989 resultados para Tempo gestacional
Resumo:
No princípio, porque de um escritor se frata, devia estar o verbo. Lamento dizê-lo, mas no meu caso está a imagem: José Cardoso Pires, vestido casualmente, casacão grosso, cigarro pensativo, pela praia despida. Isto foi, salvo erro, por ocasião do lançamento de Balada da Praia dos Cães, em 1982. Na altura, ainda não era muito um cUchê, esta imagem do escritor, não em Portugal, pelo menos. O escritor solitário, fumegante, maciço, caminhando pelo areai desolado, o horizonte recortado a preto e branco, preto no branco, ao fundo e em fundo. A imagem ainda não estava gasta pelo uso, e Cardoso Pires encamava-a à perfeição. O lobo soUtário, lutando com as palavras, fazendo longos passeios - solitários, pois então - por uma praia invemil. O tempo, a época do ano é aqui fundamental: se fosse no verão, a fotografia seria um fiasco: a roupa inapropriada, e a areia branca estaria decerto pejada de corpos adolescentes, namorando o bronze. A praia só é do escritor quando enfregue a si própria.
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Nos primeiros séculos do cristianismo, quer consideremos a arquitectura quer as artes decorativas, enconframos testemunhos de representações às quais o número oito está subjacente ou como octôgono ou como dois quadrados secantes ou como forma radial. A unidade de oito elementos manifestada nas formas estará relacionada com o conceito e o simbolismo que os Padres da Igreja atribuíram à ogdóade.' É a partir do número oito que alguns exegetas da Bíblia chegam, por exemplo, ao número 666 da Besta do Apocalipse, usando o designado método dos números triangulares que consiste na adição de todos os algarismos que vão da unidade ao número que se pretende considerar. Assim, o tiiangular de 8 (1-1-2-1-3...) é 36 e o tiiangular de 36 é 666.2 Oufras complicadas aritméticas foram usadas pelos primeiros pensadores cristãos para interpretar muitos dos números referidos no Antigo e no Novo Testamentos, atiibuindo-lhes significados que fundamentam nos próprios textos das Sagradas Escrituras.
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Cognição e Linguagem são importantes em Geografia, desde as origens, perante a pertinente interrogação sobre a superfície da Terra e a localização relativa, suscitando uma linguagem por palavras ou descrições escritas e mapas esboçados, como linguagem específica da Geografia acerca das configurações da superfície terrestre. Cognição e Linguagem expressa por palavras e mapas suscitaram controvérsia que foi acentuada pela Revolução Copemiana. Com a Renascença, as idéias de Humanismo e Utopia infiuenciaram a configuração de mapas sobre espaços e territórios, em que se sobrepunha a linguagem e representação num só plano sem diferenciações de distâncias e contrastes. Ao mesmo tempo, alargava-se o conhecimento sobre o Mundo, assim como a representação e linguagem pelos portulanos e mapas, até que no século XVII o périplo mun-, dial foi completado.
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Objectivo: estudar determinantes cardiovasculares condicionantes do tempo de ventilação, mortalidade e gravidade de doença em doentes admitidos numa unidade de cuidados intensivos para ventilação mecânica por exacerbação de insuficiência respiratória crónica. Desenho e local: Estudo prospectivo, com duração de 30 meses numa unidade de cuidados intensivos médico-cirúrgica com 14 camas.Material e métodos: Estudados 59 doentes com idade média de 74,7 +/- 9,7 anos, tempo médio de ventilação de 10,8 +/- 12,6 dias, APACHE II médio de 23 +/- 8,3. Avaliaram-se parâmetros ecocardiográficos (dimensões das cavidades, débito cardíaco, estudo Doppler do fluxo transvalvular mitral, estudo da veia cava inferior) e electrocardiográficos(presença de ritmo sinusal ou fibrilhação auricular) nas primeiras 24 horas de internamento na Unidade e parâmetros gasimétricos à saída. Resultados: Um tempo de ventilação mais prolongado associou-se à presença de fibrilhação auricular (p=0,027), à presença conjunta de fibrilhação auricular e uma veia cava inferior dilatada (> 20mm p=0,004) e com níveis séricos de bicarbonato> 35mEq/l na gasimetria obtida à saída (p=0,04). Verificaram-se 12 óbitos. A mortalidade associou-se à presença de dilatação do ventrículo direito (p=0,03) e a uma relação entre o ventrículo direito e o esquerdo> 0,6 (p=0,04). Conclusão: Nos doentes submetidos a ventilação mecânica por exacerbação de insuficiência respiratória crónica, a presença de fibrilhação auricular indica a possibilidade de um período de ventilação mais prolongado, em especial se houver concomitantemente uma veia cava inferior com diâmetro> 20mm. Nestes doentes, a presença de dilatação das cavidades direitas pode indicar uma probabilidade mais elevada de mortalidade.
