1000 resultados para Saúde cardiovascular
Resumo:
A adesão ao tratamento ocorre quando o conselho médico ou de saúde coincide com o comportamento do indivíduo, ao uso de medicamentos, cumprimento da dieta e mudanças no estilo de vida, não sendo, portanto, um ato não passivo do paciente. Em pacientes com hipertensão arterial sistêmica a adesão ao tratamento pode ser definida como o grau de cumprimento das medidas terapêuticas indicadas, sejam elas medicamentosas ou não, com o objetivo de manter a pressão arterial em níveis pressóricos normais. A não adesão em pacientes com doenças crônicas em tratamento a longo prazo em países desenvolvidos é em média de 50%, revelando a importância de serem avaliados os motivos que levam a esse comportamento. O estudo teve como objetivo avaliar a não adesão em idosos hipertensos de uma unidade pública de saúde de Ribeirão Preto - SP. Trata-se de um estudo de corte transversal, desenvolvido com uma amostra de 196 pessoas. A coleta de dados ocorreu entre agosto de 2014 até junho de 2015, após aprovação do Comitê de Ética em Pesquisa. Para essa etapa foram utilizados os instrumentos Brief Medication Questionnaire, Medical Outcomes Studies 36-item Short Form Survey, Escore de Risco Global e Escore de Risco pelo Tempo de Vida. Após a coleta dos dados, as entrevistas foram codificadas, os dados foram tabulados e foi realizada a análise estatística descritiva e de correlação. Como resultado, constatou-se que houve predomínio de mulheres, com idade média de 69,4 anos, casados/união estável, não moravam sozinhos, com 1,85 pessoas na casa em média, de cor branca, com ensino fundamental incompleto, renda de até dois salários mínimos e aposentados/pensionistas, atendidos pelo SUS. Apresentaram hábitos de vida razoáveis, sem predomínio de consumo de bebidas alcoólicas, tabagismo, uso excessivo de sal e sedentarismo. A mais frequente comorbidade associada à HAS foi a dislipidemia. Foi observado elevado predomínio de fatores de risco cardiovasculares como obesidade abdominal, obesidade geral, comorbidades, razão de lipídeos e fatores agravantes como proteína c reativa ultrassensível, microalbuminúria e síndrome metabólica. A maioria da amostra foi classificada como sendo portador de risco cardiovascular alto após estratificação do risco. A percepção da qualidade de vida relacionada à saúde foi considerada baixa na maioria principalmente devido a limitações emocionais. A não adesão esteve presente em quase metade dos idosos, relacionada principalmente à complexidade da farmacoterapia e dificuldade em lembrar sobre o uso de seus medicamentos. Não foi observada correlação entre a não adesão e as variáveis estudadas. Conclui-se que o comportamento de não adesão observado não esteve relacionada às variáveis estudadas nessa amostra e que são necessárias intervenções urgentes para reduzir o risco cardiovascular e prevenir doenças cardiovasculares e mortalidade, bem como melhora da percepção da qualidade de vida relacionada à saúde.
Resumo:
A doença cardiovascular constitui a causa de morte mais relevante em toda a Europa, incluindo Portugal, e é atualmente considerada como uma junção de doença arterial coronária nas suas diversas apresentações clínicas, eventos cerebrovasculares, doença arterial periférica e insuficiência cardíaca. De modo a contribuir para o estudo da importância de uma intervenção baseada numa estratégia populacional integrada na promoção de estilos de vida saudáveis, a principal finalidade deste estudo consistiu em definir o perfil de risco cardiovascular tendo por base os dados de prevalência de alguns fatores de risco, numa amostra de adultos (792 de ambos os sexos), em várias regiões de Portugal Continental. Para tal foram: caraterizados os hábitos alimentares, o contexto sociodemográfico dos adultos; analisadas as correlações entre o peso, perímetro da cintura, índice de massa corporal e a pressão arterial para ambos os sexos. Os resultados revelaram uma prevalência do excesso de peso, de obesidade e das respetivas caraterísticas, como o aumento do perímetro abdominal, e do IMC, sugerindo um contínuo de risco de doença cardiovascular. Verificou-se também uma elevada prevalência de hipertensão nos sujeitos com excesso de peso, sugerindo a existência de um risco cardiovascular acrescido. Os resultados obtidos neste estudo sustentam a necessidade de serem desenvolvidos planos de intervenção que contribuam para a redução do risco cardiovascular nos adultos. Palavras-chave: Estilos de vida; Hipertensão arterial; Índice de Massa Corporal; Obesidade; Risco Cardiovascular.
