998 resultados para Análise de regressão logística
Resumo:
OBJETIVO: avaliar os fatores preditivos de lesões abdominais graves (LAG) identificáveis na avaliação inicial das vítimas de trauma fechado. MÉTODOS: análise retrospectiva dos dados das vítimas de trauma fechado com idade superior a 13 anos submetidas à tomografia computadorizada do abdome e/ou laparotomia exploradora. Consideramos como graves as lesões com Abbreviated Injury Scale (AIS) maior ou igual a três. As variáveis foram comparadas entre os grupos A (LAG) e B (Sem LAG). Realizou-se inicialmente uma análise estatística univariada para identificar as variáveis associadas à presença de LAG. Destas, foram selecionadas para a análise multivariada (regressão logística) as que tivessem p<0,20 e pudessem ser avaliadas na admissão do doente. RESULTADOS: a amostra foi composta por 331 casos, sendo que 140 (42,3%) pacientes apresentaram lesões abdominais. Destes, 101 (30,5%) tinham lesão abdominais com AIS > 3 (Grupo A). Na análise univariada, associaram-se significativamente às LAG (p<0,05): pressão arterial sistólica (PAS) no pré-hospitalar (p=0,019), PAS à admissão (p<0,001), frequência cardíaca à admissão (p=0,047), exame físico do abdome alterado (p<0,001) e presença de fraturas de pelve (p=0,006). As seguintes variáveis se relacionaram significativamente e independentemente com a presença de lesões abdominais graves: PAS à admissão (p=0,034), exame físico abdominal alterado (p<0,001), fratura exposta de membro inferior (p<0,044), "motociclista" como mecanismo de trauma (p=0,017) e FAST positivo (p<0,001). CONCLUSÃO: das variáveis presentes na avaliação inicial, se associaram significativamente com a presença de LAG: PAS, exame físico abdominal alterado, presença de fratura exposta de membro inferior, "motociclista" como mecanismo de trauma e FAST positivo.
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O objetivo deste estudo foi determinar os fatores prognósticos para a ultimação do parto por via transpélvica em gestantes com cesárea anterior admitidas em trabalho de parto no CAM-IMIP. Foi realizado um estudo tipo caso-controle, analisando os partos de pacientes com cesárea prévia assistidos no CAM-IMIP no período de janeiro/1991 a dezembro/1994. Foram considerados casos as pacientes com cesárea anterior (n=156) e controles as que tiveram parto transvaginal (n=338). Os critérios de inclusão foram: idade gestacional > 36 semanas, cesárea anterior há pelo menos 1 ano, concepto vivo, trabalho de parto espontâneo e apresentação cefálica fletida. Foram excluídas as gestações de alto risco, os casos de sofrimento fetal anteparto e pacientes com história de parto transpélvico anterior depois da cesárea. A análise estatística foi realizada em Epi-Info 6.0 e Epi-Soft, utilizando-se os testes chi² de associação, teste exato de Fisher e "t" de Student, bem como a odds ratio e seu intervalo de confiança a 95%. Análise de regressão logística múltipla foi efetuada para controle das variáveis confundidoras. O percentual de cesáreas no grupo estudado foi de 31,6%. Os fatores maternos que apresentaram associação significativa com o parto transvaginal foram a idade materna < 20 anos (OR = 2,07, IC a 95% = 1,18-3,66) ou > 35 anos (OR = 0,54, IC a 95% = 0,36-0,82), a história de parto vaginal anterior (OR = 1,6, IC a 95% = 1,01-2,55) e a indicação da cesárea anterior por doenças da gestação (OR = 3,67, IC a 95% = 1,19-12,02). Fatores como intervalo entre a cesárea anterior e o parto atual, outras indicações de cesárea e o tipo de histerorrafia não apresentaram associação significativa com o parto transpélvico. No modelo de regressão logística múltipla, persistiram como variáveis associadas significativamente ao parto vaginal a idade materna e a história de parto vaginal anterior. Os autores concluíram que sendo a idade materna < 20 anos, a indicação de cesárea por doença da gestação e parto vaginal anterior associaram-se favoravelmente ao parto transpélvico em pacientes com cesárea anterior. O risco de cesariana está aumentado em gestantes a partir de 35 anos. Esses fatores devem ser considerados na avaliação obstétrica da via de parto nessas gestantes.
