991 resultados para Pontos de cultura
Resumo:
O trabalho discute a qualidade da escola aferida por instrumentos avaliativos externos e a qualidade na escola vivida no cotidiano, por meio de transaes. Traz a contribuio de autores que discutem as correlaes entre qualidade e avaliao educacional, bem como o advento do ndice de Desenvolvimento da Educao Bsica (IDEB) como principal ferramenta de aferio da qualidade das escolas. Tem como questes: investigar de que forma a cultura do exame tem contribudo na produo de indicadores de qualidade na escola, quais os sentidos de qualidade atribudos pela comunidade escolar ao conhecer os resultados das avaliaes externas e de que forma as avaliaes em larga escala interferem nas concepes de qualidade dos sujeitos no cotidiano escolar. A metodologia considera o cotidiano escolar em sua complexidade e, no vis do paradigma indicirio, percebe o sentido e o significado de prticas exercidas pela escola que, principalmente, esto sendo desprezadas na concepo que vem se criando do que uma escola de qualidade. Conceituando a avaliao formativa como ferramenta para a promoo da qualidade escolar social, a pesquisa chama a ateno para o uso da avaliao em larga escala de forma vertical, pontual, inspirada nos parmetros de neutralidade, centrada no produto, entendendo ser este o conhecimento a ser medido, o sujeito da educao. Na contramo, procura compreender os sentidos de qualidade entendidos pelos partcipes do projeto educativo da escola e a forma como esta qualidade negociada, em sua operacionalizao, vislumbrando prticas e proposies que apontam um movimento de avaliao interna nas escolas.
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Esta dissertao buscou compreender o papel educativo desempenhado pela Seo de Extenso Cultural (SEC) do Museu Nacional entre os anos de 1943 a 1946, perodo em que o educador e signatrio do Manifesto dos Pioneiros da Educao Nova Paschoal Lemme ocupou a chefia desta Seo. Interessou-nos estudar os aspectos que contriburam para o fortalecimento da funo educativa do Museu, buscando identificar possveis pontos de aproximao entre as atividades museais desenvolvidas pela SEC e as aspiraes pedaggicas do movimento da Escola Nova. Criada por Regimento Interno de 1941, durante a gesto institucional da antroploga Helosa Alberto Torres, este departamento estruturava-se em trs servios especficos: o Servio de Exposies, o Servio de Publicaes e o Servio de Assistncia ao Ensino, nos quais se proclamava como objetivo comum a vulgarizao dos conhecimentos cientficos e a difuso das estratgias de um ensino dinmico e prtico dos saberes cientficos. Auxiliou-nos na apreenso deste objeto o dilogo com as anlises construdas por Santos (2008), Berrio (2001), Peixoto (2005), Chagas (2009), Meneses (1994) e Pessanha (1988) acerca da educao como um processo de preservao, produo e comunicao de conhecimentos constitutivos dos patrimnios culturais, consolidando-se, a partir desta perspectiva, no apenas em espaos ditos escolares de formao, mas tambm em espaos no formais de ensino, a exemplo dos museus e de outras instituies de Cultura. As pesquisas de S e Domingues (1996), Pereira (2010), Sily (2012), Sily; Santos (2011), Duarte (2004) e Rangel (2011) foram fundamentais para a compreenso das dimenses e funes educativas do Museu Nacional. Constatamos que a Seo de Extenso Cultural se constituiu entre os anos de 1943 a 1946, como um veculo de difuso dos ideais museais e pedaggicos do movimento da Educao Nova, atravs da publicao de peridicos destinados especialmente para o pblico escolar, de aulas prticas realizadas no interior do Museu Nacional, alm de visitas de especialistas a instituies de ensino com o objetivo de organizar museus escolares.
