996 resultados para William S. Cohen Papers


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RESUMO:As perturbações psicóticas so doenças mentais complexas sendo influenciadas na sua etiologia e prognóstico por factores biológicos e psicossociais. A interferência do ambiente familiar na evolução da doença espelha bem esta realidade. Quando em 1962 George Brown e colaboradores descobriram que ambientes familiares com elevada Emoção Expressa (EE) contribuíam para um aumento significativo do número de recaídas de pessoas com esquizofrenia (Brown et al., 1962), estava aberto o caminho para o desenvolvimento de novas intervenções familiares. A EE inclui cinco componentes: três componentes negativos, i.e. criticismo, hostilidade e envolvimento emocional excessivo; e dois componentes positivos, i.e. afectividade e apreço (Amaresha & Venkatasubramanian, 2012; Kuipers et al., 2002). No final dos anos 1970 surgiram os primeiros trabalhos na área das intervenções familiares nas psicoses (IFP). Dois grupos em países diferentes, no Reino Unido e nos Estados Unidos da América, desenvolveram quase em simultâneo duas abordagens distintas. Em Londres, a equipa liderada por Julian Leff desenhava uma intervenção combinando sessões unifamiliares em casa, incluindo o paciente, e sessões em grupo, apenas para os familiares (Leff et al., 1982). Por seu turno, em Pittsburgh, Gerard Hogarty e colaboradores desenvolviam uma abordagem que compreendia a dinamização de sessões educativas em grupo (Anderson e tal., 1980). Para designar este trabalho, Hogarty e colaboradores propuseram o termo “psicoeducação”. As IFP começaram a ser conhecidas por esta designação que se generalizou até aos dias de hoje. Neste contexto a educação era vista como a partilha de informação acerca da doença, dos profissionais para os familiares. Nas sessões os profissionais eram informados acerca das manifestações, etiologia, tratamento e evolução das psicoses, bem como de formas para lidar com as situações difíceis geradas pela doença, e.g. risco de recaída. Os trabalhos pioneiros das IFP foram rapidamente sucedidos pelo desenvolvimento de novos modelos e a proliferação de estudos de eficácia. Para além dos modelos de Leff e Hogarty, os modelos IFP que ficaram mais conhecidos foram: (1) a Terapia Familiar-Comportamental, desenvolvida por Ian Falloon e colaboradores (Falloon et al., 1984); e (2) a Terapia Multifamiliar em Grupo, desenvolvida por William McFarlane e colaboradores (McFarlane, 1991). O incremento de estudos de eficácia contribuiu rapidamente para as primeiras meta-análises. Estas, por sua vez, resultaram na incluso das IFP nas normas de orientação clínica mais relevantes para o tratamento das psicoses, nomeadamente da esquizofrenia (e.g. PORT Recomendations e NICE Guidelines). No geral os estudos apontavam para uma diminuição do risco de recaída na esquizofrenia na ordem dos 20 a 50% em dois anos (Pitschel-Walz et al., 2001). No final dos anos 1990 as IFP atingiam assim o apogeu. Contudo, a sua aplicação prática tem ficado aquém do esperado e as barreiras à implementação das IFP passaram a ser o foco das atenções (Gonçalves-Pereira et al., 2006; Leff, 2000). Simultaneamente, alguns autores começaram a levantar a questão da incerteza sobre quais os elementos-chave da intervenção. O conhecimento sobre o processo das IFP era reduzido e começaram a surgir as primeiras publicações sobre o assunto (Lam, 1991). Em 1997 foi dinamizada uma reunião de consenso entre os três investigadores mais relevantes do momento, Falloon, Leff e McFarlane. Deste encontro promovido pela World Schizophrenia Fellowship for Schizophrenia and Allied Disorders surgiu um documento estabelecendo dois objectivos e quinze princípios para as IFP (WFSAD, 1997). Não obstante os contributos que foram feitos, continua a existir uma grande falta de evidência empírica acerca do processo das IFP e dos seus elementos-chave (Cohen et al., 2008; Dixon et al., 2001; Lam, 1991; Leff, 2000; McFarlane et al., 2003). Também em Portugal, apesar da reflexão teórica nesta área e do registo de ensaios de efectividade de grupos para familiares – estudo FAPS (Gonçalves-Pereira, 2010), os componentes fundamentais das IFP nunca foram analisados directamente. Assim, o projecto de investigação descrito nesta tese teve como objectivo identificar os elementos-chave das IFP com base em investigação qualitativa. Para tal, conduzimos três estudos que nos permitiriam alcançar dados empíricos sobre o tema. O primeiro estudo (descrito no Capítulo 2) consistiu na realização de uma reviso sistemática da literatura científica acerca das variáveis relacionadas com o processo das IFP. A nossa pesquisa esteve focada essencialmente em estudos qualitativos. Contudo, decidimos não restringir demasiado os critérios de incluso tendo em conta as dificuldades em pesquisar sobre investigação qualitativa nas bases de dados electrónicas e também devido ao facto de ser possível obter informação sobre as variáveis relacionadas com o processo a partir de estudos quantitativos. O método para este estudo foi baseado no PRISMA Statement para revises sistemáticas da literatura. Depois de definirmos os critérios de incluso e excluso, iniciámos várias pesquisas nas bases de dados electrónicas utilizando termos booleanos, truncações e marcadores de campo. Pesquismos na PubMed/MEDLINE, Web of Science e nas bases de dados incluídas na EBSCO Host (Academic Search Complete; Education Research Complete; Education Source; ERIC; and PsycINFO). As pesquisas geraram 733 resultados. Depois de serem removidos os duplicados, 