997 resultados para Fase crônica da doença de Chagas
Resumo:
O trabalho analisa 4.758 correlações sorológicas eletrocardiográficas feitas em populações rurais não selecionadas de 17 municípios da Zona Sul do Rio Grande do Sul. A sorologia baseou-se na reação de fixação de complemento para doença de Chagas e os ECG foram interpretados segundo critérios da American Heart Association. 330 ECG alterados pertenciam aos 803 indivíduos soropositivos (41,1%) e 1.287 aos 3.955 soronegativos (32,5%). O gradiente de 8,5% a favor dos positivos mostrou-se significativo a nível de p < 0,001. As alterações acompanhadas por diferenças significativas entre positivos e negativos foram justamente aquelas consideradas características de miocardiopatia chagásica (BCRD, HBDAE, extrassistolia ventricular, alterações de ST eTe áreas de necrose e/ou fibrose. Estes fatos permitem concluir que a infecção pelo Trypanosoma cruzi é fator importante de agressão miocárdica numa parcela significativa da população rural da área endêmica de doença de Chagas no Rio Grande do Sul.
Resumo:
Em Santa Catarina, o Inquérito Sorológico Nacional para doença de Chagas (CNPq-SUCAM) revelou positividade de 1,3% em cerca de 74.000 amostras de soro processadas pela reação de imunofluorescência indireta em papel de filtro, com 15 municípios apresentando prevalências de 5,4% a 41,3%. Na presente investigação, em 9 dos municípios com alta prevalência, foram obtidas amostras de sangue, por punção venosa, de 222 indivíduos dos quais 140 haviam sido sorologicamente positivos e 58 negativos no Inquérito Nacional. Em 24 outros indivíduos a reação foi executada pela primeira vez. Os testes sorológicos (imunofluorescência indireta, hemaglutinação indireta, aglutinação direta com e sem 2-mercaptoetanol e fixação do complemento) realizados em 3 diferentes laboratórios evidenciaram 220 soros negativos e apenas 2 positivos. Dados epidenúológicos obtidos nas áreas trabalhadas confirmaram estes resultados negativos. Os resultados discordam daqueles encontrados pelo Inquérito Sorológico Nacional e confirmam a inexistência de focos domiciliares de transmissão da doença de Chagas em Santa Catarina.
Resumo:
Experimentamos o novo inseticida bendiocarb para o combate ao Panstrongylus megistus, principal vetor da doença de Chagas, em uma área endêmica do Estado da Bahia, Brasil. Uma das partes da experiência constou da aplicação de 0,4 g/m² de bendiocarb a 80% pelas equipes de guardas borrifadores oficiais. A taxa de infestação das casas foi reduzida de 18% para 7%, seis meses após a aplicação do inseticida, e a densidade de P. megistus caiu de 7 para 1,5 exemplares por hora. A outra parte constou da utilização da mão-de-obra dos habitantes na inspeção de suas casas para triatomíneos, da aplicação por meio de uma pequena bomba manual, de bendiocarb a 20%, sempre que observassem triatomíneos. A taxa de infestação das casas foi reduzida de 48% para 14% e a densidade de P. megistus caiu de 12 para menos de 1 exemplar por hora. Apesar da concentração mais fraca, o bendiocarb aplicado com a colaboração da população, apresentou resultados mais eficientes, provavelmente devido à constante vigilância com que ficou a área, havendo conseqüentemente, maior freqüência na aplicação do inseticida. O método de combate aos vetores com a participação da população mostrou-se mais eficiente e menos dispendioso. Dessa forma, se adotado pelos serviços de combate às endemias no Brasil, talvez venha a ser a solução para a descontinuidade das campanhas contra a doença de Chagas.
Resumo:
Os autores apresentam os primeiros casos autóctones da forma aguda da doença de Chagas no Estado do Maranhão. Três casos originários da Ilha de São Luís e o outro procedente da localidade de Bacurituba, município de Cajapió na região da Baixada Maranhense. O resultado do inquérito sorológico, utilizando-se a reação de imunofluorescência indireta em 213 habitantes das localidades de Rio Grande e Caúra, onde foram diagnosticados os casos autóctones na Ilha de São Luís, revelou 3 (1,4%) positivos.