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O que feito ou o que acontece com um grupo que se forma na juventude? Muitos podem ser os caminhos tomados, escolhas podero ser feitas. Muitas dessas escolhas podem estar relacionadas forma como esses grupos desenvolveram suas produes culturais e quais foram as relaes extragrupo que fizeram parte de sua trajetria. Os grupos de jovens das periferias e favelas que produzem cultura se constituem de maneiras bem heterogneas, h vrias formas e caminhos de se fazer parte de um grupo cultural. A presente dissertao investiga, especificamente, como um grupo de jovens moradores de favelas se organiza e produz cultura sem apoio institucional. De que modo as suas produes tm algo de novo, um outro olhar com relao produo cultural vigente? A partir do conceito de funo fraterna, discutido por um grupo de psicanalistas coordenado por Maria Rita Kehl, pretendo investigar como essa organizao horizontal se constitui na busca de um local de pertencimento. Com carter interdisciplinar, essa pesquisa prope tambm um lao fraterno ou na horizontalidade, entre Psicanlise, Educao e Cincias Sociais.
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A Constituio federal e a Lei 8.142/90 definem a participao da comunidade como condio necessria para o funcionamento do Sistema nico de Sade (SUS). Tal definio constitucional surge no processo de l uta pela democratizao do pas e pela universalizao dos direitos sociais, entre eles, o direito sade. Todavia, esse processo de democratizao tem significado mais a adoo de procedimentos democrticos para organizao do sistema poltico do que uma efetiva democratizao das relaes sociais pautadas pelos valores democrticos de igualdade e justia social. No Brasil, a relao entre Estado e sociedade tem sido mediada por uma cultura poltica marcada pelo autoritarismo, patrimonialismo, clientelismo e o favor. Com o processo de democratizao, na dcada de 1980, emergem elementos de uma nova cultura poltica adjetivada como democrtica orientada pelos valores da autonomia, igualdade, solidariedade e justia que passa a coexistir com a velha cultura. O objetivo geral deste estudo analisar as prticas de participao presentes no Conselho Municipal de Sade (CMS) de Fortaleza, no perodo de 1997-2005, e sua relao com a cultura poltica local. Para tanto partiu-se do principal pressuposto terico: as prticas de participao exercidas nos conselhos de sade inauguram uma nova institucionalidade que inclui novos sujeitos sociais os usurios na esfera pblica, com as quais o processo de democratizao amplia essa esfera, criando visibilidade para identificar o confronto entre a cultura poltica tradicional e a cultura poltica democrtica. As tcnicas de pesquisa utilizadas foram: a anlise documental, a observao participante e a entrevista semiestruturada. A partir das diferentes evidncias observadas no material emprico, identificou -se na anlise dos dados a predominncia da cultura poltica tradicional do autoritarismo e cooptao nas relaes entre o poder pblico municipal e os representantes da sociedade civil ; e entre os conselheiros a tenso se manifestava na no-observncia dos procedimentos democrticos, como eleies peridicas, respeito lei e ao regimento que regula o funcionamento do CMS e no encaminhamento dos conflitos e disputas polticas. Quanto s prticas de participao, manifestaram-se de forma contraditria e dialtica em aes caracterizadas pela crtica, denncia, reivindicao, com poucas aes propositivas e na maioria das vezes tendo seu poder deliberativo desconsiderado pelo gestor. A conduo poltica do conselho muitas vezes foi questionada, ocasionando crises de hegemonia e gerando conflitos e disputas pelo poder. A partir da anlise desses conflitos e disputas polticas entre os grupos no interior do Conselho, tornou-se possvel realizar uma leitura metdica acerca do confronto entre a cultura poltica tradicional e a democrtica no CMS, constatando-se a predominncia da primeira sobre a segunda. Por fim verificou-se o protagonismo do Ministrio Pblico na resoluo dos conflitos, em detrimento da fora do melhor argumento. Em que pese a recorrente tutela do Ministrio Pblico, foi pavimentado um caminho de resistncias, ainda que minoritrias , contra a cultura poltica tradicional , cujas prticas de participao apresentam elementos constituintes para a sua transformao.
