1000 resultados para Leguminosae Caesalpinoideae
Resumo:
Foi realizado um levantamento florístico das espécies de Papilionoideae (Leguminosae) ocorrentes nos campos ferruginosos do Parque Estadual do Itacolomi (PEI), situado nos municípios de Ouro Preto e Mariana, estado de Minas Gerais. As coletas foram feitas no período de março de 2001 a maio de 2002. Foram identificadas 20 espécies de Papilionoideae, pertencentes a 13 gêneros. Os gêneros mais representativos em número de espécies foram Desmodium (4), Crotalaria (3), Machaerium e Stylosanthes, com duas espécies cada. Os demais gêneros foram representados por apenas uma espécie cada. No estudo fenológico das espécies, foram constatadas correlações entre fatores climáticos (temperatura e precipitação) e a perda de folhas, brotação, floração e frutificação.
Resumo:
A subfamília Caesalpinioideae (Leguminosae) possui cerca de 2.800 espécies, muitas das quais ocorrem no Brasil. Para a região Sul do Brasil são citadas 56 espécies, distribuídas pelos mais diversos ambientes, com importância econômica, social e científica bastante grande, sendo ainda pouco conhecidas do ponto de vista citogenético e taxonômico. Neste estudo foram analisados, quanto ao número de cromossomos, 74 acessos de 27 táxons incluídos em 10 gêneros pertencentes às tribos Cassieae, Caesalpinieae e Cercideae. Os números cromossômicos encontrados foram 2n = 32, 28, 26, 24, 22, 16 e 14. Sete espécies tiveram seus números cromossômicos determinados pela primeira vez: Cassia leptophylla, Senna araucarietorum, S. hilariana, S. neglecta, S. oblongifolia, Chamaecrista repens e Pomaria stipularis. A maioria das espécies apresentaram 2n = 28 cromossomos, sendo observados também 2n = 26, 24 e 22. O gênero Chamaecrista diferenciase dos demais gêneros, pois todos os seus táxons apresentaram 2n = 32, 16 e 14 cromossomos, sendo o primeiro número supostamente originado por poliploidia. O número básico proposto para as espécies estudadas foi x = 14, com os demais números, x = 13, 12 e 11, tendo surgido provavelmente por disploidia e para o gênero Chamaecrista x = 8 e x = 7 para a espécie pertencente à seção Xerocalyx. A poliploidia pareceu importante na diversificação inicial do grupo, com ocorrência de uma série de reduções displóides no decorrer do processo evolutivo. O caráter número de cromossomos mostrou-se relevante na distinção de táxons do gênero Chamaecrista dos demais gêneros, sugerindo, juntamente com outros caracteres analisados e encontrados em literatura, a segregação deste dos demais gêneros pertencentes à tribo Cassieae.
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A biologia reprodutiva de Bauhinia curvula foi estudada em remanescente de cerrado em Mato Grosso do Sul. Bauhinia curvula é um subarbusto que floresce por seis a sete meses (junho a novembro/dezembro) e possui caule subterrâneo, espessado e gemífero, com função regenerativa. As flores são hermafroditas, zigomorfas, brancas, de antese noturna, exalam odor desagradável e duram 11 horas. O estigma é amplo e fica situado acima e/ou à frente das anteras que apresentam pólen com viabilidade de 98,5%. Néctar é produzido no interior do hipanto, com volume médio de 26 µL e concentração de solutos em torno de 15%. Embora flores de B. curvula apresentem diversas características associadas às síndromes de quiropterofilia e esfingofilia, o pequeno volume de néctar e a estreita entrada da câmara nectarífera parecem não estimular visitas de morcegos. Bauhinia curvula é auto-incompatível e depende de polinizadores, pois não frutificou após autopolinização espontânea. A população estudada apresentou eficácia reprodutiva reduzida (0,07), provavelmente devido à limitação de pólen. Agrius cingulatus (Sphingidae) foi o único visitante floral que apresentou comportamento de visita e comprimentos do corpo e da probóscide adequados para polinizar efetivamente as flores. Esse fato pode favorecer, a médio e longo prazo, a seleção de genótipos autogâmicos.
