938 resultados para Memórias autobiográficas


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Este estudo apresenta registro e reflexões sobre a trajetória de formação docente de um professor do campo aposentado que atuou na década de 80 e 90 na Localidade de Vila Que Era, próximo ao Município de Bragança, nordeste do Estado do Pará, Brasil. Como fonte para recontar e relembrar parte de sua trajetória docente foi necessário rememorar as histórias de vida do sujeito em questão, sendo a memória um elemento revitalizador de lembranças. Para esse estudo foi preciso percorrer pela trajetória da Educação do Campo no Brasil, na perspectiva de visualizar se as políticas públicas que foram desenvolvidas atendem as necessidades desse segmento e de que maneira essas políticas contemplaram a formação continuada de professores no Brasil. Como objetivo geral, analisei como se deu a trajetória de formação docente de um professor do campo aposentado para conhecer saberes presentes nas suas práticas. Trata-se de uma pesquisa qualitativa e para obtenção dos dados foi realizado trabalho de campo com entrevistas parcialmente estruturadas, com observação participante, para analisar através de narrativas do entrevistado que, ao relembrar as histórias de vida sua e da localidade, indicam o processo de constituir professor e traçar um perfil identitário do mesmo, levando em consideração a importância que esta localidade representa para seus moradores, haja vista que a mesma possui 400 anos de existência, e carrega consigo, uma enorme história de tradição religiosa e cultural. Para suporte teórico dialogamos com alguns teóricos que discutem sobre identidade, formação de professores, memórias, educação do campo como Almeida (2007), Brandão (1988), Boaventura (2004), Bosi (2004), Caldart, Josso (2004), Soares (2002), Freire (2005), Hall (2006) Chauí (2007) entre outros. Por fim, conclui que ao longo de sua trajetória docente o professor utilizou o ambiente, a cultura local, a tradição, os saberes prévios dos alunos como eixos norteadores na construção da sua prática educativa. Outra realidade constatada neste trabalho, foi a respeito da ausência de políticas públicas para atender as necessidades das escolas do campo e também a falta de formação de professores como prioridade para suprir as demandas do campo e oportunizar melhorias na educação de crianças, jovens e adultos.

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O presente trabalho buscou fazer uma reflexão sobre o saber-fazer de mulheres que partejam a partir da narrativa de vida de uma parteira da cidade de Bragança-(PA). Para tanto, foi utilizado o conceito de memória e identidade em Halbawchas (2006) e Bosi (1994). Compreendendo esse ofício inserido na lógica da cultura popular, foram utilizados os conceitos de Cultura em Burke (1989) e Cuche (1999) e Cultura Popular em Bosi (1992), sempre na perspectiva da heterogeneidade. A problematização dessa temática só foi possível mediante um olhar mais sensível e aproximado desses sujeitos, assim, a etnografia ofereceu os subsídios necessários nessa relação, apoiado nas fomentações de Clifford (2002) e Laplantine (1995). E por ser um conhecimento tácito a História Oral foi a base metodológica que sustentou toda a pesquisa, sendo constantemente aplicadas as orientações metodológicas proposta por Thompson (1992) e Delgado (2006). A pesquisa possibilitou compreender que existe uma representação feita por essas mulheres e pela sociedade sobre o trabalho de partejar, e que o mesmo se constitui um dom, ou um aprendizado adquirido através do contato com os mais antigos. A importância deste estudo se dá no fato de que existem diversos sujeitos sociais, que cotidianamente constroem seus saberes, mas que em função da forma hierárquica como foi concebida a sociedade, foram deixados de lado. Igualmente, é que em virtude do processo da Política de Humanização do Parto, tem-se percebido que diversos profissionais ligados à saúde da mulher tem se autodenominado parteiras, o que denota uma tentativa de apropriação e homogeneização de um saber que é específico.

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Homens e caranguejos (1967), única narrativa ficcional de Josué Apolônio de Castro (1908-1973), a priori publicada em francês (1966), durante o forçoso exílio do autor em Paris, é sumariamente expressiva desde o prólogo que antecede a trama. Nomeando as páginas introdutórias deste romance como Prefácio um tanto gordo para um romance um tanto magro, Josué de Castro distende, ao retomar num tempo que já considerava anacrônico, o hábito pela escrita prefacial, a concepção de paratexto ampliada por Gerard Genette (1930), em Palimpsestes (1982). Apresentando a fome pelas recordações infantis que dela possui, o autor aguça no público-leitor a vontade de tatear, rente a seu olhar aparentemente ingênuo de criança e, de ficcionista de “primeira viagem”, o macrocosmo de memórias da fome que lhe serve como porto de partida para a criação de um microcosmo lúdico e faminto, pelo qual a imaginação e impossibilidade de re-apresentação total do vivido na linguagem, rearranjam a realidade da condição humana, reinventando-a pela articulação dramática dos elementos formais, sobretudo, tempo-espaço, narrador e personagem. A ficção se põe no ritmo fragmentado de aventuras e desventuras assumidas a partir dos intervalos da memória. Serão sumários nos estudos mnemônicos, as apreciações de Henri Bergson em Matéria e memória (1896), Jacques Le Goff em História e memória (1924) e Maurice Halbwachs, na publicação póstuma de A memória coletiva (1950), em face de serem fontes subsidiárias da aproximação entre os estudos da memória e a literatura. Lança-se mão da lembrança a fim de legendar os diálogos futuros entre o protagonista infantil, João Paulo, ávido pela liberdade sonhadora própria da criança, e as memórias de outros experientes personagens, nem tão esperançosos assim. Dá-se na narrativa o tom que oscila entre a transformação e a acomodação do eu e do outro, de espaços simbioticamente incertos e unidos por suas fomes. Fome que é, desde então, a personagem modeladora, que provoca o diálogo da presente pesquisa com o modo de apreensão que é dado por Angela Faria, na dissertação Homens e caranguejos: uma trama interdisciplinar. A literatura topofílica e telúrica (2008). Vislumbra-se no elemento famélico uma função que vai além da tematização social do subdesenvolvimento, como agente que apalpa com mãos-de-ferro o estrato formal e interno da obra.