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RESUMO: Nas últimas quatro décadas, desenvolveram-se vários estudos, dispersos por todo o mundo, visando analisar a importância da transmissão perinatal do CMV pelo leite materno, nos recém-nascidos prematuros e de baixo peso à nascença. Comparando estes estudos, as taxas de incidência de infecção e doença são extremamente variáveis, não havendo consenso entre os autores. Surgiu, assim, a necessidade de realizar a presente dissertação, pioneira ao nível nacional, com o objectivo de determinar a incidência da infecção perinatal citomegálica, transmitida através do aleitamento materno a recémnascidos prematuros, e identificar as suas consequências clínicas. Para a elaboração deste trabalho foram seleccionados todos os recém-nascidos com idade gestacional inferior a 35 semanas e respectivas mães seropositivas para CMV, internados na Unidade de Cuidados Intensivos de Neonatalogia do Hospital de São Francisco Xavier, entre o período de 1 de Outubro de 2010 e 31 Julho de 2011. Foram analisadas as urinas dos recém-nascidos e o leite materno das mães na primeira, sexta e décima segunda semana pós-parto, utilizando a técnica de Nested-PCR e, posteriormente, a PCR em Tempo Real, para determinar a carga viral do leite materno. Constatou-se que a aquisição da infecção perinatal de CMV no recém-nascido prematuro ocorre com alguma frequência (40,5%), sendo muito provável que a via de transmissão em 38,1% destes casos seja o leite materno infectado, não devendo esta ser desvalorizada. Relativamente às consequências clínicas, não foram observadas alterações clínico-laboratoriais associadas à infecção citomegálica. Analisando os factores que condicionam a transmissão da infecção citomegálica perinatal, estabeleceu-se uma correlação entre a carga viral do leite materno e a transmissão do vírus, permitindo deduzir que quanto maior a carga viral, maior o risco de transmissão. Finalmente, os resultados obtidos sugerem que o risco de transmissão da infecção e suas consequências clínicas não justificam a contra-indicação da amamentação, pois esta comporta, também, elevados benefícios. ----------------ABSTRACT: In the last four decades, several studies were developed all over the world to analyze the importance of CMV perinatal transmission through mother´s milk in the preterm and low birthweight newborns. Comparing these studies, the infection and disease incidence rates are extremely variable, without agreement between the authors. The aim of this study, the first of the kind made in Portugal, is to define the rate of perinatal cytomegalovirus infection in preterm newborns via breastfeeding and its clinical consequences. All the newborns with gestational age below 35 weeks and their CMV seropositive mothers, admitted between the October 1, 2010 and July 31, 2011 in the Neonatology Intensive Care Unit of the São Francisco Xavier Hospital, were included in this study. Human breast milk and urine specimens were collected from mothers and their preterms infants around the 1st, 6th and 12th week after delivery and analyzed by Nested-PCR. The PCR in Real Time was used to determine the breast milk viral load. It was found that the CMV perinatal infection in preterm infants occurs in 40,5% of the cases and most likely 38,1% of these were infected via breastmilk and therefore this should not be overlooked. Considering the clinical consequences, no clinical and laboratory changes associated with cytomegalovirus infection were observed. Analyzing the factors that determine the perinatal transmission of the cytomegalovirus, it was established a correlation between breast milk viral load and viral transmission, allowing to conclude that the higher the viral load the greater the risk of transmission. Finally, the obtained results suggest that the risk of CMV infection and its clinical consequences don´t justify the breastfeeding contraindication because it also provides high benefits.