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O Pontal do Paranapanema é a região mais recentemente desflorestada do Estado de São Paulo. Os efeitos da fragmentação florestal na estrutura genética de Copaifera langsdorffii Desf. foram avaliados por meio da genotipagem, com seis locos microssatélites, de pelo menos 30 indivíduos regenerantes e 30 adultos em três áreas do Pontal do Paranapanema. A amostragem compreendeu dois fragmentos localizados em assentamentos rurais, Tucano (800 ha) e Madre Cristina (300 ha); e uma população localizada em floresta contínua, no Parque Estadual do Morro do Diabo (35.000 ha). Níveis elevados de diversidade genética foram detectados tanto nos regenerantes como nos adultos. A diversidade gênica (He) variou de 0,718 a 0,835 e o número médio de alelos por loco (Â) variou de 8,67 a 11,83, mostrando que a fragmentação ainda não causou perda de alelos. As estimativas elevadas dos índices de fixação (0,183 a 0,387) foram conseqüentes da ocorrência de alelos nulos em alguns locos e de endogamia nas populações. A divergência genética foi pequena entre os adultos (R ST = 0,035), mas aumentou entre os regenerantes (R ST = 0,075). Como esperado, a fragmentação florestal está causando redução do fluxo gênico interpopulacional, especialmente em relação ao fragmento mais distante da floresta contínua (Tucano - cerca de 8 km). Uma alternativa para promover o fluxo gênico entre os remanescentes florestais do Pontal do Paranapanema seria o estabelecimento de sistemas agroflorestais pelos agricultores assentados, os quais atuariam como trampolins ecológicos, favorecendo a dispersão de pólen e sementes entre fragmentos.
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A biologia reprodutiva de Dipteryx alata foi estudada de setembro/2004 a agosto/2006. Dipteryx alata é arbórea, floresce na estação chuvosa (4-6 meses) e o pico de frutificação ocorre na estação seca. A espécie apresentou variação na intensidade de floração e frutificação entre os anos. As flores são zigomorfas, papilionáceas, hermafroditas, relativamente pequenas, odoríferas, diurnas e duram até 10 horas. O cálice possui dois lobos petalóides e a corola é formada pelo estandarte, alas e as pétalas da quilha. As anteras produzem pólen com 94,4% de viabilidade. O estigma é recoberto por película que limita a autopolinização espontânea, impedindo a aderência do pólen. Néctar é armazenado em câmara, em pequena quantidade (1,45 µL) e com concentração de 25%. Dipteryx alata tem flores de quilha e possui mecanismo de polinização intermediário entre os tipos explosivo e valvular. Esta espécie é alógama, possui auto-incompatibilidade de ação tardia e elevada taxa de aborto (ER = 0,45). Xylocopa suspecta (16,6% das visitas) é o principal polinizador, pois visita legitimamente as flores e apresenta forrageamento do tipo linha-de-captura, que promove fluxo polínico entre as plantas. As abelhas Pseudaugochlora graminea (15,3%) e Apis mellifera (39,5%), apesar da alta taxa de visitação, não são bons polinizadores (eficiência de polinização de 3,5% e 0%, respectivamente), pois geralmente não realizam movimento entre as plantas. Apis mellifera pilha néctar em 45,5% das visitas realizadas. O aumento da produção de sementes em populações naturais de D. alata depende da manutenção dos polinizadores efetivos (abelhas solitárias), sendo recomendável o manejo da abelha exótica A. mellifera.
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A predação de sementes é um gargalo para regeneração de espécies arbóreas nos trópicos. A influência da predação pós-dispersão de sementes de A. falcata sobre o estabelecimento de plântulas foi estudada em mata de galeria no Parque Estadual da Serra Azul (PESA), Barra do Garças, MT. Variações temporais e de microhabitats (clareiras, troncos caídos e próximo a margem de riacho), cobertura de serapilheira no solo, influência de animais vertebrados e invertebrados na mortalidade de sementes e efeito da distância em relação à planta mãe na predação pós-dispersão de sementes de A. falcata foram avaliados em experimentos de campo realizados no início, pico e final da estação de frutificação. Formigas Solenopsis (Diplorhoptrum) sp. foram os principais predadores de sementes no PESA. A predação pós-dispersão variou temporalmente durante a estação de frutificação. Durante o pico da estação, a sobrevivência de sementes até plântulas foi maior do que no início ou final da estação. A sobrevivência das sementes não foi influenciada pelo sítio de deposição e foi independente da cobertura de serapilheira e distância dos adultos reprodutivos. A predação por formigas pode limitar o recrutamento de A. falcata na mata de galeria do PESA. A ocorrência de chuvas estimula a germinação, favorece o escape da predação de sementes e, conseqüentemente, o recrutamento de plântulas de A. falcata.
