994 resultados para Geografia brasileira
Resumo:
No período entre 1930 e 1960, emerge no cenário intelectual brasileiro a figura de Josué de Castro, um dos grandes nomes da Geografia brasileira. Seus estudos sobre a alimentação e a fome se tornaram referência para os debates sobre as relações entre agricultura e desenvolvimento, num contexto histórico conturbado, marcado pela II Guerra Mundial, pela Revolução Popular Chinesa, reconstrução da Europa e convulsões sociais diversas ao redor do mundo. Naquele contexto, a fome era um fenômeno central dentro dos desafios econômicos e sociais dos quais a humanidade não podia esquivar-se. Castro esboçou uma análise multifacetária do tema, abordado em diversas escalas espaciais e temporais, resultando num aprofundamento da reflexão sobre a realidade social brasileira e mundial e trazendo, ainda, uma inequívoca contribuição à epistemologia e metodologia da ciência geográfica. Focado principalmente em três trabalhos de Josué de Castro, os livros Geografia da Fome, Geopolítica da Fome e Ensaios de Geografia Humana, o presente artigo tem por objetivos analisar a concepção do método geográfico aplicado e aprimorado pelo autor à temática da fome, bem como compreender sua importância e a relação com o desenvolvimento da ciência geográfica brasileira da época.
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Este trabalho tem como objetivo discutir a importância atribuída às análises das questões ruralistas nos estudos de Geografia Agrária. A produção acadêmica sobre o tema, na produção geográfica brasileira (livros, periódicos, teses e dissertações) permeia a pesquisa de mestrado que analisa os parlamentares que compõem a bancada de representação dos interesses da classe dos proprietários de terra no Brasil - Bancada Ruralista do Congresso Nacional. Estes políticos protagonizam a questão agrária brasileira e estão inseridos nas dinâmicas territoriais de apropriação de terras em meio à lógica do desenvolvimento desigual e combinado no modo capitalista de produção na agricultura. A organização das elites agrárias em torno de agências de representação dos interesses de classe se deu frente ao processo de industrialização na virada do século XX e tem sido retomada ao longo de determinados contextos e disputas políticas e territoriais no Brasil, como no presente contexto econômico neoliberal de avanço do agronegócio, que ocorre também em outros países da América Latina como Argentina e Colômbia, onde a representação ruralista costura os acordos e imposições políticas e econômicas visando expandir a produção de commodities. Os levantamentos apontam que apesar do pouco número dos trabalhos, emerge uma preocupação com a representação ruralista no Brasil, nos estudos de Geografia Agrária.
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The aim of this study was to propose a reading of theoretical and methodological geography of Brazilian agriculture in Post-Graduate Studies in Geography (PPGE's) from the Southeast, from the 1970s, trying to present a discussion of the analysis categories (space, territory, landscape, region and place) that has been unleashed over the meetings of Agrarian Geography (ENGA's) and in three meetings of the Research Groups of Agrarian Geography (2005, 2006, 2007). So, we started with the hypothesis that the relativization of scientific concepts may impair development of spatial concepts only. To accomplish our objective we carried out a survey of dissertations and theses supported in the period 1970 to 2009, in Post-Graduate in Geography and UFU UFMG (Minas Gerais), UFRJ, UFF and UERJ (Rio de Janeiro) and USP, UNESP / Rio Claro, UNESP / Presidente Prudente (Sao Paulo). The evaluation dealt with the quantitative and drew a profile of Agrarian Geography. Qualitatively, further analysis, crossing information, contextualizing the themes and especially evaluating the theoretical set referenced in the works, an indication of the possible paths followed by this branch of the Brazilian Geography for which it is observed that the references to the categories space and, more specifically the organization of space, was prioritized in the 1980s and the territory as a reference work after 1990.
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Esta tese examina a trajetória da Sociedade de Geografia do Rio de Janeiro entre 1910 e 1945, quando foi extinta para dar lugar a uma outra instituição, de âmbito nacional, a Sociedade Brasileira de Geografia. Criada nos anos oitocentos, a associação foi um dos redutos culturais que desfrutaram do patrocínio do imperador D. Pedro II. Com o advento do regime republicano, a SGRJ sofreu contratempos políticos, mas continuou a desenvolver atividades e projetos pedagógicos, que buscavam descortinar o Brasil aos brasileiros, consoante o movimento nacionalista das primeiras décadas do século XX. Em 1930, a Sociedade mostrou -se favorável ao golpe de estado que alçou Getúlio Vargas ao poder. Durante a chamada era Vargas colaborou com o governo e foi integrada ao sistema geográfico oficial do IBGE. Além disso, foi pioneira n a promoção dos congressos brasileiros de geografia entre 1909 e 1940. A SGRJ desde a sua fundação até a sua extinção atuou como um lugar privilegiado para o debate e a reunião de estudiosos da matéria. Embora carecessem de sistematização e de continuidade, é inquestionável que as práticas científicas desenvolvidas pela SGRJ colaboraram para a formação do campo da disciplina.