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Objetivos: determinar a freqüência de diagnóstico pré-natal em recém-nascidos (RN) com gastrosquise operados no Instituto Materno-Infantil de Pernambuco (IMIP) e analisar suas repercussões sobre o prognóstico neonatal. Métodos: realizou-se um corte transversal retrospectivo incluindo 31 casos de gastrosquise submetidos a correção cirúrgica em nosso serviço entre 1995-1999. Calculou-se o risco de prevalência (RP) de morte neonatal e seu intervalo de confiança a 95% para a presença de diagnóstico pré-natal e outras variáveis cirúrgicas e perinatais, realizando-se análise de regressão logística múltipla para determinação do risco ajustado de morte neonatal. Resultados: apenas 10 (32,3%) dos 31 casos de gastrosquise tinham diagnóstico pré-natal e nasceram no IMIP. Nenhum RN com diagnóstico pré-natal foi prematuro, em contraste com 43% daqueles sem diagnóstico pré-natal (p < 0,05). O intervalo entre parto e correção cirúrgica foi maior na ausência (7,7 horas) que na presença de diagnóstico pré-natal (3,8 horas). O tipo de cirurgia, a necessidade de ventilação mecânica assistida e a freqüência de infecção pós-operatória não apresentaram diferença significante entre os dois grupos. A mortalidade neonatal foi mais freqüente no grupo sem diagnóstico pré-natal (67%) do que no grupo com diagnóstico pré-natal (20%). Os outros fatores associados com risco aumentado de morte neonatal foram: idade gestacional <37 semanas, parto em outros hospitais, intervalo parto-cirurgia >4 horas, cirurgia em estágios, necessidade de ventilação mecânica e infecção. Conclusões: o diagnóstico pré-natal foi infreqüente entre RN com gastrosquise e a morte neonatal foi extremamente alta em sua ausência. É necessário aumentar a freqüência de diagnóstico pré-natal e melhorar os cuidados perinatais para reduzir esta elevada mortalidade.
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Objetivos: determinar os principais fatores associados à ocorrência de infecção do sítio cirúrgico em pacientes submetidas a histerectomia total abdominal (HTA) no Instituto Materno ¾ Infantil de Pernambuco (IMIP). Métodos: realizou-se um estudo de corte transversal incluindo todas as pacientes submetidas a histerectomia total abdominal no IMIP no período de janeiro de 1995 a dezembro de 1998, desde que tivessem retornado no 7º e no 30º dia pós-operatório para controle de infecção (n = 414). A freqüência de infecção do sítio cirúrgico (definida pelos critérios do CDC, 1998) foi de 10% (42 casos). Calculou-se o risco de prevalência (RP) de infecção do sítio cirúrgico e seu intervalo de confiança (IC) a 95% para as seguintes variáveis: idade, obesidade, hipertensão, diabetes, doença maligna, tipo de incisão, tempo cirúrgico e antibioticoprofilaxia. Realizou-se análise de regressão logística múltipla para determinação do risco ajustado de infecção. Resultados: encontrou-se aumento significativo do risco de infecção do sítio cirúrgico para as seguintes variáveis: idade >60 anos (RP = 2,39; IC-95% = 1,15-4,94), obesidade (RP = 3,2; IC-95% = 1,83-5,59), duração da cirurgia >2 horas (RP = 2,36; IC-95% = 1,32-4,21) e associação com diabetes (RP = 6,0; IC-95% = 3,41-10,57). Por outro lado, o risco de infecção esteve significativamente diminuído quando utilizou-se antibiótico profilático (RP = 0,38; IC-95% = 0,21-0,68). Não se encontrou associação estatisticamente significativa de infecção com o tipo de incisão, a indicação da cirurgia por patologia maligna e a presença de hipertensão. Conclusões: os fatores associados a risco aumentado de infecção do sítio cirúrgico pós-HTA no IMIP foram: idade >60 anos, obesidade, diabetes e duração da cirurgia >2 horas. A antibioticoprofilaxia apresentou efeito protetor, com diminuição do risco de infecção.
