto de 1887, na coluna Folhetim do já citado periódico. A análise foi baseada nos estudos de Jésus Martín-Barbero sobre os dispositivos de enunciação do gênero folhetim. A partir de nossa pesquisa, procuramos investigar como se caracterizava o circuito editorial da Belém oitocentista, averiguando a relação entre o gosto do público e a presença ostensiva de narrativas francesas, bem como, a relação mercadológica entre editores e livreiros. Assim, ressalta-se a relevância dos estudos da História do Livro e da Leitura no Brasil por permitir-nos a recuperação de informações que contribuirão para o registro da História da Literatura Brasileira.

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O presente trabalho busca compreender a recepção crítica da poética de Max Martins no decorrer de 50 anos de atividade artística. A partir de uma abordagem estético recepcional, averiguaremos como as sucessivas leituras por parte de jornalistas e críticos determinaram a aceitação de sua produção e sua respectiva inserção dentro do cenário literário local e nacional. Baseando-se na perspectiva teórica da Estética da Recepção pretenderemos assim compreender diacronicamente o efeito causado pela obra de Max Martins junto aos seus leitores imediatos, e consequentemente perfazer uma história de sua recepção. A abordagem realizada por meio dos pressupostos apresentados por H. R. Jauss (em A História da Literatura como Provocação à Teoria Literária) - como o termo "horizonte de expectativa" - nos orientará quanto à historicidade da produção poética de Max Martins, esclarecendo o motivo que levou algumas leituras equivocadas de sua obra a se perpetuarem até o presente. Desse modo, por meio da reconstrução do “horizonte de expectativa” poderemos compreender a que demanda ou pergunta à obra de Max Martins atendeu no momento de sua publicação, além de averiguarmos como o trabalho de editoração da sua obra (G.Genette, 2009) influenciou sua leitura no decorrer do tempo, atualizando assim sua compreensão crítica e revelando algumas incongruências persistentes em estudos acadêmicos contemporâneos.

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Este trabalho tem por objetivo explorar as relações entre diferentes linguagens artísticas – literatura, cinema, artes plásticas e desenho –, investigando o funcionamento das técnicas de colagem (termo originário das artes plásticas) e montagem (técnica cinematográfica) e de que forma foram transpostas para a literatura. Para tal, tomaremos como objeto de análise os romances Galvez imperador do Acre ([1977] 1983) e A resistível ascensão do Boto Tucuxi (1982), do escritor amazonense Márcio Souza.

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Os estudos sobre a cultura vêm, desde a década de 60 do último século, tornando-se cada vez mais explorados como ferramenta de observação em diversas áreas. A cultura, neste sentido, é, então, muito mais complexificada por ela ser resultante de um contato entre diversos grupos sociais e, portanto, necessitar de um estudo aprofundado no que diz respeito à sua formação. A literatura, inserida neste contexto, reflete essa complexificação cultural. Nesse aspecto, utilizada como forma da história e da cultura, a literatura é uma rica fonte de informações que pode desvendar muitos mistérios acerca da formação cultural em diferentes níveis, do local ao global. A conjuntura de um maior contato intercultural atinge a região amazônica, sendo refletida, principalmente, por meio do aspecto migratório após os ápices da comercialização da borracha, o chamado boom da borracha, na região durante a segunda metade do século XIX e primeira metade do século XX. A literatura de Bruno de Menezes, em Candunga, faz referências a esta realidade ligada aos deslocamentos humanos, mais precisamente dando enfoque à Estrada de Ferro Belém-Bragança. Nesse sentido, nosso foco de estudo será a relação cultural estabelecida entre os migrantes nordestinos recém-chegados e o caboclo amazônico, este último representado no romance pela voz do narrador de Candunga, detentor de um discurso cultural em prol do homem amazônico da zona bragantina. Perceberemos que há um conflito identitário e cultural em partes várias de Candunga por conta da emergência das diferenças entre caboclos e nordestinos. Notaremos um discurso de afirmação, por meio do narrador, da cultura amazônica em detrimento da nordestina, agregando, inclusive, juízo de valor, em que a cultura do caboclo seria superior à cultura do migrante. No entanto, não se deixará de ressaltar a relação de hibridação, observando como se dá o processo de hibridação cultural existente no romance.