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Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior (CAPES)
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Pós-graduação em Geografia - FCT
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Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq)
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Nosso objetivo principal é compreender as diferentes concepções de geografia, espaço geográfico e território utilizadas pelos autores dos textos apresentados como comunicações livres no IV Seminário Estadual de Estudos Territoriais e II Seminário Nacional sobre Múltiplas Territorialidades, visando compreender as tendências teórico-metodológicas atuais da geografia brasileira. Os procedimentos utilizados na pesquisa são: a) seleção dos textos dos Anais que foram analisados (51 de um total de 72 trabalhos apresentados e publicados); b) leitura e fichamento dos textos escolhidos; c) elaboração de um quadro síntese para cada texto lido e analisado; d) comparação e interpretação das informações extraídas de cada texto; e) identificação das categorias utilizadas, referências e concepções, reconstruindo caminhos percorridos pelos autores; f) identificação e análise das concepções de geografia, espaço e território; g) redação dos relatórios e textos para publicação. Estes procedimentos estão fundamentados numa abordagem espaço-temporal da construção do pensamento e do conhecimento geográfico, considerando-se os textos selecionados de autores de diferentes lugares do Brasil.
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A geografia crítica encontrou em Nelson Werneck Sodré uma de suas primeiras expressões. No final da década de 1970, quando a Geografia brasileira, especialmente a acadêmica era dominada pela “Escola” francesa e quando o neopositivismo já grassava no campo do planejamento econômico-territorial, este autor aparece como um dos pioneiros a exigir a reflexão crítica do fazer geográfico. Este trabalho procura resgatar o papel político cumprido por “Introdução à Geografia: Geografia e Ideologia” em relação ao movimento crítico que ganhou maior força nos anos de 1980-90. Sua crítica recai diretamente sobre a Geografia enquanto instrumento geopolítico primordial dos países centrais, numa construção que a coloca como um dos principais veículos da colonização e, portanto, do imperialismo. O método geográfico é acusado e deslindado na exposição da obra como o maior responsável pela debilidade da Geografia em assumir seu devido papel no movimento social. A exclusão da abordagem historicizada, teria tornado a Geografia um instrumento do poder imperialista retirando dela o caráter científico e a colocando na condição de ideologia. O movimento crítico alcançou um patamar que começa a requisitar sua devida avaliação e é, nesse sentido, que se desenvolve esta pesquisa que, aqui, expressa parte de seus resultados.
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A geografia crítica encontrou em Nelson Werneck Sodré uma de suas primeiras expressões. No final da década de 1970, quando a Geografia brasileira, especialmente a acadêmica era dominada pela “Escola” francesa e quando o neopositivismo já grassava no campo do planejamento econômico-territorial, este autor aparece como um dos pioneiros a exigir a reflexão crítica do fazer geográfico. Este trabalho procura resgatar o papel político cumprido por “Introdução à Geografia: Geografia e Ideologia” em relação ao movimento crítico que ganhou maior força nos anos de 1980-90. Sua crítica recai diretamente sobre a Geografia enquanto instrumento geopolítico primordial dos países centrais, numa construção que a coloca como um dos principais veículos da colonização e, portanto, do imperialismo. O método geográfico é acusado e deslindado na exposição da obra como o maior responsável pela debilidade da Geografia em assumir seu devido papel no movimento social. A exclusão da abordagem historicizada, teria tornado a Geografia um instrumento do poder imperialista retirando dela o caráter científico e a colocando na condição de ideologia. O movimento crítico alcançou um patamar que começa a requisitar sua devida avaliação e é, nesse sentido, que se desenvolve esta pesquisa que, aqui, expressa parte de seus resultados.
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Pós-graduação em Geografia - IGCE
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Pós-graduação em Geografia - IGCE
Resumo:
A Geografia brasileira ainda carece de sua história. Nos anos mais recentes, numerosos artigos têm aparecido, tentando recuperar essa falha, mas nota-se, ainda, a falta de um documento mais abrangente, que recupere os momentos fundamentais, os acertos e os erros, os avanços e as crises no progresso do conhecimento geográfico desenvolvido entre nós. E a lacuna se faz sentir, também, em termos de informações precisas sobre pesquisas, eventos, trabalhos publicados e teses defendidas, sem as quais não se pode reconstruir, de forma segura, a trajetória da Geografia brasileira. (DINIZ et al., 1987, p. 3)
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Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de São Paulo (FAPESP)
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Em Girardi (2008)[1] defendemos a proposta teórico-metodológica de uma Cartografia Geográfica Crítica (CGC), apresentada neste artigo já com alguns avanços alcançados desde a elaboração da proposta inicial. A CGC está baseada na teoria crítica do mapa e no uso intercomplementar de três abordagens cartográficas: a semiologia gráfica, a visualização cartográfica e a modelização gráfica ou coremática. O objetivo com esta proposta é contribuir no esforço de valorizar e estabelecer o mapa como instrumento analítico e discursivo na Geografia brasileira, em especial na corrente crítica, que, no processo de renovação da Geografia no Brasil, negligenciou o uso do mapa na pesquisa e discurso geográfico. Desde a proposição inicial da CGC, nosso foco tem sido a elaboração de uma teoria cartográfica que argumente para a mudança de concepção do mapa, de forma que seja compreendido e praticado a partir da crítica. Nossa elaboração atual é de que a negligência do mapa pela corrente crítica parte de uma contradição: esta corrente não concebe o mapa a partir de uma teoria crítica, mas tem um posicionamento e uma compreensão positivista do mapa, que o relaciona diretamente à dominação, objetividade e sinônimo de distância. A mudança desta concepção permitirá novas práticas cartográficas, inclusive que utilizem o mapa como instrumento de libertação. A mudança necessária para ampliar a importância do mapa na Geografia não é técnica, mas teórico-metodológica. Isso permitirá mais avanços para a Geografia Crítica. [1] Par uma compreensão mais detalhada da proposta inicial da Cartografia Geográfica Crítica indicamos a leitura da obra original em Girardi (2008) em www.fct.unesp.br/nera/atlas