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Dissertação de mestrado em Ciências da Educação - Análise e intervenção em Educação
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No âmbito do colóquio sobre as Ciências Humanas no ano XXI organizado pela Faculdade de Ciências Sociais e Humanas, escolhemos analisar as relações entre a farsa vicentina e o Carnaval por a questão nos suscitar novas considerações. Para iniciar este estudo, teremos de começar pela eterna pergunta: quem é o primeiro dramaturgo português? Como se sabe, não se conhece texto dramático em Portugal datando do século XV. No entanto, resta-nos saber se foi Henrique da Mota ou Gil Vicente o primeiro a escrever texto dramático em Portugal, questão longe de estar resolvida. A evolução de um gênero literário é um processo lento e a verdade é que vamos assistindo a uma progressão que culmina na perfeição dos autos de Gil Vicente. Na verdade, a questão do lugar que Henrique da Mota ocupa na história do teatro português é controversa. Luciana Stegagno Picchio colocou-o no capítulo «Contemporâneos e epígonos de Gil Vicente» (1964), enquanto José Oliveira Barata o situa antes de Gil Vicente (1991: 72). De qualquer modo, consideramos Henrique da Mota anterior a Gil Vicente, por dois motivos: pela cronologia da obra de um e de outro e pela estrutura menos elaborada do primeiro. Ambos escreveram farsas, o gênero dramático europeu mais vivo do fim da Idade Média e início do Renascimento, conhecidas desde a Antigüidade grega (Aristófanes) e latina (Plauto).
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Introduction: Late fetal death is a desolating event that inspite the effort to implement new surveillance protocols in perinatal continues to defy our clinical pratice. Objective: To examine etiological factors contributing to main causes and conditions associated with fetal death in late pregnancies over a 10-year period. Methods: Retrospective cohort analysis of 208 late singleton stillbirth delived in a tertiary-perinatal referral maternity over a 10-year period. Clinical charts, laboratory data and feto-placental pathology findings were systematically reviewed. Results: The incidence of late fetal demise was 3.5 per 1000 pregnancies. No significant trend in the incidence of stillbirth was demonstrated during the study period. Stillbirth was intrapartum in 12 (5.8%) cases and 72 (35%) were term pregnancies. Fourteen percent of cases were undersurveilled pregnancies. Mean gestacional age at diagnosis was 34 weeks. The primary cause of death was fetal, it was present in 59 cases, 25% were considered small for gestational age. Stillbirths were unexplained in 24.5% of cases. Maternal medical disorders were identified in 21%. Hypertensive disorders were frequent and associated with early gestacional age (p = 0.028). Conclusion: There was no change in the incidence of late stillbirth during the 10 years under evaluation. The incidence was 3.5 ‰ which was identical to that described in developed countries. About one quarter of the stillbirths was unexplained. The most frequent maternal pathology was chronic hypertension.
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Pregnancy loss is the most common obstetric complication. Multiple factors have been associated with recurrent or sporadic pregnancy loss, and genetic factors, particularly at earlier gestational ages, are the most important ones. The proportion of miscarriages due to chromosomal factors decreases with increasing gestational age. The most common chromosomal abnormalities in early losses are autosomal trisomies, monosomy X and polyploidy. In later losses, aneuploidies are similar to those found in live newborns (trisomies 21,18 and 13, X monosomy and polysomy of sex chromosomes. In cases of recurrent miscarriage the most common cytogenetic changes are trisomies, polyploidy, monosomy X and unbalanced translocations. Identification of the causes of pregnancy loss facilitates the families’ grief and may indicate if there is the risk of repetition, in order to reduce recurrence. The investigation recommended in each case is far from consensual, and the cost/benefit analysis of diagnostic exams is essential. The determination of the karyotype of the products of conception is indicated in cases of fetal loss and recurrent miscarriage, while the parental karyotypes should be performed only in selected cases. Couples with identified genetic conditions should be counseled about reproductive options, including prenatal or pre-implantation diagnosis. Surveillance of a future pregnancy should be multidisciplinary and adjusted in each case. The cytogenetic factors, due to their high prevalence and complexity, have a fundamental, but still not completely clear, role in pregnancy loss.