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O estudo que estamos apresentado tem por objetivo analisar como as mudanas no mundo do trabalho interferem e influenciam no s as formas de gesto da produo e das condies de trabalho como tambm as formas de gesto da vida do trabalhador. No contexto de desordem mundial no qual se encontra a sociedade contempornea, torna-se imprescindvel a difuso de uma cultura que esteja em consonncia com a nova reorganizao do trabalho e com a atual fase do capitalismo. Para compreendermos a magnitude desse processo e como ele se reflete na sociedade brasileira - com todas as suas particularidade - partimos de uma reflexo terica gramsciana, que busca atravs da articulao entre as dimenses que esto no cerne da vida social - o trabalho e a cultura - captar as complexidade da realidade que nos assola. A luz das nossas anlises tericas buscamos identificar como as transformaes do trabalho e a poltica neoliberal se materializam no interior da Companhia Estadual de guas e Esgotos CEDAE, e quais as principais conseqncias vivenciadas pelos trabalhadores no mbito do trabalho, que se refletem na esfera familiar, e contribuem para formao de um novo tipo de cidado-trabalhador. Pudemos verificar que as mudanas no mundo do trabalho associadas a uma poltica neoliberal conformam a base da constituio de uma cultura - que est se constituindo a principal fonte de consolidao de uma hegemonia destruidora das possibilidades de democracia, de cidadania, de participao poltica e de construo de uma nova sociabilidade.
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O presente estudo examina o momento fundador da imprensa no Brasil em 1808 e a rotina de funcionamento da Impresso Rgia, no Rio de Janeiro, entre 1808 e 1821. Qual era sua estrutura administrativa, sua ordem de despesas, a natureza das ocupaes funcionais, enfim, qual era a lgica de funcionamento da casa impressora oficial da Corte no incio do Oitocentos? Qual o lugar ocupado pelos impressos naquele contexto?Para melhor compreender a estrutura, a rotina administrativa e de funcionamento da Impresso Rgia no Rio de Janeiro, mas, principalmente, os usos e funes da rgia tipografia no momento de seu estabelecimento por iniciativa do prncipe regente d. Joo, foi analisada tambm parte de sua produo, qual seja, os ttulos dedicados s Cincias e s Artes. A partir desses livros, localizados no acervo da Biblioteca Nacional do Rio de Janeiro e na Biblioteca Guita e Jos Mindlin, em So Paulo, foram estudadas as caractersticas biobibliogrficas de seus autores e a relao dos mesmos com o poder oficial.Foi possvel identificar que os autores dos ttulos examinados eram herdeiros da tradio ilustrada portuguesa. Partilhando de uma mesma cultura poltica, possuam laos estreitos com membros da Corte, prestando obedincia ao prncipe, sendo alguns autores, inclusive, integrantes da junta diretora da Impresso Rgia.Assim, alm da rotina e funcionamento da casa impressora da Corte, no Rio de Janeiro de d. Joo, o presente trabalho examina tomando como fonte de anlise sua produo editorial no campo das Cincias e das Artes a formao da cultura cientfica do perodo Joanino e a rede de sociabilidades existente no Rio de Janeiro, entre 1808 e 1821.