663 registos foram analisados e foram seleccionados 38 artigos em texto integral. No final, 22 artigos foram incluídos na sntese qualitativa tendo sido agrupados em quatro categorias: (1) estudos examinando de forma abrangente o processo; (2) estudos acerca da opinião dos participantes sobre a intervenção que receberam; (3) estudos comparativos que individualizaram variáveis sobre o processo; e (4) estudos acerca de variáveis mediadoras. Os resultados evidenciaram um considerável hiato na investigação em torno do processo das IFP. Identificámos apenas um estudo que abordava de forma abrangente o processo das IFP (Bloch, et al., 1995). Este artigo descrevia uma análise qualitativa de um estudo experimental de uma IFP. Contudo, as suas concluses gerais revelaramse pobres e apenas se podia extrair com certeza de que as IFP devem ser baseadas nas necessidades dos participantes e que os terapeutas devem assumir diferentes papéis ao longo da intervenção. Da reviso foi possível perceber que os factores terapêuticos comuns como a aliança terapêutica, empatia, apreço e a “aceitação incondicional”, podiam ser eles próprios um elemento isolado para a eficácia das IFP. Outros estudos enfatizaram a educação como elemento chave da intervenção (e.g. Levy-Frank et al., 2011), ao passo que outros ainda colocavam a ênfase no treino de estratégias para lidar com a doença i.e. coping (e.g. Tarrier et al., 1988). Com base nesta diversidade de resultados e tendo em conta algumas propostas prévias de peritos (McFarlane, 1991; Liberman & Liberman, 2003), desenvolvemos a hipótese de concebermos as IFP como um processo por etapas, de acordo com as necessidades dos familiares. No primeiro nível estariam as estratégias relacionadas com os factores terapêuticos comuns e o suporte emocional,no segundo nível a educação acerca da doença, e num nível mais avançado, o foco seria o treino de estratégias para lidar com a doença e diminuir a EE. Neste estudo concluímos que nem todas as famílias iriam precisar de IFP complexas e que nesses casos seria possível obter resultados favoráveis com IFP pouco intensas. O Estudo 2 (descrito no Capítulo 3) consistiu numa análise qualitativa dos registos clínicos do primeiro ensaio clínico da IFP de Leff e colaboradores (Leff et al., 1982). Este ensaio clínico culminou numa das evidências mais substanciais alguma vez alcançada com uma IFP (Leff et al., 1982; Leff et al., 1985; Pitschel-Walz et al., 2001). Este estudo teve como objectivo modular a EE recorrendo a um modelo misto com que compreendia sessões familiares em grupo e algumas sessões unifamiliares em casa, incluindo o paciente. Os resultados mostraram uma diminuição das recaídas em nove meses de 50% no grupo de controlo para 8% no grupo experimental. Os registos analisados neste estudo datam do período de 1977 a 1982 e podem ser considerados como material histórico de alto valor, que surpreendentemente nunca tinha sido analisado. Eram compostos por descrições pormenorizadas dos terapeutas, incluindo excertos em discurso directo e estavam descritos segundo uma estrutura, contendo também os comentários dos terapeutas. No total os registos representavam 85 sessões em grupo para familiares durante os cinco anos do ensaio clínico e 25 sessões unifamiliares em casa incluindo o paciente. Para a análise qualitativa decidimos utilizar um método de análise dedutivo, com uma abordagem mecânica de codificação dos registos em categorias previamente definidas. Tomámos esta deciso com base na extenso apreciável dos registos e porque tínhamos disponível informação válida acerca das categorias que iríamos encontrar nos mesmos, nomeadamente a informação contida no manual da intervenção, publicado sob a forma de livro, e nos resultados da 140 nossa reviso sistemática da literatura (Estudo 1). Deste modo, foi construída uma grelha com a estrutura de codificação, que serviu de base para a análise, envolvendo 15 categorias. De modo a cumprir com critérios de validade e fidelidade rigorosos, optámos por executar uma dupla codificação independente. Deste modo dois observadores leram e codificaram independentemente os registos. As discrepâncias na codificação foram revistas até se obter um consenso. No caso de não ser possível chegar a acordo, um terceiro observador, mais experiente nos aspectos técnicos das IFP, tomaria a deciso sobre a codificação. A análise foi executada com recurso ao programa informático NVivo® verso 10 (QSR International). O número de vezes que cada estratégia foi utilizada foi contabilizado, especificando a sessão e o participante. Os dados foram depois exportados para uma base de dados e analisados recorrendo ao programa informático de análise estatística SPSS® verso 20 (IBM Corp.). Foram realizadas explorações estatísticas para descrever os dados e obter informação sobre possíveis relações entre as variáveis. De modo a perceber a significância das observações, recorremos a testes de hipóteses, utilizando as equações de estimação generalizadas. Os resultados da análise revelaram que as estratégias terapêuticas mais utilizadas na intervenção em grupo foram: (1) a criação de momentos para ouvir as necessidades dos participantes e para a partilha de preocupações entre eles – representando 21% de todas as estratégias utilizadas; (2) treino e aconselhamento acerca de formas para lidar com os aspectos mais difíceis da doença – 15%; (3) criar condições para que os participantes recebam suporte emocional – 12%; (4) lidar com o envolvimento emocional excessivo 10%; e (5) o reenquadramento das atribuições dos familiares acerca