Resumo:
Dissertação para obtenção do grau de Mestre no Instituto Superior de Ciências da Saúde Egas Moniz
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Dissertação para obtenção do grau de Mestre no Instituto Superior de Ciências da Saúde Egas Moniz
Resumo:
Na literatura acadêmica sobre inovação em serviços o tema da aprendizagem se destaca como um processo capaz de alavancar capacidades dinâmicas da empresa a curto, médio e longo prazo através da criação e transmissão do conhecimento. Os resultados desse processo podem impactar positivamente o desempenho da organização e melhorar seu posicionamento entre os concorrentes. Com objetivo de contribuir para o debate nesta área, este trabalho tem como objetivo principal identificar evidências empíricas sobre ativos de conhecimento capazes de sustentar a inovação e impulsionar a vantagem competitiva do Serviço de Cirurgia Cardiovascular (SCC) do Hospital de Clínicas de Porto Alegre (HCPA). Vantagem competitiva é tratada neste trabalho como a capacidade de se distinguir de outros serviços de atendimento médico na área, identificando o que confere vantagem na disputa por investimentos públicos em inovações e tecnologias. Assim, a ideia central deste artigo é evidenciar a capacidade operacional/funcional que distingue o SCC dos outros serviços em termos de ativos de conhecimento gerados. Neste sentido, foram realizadas entrevistas semiestruturadas com o médico responsável pelo SCC e análise documental de aspectos relevantes em relação ao processo de aprendizagem e produção de conhecimento no SCC utilizando as seguintes fontes: (a) publicações da equipe presentes no currículo Lattes; (b) linhas de pesquisas em que o SCC atua, apresentadas nos sites do HPCA e do Programa de Pós Graduação em Cardiologia e Cirurgia Cardiovascular da Faculdade de Medicina da Universidade Federal do Rio Grande do Sul; e (c) redes de conhecimento médico especializado onde estão inseridos, que estão discriminadas no site da Rede Nacional de Terapia Celular. Os ativos do conhecimento foram classificados pela taxonomia proposta por Li and Tsai (2009). A dinâmica de circulação dos ativos de conhecimento observados neste estudo de caso foi analisada através do modelo teórico de Gallouj (2002) para inovações em serviços de saúde intensivos na produção de conhecimento. Os resultados obtidos demonstraram dois aspectos essenciais no processo de aprendizagem do serviço de saúde investigado: (a) o incremento cumulativo das capacidades tecnológicas únicas do SCC, as quais sustentam sua diferenciação no setor de forma única; e (b) inovação de procedimentos cirúrgicos de alta complexidade diretamente relacionados com sua capacidade dinâmica para responder rapidamente à volatilidade ambiental onde o SCC está inserido. Tais dados se caracterizam como relevantes para compreender de que forma um serviço desta natureza pode gerenciar seu conhecimento, aumentando seu impacto nas estratégias de vantagem competitiva sustentável.
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Objetivou-se compreender a possibilidade de o ecossistema domiciliar de pais portadores de morbidades cardiovasculares propiciar atitudes e comportamentos que corroborem para manifestações análogas na saúde dos filhos que convivem neste ambiente, e compreender como o cuidado de enfermagem/saúde com ações interativas de promoção de saúde domiciliar seja capaz de dissipar estas atitudes e comportamentos nos filhos. Para o conhecimento, a compreensão, interação do ecossistema domiciliar e o modo de viver dos filhos de pai/mãe cardiopata como um processo dinâmico e inter-relacional, foi utilizada a abordagem sistêmica de Ilya Prigogine, com enfoque nos princípios ecossistêmicos. O percurso metodológico se baseou na Teoria Fundamentada nos Dados, que, de maneira sistemática, interativa e criativa, possibilitou o desenvolvimento da teoria formal: Compreendendo possibilidades Interativas de orientações da Enfermagem/Saúde no Ecossistema domiciliar dos filhos de pais cardiopatas para mudanças de comportamentos e atitudes. Esta é uma teoria fidedigna e fundamentada nos dados da pesquisa, que culminou com o desenvolvimento de suas categorias. A coleta e análise dos dados foram realizadas conforme a preconização da teoria, de forma comparativa e constante, seguindo os passos: codificação inicial ou aberta, categorização e codificação teórica, sendo utilizada também a observação. Totalizou a amostra teórica onze filhos de pai/mãe cardiopatas, entrevistados no Brasil e em Portugal, onde, neste último, foi realizado um Intercâmbio de Doutorado com a finalidade de potencializar os conceitos e direcionar novas possibilidades aos fenômenos apresentados. Como processo de análise dos dados e agrupamento das categorias utilizou-se o modelo paradigmático desenvolvido por Glaser (1968) correspondente à família de códigos 6 Cs e de códigos interativos. A teoria formal emergiu a partir de dois fenômenos e suas categorias. O fenômeno, Conhecendo o ecossistema domiciliar de filhos de pai/mãe cardiopata na perspectiva das orientações da enfermagem/saúde, englobou as categorias: Demonstrando conhecimento sobre aspectos que possibilitam o infarto (condição causal); Associando a vivência da doença e orientações às modificações no modo de viver (condição estratégica); Relatando possibilidades de orientações para os filhos de pai/mãe cardiopata (condição de contingência); Reconhecendo a importância das orientações para o viver melhor (condição de consequência). Em relação ao fenômeno Conhecendo comportamentos e atitudes de filhos de pai/mãe cardiopata, as categorias elencadas foram: Descrevendo atitudes e comportamentos do(a) filho(a) antes da doença do(a) pai/mãe (condição causal); Relatando comportamentos e atitudes dos filhos pós-doença do(a) pai/mãe (condição estratégica); Reconhecendo a importância da mudança de comportamentos e atitudes para um viver saudável (condição de consequência). A teoria que emergiu por meio dos dados deste trabalho fundamenta a importância das ações de enfermagem/saúde para a promoção da saúde, confirma a tese proposta no projeto de pesquisa e permite concluir que a perspectiva ecossistêmica direciona para o conhecimento, a compreensão e discussão, evidentemente, mais amplos, dos contextos apresentados, pelas suas dinâmicas e interatividades.
