1000 resultados para Portugal História Séc. XVIII
Resumo:
O presente estudo trata da prtica cultural da amamentao e dos cuidados com as crianas pelas amas de leite na Provncia do Gro-Par no século XIX. As amas de leite tiveram um papel importante no mbito simblico, social e cultural da vida privada da sociedade patriarcal-escravocrata no Brasil no século XIX. Na Provncia do Gro-Par era recorrente a contratao de amas de leite para amamentar e cuidar das crianas. A questo central que norteou o estudo foi: Qual a presena das amas de leite na história da infncia paraense, sobretudo as significaes culturais, sociais e afetivas na vida da criana na Provncia do Gro-Par no século XIX? Os objetivos da pesquisa foram: a) identificar a origem das amas de leite e sua importncia para a história da infncia; b) descrever a história da amamentao e os discursos dos mdicos higienistas sobre os cuidados com a criana, a me e as amas de leite; c) destacar o significado das amas de leite na amamentao, nos cuidados e na educao das crianas no século XIX na Provncia do Gro-Par; d) identificar a solicitao dos servios das amas de leite para atender as crianas na Provncia do Gro-Par. Metodologicamente utilizamos a pesquisa histrica e documental, composta por um corpus de 92 anncios publicados no perodo de 1845 a 1888, nos jornais paraenses Treze de Maio, A Constituio, Dirio de Belm, O Liberal do Par, A Regenerao, Gazeta Official, Dirio do Commercio e O Paraense. O corpus foi obtido na Biblioteca Artur Vianna (CENTUR) e na Hemeroteca da Biblioteca Nacional Digital, tendo sido organizado em 12 categorias de anlise, com base na anlise de contedo de Laurence Bardin. Os resultados demonstram a existncia de um comrcio indiscriminado de compra e venda de amas de leite na Provncia do Gro-Par, inclusive valorizando as mais jovens, com bons costumes, boa higiene, sadias e que no tivessem cria. O perfil social das amas de leite da Provncia do Gro-Par no perodo estudado era semelhante aos presentes nas demais Provncias do Brasil, sendo ela geralmente escrava e se fosse livre, era pobre e predominantemente negra. No final do século XIX, os mdicos higienistas argumentavam que as amas de leite transmitiam doenas e eram mercenrias, recomendando a amamentao materna ou o uso de leite industrializado. No entanto, verificou-se que a influncia da ama de leite para a criana foi alm da relao afetiva, repercutindo em sua educao, linguagem, alimentao, enfim em diversos aspectos de sua cultura.
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A atuao manica na imprensa paraense do século XIX (1872-1892) entendida nesta dissertao a partir do contraponto entre o revelar e o esconder. Destacam-se, sobretudo, dois momentos distintos dessa mesma operao. No primeiro, a maonaria abandona em parte sua postura reservada e decide criar um jornal oficial (O Pelicano) para fazer frente aos ditames ultramontanos (A Boa Nova). E, no segundo, ela retorna a sua condio inicial suspendendo a circulao da publicao, mas sem necessariamente retirar-se do meio jornalstico. De maneira que segredo e publicidade se intercalavam nas vozes dos representantes da instituio. A pesquisa permitiu a identificao nominal de um conjunto amplo de maons e deu conta de demonstrar algumas das tenses e conflitos que ora os aproximava como irmos e ora os colocava definitivamente em lados opostos na imprensa, nas lojas, na vida. Levando em considerao as mudanas de ordem social (Abolio) e poltica (Repblica) que aconteceram ao longo da temporalidade abordada, este trabalho discute ainda o modo pelo qual os discursos, prticas e representaes dos maons paraenses se articulavam com as transformaes que a um s tempo atingiram a provncia do Par e a sociedade imperial.
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Entre os anos de 1810 e 1850, a presena de trabalhadores escravos em Belm era significativa. Em termos demogrficos, essa populao representava quase metade da populao da cidade, formada pelas freguesias urbanas da S e Campina. A presente dissertao analisa a escravido em Belm, a partir de diversos aspectos como o trfico, a procedncia e/ou origem geogrfica e tnica dos cativos, a demografia e as cores, mercado e a mobilidade cativa, o controle social e a liberdade escrava, permeados por acontecimentos sociais, polticos e econmicos ocorridos no Brasil e no Gro-Par, no perodo em questo, tais como a chegada da famlia real e a abertura dos portos, a independncia, a Cabanagem e a promulgao das leis anti-trfico de 1815, 1831 e 1850. Narrativas de viajantes estrangeiros, jornais, inventrios post-mortem, relatrios de governo, cdigos de posturas e aes de liberdade so algumas das fontes utilizadas para construo do cenrio: a Belm da primeira metade do século XIX, e para conhecimento da atuao de nossos atores: os trabalhadores escravos.