dos comportamentos dos pacientes – 10%. Nas sessões unifamiliares em casa, as estratégias mais utilizadas foram: (1) lidar com o envolvimento emocional excessivo – representando 33% de todas as estratégias utilizadas nas sessões unifamiliares em casa; (2) treino e aconselhamento acerca de formas para lidar com os aspectos desafiadores da doença – 22%; e (3) o reenquadramento das atribuições dos familiares acerca dos comportamentos dos pacientes, juntamente com o lidar com a zanga, o conflito e a rejeição – ambas com 10%. A análise longitudinal mostrou que a criação de momentos para ouvir as necessidades dos familiares tende a acontecer invariavelmente ao longo do programa. Sempre que isso acontece, so geralmente utilizadas estratégias para ajudar os familiares a lidarem melhor com os aspectos difíceis da doença e estratégias para fomentar o suporte emocional. Por sua vez, foi possível perceber que o trabalho para diminuir o envolvimento emocional excessivo pode acontecer logo nas primeiras sessões. O reenquadramento e o lidar com a zanga/ conflito/ rejeição tendem a acontecer a partir da fase intermédia até às últimas sessões. A análise das diferenças entre os familiares com baixa EE e os de elevada EE, mostrou que os familiares com elevada EE tendem a tornar-se o foco da intervenção grupal. Por sua vez, os familiares com baixa EE recebem mais estratégias relacionadas com aliança terapêutica, comparativamente com os familiares com elevada EE. So de realçar os dados relativamente às estratégias educativas. Foi possível observar que estas tendem a acontecer mais no início dos grupos, não estando associadas a outras estratégias. Contudo é de notar a sua baixa utilização, a rondar apenas os 5%.O Estudo 3 (descrito no Capítulo 4) surgiu como uma forma de completar a análise do Estudo 2, permitindo uma viso mais narrativa do processo e focando, adicionalmente, as mudanças que ocorrem nos participantes. Com base nos mesmos registos utilizados no Estudo 2, codificámos de forma secundária os registos em duas categorias i.e. marcadores de mudança e marcadores emocionais. Os marcadores de mudança foram cotados sempre que um participante exibia comportamentos ou pensamentos diferentes dos anteriores no sentido de uma eventual redução na EE. Os marcadores emocionais correspondiam à expressão intensa de sentimentos por parte dos participantes nas sessões e que estariam relacionados com assuntos-chave para essas pessoas. Os excertos que continham a informação destes marcadores foram posteriormente revistos e articulados com notas e comentários não estruturados que recolhemos durante a codificação do Estudo 2. Com base nesta informação os registos foram revistos e, utilizando um método indutivo, elaborámos uma narrativa acerca da intervenção. Os resultados da narrativa foram discutidos com dados de que dispúnhamos, referentes a reuniões com os terapeutas envolvidos na intervenção em análise (Elizabeth Kuipers, Ruth Berkowitz e Julian Leff; Londres, Novembro de 2011). Reconhecemos que, pela sua natureza não estruturada e indutiva, a avaliação narrativa está mais sujeita ao viés de observador. Não obstante, os resultados deste Estudo 3 parecem revestir uma consistência elevada. O mais relevante foi a evidência de que na intervenção em análise ocorreram mudanças emocionais significativas nos familiares ao longo das sessões em grupo. Numa fase inicial os familiares tenderam a expressar sentimentos de zanga. Seguidamente, os terapeutas iam nterrompendo o discurso de reminiscências, direccionavam o discurso para as suas preocupações actuais e os familiares pareciam ficar mais calmos. Contudo, à medida que os 143 participantes “mergulhavam” nos problemas com que se confrontavam na altura, os sentimentos de zanga davam lugar a sentimentos de perda e angústia. Nessa altura os terapeutas enfatizavam o suporte emocional e introduziam progressivamente técnicas de reenquadramento para ajudar os participantes a avaliar de forma mais positiva as situações. Este trabalho dava lugar a sentimentos mais positivos, como a aceitação, apreço e a sensação de controlo. O Estudo 3 evidenciou também o que designamos como o “Efeito de Passagem de Testemunho”. Este efeito aconteceu sempre que um membro novo se juntava ao grupo. Os membros antigos, que estavam a ser o alvo das atenções e naturalmente a receber mais intervenção, mudam de papel e passam eles próprios a focar as suas atenções nos membros mais recentes do grupo, contribuindo para a dinâmica do grupo com as mesmas intervenções que os ajudaram previamente. Por exemplo, alguns membros antigos que eram altamente críticos nos grupos em relação aos seus familiares passavam a fazer comentários de reenquadramento dirigidos para os novos membros. Por fim, o Capítulo 5 resume as concluses gerais deste projecto de investigação. Os estudos apresentados permitiram um incremento no conhecimento acerca do processo das IFP. Anteriormente esta informação era baseada sobretudo na opinião de peritos. Com este projecto aumentámos o nível de evidência ao apresentar estudos com base em dados empíricos. A análise qualitativa do Estudo 2 permitiu pela primeira vez, tanto quanto é do nosso conhecimento, perceber de forma aprofundada o processo subjacente a uma IFP (no contexto de um ensaio clínico que se revelou como um dos mais eficazes de sempre). Identificámos as estratégias mais utilizadas, as relações entre elas e a sua diferente aplicação entre familiares com baixa EE e familiares com alta EE.O Estudo 3 completou a informação incluindo aspectos relacionados com as mudanças individuais