637 resultados para Cebus monkey
Resumo:
O forrageamento é uma das principais atividades de primatas neotropicais em ambiente natural e consome grande parte do tempo diário. No ambiente de vida livre os macacos-prego podem gastar até 80% do seu tempo se deslocando e forrageando. No cativeiro, porém, não é necessário nenhum esforço dos animais para encontrar e preparar o alimento para o consumo. Portanto, a oportunidade de expressar atividades de forrageio fica praticamente excluída. O principal objetivo deste trabalho foi criar e avaliar a efetividade de uma ferramenta de enriquecimento ambiental denominada de “painel de cuia”, com a função de dificultar o acesso dos macacos-prego ao alimento, aumentando o tempo para alcançar o alimento. As observações foram realizadas em quatro contextos diferentes, sendo um na parte da manhã e três pela parte, utilizando o método de animal focal. As durações relativas de cada evento comportamental foram comparadas na ausência e presença do enriquecimento. Foi encontrado que o cuieiro estendeu o tempo de forrageamento, funcionado como instrumento de enriquecimento ambiental. Foi observado também uma considerável redução nos comportamentos anormais, ao passo que a manipulação e a procura por alimento consumiram muito mais tempo.
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A visão de cores consiste na discriminação de objetos com base em sua composição espectral, auxiliando na interação organismo-ambiente. Dentre os primatas, estima-se que a dicromacia seja uma característica compartilhada pela maioria das espécies platirrinas, sendo esta condição polimórfica e ligada ao sexo. O objetivo deste estudo foi comparar os resultados produzidos por equipamentos e softwares distintos para avaliar a tri/dicromacia em dois machos e duas fêmeas da espécie Cebus sp. Foram utilizados dois programas computadorizados: um envolvendo uma versão adaptada do Cambridge Colour Test e outro desenvolvido para o uso em sistema computacional padrão. Nos Experimentos 1 e 2 foi possível averiguar a condição tricromata de uma participante e dicromata dos participantes restantes. No Experimento 3, uma participante fêmea e um macho apresentaram desempenho dicromata compatível com o registrado nos experimentos anteriores. Neste mesmo experimento, uma participante fêmea apresentou desempenho tricromata compatível com o registrado nos experimentos anteriores. Concluiu-se com este estudo que condições favoráveis para a avaliação de visão de cores em primatas platirrinos podem ser edificadas envolvendo equipamento e software de baixo custo financeiro e de fácil programação. Entretanto, devido ao pequeno número de sessões realizadas com o equipamento de baixo custo, sugere-se a replicação do Experimento 3 e a realização de novas sessões com maior número de participantes e envolvendo novos arranjos de estímulos. Acredita-se que se novos dados corroborarem os produzidos aqui, este procedimento e equipamento poderá ser utilizado para avaliação de outras espécies platirrinas onde dados comportamentais são escassos.
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Os filhotes de Cebus durante os dois primeiros meses de vida, dependem quase que exclusivamente de sua mãe. Só a partir do terceiro mês o filhote passa a se locomover independentemente, e é nesse período que corre uma importante mudança no seu padrão comportamental, pois há um aumento em seu repertório manipulativo. O principal objetivo desse estudo foi acompanhar o desenvolvimento do comportamento manipulativo em três filhotes de Cebus cf. apella e verificar a possível preferência pelo olhar mútuo entre macacos-prego. No Experimento 1, com o método de animal focal foi medida a freqüência de linha de base das categorias comportamentais de três Cebus cf. apella filhotes, e em seguida inseridos quatro tipos de objetos, um a cada semana, para o acesso ao desenvolvimento de comportamentos manipulativos. No Experimento 2, foi realizado teste de discriminação simples, usando como estímulos fotos de macacos-prego com diferentes direções do olhar. No Experimento 3, foi realizado um treino de discriminação simples, com dois pares de estímulos: rosto frontal e olhar direto versus desviado e rosto de frente versus de perfil. Os resultados demonstram que os filhotes de mesma faixa etária despenderam tempo semelhante manipulando objetos. Não foi possível observar um padrão claro quanto a preferência em observar imagens com olhar direto ou desviado (Experimento 2). Os sujeitos foram capazes de discriminar a direção do olhar no Experimento 3.