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Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq)

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Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior (CAPES)

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Pós-graduação em Letras - IBILCE

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A partir de dados tomados a duas narrativas portuguesas contemporâneas - a História do Cerco de Lisboa (1989), de José Saramago, e a Crónica do Cruzado Osb. (1976), de Agustina Bessa-Luís - investiga-se, neste estudo, a forma de aproveitamento, que neles se dá, da fonte histórica (o relato medieval do Cruzado Osberno), tendo o objetivo de, pela observação desta forma de relação entre o texto histórico e o texto literário, discutir questões mais amplas, concernentes aos imbricamentos de fato e ficção.Palavras-chave: Narrativa portuguesa contemporânea; história e ficção; ironia.

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Propõe-se o exame das relações entre determinados recursos literários de Esaú e Jacó e Memorial de Aires e elementos sociopolíticos e históricos da transição do Império para a República representados nesses romances machadianos. Pretendemos mostrar como, por meio de escolhas estruturais e linguísticas, no que se refere aos vínculos entre narrador, focalização e personagens, o escritor traz à baila questões substantivas da sociedade brasileira daquele momento. Ao contrário do que alguns analistas apontam, há, nessas narrativas, crítica às relações sociais e de poder. A forma como o escritor realiza, nos romances, a refl exão sobre tais relações enseja novas pesquisas.

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O objetivo deste trabalho é discutir questões literárias e históricas postas em pauta pelo livro Formação da literatura brasileira de Antonio Candido, cuja primeira edição é de 1959. Essa obra – ao reelaborar e procurar superar antigas referências vinculadas às datações e explicações das origens da literatura nacional – apresenta caráter inovador, o que, de um lado, a levou a ser um paradigma fundamental para a história e a crítica literária no país e, de outro lado, provocou muitas polêmicas e objeções. Partindo, portanto, da herança histórico-crítica precedente e incorporando muitos de seus elementos, o crítico repensa os marcos históricos, literários e culturais do surgimento da literatura no Brasil, ou seus momentos decisivos, tendo em vista a noção de sistema literário. Cinquenta anos após a publicação desse estudo, é oportuno e necessário, cremos, rediscutir e redefinir as demarcações histórico-literárias da criação ou da formação da literatura brasileira, por meio de uma leitura diversa do processo de organização do Estado e da nação no Brasil.

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Uma leitura atenta da ficção de Graciliano Ramos pode revelar uma forma aguda de refletir o mundo através de uma reflexão anterior sobre a própria linguagem da literatura e da sociedade. É uma leitura desse teor que se pretende mostrar, apoiada na conhecida teoria das funções da linguagem de Jakobson. Num jogo constante entre as funções fática e metalingüística, Graciliano Ramos demonstra visível consciência dos problemas de linguagem, cujo tratamento moderno aponta uma postura bastante crítica (via linguagem) perante o homem e a vida. An attentive of Graciliano Ramos’ fiction reveals a deep form of reflection on the world thorough a previous reflection on the very language of literature and society. Such a reading is here attempted based on Jakobson’s well known theory of language functions. In a constante play between the fatic and the metalinguistic function, Graciliano Ramos demonstrates a clear awareness of the problems of language, whose modern treatment points at a very critical poise (via language) before man and life.

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Destinado principalmente a professores, este livro, de Maria Heloísa Martins Dias, tem o objetivo, principalmente, de estimular o leitor a questionar e refletir sobre a literatura e as abordagens que esse tipo de leitura suscita. Busca, enfim, abrir novos horizontes aos que se dedicam à tarefa de ensinar a ler o texto literário. No primeiro momento, a obra traz reflexões sobre o estado da arte do ensino de literatura, discutindo postulações consagradas de autores como Roland Barthes, Todorov, Eduardo Lourenço, Derrida, Paul de Man e Nino Júdice. Conceitos como a divisão da literatura em períodos históricos e sua classificação em escolas literárias são exaustivamente dissecados e questionados. No segundo momento, Dias apresenta propostas de práticas metodológicas voltadas à abordagem da poesia portuguesa, enfocando autores como Camões, Gil Vicente, Bocage e Alexandre O'Neill. Sem oferecer modelos e receitas, essas práticas de leitura sugerem múltiplas possibilidades de lidar com a poesia, mas sempre com o foco na aventura da criação e nos caminhos da inventividade.