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As Síndromes Coronárias Agudas (SCA) são responsáveis por elevadas taxas de mortalidade em todo o mundo. Segundo o Ministério da Saúde, “as doenças cardiovasculares (…) são a principal causa de mortalidade em Portugal, tal como se verifica em muitos países ocidentais, sendo considerada, no entanto, das mais elevadas da Europa e do Mundo” (MINISTÉRIO DA SAÚDE, 2006, p. 2). As intervenções de enfermagem na fase aguda das SCA são fulcrais e consistem na atenção dirigida à proteção e promoção da vida com base nas suas competências específicas, alívio da dor e desenvolvimento de uma relação terapêutica que passa pela consciencialização da necessidade de alterações dos hábitos não saudáveis de vida entre as pessoas internadas. Estas intervenções devem iniciar-se precocemente através de um processo de identificação e reconhecimento da necessidade de alterações comportamentais, educação para a saúde e planeamento do regime terapêutico, favorecendo a adesão a programas de reabilitação cardíaca. Verificamos que muitas das admissões no serviço de cardiologia, por SCA, são reinternamentos, sugerindo que a vigilância à saúde pode não ser a mais adequada. Neste trabalho pretende-se a partilha da experiência de educação para a saúde à pessoa com SCA no serviço de cardiologia de um hospital da região metropolitana de Lisboa. O serviço de cardiologia do HFF tem desenvolvido desde o ano 2000 um programa de educação para a saúde nas pessoas com SCA com extensão às suas famílias. Consistia, inicialmente, numa intervenção iniciada à cabeceira do doente como processo natural de educação para a saúde e, por ocasião da passagem pela enfermaria, com a apresentação de uma sessão em PowerPoint e disponibilização de um manual em formato papel. Ao longo dos anos o programa vem sofrendo modificações para melhor adequação às necessidades de educação para a saúde do indivíduo. Refletimos acerca da pertinência destas intervenções, o seu impacto sobre a saúde das pessoas e a relevância em termos de alteração de hábitos não saudáveis de vida entre os doentes internados. Neste processo de reformulação do programa, analisamos os processos hospitalares dos doentes submetidos às sessões de educação para a saúde num intervalo de 6 meses (janeiro a junho de 2014) e efetuamos entrevistas telefónicas a esta população um ano após a data do internamento. Dos dados analisados percebemos que uma parcela significativa destas pessoas não se lembrava da sessão de educação para a saúde. Por outro lado, das que se recordavam, revelaram o relevante impacto da educação para a saúde na alteração de hábitos não saudáveis de vida. A análise dos dados permitiu a reorganização das sessões de educação para a saúde desde o seu conteúdo até à metodologia. Ainda muitos passos devem ser dados no aperfeiçoamento deste projecto. Pretendemos elaborar um protocolo que permita uniformizar a prática de educação para a saúde e introduzir instrumentos de avaliação em cada etapa do mesmo. BIBLIOGRAFIA Cossette, S., D´Aoust, L.-X., Morin, M., Heppell, S., & Frasure-Smith, N. (2009). The Systematic Development of a Nursing Intervention Aimed at Increasing Enrollment in Cardiac Rehabilitation for Acute Coronary Syndrome Patients. Progress in Cardiovascular Nursing, 24, pp. 71-79. Fernandez, R., Davidson, P., Griffiths, R., Juergens, C., & Salamonson, Y. (2007). What do we know about the long term medication adherence in patients following percutaneous coronary intervention? Australian Journal of Advanced Nursing, 25 (2), pp. 53-61. Ministério da Saúde. (2006). Programa Nacional de Prevenção e Controlo das Doenças Cardiovasculares. Lisboa. Mota, T. G., Clara, J. G., Gonçalves, J. V., Rocha, A. P., Neves, A. P., & Santos, T. M. (2003). Passaporte para a Vida. Coimbra: Grupo de Estudos de Hemodinâmica e Cardiologia de Intervenção da Sociedade Portuguesa de Cardiologia. Ordem dos Enfermeiros. (2003). Competências do enfermeiro de cuidados gerais. Lisboa. Santos, L. S., & Henriques, E. (2012). Gestão do regime terapêutico no pós- EAM: desenvolvimento de um protocolo de intervenção de enfermagem em follow-up. Relatório de Estágio de Mestrado, Escola Superior de Enfermagem de Lisboa, Lisboa. Thelan, L. A., Davie, J. K., Urden, L. D., & Lough, M. E. (1996). Enfermagem em Cuidados Intensivos ̶ Diagnóstico e Intervenção. Lisboa: Lusodidacta. Urden, L. D., Stacy, K. M., & Lough, M. E. (2008). Thelan´s Enfermagem de Cuidados Intensivos ̶ Diagnóstico e Intervenção. Loures: Lusodidacta.
