999 resultados para Organizações culturais
Resumo:
A apreenso global desse vasto campo de estudos que designamos por teorias e anlises institucionalistas revela-se tarefa difcil, seno mesmo impossvel. W. Richard Scott diagnostica muito bem a situao quando afirma que embora haja alguns temas recorrentes e bsicos () nas actuais teorias institucionais das organizações, quando algum anuncia que est a desenvolver uma anlise institucional a questo seguinte : usando que verso? (Scott, 1987: 501). Por essa razo, iremos passar em revista os seguintes pares de distines (ou tenses) que operam no campo institucionalista, o estruturam e lhe do vigor: a) organizações e instituies; b) institucionalismo e neo-institucionalismo; c) ambientes tcnicos e ambientes institucionais das organizações; d) micro e macro-institucionalismo; e) actores individuais e actores colectivos da institucionalizao; f) instituies e extituies. Em todos estes pares de distines acabaremos por nos referir, directa ou indirectamente, aos aspectos simblicos das organizações e dos seus ambientes, o que corresponde, afinal, aos nossos interesses actuais de investigao.
Resumo:
Neste artigo so passadas em revista algumas das principais teorias da organizao empresarial luz da moderna teoria dos grafos. Analisa-se, em primeiro lugar, a teoria clssica da gesto teorizada por H. Fayol, mostrando-se como ela pode ser revista de acordo com a teoria dos grafos hierrquicos. De seguida, analisa-se o conceito de rede dinmica, o qual leva a abandonar a teoria neoclssica quer da empresa quer do mercado e a caracterizar as empresas evoluindo nos ambientes das tecnologias da informao. So passados em revista os casos da Cisco Systems e da Microsoft Inc., salientando-se o tipo de grafos que lhes correspondem. finalmente destacado o papel dos standards em tecnologias da informao, concluindo-se serem necessrios mecanismos de regulao institucional em dinmicas empresariais que tendem a favorecer a emergncia de monoplios.
Resumo:
As histrias contadas nas organizações oferecem aos investigadores e aos especialistas de Desenvolvimento Organizacional um acesso privilegiado compreenso e interveno na(s) cultura(s) de uma organizao. Inspirando-se em perspectivas tericas como o construtivismo social, o simbolismo organizacional e a teoria crtica, esta nossa reviso examina alguns estudos fundamentais sobre as histrias das organizações (organizational stories) e o processo de contar histrias (storytelling), identifica fundamentos multidisciplinares e lana alguns desafios para que mais aplicaes do trabalho com histrias venham a ter lugar nas organizações.
Resumo:
Nas sociedades de informao, a imagem objecto de interesse e investimento progressiva - mente maiores no planeamento e desenvolvimento estratgico das Organizações, devido ao poder que possui de interferir no comportamento dos consumidores. O poder da imagem produz a legitimao do poder da Organizao orientando, pelo simblico/imaginrio, o comportamento dos consumidores. A correlao entre o poder que tem a imagem de representar, para os consumidores, o poder de resposta da Organizao s necessidades, desejos e vontades, permite, por sua vez, entender a forte relao entre imagem e estratgias da Organizao. Assim, o investimento em imagem equivale e representa um investimento em poder.