durante o programa. No final foi possível perceber que as IFP devem ser um programa por etapas. Nos Estudo 2 e 3, evidenciámos que numa fase inicial, os terapeutas dedicaram especial atenção para que os familiares tivessem espaço para partilharem as suas necessidades, disponibilizando logo de seguida estratégias para promover o suporte emocional e estratégias de coping. Num nível subsequente do programa, o trabalho terapêutico avançou para estratégias mais direccionadas para regular a EE, mantendo sempre as estratégias iniciais ao longo das sessões. Assim apesar de a educação ter sido um componente importante na IFP em análise, houve outras estratégias mais relevantes no processo. A evidência gerada pelos Estudos 2 e 3 baseou-se em registos históricos de elevado valor, sendo que os constructos subjacentes na época, nomeadamente a EE, continuam a ser a base da investigação e prática das IFP a nível mundial em diferentes culturas (Butzlaff & Hooley, 1998). Concluímos que as IFP so um processo complexo com diferentes níveis de intervenção, podendo gerar mudanças emocionais nos participantes durante as sessões. No futuro será importante replicar o nosso trabalho (nomeadamente o Estudo 2) com outras abordagens de IFP, de modo a obter informação acerca do seu processo. Esse conhecimento será fundamental para uma possível evolução do paradigma das IFP. ----------- ABSTRACT: Background: Psychotic-spectrum disorders are complex biopsychosocial conditions and family issues are important determinants of prognosis. The discovery of the influence of expressed emotion on the course of schizophrenia paved the road to the development of family interventions aiming to lower the “emotional temperature” in the family. These treatment approaches became widely recognised. Effectiveness studies showed remarkable and strong results in relapse prevention and these interventions were generalised to other psychotic disorders besides schizophrenia. Family interventions for psychosis (FIP) prospered and were included in the most important treatment guidelines. However, there was little knowledge about the process of FIP. Different FIP approaches all led to similar outcomes. This intriguing fact caught the attention of authors and attempts were made to identify the key-elements of FIP. Notwithstanding, these efforts were mainly based on experts opinions and the conclusions were scanty. Therefore, the knowledge about the process of FIP remains unclear. Aims: To find out which are the key-elements of FIP based on empirical data. Methods: Qualitative research. Three studies were conducted to explore the process of FIP and isolate variables that allowed the identification of the key-elements of FIP. Study 1 consisted of a systematic literature review of studies evaluating process-related variables of FIP. Study 2 subjected the intervention records of a formerly conducted effective clinical trial of FIP to a qualitative analysis. Records were analysed into categories and the emerging data were explored using descriptive statistics and generalised estimating equations. Study 3 consisted of a narrative evaluation using an inductive qualitative approach, examining the same data of Study 2. Emotional markers and markers of change were identified in the records and the content of these excerpts was synthesised and discussed. Results: On Study 1, searches revealed 733 results and 22 papers were included in the qualitative synthesis. We found a single study comprehensively exploring the process of FIP. All other studies focused on particular aspects of the process-related variables. The key-elements of FIP seemed to be the so-called “common therapeutic factors, followed by education about the illness and coping skills training. Other elements were also identified, as the majority of studies evidenced a multiple array of components. Study 2,revealed as the most used strategies in the intervention programme we analysed: the addressing of needs; sharing; coping skills and advice; emotional support; dealing with overinvolvement; and reframing relatives views about patients behaviours. Patterns of the usefulness of the strategies throughout the intervention programme were identified and differences between high expressed emotion and low expressed emotion relatives were elucidated. Study 3 accumulated evidence that relatives experience different emotions during group sessions, ranging from anger to grief, and later on, to acceptance and positive feelings. Discussion: Study 1 suggested a stepped model of intervention according to the needs of the families. It also revealed a gap in qualitative research of FIP. Study 2 demonstrated that therapists of the trial under analysis often created opportunities for relatives to express and share their concerns throughout the entire treatment programme. The use of this strategy was immediately followed by coping skills enhancement, advice and emotional support. Strategies aiming to deal with overinvolvement may also occur early in the treatment programme. Reframing was the next most used strategy, followed by dealing with anger, conflict and rejection. This middle and later work seems to operate in lowering criticism and hostility, while the former seems to diminish overinvolvement. Single-family sessions may be used to augment the work developed in the relatives groups. Study 3 revealed a missing part of Study 2. It demonstrated that the process of FIP promotes emotional changes in the relatives and therapists must be sensitive to the emotional pathway of each participant in the group.

