179 resultados para Escravidão


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Os ideais de liberdade exigiram do povo negro diferenciadas práticas para romper com o sistema escravista. Eram as rebeliões em navios, os atos de infanticídio, os justiçamentos dos feitores, as revoltas, além de participações em movimentos libertários e formações de quilombos. Dentre estas formas de organização, o quilombo foi fenômeno essencial nos mais de 300 anos de escravismo no Brasil. Em cada região existiam quilombos, pois para a população negra, cativa ou não, esse era o melhor meio de alcançar a liberdade, um meio coletivo para enfrentar o sistema. O Quilombo do Urubu representou a insistência em garantir a condição humana que o regime escravista negava, sobretudo às mulheres, aos homens e às crianças negras. Essa era uma força que saía de suas entranhas como grito de liberdade, configurada nas fugas em busca de um lugar que lhes assegurasse aproximação de uma vida digna e que pudessem orgulhar-sedo seu porte físico e da sua cultura. Todo esse desprendimento, além de uma força física, exigia um completo conhecimento histórico e espiritual, resguardado pela religiosidade que fortalecia seus espíritos para lutar contra toda negação de humanidade do século XIX no subúrbio da capital baiana. A líder Zeferina, inconformada com a exclusão social de seu povo negro, e entusiasmada pelo poder de herança de ancestralidade, pelo conhecimento de raiz da cultura matrilinear angolana, pelo profundo conhecimento histórico de resistência da rainha Nzinga Mbandi e pela tradição de quilombolas e guerreiras, viveu e lutou pelo sonho de liberdade. Hoje, a chama desse poder é mantida acesa na caminhada de celebração do 20 de novembro pela comunidade de Pirajá e arredores, enquanto referencial de resistência negra na luta contra as exclusões sociais vigentes.(AU)

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O sofrimento que aparece no livro de Jó pode ser considerado de diversas formas. Esta dissertação analisa a questão da terra como um eixo em torno do qual Jó e seus interlocutores debatem. Não se trata de um simples debate entre sábios, mas de uma situação de violência social, vitimando principalmente os pobres. Estes, não tendo como pagar os tributos exigidos pelo sistema imperial, vêem suas terras e casas invadidas, as marcas divisórias de suas propriedades mudadas, seus animais roubados e suas vidas reduzidas à escravidão. A terra está sendo violada, a injustiça é visível e o tribunal encontra-se fechado para ouvir o clamor dos injustiçados. Contemplando toda essa realidade, Jó lança seu grito de protesto. Três amigos chegam para o consolar, mas não entram a fundo na questão levantada. Elifaz e seus companheiros têm uma posição diferente da de Jó. A dissertação está organizada em três capítulos. O primeiro apresenta uma visão geral do livro de Jó, com observações necessárias em função do estudo a ser feito, com enfoque no diálogo de Elifaz, na questão da terra na Bíblia e no período persa. O segundo capítulo é dedicado à análise exegética do capítulo 15. A divisão em três partes respeita o argumento de Elifaz: a condenação às palavras de Jó, um ensinamento em relação à terra e a condenação do ímpio. O último capítulo amplia a visão da questão da terra para todo o livro de Jó e procura identificar cada um dos personagens: os estrangeiros, os ímpios, os interlocutores de Jó, os pobres e o próprio Jó. O importante é saber qual o lugar que cada um ocupa na sociedade e o que eles representam na questão da terra. (AU)