Resumo:
As organizações so responsveis por uma significativa fatia das nossas experincias de vida e constituem um invlucro que raramente nos abandona, que atravessamos diariamente e nos deixa marcas, umas mais benvolas e gratificantes,outras aterradoras ou estigmatizantes. As organizações so tudo isto e ainda veculos, talvez dos mais importantes, que crimos para cooperar e, paradoxalmente, nos magnificarmos individual ou colectivamente. Neste nosso estudo procurmos descrever e interpretar o funcionamento das organizações, concentrando-nos em processos que consideramos hoje particularmente crticos: as institucionalizaes de sentido. A nossa hiptese de partida levou-nos a sustentar que os processos de institucionalizao e de auto-institucionalizao desempenham um papel central nas sociedades actuais, submetidas mais do que nunca a brutais oscilaes entre o orgnico e o inorgnico. A centralidade destes processos de auto-institucionalizao tentada e, em alguns casos, consumada decorre do facto de se assistir a uma crescente impregnao do social e do pessoal pelo institucional como condio para uma maior eficcia quer dos indivduos, quer das organizações. Institucionalizar significa encurvar a linha do tempo para fazer existir algo, criar um tempo prprio para que um nome, uma imagem, um valor, uma rotina, um produto, enfim, um edifcio de sentido possa perdurar. Trata-se de um jogo que consiste em procurar as melhores oportunidades para os nossos projectos e ambies (alis, no caso da nossa prpria auto-institucionalizao como se dissssemos: suspenda-se o tempo linear para que esta representao ou verso mtica de mim possa existir e vingar). De forma mais dramtica ou mais ldica, tal tipo de jogo generalizou-se e tem como palco privilegiado, mas no exclusivo, os media. Em resumo: institucionalizar sempre ralentir son histoire (Michel Serres), introduzir uma temporalidade mtica no tempo histrico da comunicao e ocupar um lugar numa estrutura institucionalizada de memria, retirando da considerveis vantagens simblicas e materiais. No restringimos, pois, estas observaes esfera organizacional. A compulso generalizada a tudo tornar instituio arrasta-nos a ns prprios enquanto indivduos, traindo um intenso desejo de permanecer, de resistir volatilidade social, ao anonimato, de tal modo que podemos falar hoje em instituies-sujeito e em sujeitos-que-se-modelam-como-instituies. Pela sua prpria auto-institucionalizao os indivduos procuram criar um campo de influncia, estabelecer uma cotao ou uma reputao, fundar um valor pelo qual possam ser avaliados numa bolsa de opinio pblica ou privada. Qual o pano de fundo de tudo isto? O anonimato, causador de to terrveis e secretos sofrimentos. Alguns breves exemplos: a panteonizao ou, alis, a vontade de panteo de Andr Malraux; o processo de auto-santificao de Joo Paulo II, como que a pr-ordenar em vida o percurso da sua prpria beatificao; o gnio cannico dos poetas fortes, teorizado por Harold Bloom; o mpeto fundacional que se manifesta na intrigante multiplicao no nosso pas de fundaes particulares civis criadas por indivduos ainda vivos; ou, mais simplesmente, a criao de um museu dedicado vida e carreira musical da teen-diva Britney Spears, antes mesmo de completar vinte anos. Mas, afinal, o que fizeram desde sempre os homens quando institucionalizavam actividades, prticas ou smbolos? Repetiam um sentido e,repetindo-o, distinguiam-no de outros sentidos, conferindo-lhe um valor que devia ser protegido. A ritualizao, ou, se se quiser, um processo de institucionalizao, envolve, entre outros aspectos, a proteco desse valor estimvel para um indivduo, uma faco, um agrupamento ou uma comunidade. Processos de institucionalizao, e mesmo de auto-institucionalizao, sempre os houve. No encontraremos aqui grande novidade. Os gregos fizeram-no com os seus deuses, institucionalizando no Olimpo vcios e virtudes bem humanas. Quanto s vulnerabilidades e aos colapsos da nossa existncia fsica e moral, as tragdias e as comdias helnicas tornaram-nos a sua verdadeira matria prima. A novidade reside sobretudo nos meios que hoje concebemos para realizar a institucionalizao ou a auto-institucionalizao, bem como na escala em que o fazemos. A nossa actual condio digital, por mais que a incensemos, no muda grande coisa questo de base, isto , que as projeces de eternidade permanecero enquanto o inorgnico continuar a ser o desafio que ciclicamente reduz a nada o que somos e nos faz desejar, por isso mesmo, ostentar uma mscara de durao. Defendemos tambm neste estudo a ideia de que as narrativas, sendo explcita ou implicitamente o contedo do institudo, so simultaneamente o meio ou o operador da institucionalizao de sentido (no o nico, certamente, mas um dos mais importantes). O acto de instituir consubstancial do acto narrativo. Instituir algo relatar, com pretenso legitimidade, quem , o que e a que privilgios e deveres fica submetido esse institudo, trate-se de uma ideia, valor, smbolo, organizao ou pessoa. Mesmo quando a