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A origem de comportamentos criativos é em grande medida pouco conhecida cientificamente. Aparentemente, trata-se de um fenômeno multifacetado que comporta muitos processos distintos. Um desses processos seria a resolução de problemas conhecida como “insight”. Tal processo pode ser explicado como resultado de uma interconexão espontânea de repertórios comportamentais previamente aprendidos. A presente pesquisa teve por objetivo produzir diferentes desempenhos de “insight”, em macacos-prego (Cebus spp.) dando-lhes diferentes histórias de treino. Em especial, pretendeu-se testar o papel da quantidade de treino de cada repertório pré-requisito. Seis sujeitos foram divididos em dois grupos de três sujeitos cada. As habilidades pré-requisitos para a resolução da tarefa foram: 1) juntar objetos (“encaixar”); e, 2) puxar uma caixa contendo alimento usando uma vareta (“pescar”). Todos os sujeitos passaram pelo treino das duas habilidades, sendo que um grupo (GS) passou por um treino simétrico (mesma quantidade de sessões) entre as duas habilidades, com critérios de aprendizagem elevados para ambas. O outro grupo (GA) passou por um treino assimétrico, no qual uma habilidade, a de encaixe, foi treinada em poucas sessões e com um baixo critério de aprendizagem. Neste grupo a habilidade de pescar teve um treino extenso, com um número de sessões de treino pelo menos duas vezes maior do que o treino da habilidade de encaixe, e um critério elevado de aprendizagem. Ao final, todos os sujeitos foram colocados frente a uma situação problema: uma caixa contendo comida fora de seu alcance, e duas ferramentas disponíveis, das quais nenhuma sozinha alcançava a caixa. Nesta situação a solução dependia da recombinação dos dois repertórios ensinados separadamente, encaixar e pescar. Apenas o terceiro participante do grupo assimétrico não resolveu a tarefa. Todos os demais participantes resolveram a tarefa consistentemente, apresentando topografias de resolução do problema de acordo com o seu treino, apontando que variáveis de quantidade de treino influenciam na forma e eficácia da resolução da tarefa.
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O desenvolvimento de modelos animais para o estudo de problemas no desenvolvimento cognitivo humano pressupõe como fator principal a existência de certa homologia de processos comportamentais entre os repertórios do modelo e dos humanos. A Escola Experimental de Primatas (EEP) tem utilizado o macaco-prego (Cebus ssp.) como um modelo animal para investigar a aquisição de repertórios relacionais generalizados em humanos. Este trabalho avaliou os estudos empíricos da EEP no sentido de verificar a coerência entre seus pressupostos teóricos e sua prática empírica, especialmente no que diz respeito à existência de homologias de processos comportamentais entre macacos-prego e seres humanos. Ao se analisar a 1) origem dos objetivos e dos procedimentos dos estudos (a maioria provém de estudos com animais); 2) se os resultados esperados foram alcançados ou não (de forma geral, resultados positivos em relação aos objetivos propostos); e 3) se nos estudos da EEP é discutida a questão do modelo animal e/ou a aplicabilidade dos procedimentos utilizados nos estudos para humanos (não é), verificou-se que não são apresentados dados empíricos que sustentem a homologia sugerida na proposta teórica norteadora da EEP. Esses resultados demonstram que a prática científica da EEP tem avançado enquanto pesquisa básica sobre a aprendizagem de repertórios relacionais generalizados para macacosprego, mas ainda sem evidências de transferência para o estudo desse fenômeno em humanos. Sugere-se que o caminho a seguir pode ser: 1) desenvolver estudos empíricos que validem a homologia de processos comportamentais entre alguns repertórios dos macacos-prego e humanos; e 2) dar início à aplicação dos achados da pesquisa básica da EEP no desenvolvimento de procedimentos para ensinar repertórios relacionais para pessoas com atraso no desenvolvimento cognitivo.