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O presente trabalho tem como objetivo o estudo da rebeldia negra nos anos antecedentes a escravidão e suas conseqüências, tanto social como educacional. O fato da Província de São Paulo ter se tornado uma grande exportadora de café fez dela um forte centro escravocrata. Não se pode negar a influência de quatro séculos de escravidão, nem tão pouco seus efeitos sobre a nação. Em 13 de maio de 1888 fora decretada a abolição, e esta medida lançou nas ruas uma multidão de negros livres sem qualquer perspectiva de futuro. Não foram preparados para viver em liberdade, a sociedade não estava organizada para recebê-los como trabalhadores livres e pagar por seu trabalho. Ao olhar de muitos eram tidos como preguiçosos, vadios e desordeiros. Nunca foram tratados como iguais, mas sim como uma raça medíocre e inferior, onde a imoralidade e os excessos chegam a um ponto irreversível, caso não sejam controlados. Diante dessa situação, fazia-se necessário traçar planos para conter os excessos e o furor da grande massa de libertos soltos pelas ruas, torna-se de extrema urgência a utilização de meios diversos a fim de manter o controle social, inculcando na mente da população negra os malefícios causados pelas revoltas, o dever de trabalhar, o abandono dos vícios. Para tanto, os intelectuais, políticos e os grandes exportadores (que representavam o poder econômico da época), passam a utilizar-se de diversos meios para propagação dos valores republicanos, jornais, conferências políticas, boletins e também o sistema educacional. Por meios de livros de leitura, artigos em revistas educacionais, adição de novas disciplinas no currículo escolar e até mesmo a ação do professor em sala de aula visavam a docilização dos costumes do povo. Os republicanos que assumiram o poder político do país não estavam apenas preocupados em educar os poucos que tinham acesso à escolarização, mas também, através do exemplo, educar e acalmar os ânimos dos negros vadios e preguiçosos que não podiam freqüentar a escola. Daí resulta tamanha preocupação com o estabelecimento de regras, organização, respeito e punições no ambiente escolar recém reestruturado (AU)

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La historia de la expansión colonial en los sertónes del Seridó del siglo XVIII y el asentamiento de los primeros pobladores alrededor de las haciendas de ganado y más tarde de la cultura de algodón, oculto la presencia afrodescendiente que ya regia esa vasta región. Por otro lado, la esclavitud se observaba como un fenómeno de segunda prioridad y leve, por el hecho de tener un número de esclavos muy reducido en relación al litoral azucarero; sin embargo no se puede minimizar las marcas que dejaron más de tres siglos de dominación colonial, pues la violencia simbólica en su descripción aun existe. Este trabajo tiene como objetivo reflexionar sobre las causas y consecuencias de la extinción precoz de la presencia afro-brasileña y de la invisibilidad de los núcleos familiares en el municipio de Acari. A través de las memorias de las familias Nunes, Inácio y Pereira, antiguos moradores del Saco de los Pereira y de las familias Pedros, Paula, Higinos y Félix outroras moradores de las haciendas de la región, pretendemos reflexionar sobre las actividades de sobrevivencia, las relaciones de trabajo, la propiedad de la tierra y los robos ocurridos en los siglos XIX – XX, así como mostrar la importancia de las tradiciones familiares en la elaboración de los discursos sobre el pasado y de las variadas identidades. La metodología utilizada durante la investigación, mantuvo como foco las entrevistas que contemplan historias de la vida y las memorias de nuestros interlocutores, en particular los afrodescendientes. Los relatos colocan una luz sobre las vivencias en el período algodonero, los oficios realizados en las haciendas (vaquero, bordado, culinaria, losa) donde se muestra la importancia de las familias negras para entender el escenario Acarienses. También fotos y documentos cartoriáles que ayudaron a componer las historias de vida. El estudio revela la presencia de muchas familias negras vinculadas a las haciendas, demostrando que existe otra versión de la historia local, teniendo como protagonistas aquellos cuya memoria fue silenciada y quedando así marcados por el estigma de la esclavitud.

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This work has as object of study a social practice: modern slavery of workers in the sugar cane, and aims to present a reflection on maintenance, eradication or modification of this practice. This reflection bases itself upon the concepts of discourse advocated by Critical Discourse Analysis (Fairclough, 2001, 2003, 2006 and Chouliaraki; Fairclough, 1999) associated with Sociodiscursive Interactionism (Bronckart, 1999, 2006, 2008), and the concept of action figures, proposed by Bulea (2010). We follow the five steps outlined in Chouliaraki and Fairclough (1999): a) emphasis on a social problem, b) introduction and discussion of obstacles to tackle the problem, c) considerations concern the problem in practice d) identifying possible ways to past the obstacles, and e) reflection about the analyst role within the problem. In order to achieve step (b) in its discourse materiality axis, it has been identified the thematic content, discourse types, enunciative mechanisms and action figures of testimonials of sugar cane workers and other subjects involved with the problem in the documentaries Bagaço (2006, and Tabuleiro de Cana, Xadrez de Cativeiro (2006). These documentaries bring to the screen a little of sugar cane workers reality within an overexploitation, human rights disrespects and forced work. The analysis of textual/discursive aspects of testimonials has shown the ways in which the (de)construction of the representation of sugar cane action allows understanding of how the problem emerges and how it is rooted in the organization of social life. The general result of this reflection point to the internalization of social practices deep-rooted in evaluations of the sugar cane worker subjective world and from social world values, opinions and rules. The results also show that, in their discourse, workers assume their slavery sometimes consciously, sometimes unconsciously, but only suggest a reaction against the oppression imposed on them because they have internalized and naturalized their enslavement.

