185 resultados para Quixote


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Foi um prazer ler o último romance de Lídia Jorge, editado em março último, pela Dom Quixote. E as razões foram muitas. Porque fala de um dia da nossa história que me diz bastante: o 25 de abril de 1974. Apesar de ter dele apenas uma vaga ideia, foi sendo sempre falado na minha família e faz parte do meu presente. Porque reconheço grande parte da história ali contada, fazendo-me sentir cúmplice, quer do texto, quer dos acontecimentos. Porque o romance é um género que faz falta para contar a História. É um modo de chegar a muito mais gente que, depois de o ler (ou enquanto o vai lendo), vai ter vontade de ir procurar os outros livros – os de História não romanceada – para aprender sobre as horas daquela noite de 24 para 25 e sobre os seus protagonistas. Apesar da «transfiguração literária », como se lê na nota de edição, quem sabe se não os reconhecerá? E saltando muitas outras razões, porque é um livro muito bem escrito. As pontas que vão sendo soltas ao longo da narrativa juntam-se em outros momentos, completando quadros de sentido. Ana Maria Machada, a narradora, como participante da história, sabe tanto como nós sobre o que pensam as outras personagens, mas sabe um bocadinho mais do que, em certos momentos, conta. Por exemplo, quando a equipa de reportagem entrevista a viúva de um dos capitães de Abril (que percebemos ser Salgueiro Maia, apesar de apenas ser referido pela sua «alcunha doméstica», isto é, pelo nome que a mãe de Ana Maria lhe dera: Charlie 8) e tenta conseguir que esta diga quem queria mal ao marido, perante a relutância em acusar alguém, a «Machadinha» afirma «Nós sabíamos, mas não tão bem como ela, que as vinganças de que foram vítimas ele e os outros como ele, tinham tido autores concretos, nomeáveis, intérpretes e responsáveis, colocados no topo das estruturas criadas num país onde passara a haver liberdade para legitimar tudo e o seu contrário» (p. 249).

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This study entitled «Classical Arabic proverbs: analysis, comparative study and equivalence in Spanish», aims on one hand, to display the multiple problems we face when translating proverbs between Arabic and Spanish, and on the other hand, offers an updated check up of the proverbs uses as well as an analysis of the equivalence between proverbs. It was an arduous task looking for reference works which were of interest to our research both in Arabic and Spanish. We consulted many references but if we were to cite the most important ones, we would talk about works such as Magma alamtal by al-Maydani, which constituted the base we relied on in the analytical part of our work. Also of interest was Hayatu Al-Hayauani l-al-Kubra, from ad-Dummayri and his other work Mungid al-lugati w al-a'lam; as well as Ğamharat al-amtal by Abū Hilāl Al-‘Askarī and Ğamharat al-amtal al-baġdadiyya by‘Abd ar-Rahman Tikritī. As for the references in Spanish, we relied on Martinez Kleiseŕs Ideological General Spanish Proverbs; as well as 1001 Spanish sayings and their correspondence in eight languages from Julia Seville Muñoz and Ortiz de Urbina; also, Introduction to the study of fixed expressions by Julio Casares; Vocabulary of proverbs and proverbial phrases (1627-2000) by G. Correas; Dictionnary of sayings by Campos and Barella; the famous The Ingenious Gentleman Don Quixote of La Mancha by Miguel de Cervantes; the work of Sebastián Orozco de Covarrubias Treasure of Castilian Spanish; as well as Sayings and Proverbs in Romance from Hernán Núñez; or Over 21,000 Castilian Sayings not contained in the Large Collection of the Master Gonzalo Correas by Rodriguez Marín. Our work covered two main levels: a descriptive empirical area that included a historical approach with a definition of the different terms related to the proverbs used in our study. The other level is analytical which, besides holding our personal stamp, has been executed through a rigorous study of the three major aspects of our research: analysis, translation and equivalence of the proverb. We started by making a brief description of the empirical part we have divided into several sections, each devoted to the study of one particular aspect...

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As relações literárias entre Portugal e Espanha a partir do caso de 'Os Lusíadas' de Camões e dos seus tradutores para o castelhano. A propósito do centenário da morte de Cervantes, tratam-se também as relações do autor do Quixote com literatura portuguesa.

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RESUMO: As transformações, que vêm ocorrendo nas narrativas latino-americanas a partir de Cervantes, permitem fazer relações entre a sua obra e a Nova Novela Histórica Latino-Americana (NNHLA) e considerá-lo o antecessor do novo gênero narrativo. Nas narrativas novelística e contista, levam a acreditar que houve um processo de maturidade que afetou os escritores latino-americanos e suas produções literárias. Tal processo se desata na procura por explicar a realidade por meio da invenção deliberada de elementos ficcionais que os sentidos não percebem e representam o esforço individual da genial imaginação de Cervantes, fazendo com que essa narrativa adquirisse características especiais, as quais foram analisadas por Ainsa (1991) neste novo gênero narrativo. O primeiro romance moderno – Dom Quixote de la Mancha, (1605-1615) de Miguel de Cervantes – induziu a uma nova visão do fazer literário, caracterizado pelo desejo imperioso de seu autor de “fazer-de-outro-modo” e guiado por um certo ideal ascético que percorre toda a obra de Cervantes. Esse novo modo de fazer literatura acaba por contagiar os escritores latino-americanos que buscavam ansiosamente romper com a tradição literária. Cabe, aqui, destacar que o termo “fazer-de-outro-modo” está sendo usado, neste estudo, no sentido empregado por Nietzsche (1987), em Genealogia da Moral. O novo fazer narrativo dos escritores latino-americanos revela não apenas uma transformação no fazer literário, mas também uma reação contrária à centralização do foco temático das obras na problemática social, que banalizada as obras, elevando-as, desta forma, ao nível dos mais conceituados romances polifônicos.

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A partir do século XVII, inúmeros autores, como os irmãos Grimm e Hans Christian Andersen, pesquisaram e, posteriormente, publicaram histórias baseadas no folclore popular europeu. Como o período em que tais fenômenos ocorreram converge com o nascimento da família burguesa, que redirecionou a visão acerca da criança, as histórias produzidas por esses autores acabaram por ser adaptadas ao universo infantil. A figura do diabo fazia parte da memória coletiva europeia, sua presença é notadamente perceptível no ideário da Idade Média, logo, a inserção desse personagem em obras fictícias para crianças tornou-se comum nos enredos infantis da época. O artigo analisará, em alguns contos produzidos entre os séculos XVIII e XIX, as similitudes perceptíveis na criação do personagem, e comprovará seu caráter folclórico, bem como sua construção literária a partir de um denominador coletivo comum: a memória popular, que inspirou as primeiras histórias infantis, uma vez que o gênero antes de ocupar o espaço da escrita, esteve presente na memória dos povos e foi levada de geração a geração por meio da oralidade.