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Lt. Col. John Clark (1787-1862) was born in Kingston, Upper Canada. In 1801 Clark became a private in the 1st regiment of the Lincoln Militia, serving under Ralfe Clench. By June 1812 he was promoted to lieutenant by Maj. Gen. Sir Isaac Brock. During the War of 1812 he served as lieutenant and adjutant for the Lincoln Militia flank company on the Niagara frontier under Col. William Claus, and was present at the surrender of the enemy at the battle of Queenston Heights. By 1838 the Lincoln Militia was being re-organized and Lt. Col John Clark was requested to lead the 5th Regiment, made up of men from both Grantham and Louth townships in Lincoln County. He served in this capacity until his retirement in 1851?. Around this same time Clark bought from William May Jr. a house in Grantham Township. He was to call his home Walnut Dale Farm. John Clark also served as the customs collector for Port Dalhousie, and as a secretary in the Welland Canal Company. One hundred years later efforts by a local heritage group to save John Clark’s home failed, when the house was hit by arsonists. By this time the house had become known as the May-Clark-Seiler House. See RG 195 Anne Taylor Fonds for more information regarding the efforts of the heritage group to save this home. Clark died in 1862 at the age of 79 years and is buried in Victoria Lawn Cemetery. John Clark’s daughter Catherine (mentioned in the diary portion of the papers) was married to William Morgan Eccles.

