983 resultados para Rosa, João Guimarães, 1908-1967. Tutaméia - Traduções - Crítica e interpretação
Resumo:
Neste artigo serão trazidas reflexões que integram estudos realizados numa pesquisa de pós-graduação em educação, em desenvolvimento, na UNESP - Rio Claro. Serão enfocados, a partir de uma carta manuscrita há mais de um século, aspectos ligados à linguagem, em sua articulação com o tempo, segundo o pensamento de Agostinho, retomado por Paul Ricoeur e Jorge Larrosa. Em sua função narrativa, a linguagem nem sempre revela, mas, antes, sugere, insinua; em seu entrefigurar-se, a palavra amplia sentidos que não se ancoram em margens aparentes, mas que dão a conhecer uma terceira margem. Tais observações possibilitaram um diálogo entre o texto da carta e o texto ficcional “A terceira margem do rio”, de João Guimarães Rosa, que resultaram em considerações, também expostas neste trabalho.
Resumo:
Este trabalho, ao analisar Sorôco, sua mãe, sua filha, conto de João Guimarães Rosa, procura demarcar, nos limites da leitura que realiza dessa narrativa de Rosa, o percurso das investigações semióticas nos últimos vinte anos, com o intuito de avaliar como essa metodologia transferiu suas preocupações, antes, atentas ao nívelnarrativo, à ação de uma narrativa, para as paixões que envolvem e movimentam, no nível discursivo, essa mesma ação narrativa. Palavras-chave: Semiótica; narrativa; narrador; ação; paixão; discurso.
Resumo:
Pós-graduação em Psicologia - FCLAS
Resumo:
Este trabalho teve por objetivo analisar o estilo de João Ubaldo Ribeiro enquanto autotradutor e também compará-lo ao seu estilo enquanto autor, por meio de um corpus paralelo formado pelas obras Sargento Getúlio/Sergeant Getulio e Viva o povo brasileiro/An invincible memory. A fundamentação teórica apoia-se na abordagem interdisciplinar proposta por Camargo (2005, 2007) envolvendo os estudos de tradução baseados em corpus (Baker, 1996, 2000, 2004) e a linguística de corpus (Berber Sardinha, 2004). Para uma observação do seu perfil estilístico, procurei identificar usos linguísticos característicos e individuais, ou seja, traços de seu comportamento linguístico relacionados à variação vocabular. Quanto aos resultados, foi possível observar que, enquanto participante como autotradutor, Ubaldo Ribeiro revela um padrão estilístico distintivo e preferencial que apresenta menor variação lexical. Em contraste, na situação de participante como autor, Ubaldo Ribeiro mostra padrões estilísticos com maior variação. A diversidade de vocabulário já era esperada para o escritor João Ubaldo, uma vez que a crítica literária enfatiza a sua habilidade na exploração do verbo brasileiro. Ao considerar a forma padronizada como uma indicação do uso que o autotradutor faz da linguagem, pode-se destacar, apesar da influência de possíveis variáveis, que a diferença menor registrada para Sergeant Getulio (3,69) e acentuadamente mais baixa para An invincible memory (4,73) constituem marcas significativas da utilização dos padrões estilísticos próprios desse tradutor de si mesmo, revelando o impacto da extensão dessas diferenças em contraste com a escrita do autor, respectivamente em Sargento Getúlio e Viva o povo brasileiro.
Resumo:
This work uses Bakhtin‟s concept of chronotope to analyze the literary narrative “Campo Geral”, by João Guimarães Rosa, and the filmic narrative Mutum, directed by Sandra Kogut. Therein, the figure of the road is considered as the starting-point for the observation of the way the relationship between time and space is constructed in both narratives.
Resumo:
Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de São Paulo (FAPESP)
Resumo:
Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq)
Resumo:
Neste artigo repensamos a metáfora do "poeta-engenheiro", ou "poeta-arquiteto", que geralmente caracteriza o processo criativo de João Cabral de Melo Neto, à luz de uma leitura genética de manuscritos de A educação pela pedra. Veremos que o "arquiteto" da metáfora provém da teoria de Le Corbusier, na qual o desenho (a concepção) determina o canteiro (a execução). No entanto, a análise de transformações de estruturas por meio de reformulações textuais nos manuscritos do poeta mostra que, por vezes, o projeto, ou intenção, se transforma nos trabalhos da página-canteiro.