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Introdução: O aumento da gordura abdominal e o sedentarismo contribuem para o risco de doença cardiovascular. A utilização de corrente elétrica de baixa intensidade (microcorrente) na região abdominal, associado ao exercício físico, parece ser um método inovador no aumento da taxa lipolítica dos adipócitos abdominais. Objetivos: Analisar os efeitos da utilização da microcorrente associada a um programa de exercícios em indivíduos saudáveis e com doença arterial coronária na gordura abdominal, e ainda, analisar os efeitos de um programa de exercício físico específico realizado no domicílio em indivíduos com doença arterial coronária, na fase de manutenção da reabilitação cardiovascular, na capacidade cardiorrespiratória. Métodos: Foram conduzidos três estudos: Estudo 1, em indivíduos saudáveis, durante 5 semanas (n=42), distribuídos aleatoriamente por quatro grupos experimentais (realizavam microcorrente e exercício físico: grupo 1- frequência 25 a 10Hz, elétrodos transcutâneos, exercício físico após; grupo 2- frequência 25 a 50Hz, elétrodos trancutâneos, exercício físico após; grupo 3- frequência 25 a 10Hz, elétrodos percutâneos e exercício físico após; grupo 4- frequência 25 a 10Hz, elétrodos transcutâneos e exercício físico realizado em simultâneo) e placebo (realizavam apenas exercício físico), onde foram avaliadas medidas de gordura abdominal; Estudo 2, em indivíduos saudáveis, durante uma sessão de microcorrente e exercício físico (n=83), distribuídos aleatoriamente por grupo experimental (realizavam microcorrente e exercício físico) e grupo placebo (realizavam exercício físico), onde foram avaliadas a atividade lipolítica (níveis de glicerol) e a oxidação de ácidos gordos (estimada pelo VO2 e VCO2); Estudo 3, em indivíduos após um ano de evento de síndrome coronária aguda (n=44), distribuídos aleatoriamente em dois grupos experimentais (grupo 1- exercício físico no domicílio; grupo 2- microcorrente e exercício físico no domicílio) e um grupo controlo (cuidados habituais), durante 8 semanas, sendo avaliados a gordura abdominal, o colesterol, a capacidade cardiorrespiratória, os hábitos de atividade física e alimentares e a qualidade de vida. Resultados: No estudo 1, após 5 semanas de intervenção de microcorrente e exercício físico, verificou-se uma redução das medidas de gordura abdominal (p<0,05); No estudo 2 observou-se que uma sessão de microcorrente associada ao exercício físico aumentou a taxa lipolítica, através da medição de glicerol (p<0,05), sem alterações significativas na oxidação de ácidos gordos, durante o exercício. No estudo 3, após as 8 semanas de aplicação de microcorrente associada a um programa de exercícios específicos no domicílio ocorreu uma diminuição significativa na gordura subcutânea (p<0,05). O programa de exercício físico de reabilitação cardiovascular no domicílio, per se, aumentou a capacidade cardiorrespiratória, na fase de manutenção (p<0,05). Não se verificaram alterações do colesterol total, dos hábitos alimentares, da atividade física e da qualidade de vida entre os três grupos. Conclusão: A utilização da microcorrente associada ao exercício físico parece ser um meio coadjuvante ao programa de exercícios, na redução do tecido adiposo abdominal em indivíduos saudáveis e em indivíduos após 1 ano de enfarte agudo do miocárdio. O programa de Reabilitação Cardiovascular no domicílio, em fase de manutenção, demonstrou melhoria da capacidade cardiorrespiratória.