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Enterolobium schomburgkii Benth. (orelha-de-macaco) é uma árvore de interesse madeireiro que possui potencial para plantios florestais em áreas degradadas, por ser heliófila e nodulífera. Os objetivos deste trabalho foram caracterizar morfologicamente os frutos, sementes e plântulas e definir o estádio de desenvolvimento da "plântula normal" de E. schomburgkii, visando fornecer informações valiosas para a padronização dos estudos de propagação da espécie na área de tecnologia de sementes. O fruto é um legume nucóide, sublenhoso, polispérmico, auriculiforme e circular, com as dimensões de 21,2 × 3,2 cm para o legume estendido; e 6,2 ×5,9 ×0,5 cm para o fruto na forma original. O peso fresco de um fruto foi de 6,7 g, com 16,1 sementes sadias por fruto, sendo necessários 62 frutos para obter 1.000 sementes sadias. O número de sementes por quilograma foi de 18.749 e o peso de mil sementes foi de 53,6 g. A semente é elipsóide, de superfície lisa, brilhosa, marrom-amarelo escuro, com as dimensões de 8,0 ×3,9 ×2,6 mm e peso de 0,054 g. O eixo embrionário é reto e visível, com plúmula bem desenvolvida. Observou-se que a germinação é do tipo epígea fanerocotiledonar, com cotilédones foliáceos. A protrusão da raiz primária foi de 95,7%, e para a formação de plântulas normais foi de 80,2%. A "plântula normal" foi formada entre 7 e 15 dias após a semeadura, possuindo raiz primária bem desenvolvida, raízes secundárias curtas, hipocótilo alongado, cotilédones semi-abertos e primeiros eofilos visíveis, com o mesmo comprimento dos cotilédones.
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Este trabalho verificou a influência de dois ambientes distintos de cerrado na expressão de caracteres reprodutivos e vegetativos de Senna velutina. Casualmente, dez indivíduos de cada área foram escolhidos para caracterização de altura, número de flores, frutos e sementes, comprimento dos frutos, biomassa de sementes, fenofases de floração, formato foliolar, densidade e dimensões estomáticas. A densidade de ocorrência da espécie e o tipo de distribuição espacial foram também verificados. Na área de cerrado, o número e comprimento de frutos, o número e biomassa das sementes foram maiores quando comparados aos valores obtidos na borda de vereda. Por outro lado, o número de flores e botões foi maior no ambiente de borda de vereda. Não foram detectadas diferenças entre as áreas quanto à altura dos indivíduos, comprimento e largura dos folíolos, índice foliolar, comprimento das inflorescências, número de sementes viáveis, comprimento e largura dos estômatos e densidade estomática. O período de floração na vereda iniciou-se mais tardiamente, mas o período reprodutivo observado no cerrado sensu stricto foi mais longo do que na borda de vereda. Ambas subpopulações apresentaram padrão agregado de distribuição espacial. As respostas fenotípicas às diferenças ambientais registradas restringiram-se às estruturas reprodutivas, indicando haver maior canalização e, portanto, maior herdabilidade nas estruturas somáticas. O cerrado ofereceu condições mais favoráveis ao sucesso reprodutivo de S. velutina do que a borda de vereda.