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Objetivo: estudar mulheres grávidas adolescentes como possível fator de risco de baixo peso no recém-nascido. Pacientes e Métodos: trata-se de estudo transversal, com entrevistas de 562 mães adolescentes e não-adolescentes nas primeiras 24 horas de pós-parto, no período de 10 de janeiro a 25 de março de 2002, em maternidade pública do município de Rio Branco no Estado do Acre. Foram excluídas do estudo as mães que tiveram feto morto, natimorto ou parto gemelar. Resultados: entre as 562 mães estudadas, 37,0% (n=208) eram adolescentes (16,9±1,6 anos) e 63,0% (n=354) tinham 20 ou mais anos de idade (22,9±6,3 anos). A média de peso do recém-nascido (RN) foi estatisticamente maior (p<0,01) entre as mães adultas (3.158,64±626,50 g) que entre as mães adolescentes (3.019,93±587,43). Quando excluídos os 32 (5,7%) RN prematuros (idade gestacional <37 semanas) houve também significativa maior proporção (p<0,007) de RN de baixo peso (<2.500 g) entre as mães adolescentes (11,9%) que entre as não-adolescentes (5,5%). A análise de regressão logística mostrou risco aumentado para o baixo peso ao nascer entre as mães adolescentes (OR=2,99; 1,47-6,07), bem como para o aborto (OR=2,78; 1,23-6,30) e para a doença hipertensiva específica da gravidez (OR=5,16; 1,65-16,12). Conclusão: o presente estudo demonstra que, associado ao impacto psico-social, familiar e econômico, já registrado na literatura, a gestação em adolescentes se associa a efeitos danosos sobre o concepto, os quais merecem estudo de coorte para avaliar as repercussões a médio e longo prazo.
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OBJETIVOS: avaliar os efeitos da corticoterapia antenatal na incidência da síndrome do desconforto respiratório do recém-nascido (SDRN), outras morbidades e óbito em neonatos prematuros atendidos em maternidade-escola (IMIP) no Brasil. MÉTODOS: realizou-se estudo analítico, observacional, tipo coorte, analisando a evolução de 155 recém-nascidos (RN) de mulheres internadas no IMIP com parto prematuro, sendo que 78 receberam corticóide e 77 não receberam, verificando-se o esquema utilizado, a incidência de SDRN, e outras morbidades associadas com prematuridade e morte neonatal, entre fevereiro e novembro de 2001. Determinou-se a razão de risco e seu intervalo de confiança a 95% para SDRN e os diversos desfechos neonatais (variáveis dependentes), de acordo com o uso ou não de corticóide antenatal (variável independente). RESULTADOS: a corticoterapia foi administrada a 50,3% das pacientes (64% receberam esquema completo e 36% esquema incompleto). A incidência de SDRN foi significantemente menor entre os RN cujas mães receberam corticóide (37,2%) em relação às que não receberam (63,6%). Não houve redução no risco das morbidades associadas à prematuridade. Verificou-se redução no risco de morte (39%) e na freqüência de oxigenoterapia (37%), sem diferença no tempo de oxigenoterapia ou de hospitalização. Após análise de regressão logística múltipla, observou-se redução no risco de SDRN de 72% para o uso de corticóide e aumento de sete vezes neste risco para os RN com idade gestacional menor que 32 semanas. CONCLUSÕES: verificou-se impacto favorável da corticoterapia antenatal, com redução significativa da SDRN na idade gestacional entre 26 e 35 semanas. Embora não tenha se verificado redução de outras morbidades, isso pode ter sido devido ao pequeno tamanho da amostra.