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Introdução: A Diabetes gestacional está associada a complicações maternas e perinatais. Objectivo: Avaliar a influência da nacionalidade nos resultados obstétricos e perinatais em grávidas com Diabetes gestacional. Metodologia: Estudo de todas as gestações simples consecutivas complicadas por Diabetes gestacional, vigiadas na nossa instituição em 2005-09 (n=921). Foram estabelecidos 2 grupos, um de grávidas portuguesas (grupo 1, n=730) e outro de grávidas oriundas de outros países (grupo 2, n=191). Avaliaram-se dados demográficos, factores de risco para Diabetes gestacional, hemoglobina glicosilada, necessidade de insulina, complicações hipertensivas, hidrâmnios, idade gestacional no parto, tipo de parto, peso ao nascer, índice de Apgar, internamento em unidade de cuidados intensivos neonatais e diagnóstico de Diabetes mellitus pós-parto. Todas as análises estatísticas foram efectuadas em SPSS 17ª Edição. Resultados: No grupo 2 assistiu-se a um controlo metabólico mais difícil, maior percentagem de hidrâmnios e macrossomia fetal. Conclusões: O controlo metabólico na Diabetes gestacional é diferente em grávidas provenientes de países diferentes. Os hábitos alimentares e religiosos que condicionam a educação nutricional durante a gravidez, associados à barreira linguística podem ser responsáveis pelas diferenças encontradas. Uma maior compreensão dos factores multiculturais com posterior adequação dos cuidados poderá permitir melhores resultados obstétricos e perinatais.
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A Educação não deixa de suscitar perplexidade aos decisores políticos e à Comunidade Educativa (professores, pais, alunos...) sobretudo nas duas úhimas décadas, por três razões principais: A primeira advém da própria circunstância histórica que nos revela a ausência de horizonte temporal (incerteza e imprevisibilidade) na pós- -modemidade que pode estar na origem da crise de sentido e de uma profunda mudança na sociedade. A segunda radica no próprio estatuto do trabalho - como Princípio Organizador e Estruturante da Sociedade Industrializada - que vem sendo o centro do debate político, social e econômico e educativo visto que a sociedade sofre profundas transformações, emergindo na precaridade do trabalho e no desemprego. A terceira assenta nas críticas imputadas à Educação, críticas essas centradas no desajustamento entre as competências requeridas pela sociedade do conhecimento e os saberes da Escola. Deste modo, a relação entre Educação e Trabalho, por um lado está marcada pelo imperativo da mudança que implica inovação/criatividade, flexibilidade e competências; e, por outro lado, releva da necessidade de elevar o nível de formação para melhor inserção do indivíduo no mundo do trabalho.