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Os objetivos deste trabalho foram descrever e ilustrar os aspectos morfológicos externos e internos de frutos e sementes e os aspectos externos de plântulas e mudas de Senna multijuga. O trabalho foi realizado em laboratório e viveiro florestal. A espécie apresentou características importantes que podem auxiliar na sua identificação, tanto em laboratórios para análise da qualidade fisiológica e em viveiros de produção de mudas, quanto em estudos da ecologia da espécie, sob o aspecto da regeneração natural. Características dos frutos, principalmente a deiscência, forma, coloração e textura do pericarpo, comuns na subfamília; de sementes como presença de pleurograma fechado, aréola e endosperma; de plântulas e mudas como aspectos da superfície do caulículo, forma e persistência dos cotilédones, filotaxia, presença de pêlos e glândulas e forma dos protófilos constituíram-se nos principais elementos para identificação da espécie.
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Dahlstedtia pentaphylla (Taub.) Burkart and D. pinnata (Benth.) Malme belong to the Millettieae tribe and are tropical leguminous trees that produce a strong and unpleasant odour. In the present work, we investigated the distribution, development and histochemistry of foliar and floral secretory cavities that could potentially be related to this odour. The ultrastructure of foliar secretory cavities were also studied and compared with histochemical data. These data were compared with observations recorded for other species of Millettieae in order to gain a phylogenetic and taxonomic perspective. Foliar secretory cavities were only recorded for D. pentaphylla. Floral secretory cavities were present in the calyx, wings and keels in both species; in D. pinnata they also were found in bracteoles and vexillum. Such structures were found to originate through a schizogenous process. Epithelial cells revealed a large amount of flattened smooth endoplasmic reticula, well-developed dictyosomes and vacuoles containing myelin-like structures. Cavity lumen secretion stains strongly for lipids. Features of the secretory cavities studied through ultrastructural and histochemical procedures identify these structures as oil glands. Thus, if the odour produced by such plants has any connection with the accumulation of rotenone, as other species belonging to the "timbó" complex, the lipophilic contents of the secretory cavities of Dahlstedtia species take no part in such odour production. The presence, distribution patterns and frequencies of secretory structures in Dahlstedtia are taxonomically significant and may be utilized as a diagnostic character which justifies the separation of this genus into two species.
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Leguminosae está representada na Caatinga por 293 espécies, das quais oito foram estudadas quanto à polinização e/ou sistema reprodutivo. Foram analisados a biologia floral, os polinizadores e o sistema reprodutivo de Caesalpinia pyramidalis Tul. Houve produção de 5,7 ± 0,9 óvulos/flor, 66,9 ± 47,8 flores e 2,1 ± 1,2 frutos por inflorescência e 2,88 ± 1,44 sementes/fruto. O volume de néctar foi cerca de 1,0 µL durante o primeiro dia da flor, 0,5 µL no segundo dia, não havendo produção no terceiro dia. C. pyramidalis é auto-incompatível, com tubos polínicos oriundos de autopolinização manual crescendo até o saco embrionário. Espécies de Xylocopa e Centris constituem importantes polinizadores de C. pyramidalis. Durante as visitas, as abelhas promovem principalmente geitonogamia, a qual favorece a perda de frutos e leva à baixa razão fruto/flor (0,03). Entretanto, a razão semente/óvulo relativamente elevada (0,50), demonstra maior investimento em sementes provenientes de polinizações cruzadas, reduzindo os efeitos da geitonogamia.
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Este estudo comparou e caracterizou a anatomia do lenho de Enterolobium contortisiliquum em ambientes distintos. As amostras foram coletadas de plantas ocorrentes na vegetação de Caatinga dos Municípios de Campina Grande, PB (7°11' S e 35°58' W), Buíque-PE (8°35' S e 37°14' S) e de Floresta Estacional Semidecídua nos Municípios de Taquara, RS (29°44' S e 50°50' W) e Santa Maria-RS (29°47' S e 53°34' W), totalizando vinte indivíduos. As áreas apresentam condições climáticas distintas, com Campina Grande e Buíque apresentando temperaturas mais elevadas e menor índice pluviométrico em comparação a Taquara e Santa Maria. Uma análise qualitativa foi realizada através da microscopia de luz (ML) e microscopia eletrônica de varredura (MEV). Os dados foram submetidos à análise estatística descritiva e à análise de variância (P ³ 0,05), De um modo geral, independente da procedência dos indivíduos examinados, o lenho de E. contortisiliquum apresentou vasos solitários e múltiplos; porosidade difusa; placa de perfuração simples; pontoações intervasculares e radiovasculares alternas, com formas poligonais; pontoações guarnecidas; presença de parênquima paratraqueal vasicêntrico; raios homogêneos, predominantemente com 3 a 4 células de largura. Foram observadas fibras gelatinosas. Todos os indivíduos analisados apresentaram camadas de crescimento. Uma maior quantidade de cristais e amido foi registrada em células do parênquima axial de plantas de menores latitudes. A análise de variância paramétrica confirmou associações entre ambiente e características anatômicas do lenho de E. contortisiliquum, mas com importantes diferenças quanto ao que foi registrado na literatura para outras espécies.