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Na epidemia de cólera no Pará, em 1991, o número de vítimas foi elevado, e embora os enfermos se recuperassem rapidamente, relutavam em deixar o hospital. As condições de vida no século XIX eram, guardadas as proporções, semelhantes às enfrentadas pelos coléricos agora atendidos no Hospital Universitário João de Barros Barreto (HUJBB). No século XX, a doença parecia presa a antigas estruturas e produzia preocupações descabidas, uma vez que o tratamento hoje é rápido e eficaz. Logo emergiram as histórias de outrora, apresentando terríveis imagens da epidemia de cólera ocorrida em 1855. Analisaram-se memórias dos coléricos, de seus parentes e demais protagonistas, e compulsaram-se documentos. Encontraram-se indicações que possibilitam a comparação entre epidemias ontem e hoje, permitindo prever a repetição de tragédias devidas à permanência de condições de vida a que estavam submetidos os pobres nos séculos XIX e XX.

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O artigo em questão estabelece reflexões em torno do tema do trabalho na região missioneira gaúcha, tomando como referência o legado das missões jesuítico-guaranis e seus desdobramentos no contemporâneo, a partir das memórias das pessoas que vivem naquela porção do Estado. Para tanto, o artigo se baseia numa pesquisa de campo de cerca de um ano, que teve como um dos interesses etnográficos a tentativa de compreender os processos de transformação das paisagens na região através das ações técnico-culturais relacionadas ao universo do trabalho.

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O texto estabelece algumas relações formais entre as obras O Asno de Ouro, de Apuleio, e as Memórias Póstumas de Brás Cubas, de Machado de Assis. O objetivo é identificar mais um traço de filiação na obra machadiana, ampliando, as suas relações com a tradição do gênero narrativo de um ponto de vista ainda não apontado pela fortuna crítica do autor.  Palavras-chave: Intertextualidade; formas narrativas; romance; narrativa de viagem; autobiografia; memória.

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Objetiva-se, neste trabalho, analisar o Complexo Hidrelétrico Urubupungá, implantado na fronteira entre os Estados de São Paulo e Mato Grosso do Sul, a partir da Usina Hidrelétrica Engenheiro Souza Dias, denominada Jupiá. Debatendo questões entre memória e imprensa, destacando como podem ser elaboradas, articuladas e apropriadas pelos mecanismos do poder, busca-se analisar por meio de periódicos como O Estado de S. Paulo e a Revista Visão, como a noção de progresso é pensada como elemento modernizador. Assim, destacam-se uma série de discursos nas mídias locais e nacionais sobre a consolidação do projeto, seu ideário de progresso e uma nova imagem para a região, isto mesmo antes do início das obras. Desta forma, pelos meandros do poder, discursos surgiram ao longo da década de 1950 e 1960, marcando a construção da hidrelétrica até seu término em 1970, estabelecendo ligações com marcos de memória do passado e deixando desdobramentos para o futuro. 

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Este trabalho, ao analisar Sorôco, sua mãe, sua filha, conto de João Guimarães Rosa, procura demarcar, nos limites da leitura que realiza dessa narrativa de Rosa, o percurso das investigações semióticas nos últimos vinte anos, com o intuito de avaliar como essa metodologia transferiu suas preocupações, antes, atentas ao nívelnarrativo, à ação de uma narrativa, para as paixões que envolvem e movimentam, no nível discursivo, essa mesma ação narrativa. Palavras-chave: Semiótica; narrativa; narrador; ação; paixão; discurso.   

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A intenção deste artigo é fazer um estudo da maneira pela qual a memória sobre a ditadura civil-militar brasileira, especialmente a resistência política feminina, é reconstruída no filme “Que bom te ver viva”, dirigido por Lúcia Murat e lançado em 1989. Pautando-se por uma perspectiva que se baseia no cruzamento dos estudos de memória com o pensamento feminista, procura-se perceber o filme como manifestação da memória, verificando de que modo os paradoxos e tensões presentes articulam-se na narração da sobrevivência após um período traumático. Os estudos de gênero são pontos de apoio para observar de que forma as convenções de feminilidade são (re)construídas. Diante disso, notou-se a ênfase dada pelo filme às questões subjetivas que ficaram silenciadas nos anos de militância, caracterizadas principalmente nas discussões sobre violência e sexualidade – temas caros ao feminismo.

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No presente estudo, são analisadas as alusões ao herói mitológico Aquiles, da Ilíada, de Homero, enfocando o diálogo intertextual construído por Machado com a epopéia clássica, em Memórias póstumas de Brás Cubas, a fim de realizar uma desautomatização do processo de leitura, como um processo de educação, chamado pelos gregos de Paidéia.

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Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior (CAPES)

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O objetivo de nosso artigo é buscar através da discussão da criação, história e funcionamento de um museu em particular, o Museu Histórico e Pedagógico de Ourinhos, fazer uma análise mais ampla sobre os museus municipais. Para isso buscamos fazer uma reflexão sobre os objetivos iniciais destas instituições, sua relação e diálogo com a comunidade onde estão inseridos, tanto no passado como no presente e os problemas que estas instituições enfrentam nos dias atuais.