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Objectivos: Em doentes com traumatismo crânio-encefálico (TCE), o aumento da duração do pré-internamento (internamento em cuidados agudos hospitalares de outras especialidades, antes da admissão em Medicina Física e de Reabilitação) e do internamento no Serviço de Medicina Física e de Reabilitação pode não justificar a sua inclusão ou manutenção na reabilitação em internamento, podendo esta não ser custo-efectiva comparativamente a modelos em ambulatório. O objectivo principal deste trabalho foi avaliar o impacto da duração do pré-internamento e do internamento em Medicina Física e de Reabilitação nos ganhos de funcionalidade obtidos por doentes com TCE. Material e Métodos: Doentes internados por TCE em Medicina Física e de Reabilitação (MFR) entre 1/1/1996 e 31/12/2010 (pré-amostra n = 79). Critérios de inclusão: TCE; pré-internamento <6 meses; internamento em MFR >7 dias. Critérios de exclusão: défices neurológicos e músculo-esqueléticos antes do TCE; intercorrências que condicionassem o programa de reabilitação. Amostra n = 64. O género, idade e os tempos de pré-internamento e de internamento em MFR são as variáveis independentes. Com base nos registos de entrada e alta em MFR, analisou-se a variação de vários parâmetros funcionais (variáveis dependentes). Aplicaram-se modelos estatísticos lineares generalizados: regressão logística, regressão linear múltipla e regressão ordinal logística, nas variáveis com escalas binária, intervalar ou ordinal, respectivamente. Para testar se houve melhoria após o internamento em MFR, aplicou-se o teste paramétrico t para amostras emparelhadas. Resultados: Género (feminino: 32.81%, masculino: 67.19%); média de idades (34.73±14.64 anos); duração média (pré-internamento: 68.03±36.71 dias, internamento em MFR: 46.55±:29.23 dias). O internamento em MFR conduziu a ganhos estatisticamente significativos (p < 6.54x10-2) em todas as variáveis dependentes. A duração de pré-internamento tem uma influência não linear estatisticamente significativa na duração de internamento em MFR (estimativa DPI: 1.18, estimativa DPI2: -5.92x10-3, p DPI: 9.17x10-3, p DPI2: 1.52x10-2). A redução da duração de pré-internamento está associada a uma evolução mais favorável em 20 variáveis, das quais 10 com influência estatisticamente significativa (p < 0.12). O aumento do tempo de internamento em MFR está significativamente associado a maiores ganhos nas escalas MIF e Barthel (p < 4.31x10-3). Conclusões: A duração de pré-internamento tem uma influência não linear na duração do internamento em MFR e constitui um parâmetro de prognóstico funcional em reabilitação. A sua redução é custo-efectiva na reabilitação do TCE e recomenda-se que seja um factor a considerar na selecção de doentes para a reabilitação em internamento. O programa de reabilitação em internamento gera ganhos significativos de funcionalidade, estando uma duração maior associada a ganhos mais favoráveis.
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Introdução: Há estudos que revelam que a Hemoglobina A1c (HbA1c) é um indicador confiável do controlo glicémico em grávidas com diabetes gestacional (DG). Objetivo: Relacionar os níveis de HbA1c no terceiro trimestre e o prognóstico materno-fetal. Tipo de estudo: Retrospetivo. População: Quatrocentos e setenta e quatro mulheres vigiadas na consulta de diabetes e gravidez com o diagnóstico de DG. Métodos: Dividiu-se a população em dois grupos: HbA1c <6% (grupo um) e HbA1c ≥6% (grupo dois). Foram avaliados: fatores de risco para diabetes gestacional, ganho de peso na gravidez, idade gestacional (IG) do diagnóstico, complicações na gravidez, administração de insulina, IG no parto, peso ao nascer e resultado do rastreio pós-parto. Resultados: No grupo um obteve-se 420 mulheres e no grupo dois 54. O grupo dois havia mulheres com maior IMC (27 vs 29 kg / cm2; p-value 0,007), história pessoal de diabetes gestacional(14,3% vs 27,6%; p-value 0,004) e macrossomia prévia (7,6% vs 14,8%; p-value 0,039). Neste mesmo grupo uma maior percentagem de grávidas efetuou insulina (28,6% vs 48,1%; p-value 0,005) e apresentou maior ganho de peso durante a gravidez (24,8% vs 55,6%; p-value 0,000). Verificou-se um maior número de casos de recém-nascidos grandes para a IG (6,7% vs 20,4%; p-value = 0,002) e uma maior percentagem de mulheres apresentou alteração no rastreio pós-parto (15,8% vs 47,5%; p-value = 0,000). Conclusões: As mulheres com valores de HbA1c ≥6% são mais pesadas, com história pessoal de DG e macrossomia prévia, mais frequentemente necessitaram de terapêutica com insulina e apresentam maior ganho de peso. Verificou-se um maior número de casos de recém-nascidos grandes para a IG e uma maior percentagem de mulheres apresentou alteração no rastreio pós-parto.