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Este estudo discute as percepes da populao belenense sobre o perodo do Regime Militar de 1964, centrando a anlise no segmento militar: Militares Graduados da Aeronutica. Buscamos compreender a vivncia destes no cotidiano da capital paraense no perodo de 1964-1985. Tal se manifesta para alm da poltica e da economia, retratando aspectos da sociedade relativos ao trabalho, ao lazer e vida privada, na qual as diferentes realidades e instncias so vivenciadas e adquirem variados sentidos e significados no dia-a-dia. Temos o intuito de compreender os sentidos atribudos pelos militares a suas atividades dirias, seja no mbito institucional, seja no meio civil. Utilizamos para esta percepo a documentao (registros fotogrficos, jornais internos, cartazes) do Primeiro Comando Areo Regional sediado em Belm (I COMAR), alm de entrevistas sistematizadas de militares e seus familiares. Essas duas esferas Civil-Militar so cruzadas enfocando suas vivncias no mbito civil e podem ter uma relao direta ou indireta com as esferas polticas, econmicas e sociais do Regime Militar.
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O tema de pesquisa proposto se constitui em uma proposta inovadora, na medida em que, dentre os grupos e associaes que participaram dessa luta, a Maonaria talvez seja a menos estudada e pesquisada e, assim, com este estudo, pretendemos demonstrar que as lojas manicas, como outras associaes, acompanhavam as mudanas que se processavam social e politicamente no pas, estabelecendo uma nova cultura poltica que envolvia diferentes sujeitos que se encontravam na vanguarda do processo abolicionista, pugnando pela mudana das relaes de produo no pas. Este trabalho evoca a luta pela emancipao dos escravos defendida pelos maons do Par, bem como a anlise do posicionamento da Maonaria em relao ao regime imperial, como as questes bsicas desta pesquisa, possibilitando redimensionar esse tema, procurando investigar as estratgias sociais desenvolvidas por esses sujeitos, atravs da atuao das lojas manicas e de alguns maons importantes como Lauro Sodr, demonstrando seus posicionamentos polticos e suas formas de atuao. A pesquisa de jornais da poca mostrou que de 1870 em diante foram fundadas associaes que geralmente se aproveitavam de festas pblicas para promover debates em favor da liberdade dos escravos. A metodologia trabalhada consistiu basicamente de consulta aos jornais da poca e documentao de registro das lojas manicas, que so referenciadas ao longo deste trabalho. No perodo proposto, o jornal foi o principal meio de comunicao da sociedade, sendo muito utilizado por letrados e polticos que passaram a utilizar suas pginas para criticar o regime escravocrata em crise, rotulando-o de atrasado e incompatvel com a modernizao em curso no pas.
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Este trabalho est inserido na temtica da História da Famlia e tem como objetivo discutir a trajetria da famlia Corra de Miranda durante o século XIX, atentando para as suas atividades econmicas, polticas e as relaes sociais que foram tecidas ao longo da centria. Atravs do cruzamento de diversos tipos de fontes histricas como: inventrios, testamentos, jornais, relatrios de presidentes da provncia, relatos de cronistas, dentre outros documentos, atentaremos para as aes de seus membros em localidades como Igarap-Miri, Abaetetuba, Belm e Soure. Destarte, sero apresentadas as especificidades que os Corra de Miranda apresentaram em comparao a outras famlias tradicionais do cenrio paraense oitocentista.
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Esta dissertao procura desvendar como o crescimento da cidade de Belm, ao longo do século XIX, provocou ou ampliou problemas j existentes, entre os quais o da sade pblica, destacando-se o desencadeamento de frequentes epidemias de varola. Em termos de temporalidade o destaque foi dado segunda metade do século XIX, quando foi intenso o debate acerca da necessidade de modernizar a cidade, sendo que o projeto modernizador em questo foi fortemente marcado pelos preceitos excludentes da Cincia da Higiene. Assim, o foco da pesquisa foi o perodo entre 1884 e 1904, marcado pela ecloso de trs epidemias de varola, em Belm. O objetivo principal do trabalho foi demonstrar as razes da intolerncia popular s profilaxias e prticas teraputicas encaminhadas pelo poder pblico, principalmente a poltica de isolamento baseada no discurso higienista e, tambm, a vacina. A experincia desenvolvida pela populao de Belm com essas profilaxias oficias, ao longo do século XIX, foi bastante negativa, propiciando a conduta aversiva desta.