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INTRODUÇÃO E OBJETIVOS: O fisioterapeuta é um profissional que presta serviços de saúde a indivíduos e populações com o objetivo de desenvolver, manter e restaurar o movimento e a capacidade funcional máxima ao longo da vida. Os programas de prevenção primária e secundária têm como principal objetivo a promoção da saúde, devendo centrar-se na consolidação da relação entre a saúde e os componentes fisiológicos da aptidão física relacionada com a saúde (ApFRS). O presente estudo teve como principal objetivo estimar a contribuição das caraterísticas individuais, dos componentes da ApFRS e da atividade física (AF) no estado de saúde de adultos jovens. Foram ainda objetivos do estudo avaliar a contribuição das caraterísticas individuais e de cada componente da ApFRS na ApFRS de adultos jovens e estudar as diferenças significativas entre os diferentes grupos género, tabagismo, hipertensão, dislipidémia, glicémia em jejum alterada, obesidade, sedentarismo, colesterol HDL elevado e estratificação do risco de doença cardiovascular (DCV) relativamente às variáveis correspondentes às caraterísticas individuais, estado de saúde e ApFRS. MATERIAL E MÉTODOS: Foram avaliados 146 adultos jovens (idade 20,1 ± 2,4 anos, peso 61,8 ± 10,5 kg, estatura 165,3 ± 7,4 cm). O protocolo de avaliação incluiu o preenchimento de um questionário de caraterização e dos questionários MOS Short Form Health Survey – 36 Item (SF-36) e o International Physical Activity Questionnaire (IPAQ). A bateria de testes para avaliação da ApFRS incluiu a avaliação da composição corporal: rácio cintura/anca (RCA) e percentagem de massa gorda (%MG); aptidão cardiorrespiratória (ACR): teste do degrau (TD); força muscular: força de preensão manual (FPM); resistência muscular: teste de força de braços (TFB) e teste de força abdominal (TFA) e flexibilidade: teste do sentar e alcançar (TSA). RESULTADOS: Embora a AF seja preditora da qualidade de vida relacionada com a saúde (QVRS), só por si não explica muitas das suas dimensões. Os componentes da ApFRS mostram ser melhores preditores do estado de saúde do que o nível de AF. A AF afecta a ApFRS, mas esta é muito mais influenciada pelas caraterísticas individuais e pela inter-relação dos diferentes componentes da ApFRS. O género, dislipidémia, glicémia em jejum alterada sedentarismo, colesterol HDL elevado e estratificação do risco de DCV têm um efeito significativo sobre as caraterísticas individuais, QVRS e ApFRS. CONCLUSÕES: O fisioterapeuta deve individualizar e personalizar cada programa de exercícios em função de cada indivíduo ou população específica, com ou sem patologia associada, uma vez que as caraterísticas individuais, ApFRS e AF interferem no tipo de exercícios indicados para cada indivíduo, e consequentemente nos resultados esperados do plano de exercícios prescrito.
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Este trabalho visou a prevenção das doenças cardiovasculares através da promoção de estilos de vida saudáveis em adultos em idade ativa. Objetivos: Avaliar o Risco Cardiovascular; identificar os conhecimentos sobre fatores de risco modificáveis; promover a criação de um grupo dinamizador de atividades promotoras de estilos de vida saudáveis. Metodologia: Planeamento em Saúde. Resultados: Dos 71 indivíduos avaliados, 33,8 % apresentaram evidência de risco cardiovascular, sendo que 6 apresentaram um Risco Cardiovascular muito alto, 4 risco alto e 14 risco moderado. Existiram diferenças significativas ao nível dos conhecimentos sobre doenças cardiovasculares e estilos de vida referidos pelos 2 grupos de funcionários avaliados. Conclusões: A adesão a estilos de vida saudáveis contribui para a redução dos fatores de risco modificáveis, cuja avaliação só é possível a médio e longo prazo. O investimento na criação de um grupo dinamizador no local de trabalho e a formalização de parcerias contribuiu para garantir a sustentabilidade do projeto; ABSTRACT: This work aimed the prevention of cardiovascular disease by promoting healthy lifestyles in adults of working age. Aims: Evaluate cardiovascular risk; identify the knowledge of modifiable risk factors; promote the creation of a dynamic group of activities that promote healthy lifestyles. Methodology: Planning in Health. Results: 71 workers evaluated, 33,8% had evidence of Cardiovascular Risk, and 6 showed a very high cardiovascular risk, 4 high risk and 14 moderate risk. There were significant differences in the knowledge of cardiovascular diseases and lifestyles reported by the two groups of evaluated employees. Conclusions: Following healthy lifestyles contributes to the reduction of modifiable risk factors, whose assessment is possible only in the medium and long term. The investment in creating a dynamic group in the workplace and the formalization of partnerships contributed to ensure the sustainability of the project.
