4 resultados para Pierpaolo Cruz Bottini

em Universidade de Lisboa - Repositório Aberto


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Relatório de estágio de mestrado, Ciências da Educação (Educação Intercultural), Universidade de Lisboa, Instituto de Educação, 2011

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António Dinis da Cruz e Silva, member of Arcádia Lusitana, the literary academy he helped to found, introduced the Pindaric ode to the Portuguese literature of the neoclassical period (18th century). This poet imitates the triadic form and the mythological nature of Pindar’s encomiastic poetry, in order to celebrate the deeds of reputed historical figures from the national context, such as sailors, captains, politicians, and even the king himself. As in Pindar’s poetry, the mythological excursus holds an important part in Cruz e Silva’s Pindaric poetry. Winners of athletic games are acclaimed through allusion to the ancient heroes. Likewise, the heroes of the Portuguese history see themselves turned into immortals, since their deeds are reported as comparatively greater than those of Homeric warriors. Among the 44 Cruz e Silva’s Pindaric odes, 18 rewrite the myth of the Trojan War, from its beginnings with Eris (Odes I-II) to its outcome with the imperishable fame of the most conspicuous Homeric fighters (Ode XLII). These 18 compositions (re)tell, in a neoclassical style, the main scenes and themes of the Iliad and Odyssey, alluding directly to their heroes’ deeds. Achilles’ wrath and Hector’s death are topics repeatedly brought up in Cruz e Silva’s Pindaric poetry as models of courage and patriotism for national heroes. This chapter offers a discussion of Cruz e Silva’s neoclassical representation of the Trojan War. To this effect, an interdisciplinary approach is adopted, showing how the Portuguese poet handles the mythological material from Homer and Pindar. In this way, he initiated in 18th-century Portuguese literature a new literary genre, the Pindaric ode. By dealing with Poetry and History, Cruz e Silva perpetuated the life and fame of national heroes long after their deaths.

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Os poemas homéricos integram no tecido narrativo evidências do processo oral de transmissão poética a que as suas origens estão associadas. Seria, pois, a voz hábil e poderosa do aedo o meio através do qual os heróis do passado alcançavam renome, passando à póstuma memória como protagonistas das mais notáveis façanhas. Contudo, enquanto a epopeia celebriza em tom solene e grave a memória de um passado glorioso, contrariamente a poesia herói-cómica, que se caracteriza pelo contraste entre a expressão elevada e o tema vulgar, torna objecto de canto incidentes triviais. Neste capítulo, reflectirei sobre a subversão do valor encomiástico da poesia épica antiga n’ O Hissope de Cruz e Silva, poema herói-cómico português, que celebra, num estilo alto e sublimado, próprio da epopeia, uma das mais frívolas questiúnculas ocorridas na Sé de Elvas, na segunda metade de setecentos, entre o Deão José Lara e o Bispo D. Lourenço de Lancastro. Demonstrarei que o poema em causa glorifica, de forma paródica e satírica, acções grosseiras e insignificantes, inserindo a realidade social, não num passado heróico, mas num presente vicioso e ordinário. Assiste-se, assim, neste texto, a uma imitação dos recursos épicos não para imortalizar feitos gloriosos, mas para preservar a memória de bagatelas. Significativo é o episódio (cuja análise dou especial atenção) em que Vidigal entretém o banquete em casa do deão, no canto VII de O Hissope. O padre cantor afirma categórico que deixará em silêncio os grandes sucessos “em mais remotos tempos celebrados”, optando por glorificar a memoranda Elvas com o relato musical de três incidentes triviais nela ocorridos.

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