Resumo:
Este artigo examina o metaforizar da leitura e da releitura no último livro de Guimarães Rosa, Tutameia - Terceiras Estórias (1967), a partir da leitura de um de seus contos, "Desenredo". Na primeira parte, abordamos algumas questões teóricas em torno do lugar do leitor a partir da obra de Wolfgang Iser para, em seguida, mostrar como se constrói uma singular problematização do lugar do leitor pela metáfora da atividade da leitura nele presente e pela ficção de uma situação enunciativa.
Resumo:
«Fiction of frontier». Phenomenology of an open form/voice. Francesco Giustini’s PhD dissertation fits into a genre of research usually neglected by the literary criticism which nevertheless is arousing much interest in recent years: the relationship between Literature and Space. In this context, the specific issue of his work consists in the category of the Frontier including its several implications for the XX century fiction. The preliminary step, at the beginning of the first section of the dissertation, is a semantic analysis: with precision, Giustini describes the meaning of the word “frontier” here declined in a multiplicity of cultural, political and geographical contexts, starting from the American frontier of the pioneers who headed for the West, to the exotic frontiers of the world, with whose the imperialistic colonization has come into contact; from the semi-uninhabited areas like deserts, highlands and virgin forests, to the ethnic frontiers between Indian and white people in South America, since the internal frontiers of the Countries like those ones between the District and the Capital City, the Centre and the Outskirts. In the next step, Giustini wants to focus on a real “ myth of the frontier”, able to nourish cultural and literary imagination. Indeed, the literature has told and chosen the frontier as the scenery for many stories; especially in the 20th Century it made the frontier a problematic space in the light of events and changes that have transformed the perception of space and our relationship with it. Therefore, the dissertation proposes a critical category, it traces the hallmarks of a specific literary phenomenon defined “ Fiction of the frontier” ,present in many literary traditions during the 20th Century. The term “Fiction” (not “Literature” or “Poetics”) does not define a genre but rather a “procedure”, focusing on a constant issue pointed out from the texts examined in this work : the strong call to the act of narration and to its oral traditions. The “Fiction of the Frontier” is perceived as an approach to the world, a way of watching and feeling the objects, an emotion that is lived and told through the story- a story where the narrator ,through his body and his voice, takes the rule of the witness. The following parts, that have an analytic style, are constructed on the basis of this theoretical and methodological reflection. The second section gives a wide range of examples into we can find the figure and the myth of the frontier through the textual analysis which range over several literary traditions. Starting from monographic chapters (Garcia Marquez, Callado, McCarthy), to the comparative reading of couples of texts (Calvino and Verga Llosa, Buzzati and Coetzee, Arguedas and Rulfo). The selection of texts is introduced so as to underline a particular aspect or a form of the frontier at every reading. This section is articulated into thematic voices which recall some actions that can be taken into the ambiguous and liminal space of the frontier (to communicate, to wait, to “trans-culturate”, to imagine, to live in, to not-live in). In this phenomenology, the frontier comes to the light as a physical and concrete element or as a cultural, imaginary, linguistic, ethnic and existential category. In the end, the third section is centered on a more defined and elaborated analysis of two authors, considered as fundamental for the comprehension of the “Fiction of the frontier”: Joseph Conrad and João Guimarães Rosa. Even if they are very different, being part of unlike literary traditions, these two authors show many connections which are pointed by the comparative analysis. Maybe Conrad is the first author that understand the feeling of the frontier , freeing himself from the adventure romance and from the exotic nineteenthcentury tradition. João Guimarães Rosa, in his turn, is the great narrator of Brazilian and South American frontier, he is the man of sertão and of endless spaces of the Centre of Brazil. His production is strongly linked to that one belonged to the author of Heart of Darkness.