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Introdução: As doenças cardiovasculares são a principal causa de morte em Portugal. Apesar das taxas de óbitos terem vindo progressivamente a descer, são ainda valores preocupantes em termos de saúde pública. Neste particular, o papel da dislipidémia na patogénese das doenças cardiovasculares, está bem documentado. Das várias classes de fármacos utilizadas para reduzir os níveis de colesterol, as Estatinas assumem especial importância na redução das co-morbilidades das doenças cardiovasculares. Assim, o objectivo deste trabalho, consiste em analisar as taxas de prevalência das doenças cardiovasculares e as co-morbilidades associadas ao uso de Estatinas no período de 2000-2013. Métodos: Este estudo é de natureza epidemiológica, de cunho descritivo, tendo a análise retrospectiva incidido sobres os dados das doenças cardiovasculares e os consumos das estatinas em Portugal no período de 2000-2013. Resultados: O número de óbitos por doenças do aparelho circulatório entre 2000 e 2012 apresentou, um decréscimo de 19,8% de óbitos. O número de embalagens de Estatinas dispensadas entre o mesmo período representou um aumento de 489%. A sinvastatina é a substância mais dispensada. Conclusão: O benefício da utilização das Estatinas e o seu impacto nas doenças do aparelho circulatório tem superado, o risco associado. Contudo haverá muito, para ser investigado em relação às reacções adversas das Estatinas.
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Trabalho Complementar apresentado à Universidade Fernando Pessoa como parte dos requisitos para obtenção do grau de licenciada em Ciências da Nutrição
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O consumo de estupefacientes tem aumentado nos últimos anos e o atendimento médico a pacientes consumidores de drogas tem-se tornado cada vez mais frequente. Patologias orais como xerostomia, cárie dentária, doença periodontal, estomatites, erosão, bruxismo, neoplasias, entre outras, são frequentemente encontradas nesse grupo de indivíduos. Essas alterações ocorrem com mais frequência em consumidores de drogas pelas mudanças que elas provocam a nível sistémico, local e até mesmo comportamental. As alterações de ordem sistémica dizem respeito a modificações no funcionamento dos Sistemas Nervoso Central, Cardiovascular e Imunológico. As de ordem local, pelo trauma nos tecidos que essas substâncias podem provocar e também de ordem comportamental pelo descuido com a Saúde Geral e principalmente com a Saúde Oral praticado pelos dependentes de químicos. A soma dessas modificações além de poder provocar essas alterações, podem ainda acarretar complicações pós e trans-operatórias. Diante disto, o Médico Dentista desempenha um papel importante no diagnóstico, prevenção, tratamento e planeamento do atendimento desses indivíduos, reduzindo a exposição desses pacientes a riscos e contribuindo para a recuperação integral dos mesmos.
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Introdução: As doenças cardiovasculares (DCV) são a mais importante causa de mortalidade em Portugal, pelo que é uma área de intervenção prioritária (Direção-Geral da Saúde [DGS], 2014). Sendo uma doença que se carateriza por estar associada ao estilo de vida, existe um enorme potencial de intervenção para os enfermeiros, enquanto agentes promotores de estilos de vida saudáveis, atuando na sua promoção e prevenção da doença. Apesar da evolução nos tratamentos, as taxas de mortalidade, EAM e reinternamento de doentes com Síndrome Coronária Aguda (SCA) continuam altas (European Society of Cardiology [ESC], 2011). Para além disso, uma vez instalada a DCV, continua a ser imperioso o controlo dos fatores de risco cardiovasculares (obesidade, tabagismo, sedentarismo, diabetes e hipertensão), assim como a adesão à terapêutica, uma vez que na prática tem-se verificado que os doentes frequentemente não aderem à terapêutica, mantendo comportamentos de risco cardiovascular. Nesse sentido, evidencia-se a pertinência do acompanhamento de enfermagem para fomentar o controlo dos fatores de risco, através de um estilo de vida saudável e da adesão ao regime terapêutico proposto. Objetivo(s): O objetivo geral desta investigação foi analisar os efeitos de um programa de ensino estruturado de prevenção secundária da DCV, nos doentes a quem foi diagnosticada SCA; e o objetivo específico, analisar a influência do programa de ensino sobre o índice de massa corporal (IMC), perímetro abdominal (PA), tensão arterial (TA), frequência cardíaca (FC), glicemia capilar, colesterol total (CT), adesão à terapêutica farmacológica, capacidade de autocuidado terapêutico, literacia acerca da sua situação clínica e estilo de vida. Metodologia: Trata-se de um estudo com abordagem quantitativa, longitudinal, randomizado, do tipo experimental, "antes-após", com grupo testemunho. Utilizou-se um método de amostragem