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OBJETIVOS: determinar a prevalência de violência física doméstica sofrida por mulheres que tiveram o parto assistido em uma maternidade terciária do Nordeste do Brasil, estudar os principais fatores de risco associados e determinar os resultados perinatais. MÉTODOS: realizou-se estudo descritivo, tipo corte transversal, incluindo 420 mulheres que tiveram o parto assistido em maternidade terciária no Recife (Brasil), com fetos pesando mais que 500 gramas. Todas estas foram submetidas a entrevistas com questões abertas e fechadas. Determinou-se a prevalência de violência física doméstica. Realizou-se análise estatística usando os testes c² de associação e exato de Fisher, considerando-se o nível de significância de 5%. A razão de prevalência foi determinada como medida do risco relativo de violência. Realizou-se análise de regressão logística para cálculo do risco ajustado de violência física. RESULTADOS: a prevalência de violência física doméstica foi de 13,1% (IC 95% = 10,1-16,6) e 7,4% (IC 95% = 5,2-10,2) antes e durante a gestação, respectivamente. O padrão de violência alterou-se durante a gravidez, tendo cessado em 43,6%, diminuído em 27,3% e aumentado em 11% dos casos. Depois da análise multivariada, as variáveis que persistiram fortemente associadas com violência foram baixa escolaridade e história familiar de violência da mulher, consumo de álcool e desemprego do parceiro. Entre os resultados perinatais, encontrou-se elevada freqüência de morte neonatal entre as vítimas de violência. CONCLUSÕES: encontrou-se elevada prevalência de violência física doméstica (cerca de 13%) entre as mulheres que tiveram o parto assistido em maternidade terciária do Nordeste do Brasil. Os principais fatores de risco associados foram baixa escolaridade e história de violência na família da mulher, consumo de álcool e desemprego dos parceiros. A mortalidade neonatal foi elevada entre as vítimas de violência.
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OBJETIVOS: determinar os principais fatores associados ao parto transpelvino em gestantes de alto-risco submetidas à indução do parto com misoprostol vaginal (50 µg). MÉTODOS: trata-se da análise secundária de um ensaio clínico aberto, não randomizado, incluindo 61 gestantes de alto-risco internadas na Enfermaria de Patologia Obstétrica da Maternidade Escola Assis Chateaubriand, em Fortaleza (CE). Todas tinham idade gestacional de mais de 37 semanas, feto único com boa vitalidade e escores de Bishop menores ou iguais a 7. Utilizou-se a dose de 50 µg de misoprostol via vaginal, repetindo-se a cada seis horas, até o máximo de quatro doses. Realizou-se análise uni e multivariada para determinação da associação entre parto vaginal (variável dependente) e variáveis independentes (preditoras), construindo-se curvas ROC para paridade e escores de Bishop. RESULTADOS: encontrou-se associação significativa do parto vaginal com a paridade (um ou mais partos anteriores), escore de Bishop >4 e intervalo entre indução e parto menor que 6 horas, ao passo que a taquissistolia reduziu a chance de parto vaginal. Realizou-se análise de regressão logística múltipla para avaliar cada um desses fatores independentemente, persistindo fortemente associados ao parto vaginal o escore de Bishop >4 (OR = 3,3; IC 95% = 2,15-4,45) e a paridade >1 (OR = 5,41; IC 95% = 4,18-6,64). Pela curva ROC para os escores de Bishop e a paridade como determinantes do parto vaginal, encontrou-se um valor preditivo positivo de 100%, com sensibilidade de 63,2%. A área sob a curva foi de 86,8%, significativamente superior a 50% (p=0,023). CONCLUSÕES: os fatores preditivos mais importantes para parto vaginal após indução com misoprostol foram a paridade (um ou mais partos) e escores de Bishop >4. Estes fatores devem ser levados em consideração na escolha de diferentes esquemas e doses de misoprostol, tanto para preparo cervical como indução do parto.