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This work has as object of study a social practice: modern slavery of workers in the sugar cane, and aims to present a reflection on maintenance, eradication or modification of this practice. This reflection bases itself upon the concepts of discourse advocated by Critical Discourse Analysis (Fairclough, 2001, 2003, 2006 and Chouliaraki; Fairclough, 1999) associated with Sociodiscursive Interactionism (Bronckart, 1999, 2006, 2008), and the concept of action figures, proposed by Bulea (2010). We follow the five steps outlined in Chouliaraki and Fairclough (1999): a) emphasis on a social problem, b) introduction and discussion of obstacles to tackle the problem, c) considerations concern the problem in practice d) identifying possible ways to past the obstacles, and e) reflection about the analyst role within the problem. In order to achieve step (b) in its discourse materiality axis, it has been identified the thematic content, discourse types, enunciative mechanisms and action figures of testimonials of sugar cane workers and other subjects involved with the problem in the documentaries Bagaço (2006, and Tabuleiro de Cana, Xadrez de Cativeiro (2006). These documentaries bring to the screen a little of sugar cane workers reality within an overexploitation, human rights disrespects and forced work. The analysis of textual/discursive aspects of testimonials has shown the ways in which the (de)construction of the representation of sugar cane action allows understanding of how the problem emerges and how it is rooted in the organization of social life. The general result of this reflection point to the internalization of social practices deep-rooted in evaluations of the sugar cane worker subjective world and from social world values, opinions and rules. The results also show that, in their discourse, workers assume their slavery sometimes consciously, sometimes unconsciously, but only suggest a reaction against the oppression imposed on them because they have internalized and naturalized their enslavement.

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Even after its abolition, the slave labor still exists in the world. In a new socio-historic context, the shackles and slave quarters have been left behind, nowadays the workers are tempted, subjected to degrading conditions and have their rights retrenched. The contemporary slave labor has been emerging as subject of research in the Organizational Studies since the early 2000s, calling attention to many gaps to be filled about the way organizations all around the world use this practice. Contemporary slave labor is found in many and various economic activities, since coal to textile industries or even stores. In this dissertation, we have incorporated the consumption dimension to the field of Organizational Studies, discussing the modern slavery, aiming to understand the consumers’ point of view about this topic, that is, we have researched the consumers’ interpretations concerning the slave labor in the fashion industry. Our objective is to analyze consumer’s argumentative construction in the decision of buying or not products made by industries from the fashion field that were denounced because of slave labor usage. We have adopted fashion industry as research focus because it obscures the reflection of the consumers that feel like in a new world while shopping, a world of beauty and fantasy, seeking their own satisfaction. Furthermore, the Brazilian fashion industry is one of the biggest of the world (ABIT, 2015), with a huge symbolic strength in the country. We have realized a qualitative research using semi-structured interviews with 35 consumers to identify their arguments according to the criteria defined by Liakopoulos (2002): data, propositions, guarantees, supports and refutations. The data are the statements used by the interviewees categorically, that is, those which are clear in the interviews. The propositions are what qualifies and justifies the used data. The guarantees are related to the nature of the data, they are what gives the sense to the data and are introduced implicitly in the interviewee speech. The supports are universal premises introduced in order to legitimate the arguments. The refutations, when present, counter the used arguments. As results, we’ve found consumers who developed arguments pro-consumption and anti-consumption and who have defended ideas about the responsibility of different actors for the existence of this practice and for the fight against it. From these two categories: (1) pro-consumption – consume despite the complaints and (2) anti-consumption – don’t consume, because of the accusations; we have identified the following argumentative lines: skepticism, faultfinding and moral engagement. By the end, we have presented the interviewees’ argumentative construction and the obtained results.