complexidade do discurso jurdico parece querer significar que se instituem apenas normas ou leis, bem como o respectivo regime sancionatrio, o que, na verdade, se institui ou edifica (o que ganha lugar, volume, extenso material e simblica) so sempre redes de relaes e redes de sentido, isto , narrativas, histrias exemplares. A institucionalizao o mecanismo pelo qual respondemos, narrativamente, disperso dos sentidos, a uma deficiente focagem da ateno social ou da memria, e procuramos estabilizar favoravelmente mundos de sentido, sejam eles reais ou imaginados. Apresentemos, muito sumariamente, algunspontos que nos propusemos ainda desenvolver: Num balanceamento permanente entre orgnico e inorgnico (pois os tempos so de disperso do simblico, de des-legitimao, de incerteza e de complexidade), as organizações erguem edifcios de sentido, sejam eles a cultura empresarial, a comunicao global, as marcas, a imagem ou a excelncia. Neste contexto, a mera comunicao regulada, estratgica, j no cumpre eficazmente a sua misso. A institucionalizao um dos meios para realizar a durao, a estabilizao de projectos organizacionais e de trajectos individuais. Mas nem os prprios processos de institucionalizao se opem sempre eficazmente s bolsas de inorgnico, potencialmente desestruturantes,que existem dentro e em torno da organizao. Os processos de institucionalizao no constituem uma barragem contra o Pacfico. A eroso e o colapso espreitam-nos, ameaando a organizao, como ameaam igualmente as ambies dos indivduos na esfera pblica ou mesmo privada. Uma das respostas preventivas e, em alguns casos, tambm reparadoras de vulnerabilidades, eroses e colapsos (seja de estruturas,de projectos ou de representaes) a auditoria. As auditorias de comunicao, alis como as de outro tipo, so prticas de desconstruo que implicam fazer o percurso ao invs, isto , regressar do institudo anlise dos processos de institucionalizao. O trabalho de auditoria para avaliar desempenhos, aferindo o seu sucesso ou insucesso, comea a ser progressivamente requisitado pelas organizações. Tivemos, alis, a oportunidade de apresentar uma abordagem narrativa-estratgica de auditoria de comunicao, recorrendo, para o efeito, a algumas intervenes que acompanhmos em diversas empresas e instituies, as quais, em vrios momentos, se comportaram como verdadeiras organizações cerimoniais, retricas. Assim, comemos por destacar as dificuldades que uma jovem empresa pode sentir quando procura institucionalizar, num mercado emergente, novos conceitos como os de produto tecnolgico e fbrica de produtos tecnolgicos. Vimos, em seguida, como uma agncia de publicidade ensaiou a institucionalizao de um conceito de agncia portuguesa independente, ambicionando alcanar o patamar das dez maiores do mercado publicitrio nacional. Uma instituio financeira deu-nos a oportunidade de observar posicionamentos de mercado e prticas de comunicao paradoxais a que chammos bicfalos. Por fim, e reportando-nos a um grande operador portugus de comunicaes, apresentmos alguns episdios erosivos que afectaram a institucionalizao do uso de vesturio de empresa pelos seus empregados. Haver um conhecimento rigoroso das condies em que funcionam hoje as organizações enquanto sistemas de edificao e de interpretao de sentido? No o podemos afirmar. Pela nossa parte, inventarimos filiaes tericas, passmos em revista figuraes, prticas e operatrias. Analismos as condies em que se institucionalizam, vulnerabilizam, colapsam e reparam estruturas de sentido, seja nas organizações seja em muitas outras esferas sociais e mesmo pessoais. Um glossrio mnimo com conceptualizaes por ns prprios criadas ou afinadas podia contemplar as seguintes entra das, entre muitas outras possveis: quadro projectado, quadro literal, mapa de intrigas, capacidade de intriga, tela narrativa, narrao orgnica e fabuladora, narrativa cannica, edifcio de sentido, estrutura institucionalizada de memria, memria disputada, cotao social, processo de institucionalizao e de auto-institucionalizao,institucionalizao sob a forma tentada, actividade padronizada, trabalho de reparao de sentido. Diramos, a terminar, que a comunicao, tal como a entendemos neste estudo, o processo pelo qual os indivduos e as organizações realizam a institucionalizao, isto , disputam, mantm viva e activa uma memria e, ao mesmo tempo, previnem, combatem ou adiam as eroses e os colapsos de sentido que sempre acabam por vir dos seus ambientes interiores ou exteriores. A comunicao est hoje, claramente, ao servio da vontade de instituir que se apoderou dos indivduos, dos grupos e das organizações,e pela qual enfrentam e respondem aos inmeros rostos do inorgnico, a comear, como tantas vezes referimos, pelo anonimato. No estranharemos, ento, que seja por uma comunicao com vocao institucionalizadora que marcamos e ritualizamos (fazemos repetir, regressar ou reparar) o que, para ns, indivduos ou organizações, encerra um valor a preservar e que julgamos encerrar um valor tambm para os outros.