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Este estudo integra as reflexes desenvolvidas na linha de pesquisa Currculo, sujeitos, conhecimento e cultura, e buscou analisar as implicaes que a cultura da performatividade tem na prtica docente e as formas como foi se estabelecendo como discurso hegemnico ligado performatividade da ao docente e ao desempenho dos estudantes no campo educacional, atravs de uma construo discursiva. Para melhor compreender tais impactos, optei por uma pesquisa de cunho etnogrfico, centrada em uma escola da rede pblica municipal do Rio de Janeiro que tem obtido um bom ndice de desempenho dos alunos nas mais variadas avaliaes externas que chegam s escolas. No estudo, fiz uso de entrevistas semi-estruturadas, caderno de campo e observao sistemtica. Deste modo, tive a oportunidade de conhecer mais de perto as diferentes dinmicas que perpassavam aquele espao educativo e como as orientaes da Secretaria de Educao do municpio do Rio de Janeiro estavam sendo ressignificadas, e recontextualizadas pelos docentes em suas prticas pedaggicas
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A pesquisa tem como tema a prtica de cuidado no matriciamento em sade mental na Estratgia da Sade da Famlia. Matriciamento uma metodologia de prtica de cuidado em sade, constitudo por uma equipe de profissionais especialistas, que possui o objetivo de oferecer apoio e retaguarda equipe de profissionais da Estratgia Sade da Famlia. A hiptese de que a prtica de matriciamento em sade mental um dispositivo de transformao do imaginrio social sobre a loucura. Trata-se de uma pesquisa de abordagem psicossocial de referencial terico na sociologia e na antropologia para discutir os conceitos de cultura, imaginrio social, prticas de cuidado e rede social, por entender que a prtica de cuidado no matriciamento em sade mental opera em rede e produz transformao no imaginrio social sobre a loucura. O estudo tem, inicialmente, como base metodolgica a sociologia para a anlise documental da Lei 10.216/2001 Reforma Psiquitrica brasileira - e da Portaria 154/2008 Ncleo de Apoio Sade da Famlia NASF. Em seguida, apoiada pela antropologia, a pesquisa utiliza o mtodo etnogrfico para a realizao de entrevista com quatro profissionais matriciadores, tendo a anlise do discurso como caminho para discutir e problematizar os dados coletados. Conclui-se, ento, que o matriciamento um dispositivo de rede e produo de cuidado que pode favorecer a transformao do imaginrio social sobre a loucura. Porm, de fundamental importncia que a rede tenha funcionalidade para que isto possa ocorrer de fato, pois o matriciamento um dispositivo de rede e de cuidado em sade.
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A implementao de estratgias visando conservao de espcies medicinais apresenta grande importncia, tanto do ponto de vista ecolgico quanto econmico. Petiveria alliacea L., espcie da famlia Phytolacaceae, conhecida como guin, erva-de alho, erva-tipi ou amansa-senhor, pode ser encontrada desde a Amrica Central at a Amrica do Sul. Esta espcie possui ampla utilizao medicinal, devido presena, em sua composio, de vrios polissulfetos, como o DTS (dibenziltrissulfeto), com propriedades antifngica, antineoplsica e imunomodulatria, entre outras. O objetivo deste trabalho foi a conservao in vitro de germoplasma de Petiveria alliacea obtido de diferentes populaes ocorrentes no Rio de Janeiro, atravs de mtodos baseados em cultura de tecidos e criopreservao. Plantas obtidas atravs da germinao in vitro foram utilizadas como matrizes para a micropropagao atravs da multiplicao de meristemas pr-existentes em meio MS sem reguladores de crescimento, e embries somticos foram obtidos de forma direta a partir da cultura de explantes foliares das linhagens estudadas (Mag MG; Marechal Hermes MH; Niteri NT; Vila Isabel VI e Planta envasada AL), em presena de PIC (20μM) e 2,4D (22,6 μM), aps 60 dias de cultivo. Os pices caulinares das plantas micropropagadas e os embries somticos obtidos foram submetidos criopreservao atravs de tcnicas de vitrificao, encapsulamento-vitrificao e encapsulamento-desidratao, com a avaliao da pr-cultura e de solues crioprotetoras (PVS2 e PVS3), em diferentes concentraes e tempos de exposio. Os resultados mostraram uma taxa de 100% de germinao in vitro. As condies para a pr-cultura de pices foram padronizadas, entretanto no foram obtidos resultados positivos aps o descongelamento. Por outro lado, os embries da linhagem AL (linhagem embriognica em cultura h 24 meses) mantiveram sua capacidade multiplicativa (100%) (embriognese secundria) quando submetidos desidratao em sacarose (0,5M) e expostos s solues de vitrificao PVS2 e PVS3 pelos menores tempos (15 e 30 minutos). Os diferentes meios de recuperao apresentaram respostas variveis em relao capacidade multiplicativa dos embries. O encapsulamento/vitrificao foi a tcnica que promoveu maior tolerncia dos embries ao congelamento. A recuperao dos embries atravs de multiplicao aps a criopreservao abre uma perspectiva de conservao de gentipos com alta produo de polissulfetos, de interesse para a indstria farmacutica