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Oliver Phelps, son of Noah and Sarah (Adams) Phelps, was born in 1779 in Connecticut. In 1800 he married Abigail St. John, daughter of Lt. Samuel St. John and his wife Lois Hamilton. They had 9 daughters and 7 sons. Oliver Phelps came to Canada as a contractor on the first Welland Canal. In addition, he became a land owner and mill owner in partnership with William Hamilton Merritt. Oliver Phelps died in 1851 in Cayuga, Ontario along the Grand River. Some correspondence originates from a place called “Deep Cut”, an earlier name for the village of Allanburg, Thorold Township, Welland County.

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F.R. [Francis Ramsey] Lalor (1856-1929) was born in St. Catharines, Ont. but lived most of his life in Dunnville, Haldimand County, Ont. He was a merchant and manufacturer. In 1903 he and a few partners founded the Monarch Knitting Co. Lalor was also an exporter of hardwood ashes used for agricultural purposes as fertilizer. Lalor was active in politics, he was a Conservative and the member of parliament for Haldimand, having been elected in the 1904, 1908, 1911 and 1917 elections. William Jaques lived in Simcoe, Norfolk County, Ontario. He was a junk dealer by profession.

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David Skene-Melvin, literary historian and bibliographer, donated his extensive collection of books on Crime, Mystery and Detective fiction to the Popular Culture Program at Brock University in July 2001. The donation forms a significant part of the Skene-Melvin Collection of Crime, Mystery and Detective Fiction, James A. Gibson Library, Brock University.

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Dr. Stuart D. Scott has written extensively in the fields of prehistory and history. As an archaeologist, he has traveled to some of the most significant sites in the world, including Pompeii, Stonehenge, the Valley of the Kings, Egypt’s pyramids and the Taj Mahal. He spent nine months excavating with the Tikal Project in Guatemala before returning to the University of Arizona where he received a Ph.D. in 1963. He excavated in New Zealand as a Fulbright scholar in 1963-1964. In the fall of 1964, Dr. Scott started a long career in the Anthropology Department of the State University of New York. He taught graduate and undergraduate archaeology courses and continued his archaeological and historical research. In 1979, Scott established the Old Fort Niagara Archaeology in Progress Project at Old Fort Niagara in Youngstown, New York. For many years, he became involved with historical archaeology in western New York. It was during this work that he became interested in the Upper Canada Rebellion of 1837-1838 and its aftermath. Dr. Scott and his wife, Patricia Kay Scott, would use Christmas breaks, summer vacations, and sabbatical years to travel. They were repeatedly lured back to the South Pacific, conducting research in New Zealand, Australia and many of the Micronesian and Polynesian islands. To tell the whole story of the Rebellion and the prison exiles, they traveled extensively in Canada, the United States, England and Tasmania to collect archival research and to experience the scenes of this remarkable narrative. In 2004, Dr. Scott published To the Outskirts of Habitable Creation: Americans and Canadians Transported to Tasmania in the 1840s, which told the story of the men captured, tried, convicted, and exiled as a result of the Rebellion, also called the Patriot War. Other contributions include: • A collaboration with Dr. Charles Cazeau on the book Exploring the Unknown, Great Mysteries Reexamined published by Plenum Press in 1979 • The Patriot Game: New Yorkers and the Canadian Rebellion of 1837-1838, which appeared in New York History, Vol. 68, No.3. 1987 • A Frontier Spirit: The Life of James Gemmell published in Australiasian Canadian Studies, Vol. 25, No. 2 2007 • To the Outskirts of Habitable Creation which appeared in the Friends of the National Archives, Vol. 20, No. 1 2009 • Numerous academic journal publications Service on conference panels • Various research papers and proposals Before retiring in 1997 and while still a resident of Buffalo, N.Y., Dr. Scott spent considerable time with Brock University President Emeritus James A. Gibson and History Professor Colin Duquemin. The three shared a love of Rebellion history. It was largely because of this connection that Brock University was chosen as the recipient of Dr. Scott’s research materials.