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Como concebe James G. March, professor da Universidade de Stanford e considerado um dos maiores tericos actuais das organizações,a mudana ou, pelo menos, as condies para a sua existncia numa organizao? Evocando os mitos da gesto, James G. March aborda o tema de um modo original.
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Entre os diferentes elementos a serem considerados na gesto atualmente, os aspectos culturais tm se colocado na centralidade das discusses organizacionais. Essa posio deriva do fato de que a vantagem competitiva sustentvel se origina da compreenso, respeito e utilizao das diferenas de hbitos, prticas, pontos de vistas e competncias. Empresas com atuao local ou global precisam atentar para as caractersticas oriundas de seu capital humano. O presente trabalho busca apresentar algumas evidncias das implicaes culturais a partir do prisma das dimenses culturais. Para isso realizada uma breve reviso sobre o tema, em seguida so discutidas algumas repercusses para as organizações.
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O objetivo deste artigo iniciar uma discusso crtica acerca da memria e seu lugar nos estudos organizacionais, mais especificamente no que diz respeito histria empresarial. Pensar o tema memria permite refletir sobre a ideia de que nenhum dilogo acerca do passado e do presente neutro, uma vez que exprime um sistema de atribuies de valores. Isto significa que a memria torna possvel uma (re)elaborao do mundo, transformando e sustentando realidades existentes, e nesse sentido que, como sustenta Ricoeur (2007), tanto o excesso quanto a escassez de memria (e o interesse por ela) representam algo. Discutir a apropriao da memria pelas empresas significa resgatar a perspectiva histrica e problematizar a opo dos gestores das organizações a respeito do que lembrar - e do que esquecer. No neutro, assim, o resgate do passado empresarial: esse processo se submete a uma inteno maior e mais profunda do que a mera ilustrao cronolgica de acontecimentos anteriores. Diz respeito, em ltima instncia, legitimidade de alguns atores para definir, de forma unilateral, o que deve ser lembrado naquele contexto, endereando aos estudos organizacionais a tarefa de ampliar a compreenso da dinmica das organizações, permitindo aos que tm voz e pouco podem manifest-la que contem outras histrias.