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O tema da escravidão em Portugal e nos territórios sobre administração portuguesa tem sido estudado por diversas áreas científicas, através de diferentes enfoques.

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Este artigo apresenta e analisa os resultados da pesquisa sobre a matéria da abolição legal da escravidão e o estatuto jurídico dos libertos, no Boletim do Governo-Geral da Provincia de Angola, mais tarde Boletim Official do Governo-geral da Provincia de Angola, entre 1845 e 1875, tentando apurar se e em que medida as normas abolicionistas e a restante legislação suplementar tiveram efectiva aplicação nas províncias ultramarinas portuguesas e, mais concretamente, em Angola, durante o século XIX. O artigo completa a I parte, publicada no segundo número da “E-Revista de Estudos Interculturais do CEI”, em que expus e analisei os resultados sobre a matéria do estatuto jurídico dos escravos e sua libertação por manumissão ou por via judicial, no mesmo periódico e em igual lapso temporal.

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Esta dissertação pretende fazer uma leitura analítica, pelo viés ético, do romance histórico colombiano La ceiba de la memoria (2007), de Roberto Burgos Cantor. A pesquisa do romance terá a base teórica de três filósofos: Emmanuel Lévinas, com Totalidade e Infinito (1971) e a sua ideia de alteridade e a ética como filosofia primeira; Jacques Derrida, com Da Hospitalidade (2003) e o seu princípio de hospitalidade e Hannah Arendt, com base em A condição humana (1958) e o desenvolvimento da ideia do labor, que ela realiza nesta obra. O resultado será uma análise comparada, entre literatura e filosofia, que aprofundará a condição dos personagens escravizados no universo narrativo da obra literária, por intermédio dos conceitos filosóficos de alteridade-hospitalidade-labor, principalmente.

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Tese (doutorado)—Universidade de Brasília, Instituto de Ciências Sociais, Departamento de Sociologia, 2016.

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Dissertação (mestrado)—Universidade de Brasília, Instituto de Ciência Política, Programa de Pós-Graduação em Ciência Política, 2014.

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Para a elaboração do presente texto, diversas perspectivas da descrição foram observadas. Em geral, quase todas elas propunham a descrição como modo particular de organização textual juntamente com a narrativa e a dissertação. Assim, as técnicas de elaboração de textos descritivos, como também sua relação com a percepção, foram tomadas como dados constitutivos desse tipo de textos. (Ver Filinich 1995, Gramatic 1995, Castro 1988, Koch 1987). Nesse artigo observaremos as teorias da descrição propostas por Genette, Filinich, Hamon e Orlandi procurando nestas, elementos que contribuam para a análise das descrições presentes no nosso corpus. Para realizar a análise do corpus utilizamos partimos da hipótese que, nas descrições de anúncios de fuga de escravos publicados nos jornais da cidade de Campinas entre 1870 e 1880, constitui-se uma imagem singular do escravo. Este será constituído como sujeito de uma sociedade. A partir do marco teórico da AD francesa, visamos observar os processos, que acontecem na descrição, relacionados com a constituição do escravo como sujeito. Em outras palavras, como essa constituição se materializa no texto do anúncio.

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O autor apresenta reflexões sobre a literatura latino-americana e, em especial, as investigações brasileiras sobre a literatura e seu contexto social, iniciativas que produziram uma literatura extensa a partir da qual a teoria pós-colonial latino-americana e brasileira, já sistematizada e desenvolvida, poderia ser mais elaborada. Nesse contexto, a Antropologia, a História e a Sociologia brasileiras exibem um grande número de volumes que tratam de colonialismo, violência, cultura, miscigenação, diáspora, identidade, alteridade, escravidão, memória, racismo, ou seja, temas fundamentais para os estudos literários.