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O teste de tetrazólio é importante componente para a avaliação da qualidade fisiológica de sementes, possibilitando fornecer rápida avaliação do vigor e do estado de deterioração. Objetivou-se desenvolver metodologia do teste de tetrazólio para sementes de Caesalpinia echinata Lam. (pau-brasil). Sementes colhidas por ocasião de sua maturidade fisiológica foram incubadas, com ou sem tegumento, em soluções de tetrazólio em concentrações que variaram de 0,05% a 1,00%, por períodos que variaram de 1 a 24 horas, a 35 °C na ausência de luz. As melhores combinações entre concentração e período de incubação (0,05% a 0,075% por 2 horas) foram aplicadas a amostras de sementes, sem tegumento, com diferentes níveis de deterioração. Os resultados permitiram estabelecer oito classes de vigor, que permitirão diagnosticar a qualidade de lotes de sementes de pau-brasil em 4 horas, bem como identificar uma série de injúrias nos embriões, fundamentais para previsão de armazenabilidade das sementes.
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Schizolobium parahyba (Vell.) S.F. Blake é uma espécie nativa da Floresta Atlântica, cujos indivíduos arbóreos desapareceram devido a um episódio de mortalidade na Ilha Grande, Rio de Janeiro. Neste trabalho, os anéis de crescimento foram investigados com o objetivo de determinar a idade das árvores mortas, a relação da largura desses anéis com os índices pluviométricos locais e a possível relação do episódio de mortalidade com a estrutura etária da população ou com processos sucessionais. Os resultados demonstraram que os indivíduos morreram com diferentes idades e que a largura dos anéis de crescimento foi significativamente correlacionada com a precipitação anual no período investigado. A possibilidade do episódio de mortalidade refletir um processo de sucessão natural ou um evento particular de uma população senescente foi descartada e é provável que as anomalias climáticas ocorridas entre os anos de 1997 e 2001 tenham contribuído para a mortalidade das árvores.
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Uma análise de distribuição geográfica de Chamaecrista sect. Chamaecrista ser. Coriaceae foi realizada com base em mapas atualizados plotando as ocorrências conhecidas de 27 táxons (20 espécies) da série. Apenas uma espécie ocorre na região do Caribe, nas Bahamas, C. caribaea (Northr.) Britton, enquanto todas as demais estão presentes no principal centro de diversidade, a Cadeia do Espinhaço, exibindo dois padrões principais: 1) ocorrência contínua ou disjunta ao longo da Cadeia do Espinhaço e áreas adjacentes ou disjuntas e 2) espécies endêmicas da porção sul dessa formação montanhosa. Entre as disjunções, destacam-se três espécies, uma ocorrendo no Espinhaço e em serras do "Arco de Brasília" até Goiás (C. cardiostegia H. S. Irwin & Barneby), uma no Espinhaço e no Espírito Santo (C. mucronata (C. Sprengel) H. S. Irwin & Barneby) e outra centrada no Espinhaço e no Planalto das Guianas (C. roraimae (Benth.) Gleason). Os padrões de distribuição geográfica são discutidos com base em dados obtidos sobre outros grupos de angiospermas e uma análise realizada anteriormente com cinco espécies da série. Os resultados demonstram uma concentração de espécies restrita a regiões de altitude situadas no Domínio do Cerrado, corroborando o alto grau de endemismo já documentado em outros grupos na região. Essa análise constitui um primeiro passo para possibilitar estudos visando à compreensão dos processos responsáveis pela diversificação do grupo no cerrado, sobretudo em áreas elevadas.