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A actividade de um Supervisor Pedaggico processa-se no interior dos sistemas educativos. Ele um profissional altamente especializado que tem de tomar decises no sentido da melhoria do sistema e dos agentes que nele intervm. Neste estudo, parte-se do princpio que as decises dentro de um sistema educativo tm de ser decises bem fundamentadas, pois iro ter repercusses em todo o sistema e nos seus elementos. Para estas decises serem consequentes, no podem ser tomadas sem uma orientao que esteja baseada em modelos ou prticas consideradas boas. S depois de se saber as melhores prticas que podemos conhecer se as nossas decises esto a ser tomadas num sentido correcto. Pretendeuse saber quais os sistemas educativos, do conjunto mundial de pases, que respondiam melhor a um grupo de critrios considerados crticos. Com base nos critrios do ndice de Educao do PNUD foi encontrado um conjunto de pases com um ndice de Educao considerado elevado e, a partir deste dado, foi feito a dois nveis um estudo em Educao Comparada. Na primeira parte, comparado o sistema educativo portugus com o conjunto destes pases. Esta comparao mais global foi realizada nos seguintes critrios: ndice de educao do PNUD; percentagem do PIB gasta na educao; nmero de anos na escolaridade obrigatria; e nmero de universidades por milho de habitantes. Na segunda parte; feita uma comparao mais focada entre o sistema educativo portugus e os sistemas educativos da OCDE e da Unio Europeia nos seguintes seis critrios: resultados no programa PISA e as cinco metas da Unio Europeia para a educao e formao para o ano de 2010. No conjunto dos 10 indicadores, os resultados mostram que em quatro [ndice de Educao, durao da escolaridade obrigatria, nmero de universidades por milho de habitantes e taxa de variao do total de licenciados em matemtica, cincias e tecnologias] Portugal apresenta resultados positivos que o colocam prximo dos sistemas educativos de referncia, quer a nvel mundial quer a nvel europeu. No PIB gasto em educao, a situao do sistema educativo portugus est prxima dos valores de referncia com um valor ligeiramente abaixo da mdia. Em cinco dos indicadores estudados [resultados do estudo PISA em literacia cientfica; abandono escolar precoce; nmero de alunos de 15 anos com baixos resultados em leitura; percentagem de jovens de 22 anos que concluem o ensino secundrio e participao da populao adulta na aprendizagem ao longo da vida], o estudo comparativo revela que o Portugal apresenta resultados baixos quando comparado com os pases da OCDE e da Unio Europeia. Verificase que em termos mundiais o sistema educativo portugus mostra uma tendncia de aproximao aos sistemas educativos de referncia. Na comparao com os sistemas educativos da Unio Europeia e com os sistemas educativos dos pases que fazem parte da OCDE, o sistema educativo portugus ainda est muito longe dos sistemas educativos de referncia destas duas organizações internacionais. Portugal apresenta um comportamento misto no conjunto de indicadores estudados que poder resultar de razes sociais, culturais e histricas.
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Este artigo apresenta a evoluo da adoo dos princpios de governana corporativa na sociedade empresarial brasileira como um processo de difcil assimilao, uma vez que existem barreiras culturais fundadas em aes sociais que geram irracionalidades no cenrio nacional. Desta forma, a anlise realizada a partir da perspectiva weberiana a partir de dados secundrios obtidos sobre casos recentes de no utilizao racional das boas prticas de governana que resultaram em prejuzos e em falncias de algumas corporaes ao longo do tempo. O artigo tambm relata o estado da arte das pesquisas sobre governana corporativa na literatura, de modo a confrontar com a situao da realidade brasileira. A causa central dos problemas de governana no Brasil detectada a partir da evoluo da mentalidade do empresariado, tendo em vista sua forte ligao com a tradio inserida numa base de dominao patrimonialista, cuja essncia a ao social afetual e tradicional. Contudo, a pesquisa indica que a governana corporativa vem se inserindo como um importante mecanismo para garantir a sobrevivncia das organizações a longo prazo em paralelo a um processo de burocratizao das empresas, onde se impe o modo racional instrumental e substantivo.
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A pesquisa teve como objetivo avaliar a participao dos gestores de tecnologia da informao (TI) de organizações pblicas e privadas no processo de alinhamento de TI e tomada de decises estratgicas organizacionais com base na Matriz de Arranjo de Governana de TI (Weill e Ross, 2006). Foi desenvolvida uma pesquisa tipo survey descritiva com 44 gestores da rea de TI da cidade do Natal, sendo 18 de organizações pblicas e 26 de organizações privadas. Os resultados sugerem que os gestores de TI so os principais atores do processo decisrio tanto nas organizações pblicas quanto privadas, sobretudo para as decises-chave que envolvem os princpios, arquitetura e estratgias de infraestrutura de TI. Finalmente, tambm se conclui que os padres de tomada de deciso so muito prximos entre as organizações pblicas e privadas, porm os resultados obtidos nas organizações pblicas so mais prximos ao padro obtido na pesquisa de Weill e Ross (2006).