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O objetivo desta dissertao consiste em analisar determinados aspectos da escravido negra na cidade de Belm, entre 1871 (ano de promulgao da Lei do Ventre Livre) e maio de 1888 (quando a escravido foi abolida). O foco da pesquisa est voltado para a experincia humana e o cotidiano de um contingente populacional, que, apesar de expressivo (pelo menos at meados da dcada de 1880), no costuma aparecer na historiografia sobre a Belm de fins do século XIX, comumente chamada de Belm da Belle-poque. Elementos componentes deste contexto, como o boom da economia da borracha, a propagao das ideias de civilizao, modernidade e progresso, e o crescimento da populao livre, acabam no deixando espao para os escravos que residiam e/ou circulavam pelos quatro cantos da cidade e matizavam sua paisagem. O processo criminal em que foi ru um destes escravos urbanos, Camilo Joo Amancio, ser o fio condutor dos quatro captulos deste trabalho, que abordam as seguintes problemticas: a relao dos escravos com a polcia e a justia; sua insero no mundo do trabalho e no mercado urbano de escravos; os usos e significados do tempo de no trabalho de que dispunham; e as redes de sociabilidades que teciam com os mais variados indivduos.
Resumo:
Os anos da primeira metade do século XIX so marcados pelo objetivo principal da Corte em adequar as provncias a seu modelo de civilizao e inseri-las ao Estado imperial. No Gro-Par, a unificao do territrio e consolidao do Imprio esbarrou em conflitos causados pelas revoltas Cabanas. A servio do Imprio, para combater os cabanos, chega ao Par o Marechal Francisco Jos de Souza Soares dAndra. Dentre suas preocupaes esto questes como as disputas polticas entre autoridades locais, restaurao militar, controle da populao e soerguimento econmico da regio, todas relacionadas problemtica da mo de obra e sua insuficincia para realizao de servios necessrios a provncia. assim que seus discursos prezaro medidas de controle e civilizao da populao, defendendo a renovao de hbitos e estmulo ao trabalho. Em 25 de abril de 1838, o presidente Soares dAndra, regulamentar no Gro-Par, a poltica de arregimentao do trabalhador livre estabelecendo a instituio provincial denominada Corpos de Trabalhadores. Durante algum tempo os Corpos de Trabalhadores apareceram na historiografia como uma instituio voltada exclusivamente para controle da populao revoltosa do Par, isto , como uma ttica para suprimir cabanos. Mencionada inicialmente por estudiosos da Cabanagem a importncia econmica da corporao apesar de reconhecida ainda um objeto de pesquisa recente. Nesse sentido, os Corpos de Trabalhadores possuem outros significados. Alm de instrumento de controle da populao, a corporao foi a tentativa de paz que por meio da concentrao de mo de obra visava alistar homens para os servios necessrios a restaurao econmica da provncia. No projeto poltico do Marechal Andra a instituio era a pea-chave no desenvolvimento e reorganizao da indstria e do Comrcio do Gro-Par. Alm disso, a instituio foi o arranjo poltico realizado entre o Estado imperial, na pessoa do presidente e o grupo de militares, que por quela poca representavam uma comunidade poltica de forte influncia na regio.
Isto no para ns? um estudo sobre a verticalizao e modernidade em Belm entre as dcadas de 1940 e 1950
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Esta dissertao estuda o processo de verticalizao em Belm, capital do Estado do Par, centrado especificamente na antiga avenida 15 de Agosto, hoje avenida Presidente Vargas, entre as dcadas de 1940 e 1950. Este processo foi fruto de esforos polticos e administrativos que visaram alterar a paisagem do centro da cidade com o estmulo a construo do arranha-cu e a modernizao local em consonncia com o que ocorria em outras partes do Brasil e do mundo. Dentre os recortes possveis pretende-se historicizar este processo local o qual objetivou, sobretudo, valorizar a rea estudada bem como os efeitos deste elemento vertical na paisagem da cidade, as mudanas nas polticas pblicas que versaram sobre este processo e as consequentes transformaes que os mesmos geraram nas diferentes representaes sobre o espao urbano.
Resumo:
A proposta desta dissertao discutir a formao do primeiro movimento armado de reao ao tenentismo e ao Governo Provisrio no Estado do Par, materializado numa revolta de civis e militares, liderada por sargentos de uma pequena unidade do Exrcito na cidade de bidos, interior da Amaznia, em 1932, com o objetivo de analisar os seus significados, as experincias dos sujeitos, as estratgias de luta e a relao da revolta com a Revoluo Constitucionalista de So Paulo. Oitenta anos depois, o acontecimento, que teve trgico desfecho na batalha naval de Itacoatiara, ainda permanece um dos captulos amaznicos mais desconhecidos da história do Brasil. Em busca de resposta, o trabalho examina o discurso oficial do interventor paraense no sentido de invalidar a legitimidade da ao rebelde e seu reflexo na sociedade da poca.