Resumo:
Contém: Contexto histórico. Obra pictórica. Símbolo, drama, doxologia
Resumo:
João de Patmos, através de elementos literários e dramáticos e da estrutura cênica e litúrgica, criou no Apocalipse um universo simbólico específico. As imagens deste universo são protagonizadas tanto por seres divinos como também por pessoas humanas que se encontram exaltadas entre os seres celestiais, cantando e louvando a Deus. Durante o processo da composição, o autor da obra se inspirou na tradição apocalíptica e escatológica das tradições visionárias merkavah presentes em Ezequiel, Daniel e 1 Enoque, e fez uma leitura própria destas tradições que obedece aos seus próprios objetivos literários e às necessidades dos leitores / ouvintes do escrito. Os seres celestiais e humanos destacados nas imagens, e a presença de várias confluências de tradições merkavah indicam que o Apocalipse se insere numa vertente da literatura apocalíptica contemporânea do escrito. É notável que, tanto na apocalíptica, em Qumran, na literatura hekhalot como no Apocalipse, há indícios de uma intensa experiência extática de grupos de culto celestial. O cenário de visões é prioritariamente litúrgico, dentro de um templo celestial. As imagens geradas pela leitura das experiências místicas de Ezequiel, 1 Enoque e outros escritos místicos eram contempladas e enriquecidas pelas experiências de viagens celestiais de grupos proféticos durante cultos terrestres. Nas experiências místicas registradas nos fragmentos analisados do Apocalipse de João podem ser percebidas certas feições dos viajantes celestiais. Nos seus discursos sobre a visão do mundo que contemplam e definem, eles revelam suas crenças, desafios e expectativas, a sua auto-compreensão religiosa. Além da identidade dos protagonistas dos cultos celestiais percebe-se também o caráter e a função altamente criadores do fenômeno extático em geral, como também, em particular, no Apocalipse de João. O escrito revela e promove uma estrutura do mundo divino-humano completo e perfeito que está num movimento contínuo, um mundo que, com toda a simbologia inerente, expressa a idéia de criar, recriar e governar o universo inteiro. Os seres humanos participam ativamente deste universo e cooperam com a função reconstituinte dele. Essa cooperação na reconstituição do mundo tem um caráter presente e atual, embora a plenitude desta reconstituição esteja reservada para o futuro.
Resumo:
Este livro realiza uma travessia pela obra de João Cabral de Melo Neto (1920-1999), buscando apreender o ser do tempo e seus desdobramentos no espaço do poema. Ao leitor que já conhece a obra do poeta, este estudo possivelmente oferecerá um novo olhar focado no seu processo criativo ao percorrer o trajeto de sua poesia através da temática do tempo.
Resumo:
Memorial de Aires, último romance de Machado de Assis (1908), possui uma fortuna crítica bastante curiosa. Produzido em um momento considerado delicado na vida de Machado, quando este se encontrava viúvo e doente, Memorial foi recebido pela crítica como uma obra decadente e nostálgica, um tom dissonante na produção madura do escritor. Tal concepção crítica cristalizou-se em torno do romance e gerou um discurso previsível e longamente repetido. No entanto, os textos críticos que defendem tal postura frente ao Memorial convivem com outros que, ao discutirem o romance, mostram uma concepção bastante diferenciada do texto. Destoando dessa visão tradicional, concebem Memorial como expressão do mesmo escritor irônico e astuto de outras obras da fase madura do escritor. Essa fortuna crítica contraditória e inconstante, ao mesmo tempo em que confunde um leitor menos avisado, aponta para diferentes conceitos crítico-metológicos que predominaram ao longo do século XX. O objetivo desse artigo é discutir o caráter contraditório e inconstante dessa fortuna crítica à luz de reflexões sobre o próprio percurso que a crítica literária tomou ao longo do último século.
Resumo:
No contexto da Literatura e Cinema tendo como foco a tríade autor-texto-leitor, realiza-se uma leitura de Mutum (2007), de Sandra Kogut, transposição fílmica da novela Campo geral/Miguilim (1956), que integra a obra Corpo de baile, de João Guimarães Rosa. Considerando a premissa de Mikhail Bakhtin de que um texto que fala com outro texto é uma encenação de vozes, tal práxis de leitura busca desvelar, tanto no livro de Guimarães Rosa quanto no filme de Sandra Kogut, como a voz do protagonista Miguilim resulta de sua interação com o Mutum – espaço geográfico e social no qual esta personagem está inserida.