probabilístico: a amostragem aleatória simples. Os participantes foram distribuídos aleatoriamente pelos grupos, sendo que o grupo experimental (GE) foi acompanhado durante 6 meses, com uma consulta de enfermagem mensal. Existiram duas avaliações em cada grupo: no início, antes do programa de consultas e no final. Utilizaram-se vários instrumentos de colheita de dados: questionário de caraterização sociodemográfica, Medida de Adesão aos Tratamentos, Instrumento de Autocuidado Terapêutico, Teste de Batalla, conjunto de questões verdadeiro/falso e Questionário Estilo de Vida Fantástico. A amostra é constituída por 24 participantes, 13 no GE e 11 no grupo de controlo (GC). Resultados: Procurou-se assegurar a homogeneidade dos grupos em termos sociodemográficos, sendo que existiam 72,73% de homens e 27,27% de mulheres no GC e 69,23% de homens e 30,77% de mulheres no GE. Quanto à idade, a média no GE era 68,08 anos (s 11,74) e no GC 67,55 (s 10,24) anos. Verificou-se um predomínio dos doentes casados/união de facto (63,64% no GC e 61,54% no GE) e a maioria dos doentes vivia com familiares (72,73% no GC e 76,92%). Relativamente ao nível de escolaridade, verificou-se que a maioria dos doentes apresentava até o 1º ciclo de ensino básico (45,45% no GC 45 e 46,15% no GE). Quanto à situação profissional, a maioria dos doentes pertencia à categoria de reformados (72,73% no GC e 61,55% no GE). Verificou-se uma elevada prevalência de fatores de risco cardiovasculares nos grupos, nomeadamente hipertensão (92,31% no GE e 81,81% no GC), dislipidémia (84,62% no GE e 81,81% no GC), diabetes (46,15% no GE e 27,27% no GC), excesso de peso (69,23% no GE e 90,9% no GC), história familiar (38,46% no GE e 54,55% no GC) e tabagismo (15,38% no GE). O acompanhamento dos doentes do GE com uma consulta de enfermagem por mês, durante 6 meses, terá contribuído para a redução do IMC e do PA. Não se verificaram diferenças estatisticamente significativas, entre os grupos, no que respeita à influência do programa de ensino estruturado de prevenção secundária da DCV, no controlo da TA, FC, glicemia capilar e CT, na melhoria do estilo de vida, na adesão à terapêutica farmacológica, na capacidade de autocuidado terapêutico nem na literacia acerca da sua situação clínica. Verificou-se, no GE, um aumento dos doentes com TA e glicemia capilar controladas da avaliação inicial para a avaliação final. Houve ainda um aumento estatisticamente significativo do score de estilo de vida, de adesão à terapêutica farmacológica, de capacidade de autocuidado terapêutico e literacia acerca da sua situação clínica, no GE. Não se verificou influência do programa de ensino estruturado na evolução do GE quanto à FC e CT. Discussão: No que se refere às caraterísticas da amostra, os dados encontrados vão de encontro às caraterísticas da própria DCV aterosclerótica, que possui uma origem multifatorial, afetando maioritariamente homens e cuja incidência aumenta com a idade. Relativamente ao sexo, os dados são concordantes com os apresentados por Ijzelenberg et al. (2012) e Eshah (2013), já na idade, os estudos referidos apresentam uma média etária inferior à da presente investigação. Verificou-se ainda uma maior prevalência de doentes casados/união de facto, que residem com familiares, factos concordantes entre si e com os resultados apresentados em vários estudos (Holmes-Rovner et al., 2008, Ijzelenberg et al., 2012; Eshah, 2013). Neste estudo, por se tratar de prevenção secundária da DCV, todos os elementos da amostra já tinham apresentado pelo menos um evento cardiovascular, pelo que se trata de uma amostra com elevada prevalência de fatores de risco. De notar que os doentes do GC apresentavam valores mais elevados relativamente à obesidade e história familiar de doença cardíaca. Esta elevada prevalência de fatores de risco cardiovasculares é concordante com a apresentada nos estudos de Holmes-Rovner et al. (2008) e Eshah (2013). No sentido de averiguar se os doentes que seguiram um programa de ensino estruturado de prevenção secundária da DCV, apresentavam valores mais baixos de IMC e PA, do que aqueles que não seguiram o referido programa, verificou-se que o acompanhamento dos doentes do GE contribuiu para a redução do IMC e do PA. Estes resultados vão de encontro ao que é referido por vários autores, nomeadamente Ijzelenberg et al. (2012) que verificaram que os doentes do GE, que foram acompanhados durante 6 meses, com o objetivo foi modificar fatores de risco cardiovasculares associados ao estilo de vida, apresentaram uma redução significativa do peso, IMC e PA. Tendo sido verificada a existência de diferenças com significado estatístico, entre o GE e o GC, para o IMC e o PA após os 6 meses de acompanhamento, seria expectável que houvesse impacto no controlo da TA, glicemia capilar e CT, contudo tal não se verificou no presente estudo, provavelmente devido à reduzida dimensão da amostra e às diferenças