Resumo:
Este artigo, inserido nos debates historiogrficos sobre a ditadura civil-militar no Brasil (1964-1985), pretende contribuir para o conhecimento da história poltica do estado do Par antes, durante e aps o golpe de estado de 1964. Examinamos preferencialmente a participao dos militares e o apoio de setores da sociedade civil ao golpe militar, e a represso que sofreram os estudantes e organizaes de esquerda e polticos "populistas". Na perspectiva metodolgica dos estudos de história local e regional, as principais fontes utilizadas foram os jornais de Belm, livros de memrias, trabalhos acadmicos e fontes orais.
Resumo:
A segunda metade do século XIX no Brasil foi marcada por reflexes e debates sobre o processo de encaminhamento da emancipao que, para a sociedade como um todo, transformou-se em um verdadeiro dilema a ser resolvido: o problema do elemento servil. Esses debates eram sustentados pelos diferentes setores sociais que encaminhariam um processo de libertao de forma controlada e dirigida por meio do controle do Estado e sobre determinados escravos. O projeto vencedor desse debate foi a Lei do Ventre Livre de 1871 que permitiu uma emancipao indenizatria e de controle sobre a populao de libertos por meio do Fundo de Emancipao. Nesse sentido, o projeto expressava a necessidade de se manter as relaes sociais da escravido, cujo principal tema em jogo era a perda do controle sobre a propriedade escrava. Esse controle sobre a propriedade, no entanto, no significou que os sujeitos sociais diretamente atingidos pela poltica de emancipao do Estado no construssem suas respostas para enfrentar os desafios na busca de suas liberdades. As aes diante justia, aos relacionamentos cotidianos costurados, s aes junto produo das matrculas ou das listas de classificao de escravos que seriam libertos pelo Fundo de Emancipao se constituram, entre outras formas de interveno escrava pautadas na prpria legislao emancipacionista que garantiria ao escravo o caminho da liberdade.
Resumo:
Este estudo prope uma anlise das iconografias urbanas de Belm, produzidas no decorrer do século XIX e incio do XX. A tese tem por objetivo, ento, analisar a representao da natureza em Belm, especificamente nos anos de 1808 a 1908. O compromisso inicial desse estudo se concentrou em pesquisar os diversos tipos de iconografias sobre Belm no decorrer dos Oitocentos. As questes que se procurou evidenciar tratam sobre a forma como os viajantes apreenderam a cidade, em sua passagem por Belm, tanto sob o ponto de vista narrativo quanto o visual, at os anos de 1890. A partir de ento, tambm identificar como os governantes promoveram a cidade para alm da regio Amaznica. Observa-se que a natureza brasileira passou a ser representada, a partir do século XIX, por meio de linguagem escrita e iconogrfica, isto graas influncia do cientificismo e da sensibilidade artstica romntica, que perpassaram pelo conhecimento do pas. A sensibilidade romntica realizou a aproximao entre cincia e esttica ao apreender e representar a natureza, numa viso totalizante, inaugurando uma nova concepo de paisagem e a tentativa de inventar e visualizar uma natureza urbana, a qual tema principal desse estudo; representa o fenmeno da urbanizao que foi registrado, especialmente, por meio da fotografia. Nesse tipo de fotografias, a natureza aparece domesticada, adaptada ao desenho urbano, sua forma artificiosa e geomtrica valorizada. A fotografia urbana do final do século XIX reintroduz o belo ideal nas imagens da natureza ordenada segundo o modelo dos jardins franceses, ingleses e italianos. Parto do pressuposto de que a contemplao da natureza adaptada para a realidade da regio Amaznica, embora estivessem presentes modelos provenientes da Europa, mas encontram as suas especificidades a partir de uma natureza exuberante da Amaznia A percepo de natureza na Amaznia da segunda metade do século XIX e a influncia de novas formas de conceber a natureza foram projetadas para as cidades na reformulao dos espaos para constituir a rea verde, especialmente de Belm. Pensar historicamente a representao da natureza refletir sobre a sua apropriao pela ao humana ao mesmo tempo em que diferentes indivduos e grupos sociais circularam e deixaram suas marcas especficas nos lugares construdos a partir de uma natureza domesticada na paisagem urbana.
Resumo:
O artigo analisa a relao entre as polticas higienistas que vigoraram na cidade de Belm ao final do século XIX e a expanso das atividades da Santa Casa de Misericrdia do Par. Considerada uma das primeiras instituies hospitalares da ento Provncia do Gro-Par, a Irmandade, alm de seu hospital prprio, administrou diversos outros estabelecimentos de sade na capital. O estudo de seu deslocamento fsico permite o desenho de trs ncleos da Sade em Belm: Pioneiro, de Expanso e da Santa Casa, que reforam os vetores de crescimento da cidade. A expanso de suas atividades se configura como ampliao da Misericrdia para atender os desvalidos e enfermos, que precede a instaurao de um sistema de sade pblica no Par.