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Pressupondo-se que o ensino de repertórios complexos começa com o ensino de seus pré-requisitos, investigou-se relações de controle entre estímulos no ensino de discriminações condicionais por identidade, usando-se o procedimento de pareamento ao modelo por identidade (PMI) com atraso zero, entre fotos de itens familiares, com aumento progressivo do número de escolhas simultâneas, a dois macacos-prego adultos, Eva e Cotoh. Com Eva, primeiramente treinou-se o PMI com 2 relações de identidade e 2 comparações simultâneas na tela, depois 4 relações de identidade e ainda 2 comparações e, por último, 4 relações de identidade com 4 comparações, à medida que o critério de acertos na sessão era atingido. Com Cotoh, primeiramente foi realizado o PMI com 4 relações e 4 comparações na tela, segundo 8 relações e 8 comparações e, terceiro 16 relações e 16 comparações, e foram realizados testes para verificação de Identidade Generalizada. Os dois sujeitos aprenderam o repertório de escolha por identidade. Além da generalização da identidade, o macho demonstrou indícios de formação de categoria entre os estímulos não treinados, no segundo teste. A manipulação da complexidade da tarefa com base na análise do desempenho, o uso de estímulos familiares e o aumento gradativo de relações de identidade e comparações na tela parece ter favorecido o aprendizado.
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Pós-graduação em Odontologia - FOAR
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To have color vision, having at least two cone photopigment types with different spectral sensitivities present in distinct photoreceptors is necessary together with the neural circuitry necessary to extract color information. Visual pigments are highly conserved molecules, but differences can be found among vertebrate groups. Primates have a variety of cone photopigments (i.e., opsins) that are expressed by polymorphic genes. This article examines the diversity of cone photopigments in New World monkeys and their behavioral relevance.
Comparison of two computerized procedures for the assessment of color discrimination in Cebus apella
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Color vision consists of the discrimination of objects based on their spectral composition. Among primates, the majority of Platyrrhini monkeys are estimated to have polymorphic and sex-linked dichromacy. The objective of this study was to compare the results produced by different equipment and software for the assessment of tri- and dichromatic conditions in one male and two female Cebus apella. Three experiments were programmed. In Experiment 1, verifying the trichromatic condition of one female subject and dichromatic condition of the remainder of the subjects was possible using an adapted version of the Cambridge Colour Test. Experiment 2 confirmed the results of Experiment 1 using a different array of stimuli of the same test. Experiment 3, which produced results similar to Experiment 2, consisted of a test developed for a standard computer system using stimuli with color properties similar to the ones used in the previous experiment. Favorable conditions for the assessment of color vision in Platyrrhini can be built with low-cost equipment and software. Once data have been gathered with additional subjects and new stimulus arrangements have been tested and confirmed, the procedure can be used for the evaluation of other Platyrrhini species for which behavioral color discrimination data are currently lacking.
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Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de São Paulo (FAPESP)
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Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de São Paulo (FAPESP)
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The subdivisions of the medial geniculate complex can be distinguished based on the immunostaining of calcium-binding proteins and by the properties of the neurons within each subdivision. The possibility of changes in neurochemistry in this and other central auditory areas are important aspects to understand the basis that contributing to functional variations determined by environmental cycles or the animal's cycles of activity and rest. This study investigated, for the first time, day/night differences in the amounts of parvalbumin-, calretinin- and calbindin-containing neurons in the thalamic auditory center of a non-human primate, Sapajus apella. The immunoreactivity of the PV-IR, CB-IR and CR-IR neurons demonstrated different distribution patterns among the subdivisions of the medial geniculate. Moreover, a high number of CB- and CR-IR neurons were found during day, whereas PV-IR was predominant at night. We conclude that in addition to the chemical heterogeneity of the medial geniculate nucleus with respect to the expression of calcium-binding proteins, expression also varied relative to periods of light and darkness, which may be important for a possible functional adaptation of central auditory areas to environmental changes and thus ensure the survival and development of several related functions.