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Documents and papers relating to Colonel John Butler and his corps of rangers. Pt.I. 1711-1777

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Documents and papers relating to Colonel John Butler and his corps of rangers, Pt. II. 1778-1779.

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Documents and papers relating to Colonel John Butler and his corps of rangers. Pt.III. 1780-1782.

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Documents and papers relating to Colonel John Butler and his corps of rangers. Pt.IV. 1783-1977.

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This latest issue of the series of Typography papers opens with a beautifully illustrated article by the type designer Gerard Unger on ‘Romanesque’ letters. A further installment of Eric Kindel’s pathbreaking history of stencil letters is published in contributions by him, Fred Smeijers, and James Mosley. Maurice Göldner writes the first history of an early twentieth-century German typefounder, Brüder Butter. William Berkson and Peter Enneson recover the notion of ‘readability’ through a history of the collaboration between Matthew Luckiesh and the Linotype Company. Paul Luna discusses the role of pictures in dictionaries. Titus Nemeth describes a new form of Arabic type for metal composition. The whole gathering shows the remarkable variety and vitality of typography now.

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The Lucia B. Bell Papers consist of historical and family history information pertaining to the Bell family of South Carolina. Most of the material relates to the Bell Family and other allies clans such as the Gaston, Coln, and Stinson Families. The earliest dated material includes notes on the Bell family’s coat-of-arms and a listing of land grants from 1770-1848. Information on the Chester County Covenanters along with reprinted historical sketches concerning the area’s general history and a biographical sketch on Reverend William Martin, the first Chester County Covenanter preacher. A brief history of Fishing Creek Presbyterian Church is provided with listing of former church elders and deacons from 1895-1958.

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The Hampton McNeely Jarrell Papers consists of Dr. Jarrell’s professional activities, membership in organizations, and work as a Winthrop faculty member, and includes biographical data, correspondence, teaching materials, rough notes, and drafts of his published and unpublished books, journal articles, newspaper articles, speeches, research notes, and several maps of South Carolina during the Revolutionary and Civil Wars, relating to Jarrell’s publishing efforts, his activities as a Winthrop College faculty member, and his work with various historical, literary, and educational organizations as well as the history of the Jarrell Family Plantation. Research subjects include Rock Hill, S.C.; Col. William Hill; the Revolutionary War; the Civil War; Wade Hampton; William Gilmore Simms; York County, S.C.; and South Carolina history.

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The Knox-Wise Family Papers includes a land grant issued to John Knox in 1768; diaries written by Dr. John Knox [1792-1859] covering the 1840s and 1850s; James N. Knox [1806-1880] covering 1859-1880; and William D. Knox [1847-1928] covering 1869-1928; indentures, deeds, receipts, court summonses and other papers of Hugh Knox [1757-1821], sheriff and justice of the peace in Chester County, South Carolina (ca. 1780s and 1790s); correspondence of James N. Knox, correspondence, and other professional papers of Dr. John Knox; correspondence, and other papers of William D. Knox, Superintendent of Education in Chester County from 1896-1928. Papers of various other members of the Knox and Wise families including Hugh Boyd Knox [1814-1886], Robert Knox [1796-1879], Sally Knox Wallace [1803-1901], Alexander Walker Wise, and Emmie R. Knox [1885-1969]; family histories of the Knox, Wise, Dunlap, Gaston, and Wilks families; church histories, photographs, and newspaper clippings. Also included are three published volumes of the United Confederate Veterans Minutes of the 21st (1911) and 25th (1915) Annual Meeting and Reunion; and the minutes of the annual reunion of the South Carolina Division of the United Confederate Veterans (1921-1927).