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OBJETIVO: avaliar a associação de fatores epidemiológicos, antropométricos, reprodutivos e hormonais com a densidade mamográfica de mulheres na pós-menopausa. MÉTODOS: estudo retrospectivo, tipo corte transversal, incluindo 144 mulheres com idade igual ou superior a 45 anos, com no mínimo 12 meses de amenorréia e não usuárias de terapia de reposição hormonal nos últimos seis meses. Foram revisados os prontuários médicos, avaliando-se: idade, peso, altura, índice de massa corpórea (IMC), paridade, idade à menarca, idade à menopausa e os níveis dos hormônios estradiol, folículo-estimulante (FSH) e luteinizante. As mamografias foram analisadas nas incidências crânio-caudal e médio-lateral oblíqua por dois examinadores, de forma cega, sendo classificadas em densas e não densas, segundo os critérios de Wolfe. Na análise estatística, utilizou-se a freqüência, mediana, valores mínimo e máximo, teste de Wilcoxon e odds ratio. Foi realizada análise de regressão logística múltipla, utilizando o processo de seleção passo a passo, com nível de significância de 5%. RESULTADOS: a freqüência de mamas densas foi de 45%. As mulheres com mamas consideradas densas apresentaram menor peso (60,5 vs 71,9 kg - p<0,01), menor IMC (25,9 vs 31,0 kg/m² - p<0,01), menor tempo de pós-menopausa (6,0 vs 10,0 anos - p<0,01) e maiores níveis de FSH (75,2 vs 60,3 mU/mL - p<0,01). A probabilidade de apresentar mamas densas diminuiu em mulheres com peso superior a 67 kg (OR = 4,0; IC 95%: 1,50-10,66), IMC superior a 30 kg/m² (OR = 6,69; IC 95%: 2,54-17,65), com mais de dois partos (OR = 7,84; IC 95%: 1,67-36,81), tempo de pós-menopausa maior ou igual a sete anos (OR = 2,05; IC 95%: 1,05-3,99) e níveis de FSH inferiores a 134,8 mU/mL. CONCLUSÃO: o peso, IMC, paridade, o tempo de menopausa e níveis de FSH associaram-se significativamente aos padrões de densidade mamográfica.
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OBJETIVO: verificar a prevalência do sinal eco glandular endocervical (EGE) e o comprimento cervical menor ou igual a 20 mm em gestantes entre a 21ª e a 24ª semana e comparar estes sinais ecográficos como fatores indicadores de parto pré-termo espontâneo. MÉTODOS: estudo prospectivo transversal no qual foram incluídas 361 gestantes da população geral, para realização de exame ultra-sonografico em idade gestacional entre a 21ª a 24ª semana. Os critérios de exclusão do estudo foram malformações müllerianas, gestações múltiplas, malformações fetais, óbito fetal, alterações da quantidade de líquido amniótico, placenta com inserção segmentar, antecedentes de cirurgia no colo uterino (conização, amputação, cerclagem) e procedimentos cirúrgicos durante a gestação. Após a realização do exame ultra-sonográfico obstétrico morfológico efetuado por via abdominal, seguiu-se o exame ecográfico por via vaginal para observação de uma faixa hipoecóica ou hiperecóica adjacente ao canal endocervical correpondente às glândulas do epitélio endocervical (EGE) e mensuração do comprimento cervical. As variáveis qualitativas são representadas por freqüência absoluta e relativa, ao passo que as variáveis quantitativas, por média, desvio-padrão, mediana e valores mínimo e máximo. A associação entre as variáveis qualitativas foi avaliada pelo teste c² ou teste exato de Fisher. Para cada variável estudada, foi calculado o risco relativo seguido do intervalo com 95% de confiança. A técnica