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Few studies has been done using guided bone regeneration in maxillary sinus defects. AIM: To assess the bone repair process in surgical defects on the alveolar wall of the monkey maxillary sinus, which communicates with the sinus cavity, by using collagen membranes: Gen-derm - Genius Baumer, Pro-tape - Proline and autologous temporal fascia. MATERIALS AND METHODS: In this prospective and experimental study, orosinusal communications were performed in four tufted capuchin monkeys (Cebus apella) and histologic analysis was carried out 180 days after. RESULTS: In the defects without a cover (control), bone proliferation predominated in two animals and fibrous connective tissue predominated in the other two. In defects repaired with a temporal fascia flap, fibrous connective tissue predominated in three animals and bone proliferation predominated in one. In the defects repaired with Gen-derm or Pro-tape collagen membranes there was complete bone proliferation in three animals and fibrous connective tissue in one. CONCLUSIONS: Surgical defect can be repaired with both bone tissue and fibrous connective tissue in all study groups; collagen membranes was more beneficial in the bone repair process than temporal fascia or absence of a barrier.
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Chimpanzees have been the traditional referential models for investigating human evolution and stone tool use by hominins. We enlarge this comparative scenario by describing normative use of hammer stones and anvils in two wild groups of bearded capuchin monkeys (Cebus libidinosus) over one year. We found that most of the individuals habitually use stones and anvils to crack nuts and other encased food items. Further, we found that in adults (1) males use stone tools more frequently than females, (2) males crack high resistance nuts more frequently than females, (3) efficiency at opening a food by percussive tool use varies according to the resistance of the encased food, (4) heavier individuals are more efficient at cracking high resistant nuts than smaller individuals, and (5) to crack open encased foods, both sexes select hammer stones on the basis of material and weight. These findings confirm and extend previous experimental evidence concerning tool selectivity in wild capuchin monkeys (Visalberghi et al., 2009b; Fragaszy et al., 2010b). Male capuchins use tools more frequently than females and body mass is the best predictor of efficiency, but the sexes do not differ in terms of efficiency. We argue that the contrasting pattern of sex differences in capuchins compared with chimpanzees, in which females use tools more frequently and more skillfully than males, may have arisen from the degree of sexual dimorphism in body size of the two species, which is larger in capuchins than in chimpanzees. Our findings show the importance of taking sex and body mass into account as separate variables to assess their role in tool use. (C) 2011 Elsevier Ltd. All rights reserved.
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Wild bearded capuchins (Cebus libidinosus, quadrupedal, medium-sized monkeys) crack nuts using large stones. We examined the kinematics and energetics of the nut-cracking action of two adult males and two adult females. From a bipedal stance, the monkeys raised a heavy hammer stone (1.46 and 1.32 kg, from 33 to 77% of their body weight) to an average height of 0.33 m, 60% of body length. Then, they rapidly lowered the stone by flexing the lower extremities and the trunk until the stone contacted the nut. A hit consisting of an upward phase and a downward phase averaged 0.74 s in duration. The upward phase lasted 69% of hit duration. All subjects added discernable energy to the stone in the downward phase. The monkeys exhibited individualized kinematic strategies, similar to those of human weight lifters. Capuchins illustrate that human-like bipedal stance and large body size are unnecessary to break tough objects from a bipedal position. The phenomenon of bipedal nut-cracking by capuchins provides a new comparative reference point for discussions of percussive tool use and bipedality in primates. Am J Phys Anthropol 138:210-220, 2009. (C) 2008 Wiley-Liss, Inc.