clínicas que se verificaram entre os grupos, sobretudo quanto à presença de HTA e diabetes. No estudo desenvolvido por Ijzelenberg et al. (2012), verificaram que não existia diferença estatisticamente significativa entre os grupos, tanto na TA e CT, como na hemoglobina glicada, aos 3 e 6 meses. Por outro lado, existem estudos onde se verificou uma redução significativa do CT. É sabido que a DCV possui uma componente significativa associada ao estilo de vida, e como tal, potencialmente modificável. Contudo, também é conhecida a dificuldade que existe em modificar comportamentos. Eshah (2013), evidencia o papel da educação para a saúde na adoção de um estilo de vida mais saudável, que consequentemente conduz a um impacto positivo na saúde dos doentes, ajudando-os a prevenir novos eventos cardíacos. Também Ijzelenberg et al. (2012) com a sua intervenção compreensiva do estilo de vida, verificaram que, para além da redução do peso, IMC e PA no GE, também existiu um aumento significativo da atividade física. No entanto, no mesmo estudo, não se verificaram diferenças relativamente à alteração de hábitos alimentares e hábitos tabágicos. O estilo de vida engloba diversos domínios, pelo que provavelmente cada um deles exigirá uma intervenção específica e direcionada. Tal como o estilo de vida, também a adesão à terapêutica é um fenómeno multifatorial, pelo que os resultados encontrados nos estudos analisados também não são concordantes entre si. Num estudo realizado por Holmes-Rovner et al. (2008), em que foi feito o acompanhamento com 6 sessões de aconselhamento telefónico, efetuadas por enfermeiros, em doentes após SCA, não foi possível encontrar diferenças quanto ao uso de medicação entre os GE e GC, tal como sucedeu na presente investigação. É referido por alguns autores que doentes com melhor apoio social, com consultas com frequência inferior a 3 e 6 meses e com mais conhecimentos acerca da sua situação de saúde, apresentam melhor adesão à terapêutica. Relativamente à capacidade de autocuidado, esta relaciona-se com a literacia que a pessoa possui acerca da sua situação clínica, nomeadamente no que se refere à identificação de sinais e sintomas e formas de controlo, tornando o doente mais apto para o seu autocuidado. À semelhança do sucedido em outros estudos, na presente investigação foi possível obter resultados positivos ao nível da prevenção secundária da DCV, através do contributo que a literacia pode trazer para o controlo de fatores de risco cardiovasculares, melhoria do estilo de vida, adesão à terapêutica farmacológica e capacidade de autocuidado terapêutico. Apesar de continuar indeterminada a combinação ótima de intervenções, incluindo o conteúdo, modo de aplicação, frequência e duração, uma intervenção mais intensiva, com consultas mais frequentes, contribui para melhorar o controlo de fatores de risco (ESC, 2012). Eshah (2013) referindo vários estudos realizados, afirma que a educação para a saúde contribui para modificar comportamentos de saúde e melhorar o conhecimento dos doentes. Neste sentido, os resultados obtidos no presente estudo são congruentes entre si, uma vez que, com a melhoria da literacia, terá sido possível contribuir também para a melhoria do estilo de vida e, consequentemente, IMC e PA mais adequados. Conclusão: Os resultados desta investigação levam a concluir que a implementação de um programa estruturado de ensino em doentes após SCA, parece constituir uma boa metodologia na melhoria do IMC, PA, estilo de vida, adesão à terapêutica farmacológica, capacidade de autocuidado terapêutico e literacia acerca da sua situação clínica. Apesar de não existirem diferenças estatisticamente significativas, verificou-se que no GE existiu um aumento dos doentes com TA e glicemia capilar controladas. O programa não influenciou o controlo da FC nem do CT. Consideram-se como principais limitações deste estudo a reduzida dimensão da amostra; o facto dos doentes que aceitaram participar no estudo poderem estar mais predispostos para alterações comportamentais do que os que recusaram e ter havido muitos doentes que recusaram participar ou que não foi possível contactar. De referir ainda, a dificuldade em garantir a homogeneidade da amostra em termos clínicos, a toma e eventuais ajustes de medicação e a existência de outros eventos agudos. Por fim, importa ressalvar a fragilidade implicada pela utilização das questões verdadeiro/falso para avaliação da literacia acerca da DCV aterosclerótica, por se tratar de um instrumento construído pela investigadora, embora recorrendo à literatura e à opinião de peritos, mas que não se encontra validado. Espera-se com esta investigação alertar para o papel preponderante dos enfermeiros no âmbito da educação para a saúde e o seu impacto na prevenção secundária da DCV.
Resumo:
Paciente sofreu ataque isquêmico transitório há três anos. Costuma consumir alimentos gorduroso e ingerir bebida alcoólica.