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O presente trabalho se prope a analisar a leitura sociocultural do Brasil ps-64 feita por Edilberto Coutinho atravs das narrativas do livro Maracan, Adeus e, tendo como base os postulados mais recentes da Teoria da Literatura, procurar identificar as contribuies literrias, histricas, sociolgicas e antropolgicas deixadas pelo autor em sua narrativa. O estudo procurar demonstrar determinadas mincias do comportamento do brasileiro e de sua sociedade pelo vis futebolstico, pensando o futebol como Esporte Nacional e elemento dessa cultura. Procurar tambm apresentar mecanismos de controle social e cultural exercidos durante esse perodo pelos governos militares e, principalmente, a maneira escolhida pelo escritor para apresentar esse poder. Esta pesquisa privilegia o estudo das tcnicas contemporneas de escrever e das possveis inovaes estilsticas introduzidas no conjunto dos contos e busca contextualizar a escolha do autor pelo conto enquanto gnero literrio. E com todo rigor cientfico comprovar a importncia de Edilberto Coutinho no cenrio literrio brasileiro
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No presente trabalho, o objeto de anlise a Literatura Marginal produzida por Ferrz e seus pontos de contato com um deslocamento do lugar da periferia. Partindo dessa ideia, esta pesquisa pensa Ferrz, em alguns momentos, e dialoga com outros escritores da periferia e suas preferncias temticas. Falando da periferia como tema do escritor da nova gerao da Literatura Marginal e como possibilidade de que essa Literatura despontasse, esta pesquisa tem incio com a discusso do conceito de periferia e, em seguida, coloca em perspectiva e realiza um sobrevoo entre os diferentes sentidos do termo marginalidade no contexto da Literatura e nas artes de uma maneira ampla. A partir das referidas observaes, so discutidas as primeiras expresses de marginalidade na literatura, especialmente aqui no Brasil e verificadas quando se comeou, de fato, a aplicar essa expresso marginal na Literatura. Assim, so apresentadas as trs principais conotaes de marginalidade: (i) aquela que se refere cultura marginal das dcadas de 1960 e 1970; (ii) aquela que diz respeito poesia marginal do mesmo perodo; e (iii) a que se relaciona aos escritores que trazem a periferia como tema ou, ainda, aqueles que so oriundos dela. Em seguida, so apresentados os traos da marginalidade literria da nova gerao e algumas aes poltico-culturais de alguns escritores. Nesse momento, h um aprofundamento no objetivo desta pesquisa, que discutir as mutaes na Literatura Marginal e no discurso de Frrez dentro de uma nova concepo de marginalidade literria, inseparvel de novos sentidos e contextos da ideia de periferia.
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Ao propor que h mais lugar para a dimenso material do que o comumente ocupado por ela, a abordagem terica das materialidades parece sugerir novas maneiras de pensar fenmenos, ao considerar a experincia sensorial requerida por eles e a demanda de um engajamento corpreo na apreenso dos estmulos que emanam dessas interaes. Nesse contexto, procuramos investigar as afinidades entre as proposies centrais da noo de produo de presena e a promoo de uma cultura do encontro proposta por Jorge Mrio Bergoglio, o Papa Francisco, enquanto movimentos que privilegiam a experincia adquirida atravs dos corpos, do ambiente fsico e da interao com objetos. A partir da observao de momentos especficos da visita do Papa ao Brasil, buscamos apreender de que forma esse processo evidenciado (seja por meio de discursos, expresses visuais ou gestos) e parece corresponder a uma demanda contempornea por eventos que recuperem uma dimenso espacial de nossa existncia
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Esta dissertao prope-se a estudar o modus operandi do Ministrio das Relaes Exteriores do Brasil (Itamaraty) na conduo de sua poltica cultural externa entre 1945 e 1964. A pesquisa articulou, analiticamente, os diversos fatores envolvidos, tais como os antecedentes histricos desta dimenso da poltica externa brasileira, as discusses no mbito da poltica interna do pas, os desafios e evolues pelas quais passou a cultura nacional. O contexto internacional do perodo e as aes culturais empreendidas pelo Itamaraty foram os fios condutores para a formulao da principal hiptese da dissertao: a de que o Itamaraty, a despeito de momentos de inflexo e refluxo, forjou uma slida tradio no planejamento e execuo de uma poltica cultural brasileira no exterior que, por sua vez, tornou-se elemento fundamental na construo da imagem internacional do Brasil.