de análise de regressão logística univariada foi utilizada para verificar, entre as variáveis estudadas, quais foram indicativas de parto pré-termo espontâneo. O nível de significância adotado foi de 95% (alfa = 5%) e descritivos (p) iguais ou inferiores a 0,05 foram considerados significantes. RESULTADOS: a incidência do parto pré-termo espontâneo foi de 5,0%. O comprimento do colo uterino revelou-se igual ou inferior a 20 mm em 3,3% da população estudada e em 27,8% das pacientes que apresentaram parto pré-termo espontâneo. A ausência do EGE foi detectada em 2,8% das pacientes estudadas e em 44,4% das pacientes que evoluíram para parto pré-termo espontâneo. A associação entre ausência do EGE e presença do colo curto revelou-se estatisticamente significante (p<0,001). A ausência do EGE teve forte associação com parto pré-termo espontâneo e risco relativo de 28,57, com intervalo de confiança (IC 95%) 14,40-56,68. A medida do comprimento cervical inferior a 20 mm também apresentou associação com parto pré-termo espontâneo (p<0,001), com risco relativo de 11,27 e IC 95% de 4,79-26,53. CONCLUSÃO: a não visualização do EGE endocervical constitui parâmetro morfológico ultra-sonográfico novo e útil na predição do parto pré-termo espontâneo nas gestações únicas da população geral. Os resultados deste trabalho indicam uma tendência clara da marcante importância da ausência do EGE como indicador do risco para parto pré-termo espontâneo, a ser confirmada em pesquisas multicêntricas futuras.
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OBJETIVOS: avaliar os fatores de risco associados à recidiva das lesões intra-epiteliais, após conização do colo com cirurgia de alta freqüência. MÉTODOS: estudo caso-controle aninhado em coorte de 201 pacientes que se submeteram à conização com cirurgia de alta freqüência por apresentarem lesão intra-epitelial cervical, acompanhadas, em média, por dois anos. Participaram 94 portadoras do HIV e 107 não-portadoras do vírus. A conização cervical foi realizada por cirurgia de alta freqüência e a peça cirúrgica encaminhada para exame histopatológico, que avaliou o grau da lesão, as margens e a ocupação glandular. Após a cirurgia, as pacientes foram examinadas a cada seis meses com citologia oncótica e colposcopia. Foram consideradas recidivas as lesões que, após a cirurgia, foram confirmadas novamente por biópsia. Neste estudo, foram considerados casos as pacientes com recidiva e controles as sem recidiva. As comparações entre os grupos foram realizadas pelo teste do chi2 e a análise multivariada pela regressão logística. Para a análise de sobrevida foi utilizado o método de Kaplan-Meier (teste log-rank). RESULTADOS: houve recidiva das lesões em 40 pacientes. As variáveis que inicialmente apresentaram significância estatística foram: número de parceiros, soropositividade, margens do cone e envolvimento glandular, como indicadores do risco para recidiva. A ocorrência simultânea de ocupação glandular e margens comprometidas apresentou as recidivas mais freqüentes. Após análise pela regressão logística, permaneceram significativamente associados à recorrência das lesões: ocupação glandular (OR=9,1; IC a 95%:13,0-27,5); presença do HIV (OR=4,6; IC a 95%:1,1-6,3); margens comprometidas (OR-2,6; IC a 95%:1,9-11,2). CONCLUSÕES: os fatores de risco associados à recidiva das lesões intra-epiteliais cervicais foram: soropositividade, ocupação glandular e margens comprometidas.