Resumo:
Trinta e cinco indivíduos falecidos subitamente e de modo inesperado foram necropsiados em Serviços Médico-Legais em Uberaba e Uberlândia. A sorologia do líquido pericárdico e os achados anatomopatológicos estabeleceram o diagnóstico de doença de Chagas. Todos, exceto dois, eram do sexo masculino e tinham idade média de 38 anos. Resolvemos fazer uma investigação retrospectiva procurando obter de familiares e amigos e nos registros médicos informações sobre as circunstâncias do óbito e manifestações que pudessem constituir possíveis indícios de doença cardíaca e de comprometimento de outros órgãos. Em 31,2% não havia quaisquer sintomas ou suspeita de cardiopatia. Contudo, em 57,1% dos casos conseguimos detectar história de tonturas (42,8%), dispnéia de esforço (48%), perda de consciência (34,2%) e palpitações (31,4%). A disfagia e ou a obstipação estavam presentes em 38%. Não houve correlação entre a sintomatologia e a intensidade da miocardite. Em 56% o êxito letal surgiu enquanto desenvolviam esforço físico ou tinham emoção. Pelo modo como ocorreu o óbito pode-se concluir que a iminência deste não foi pressentida pelo paciente ou circunstantes em 43,8% dos casos; no restante, o óbito súbito foi precedido de indícios, tais como gestos, pedidos de ajuda, etc. Somente em 5 dos 35 casos o eletrocardiograma havia sido realizado meses ou anos antes do óbito: todos apresentavam alterações.
Resumo:
Com o objetivo de investigar os sintomas intestinais na fase crônica da esquistossomose mansoni, estudamos 102 indivíduos na faixa etária de nove a dezenove anos, dos 144previamente selecionados entre os moradores autóctones dos distritos de Lagoa Redonda e Menezes, portadores de Schistosoma mansoni. Todos foram submetidos a uma anamnese segmentar com a finalidade de detectara presença de cinco sintomas intestinais: dor abdominal, diarréia, muco e rajas de sangue nas fezes e enterorragia. Metade dos pacientes foi medicada com mebendazole e posteriormente com oxamniquine, constituindo-se no grupo caso, enquanto a outra metade, tratada apenas com mebendazole, constituiu-se no grupo controle. Os resultados mostram que a esquistossomose é provavelmente a responsável pelas queixas de muco e/ou rajas de sangue nas fezes, ocorrendo uma redução dessas queixas, estatisticamente significante, após a terapêutica específica.
Resumo:
O método imunocitoquímico de peroxidase anti-peroxídase é aplicado, pela primeira vez, em tecidos de natimorto macerado de II-III graus para coloração específica de amastigotas do Trypanosoma cruzi, em caso de doença de Chagas congênita. Os resultados mostram que o encontro de ninhos de amastigotas é muito facilitado pelo método, mesmo em tecidos autolisados, onde a morfologia dos parasitas geralmente se mostra muito alterada; o método é recomendável, também nestes casos, para a avaliação mais precisa da intensidade do parasitismo.
Resumo:
De janeiro a abril de 1982 foi desenvolvido um estudo seccional sobre a morbidade da doença de Chagas humana na área urbana do município de Virgem da Lapa, nordeste de Minas Gerais, Vale do Jequitinhonha. A prevalência da infecção chagásica avaliada através da reação de imunofluorescência indireta em sangue colhido em papel de filtro foi de 12,6%, em uma amostra de 2.787 pessoas residentes. O índice da infecção foi mais elevado no grupo de mulheres (p < 0,001) em relação ao de homens; aumentou progressivamente com a idade até a quinta década da vida, a partir da qual se estabilizou. Os exames clínico, eletrocardiográfico e radiológico de 255 chagásicos crônicos, pareados por idade e sexo com igual número de não chagásicos-controles, revelaram as formas clínicas da doença nas seguintes freqüências: 118 (46,3%) na forma indeterminada, 109 (42,7%) na cardíaca, 19 (7,5%) na mista (cardiopatia + megaesôfago) e 9 (3,5%) na digestiva (megaesôfago). A positividade global em 90 xenodiagnósticosfoi de 36,7%, com predomínio entre os pacientes do sexo masculino e na forma clínica indeterminada.
Resumo:
A atividade colinesterásica foi determinada no plasma e em eritrócitos de 10 indivíduos normais e em 26 pacientes chagásicos crônicos, sendo 6 com insuficiência cardíaca congestiva compensada, 10 com cardiopatia sem insuficiência cardíaca congestiva e 10 com a forma indeterminada. Os valores enzimáticos encontrados foram (média ±sd): 2196 ± 442 UI/L no plasma e 19,4 ± 3,3 Ul/g Hb em eritrócitos do grupo controla; 2291 ± 317 UI/L no plasma e 19,2 ±3,7 Ul/g Hb em eritrócitos dos chagásicos com insuficiência cardíaca congestiva compensada; 2445 ± 357 UI/L no plasma e 18,3 + 3,0 Ul/g Hb em eritrócitos dos cardiopatas chagásicos sem insuficiência cardíaca congestiva; 2006 ± 327 UI/L no plasma e 17,8 ± 3,1 Ul/g Hb em eritrócitos de chagásicos com a forma indeterminada. Nossos dados mostram que o comprometimento neuronal que ocorre nos cardiopatas chagásicos crônicos não é suficiente para levar a alterações significativas (p > 0,05) das atividades colinesterásicas no plasma e em eritrócitos.