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Ao trazer registros de como a cultura rabe ou o imigrante rabe foi representado pela literatura brasileira desde os escritos coloniais, pretendemos refletir sobre a fico brasileira contempornea, que, diferentemente dos perodos anteriores, lana um olhar profundo sobre a imigrao rabe para o Brasil, o que possibilita uma releitura do processo de insero do imigrante na sociedade brasileira, principalmente para os descendentes de primeira e segunda gerao. O corpus escolhido composto por duas narrativas: o romance Dois irmos (2000), de Milton Assi Hatoum, escritor manaura, nascido em 1950, filho de imigrantes rabes srio-libaneses; e a narrativa O enigma de Qaf (2004), de Alberto Mussa, carioca, nascido em 1961, neto de imigrantes rabes. Nossa pesquisa busca demonstrar que as obras ficcionais de escritores descendentes de imigrantes permitem uma reflexo densa sobre os conflitos da condio migrante, porm numa perspectiva diferente da viso estereotipada ou mesmo de uma tematizao preconceituosa. Entendemos ser a literatura um espao privilegiado para trazer tona outras vises sobre a cultura rabe, deixando de lado, consequentemente, a nica histria j delineada pelo colonizador europeu, aquela contida nos livros didticos, divulgada nos grandes meios de comunicao de massa e na histria universal, segundo a qual os rabes so terroristas, fundamentalistas, desumanos, opressores da mulher, o turco da prestao, o vendedor ambulante. Trata-se, assim, de adotar um vis ps-colonial, segundo os estudos de Elona Patri dos Santos (2005), na medida em que, sob tal vis, o colonizado pode relatar a sua experincia, de acordo com a sua prpria verso, com a sua voz. A anlise elaborada por meio de trs eixos: o ethos identitrio, o pathos do exlio e o logos da memria. Com a abordagem desses eixos, buscamos enfatizar a construo, nos dois romances, de um espao de enriquecimento cultural por meio de personagens despidos de exageros folclricos, de uma ambientao sem exotismos, da tematizao de ritos rabes sem esteretipos, e, principalmente, do maior legado da cultura rabe para a humanidade: a lngua rabe. Buscamos, dessa forma, contribuir para uma maior compreenso da fico brasileira contempornea, alm de colaborar com as pesquisas que tratam das representaes e figuraes do rabe produzidas no Brasil
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Este trabalho um estudo de caso cujo objeto consiste em um grupo de capoeira angola que passava por um momento de transio. A partir do rompimento entre os dois principais lderes do grupo sem mestre, investigou-se as tenses existentes reveladoras de diferentes pontos de vista sobre a capoeira e a atuao do mesmo em suas redes de relacionamento. Estas diferenas so significativas uma vez que esto relacionadas com as transformaes em torno das concepes sobre esta atividade e tambm se inserem no contexto de transformaes em curso na cidade do Rio de Janeiro. Concebendo-se a capoeira angola como um estilo de vida, as diversas maneiras de pens-la tambm geram diferentes maneiras de atuar na sociedade. A metodologia consiste na pesquisa qualitativa com observao participante. Escolheu-se a abordagem pela performance por se acreditar que os valores so comunicados tambm por meio das diferenas de movimentao. Ao final da pesquisa, concluiu-se que o grupo investigado passava por um momento de transio, que considero como uma passagem apoiada nas consideraes de Victor Turner, j em vias de transio para a fase seguinte a partir da indicao do treinel que ficou responsvel de se juntar a um grupo j estabelecido.