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OBJETIVO: avaliar a sintomatologia climatérica e fatores relacionados entre mulheres dos meios urbano e rural do Rio Grande do Norte. MÉTODOS: estudo transversal, descritivo, envolvendo casuística de 261 mulheres climatéricas residentes em Natal e Mossoró (grupo urbano; n=130) e Uruaçu, em São Gonçalo do Amarante (grupo rural; n=131). A sintomatologia climatérica foi avaliada pelo Índice Menopausal de Blatt-Kupperman (IMBK) e Escala Climatérica de Greene (ECG). A análise estatística constou de comparações das medianas dos escores entre os grupos e regressão logística. Definiram-se como "muito sintomáticas" as pacientes com escores >20, para ambos instrumentos (variável dependente). As variáveis independentes foram: idade, procedência, alfabetização, obesidade e prática de atividade física. RESULTADOS: o grupo urbano apresentou escores significativamente superiores ao grupo rural, tanto para o IMBK (medianas de 26,0 e 17,0, respectivamente; p<0,0001), quanto para a ECG (medianas de 27,0 e 16,0, respectivamente; p<0,0001). Na amostra total, evidenciou-se que 56,3% (n=147) das mulheres foram classificadas como "muito sintomáticas". Na comparação intergrupos, essa prevalência foi significativamente mais elevada nas mulheres urbanas em relação às rurais (79,2 e 33,6%, respectivamente; p<0,05). Pela análise de regressão logística, evidenciou-se que a chance de pertencer ao grupo definido como "muito sintomáticas" foi maior para mulheres do meio urbano [odds ratio ajustado (OR)=7,1; 95% intervalo de confiança a 95% (IC95%)=3,69-13,66] e alfabetizadas (OR=2,19; IC95%=1,16-4,13). A idade superior a 60 anos associou-se com menor chance de ocorrência de sintomas significativos (OR=0,38; IC95%=0,17-0,87). CONCLUSÕES: a prevalência de sintomas climatéricos significativos é menor em mulheres do meio rural, demonstrando que fatores socioculturais e ambientais estão fortemente relacionados ao surgimento dos sintomas climatéricos em nossa população.
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OBJETIVO: analisar qual das características propostas pelo BIRADS-US tem maior impacto na diferenciação das lesões benignas das malignas. MÉTODOS: estudamos as características ultra-sonográficas do BIRADS em 384 nódulos submetidos à biópsia percutânea no período de fevereiro de 2003 a dezembro de 2006. Utilizou-se, para o exame, o aparelho Logic 5, com transdutor linear multifreqüencial de 7,5-12 MHz. A análise ultra-sonográfica do nódulo foi baseada no BIRADS-US levando em conta: forma, orientação, margem, limites da lesão, ecogenicidade, características acústicas posteriores, o tecido circunjacente e a presença de calcificações. Estes dados foram submetidos à análise estatística com modelo de regressão logística. Para o estudo de associação entre estas variáveis utilizamos o teste do c² e também calculamos a sensibilidade e a especificidade das variáveis "tecido ao redor", "calcificações", "efeito posterior", "limite da lesão" e "orientação". RESULTADOS: as lesões benignas representaram 42,4% e as malignas, 57,6%. A análise por regressão logística encontrou odds ratio (OR) aumentado para câncer de 7,7 vezes quando o tecido ao redor esteve alterado, de 6,2 vezes quando houve presença das microcalcificações no interior das lesões, de 1,9 quando o efeito acústico foi sombra, de 25,0 vezes quando houve o halo ecogênico e de 7,1 vezes quando a orientação foi não paralela. CONCLUSÕES: dentre as características estudadas, o limite da lesão, representado pela presença ou não do halo ecogênico, é o mais importante diferenciador das massas benignas das malignas.