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Este artigo discute o processo de institucionalizao da participao da sociedade civil na Cmara Municipal de So Paulo (CMSP) nas audincias pblicas do oramento de 1990 a 2010 pela abordagem institucional das organizações, enfatizando microfundaes e explicaes culturais e cognitivas. Identificam-se sistemas autopoiticos: Poder Legislativo, Poder Executivo, sociedade civil e burocracia da CMSP e variveis regulativas, normativas e cultural-cognitivas no processo. Conclui-se que, apesar de institucionalizada, a participao na CMSP encontra limitaes normativas e cultural-cognitivas que moldam a participao de acordo com padres de conduta existentes na interao entre parlamentar e sociedade, sedimentando o clientelismo oramentrio.
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O Balanced Scorecard (BSC) tem vindo a revelar-se um conceito popular como ferramenta de suporte descrio e implementao da estratgia organizacional. Esta abordagem prope que os gestores se foquem no desenvolvimento e utilizao dum nmero reduzido de indicadores crticos de desempenho, financeiros e no financeiros, que combinam diferentes disciplinas e perspectivas da organizao e que esto articulados numa cadeia causal que explica de forma consistente o desempenho futuro de acordo com a estratgia formulada. Contudo, diversas dvidas e crticas tem emergido relativamente qualidade do processo de desenvolvimento do BSC e que colocam em causa a consistncia e a validade da estrutura de indicadores que constitui o instrumento fundamental para o controlo da implementao da estratgia. Com o propsito de ultrapassar estes problemas, uma abordagem baseada na modelao e simulao dinmica (dinmica de sistemas) proposta como suporte ao processo de desenvolvimento do BSC. Esta abordagem permite acelerar e melhorar a aprendizagem dos gestores acerca do processo de criao futura de valor que est associado estratgia formulada e respectiva implementao, contribuindo assim para a validade e consistncia da estrutura de indicadores do BSC.
Resumo:
As organizações pblicas no assumem o protagonismo de sua influncia na reconfigurao territorial e no conseguem impor sua ordem em determinados territrios, que acabam por se constituir como espaos s margens do Estado. Um exemplo so as favelas do Rio de Janeiro. Entretanto, as organizações pblicas parecem estar voltando a atentar para sua capacidade de ao no reordenamento territorial. Para analisar de que forma essas organizações interferem na reconfigurao de espaos em favelas, preciso investigar relaes de poder, tendo em vista que os territrios so definidos por e a partir de relaes de poder. Assim, este ensaio tem por objetivo propor questes norteadoras que possibilitem investigar de que forma a ao de organizações pblicas em espaos s margens do Estado interfere nas relaes de poder que l se do e, como consequncia, na reconfigurao de territrios nesses espaos.
Resumo:
Este artigo visa a ampliar a compreenso do fenmeno da legitimidade das organizações da sociedade civil (OSC), interpretando-o luz da teoria da capacidade crtica, de Boltanski e Thvenot (2006). Mais especificamente, trata-se de identificar, por meio da anlise do discurso de atores representativos do campo, quais so as justificativas que embasam a atuao e a existncia das OSC, conferindo-lhes legitimidade. Tomando por base a fundamentao terica e a anlise da trajetria do campo no Brasil, algumas hipteses foram formuladas: 1) que diversas lgicas so utilizadas nas justificativas; 2) que o encontro dessas lgicas provoca disputas e conflitos; 3) que possibilita a construo de passarelas; e 4) que existem lgicas predominantes que isolam a existncia das outras. Por meio de anlise de contedo do discurso de 46 atores representativos do campo das OSC na regio Sul do Brasil, as hipteses foram testadas e concluiu-se que as dimenses predominantes da legitimidade nessas OSC so a pragmtica e a moral, as quais estimulam a adaptao das OSC a padres estabelecidos externamente, enfraquecendo a pluralidade e, por conseguinte, a democracia no campo.