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OBJETIVO: determinar fatores associados ao volume de líquido amniótico e frequências de anomalias fetais em um centro de referência. MÉTODOS: realizou-se um estudo de corte transversal, com gestantes de risco, avaliadas pela ultrassonografia morfológica, no período de março de 2002 a março de 2006, em uma instituição em Recife (PE) Brasil. O diagnóstico intraútero foi confirmado no pós-parto. As características sociodemográficas e obstétricas, o índice de líquido amniótico e a presença de anomalias fetais foram variáveis estudadas. Para verificar associação entre variáveis, foram utilizados testes χ2, exato de Fisher e t de Student, a um nível de significância de 5%. Foram calculados a razão de prevalência e o intervalo de confiança a 95%. Análise de regressão logística múltipla foi realizada, a um nível de significância de 5%. RESULTADOS: foram incluídas no estudo 257 (56,2%) gestantes com anomalias congênitas e 200 sem anomalias confirmadas no pós-natal. As médias das idades maternas e gestacionais do parto foram 24,8±6,5 anos e 35,9±3,7 semanas, respectivamente. As anomalias fetais foram mais encontradas no sistema nervoso central (50,6%) e trato geniturinário (23,0%). A presença de anomalias congênitas esteve associada significativamente ao líquido diminuído/oligohidrâmnio (p=0,0002) e líquido aumentado/polihidrâmnio (p<0,0001). A mortalidade intraútero foi mais frequente no grupo com anomalias, quando comparada aos fetos saudáveis (10,5 versus 2,5%; p<0,01). CONCLUSÕES: a frequência de anomalias congênitas em um grupo de gestações de alto risco foi de 56,2%. As malformações do sistema nervoso central foram mais frequentemente diagnosticadas intraútero. Os fatores que permaneceram fortemente associados às anomalias congênitas foram as alterações do volume do líquido amniótico.
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OBJETIVO: investigar os principais fatores associados a óbitos fetais na cidade de Recife, no Pernambuco, Brasil. MÉTODOS: foi realizado um estudo observacional do tipo caso-controle, incluindo casos atendidos no período de 1 de Junho de 2004 a 31 de Março de 2005. Foram incluídos 116 casos (natimortos) e 472 controles (nativivos), com parto assistido no serviço. Os casos foram identificados no livro de registro da sala de parto. A partir do nome e número de registro, foram identificadas as puérperas numa enfermaria de puerpério. Para seleção dos controles, foi obedecido ao critério de vizinhança da enfermaria de puerpério, identificando-se os leitos com numeração imediatamente inferior (duas pacientes) e superior (duas pacientes), desde que tivessem parido nascidos vivos. Caso não concordassem em participar da pesquisa, eram abordadas sucessivamente as numerações de leito consecutivamente menores ou maiores. Para testar a associação entre as variáveis independente (preditoras) e dependente (natimortos), foi utilizado o teste do χ2 de associação e o exato de Fisher, quando indicado, considerando-se o nível de significância de 5%. Para determinação da força da associação, foi utilizada a estimativa do risco relativo para os estudos de caso-controle, Odds Ratio (OR), calculando seu intervalo de confiança (IC) a 95%. Foi realizada análise de regressão logística seguindo o modelo hierarquizado para controle dos fatores de confusão. RESULTADOS: a taxa de mortalidade fetal correspondeu a 24,4 por 1.000 nascimentos. Depois da análise multivariada, as variáveis que persistiram significativamente associadas ao óbito fetal foram: presença de malformações (OR=7,5; IC=3,2-17,4), número de consultas durante o pré-natal menor que seis (OR=4,4; IC=2,5-7,5), síndromes hemorrágicas (OR=2,9; IC=1,4-5,7), atendimento em outra unidade hospitalar nas 24 horas que antecederam a admissão da paciente na instituição (OR=2,9; IC=1,8-4,6), idade materna maior ou igual que 35 anos (OR=2,2; IC=1,0-4,9) e escolaridade menor que oito anos de estudo (OR=1,6; IC=1,02-2,6). CONCLUSÕES: foi encontrado um elevado coeficiente de mortalidade fetal, sendo os principais fatores associados aos óbitos: malformações, o número de consultas de pré-natal menor que seis, as síndromes hemorrágicas, história de atendimento anterior à admissão, idade materna ou igual que 35 anos e escolaridade menor que oito anos de estudo.